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Notícias de Bonito MS

Não será permitida plantação de cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal. As exceções serão as áreas de três usinas já instaladas nos estados do Acre, do Amazonas e do Pará, e uma com projeto aprovado no estado de Roraima, além das regiões do planalto pantaneiro onde já existem plantações há mais de 10 anos e em áreas degradadas.

A decisão foi tomada na noite do dia 4, após mais de duas horas de reunião entre os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Agricultura, Reinhold Stephanes. Minc considerou o resultado do encontro para tratar do zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar "bom para todo mundo".

"Estamos preservando, com esse acordo, o bioma amazônico e pantanal, não quebrando a produção já existente e colocando restrições que vão fazer com que ela se adeque à defesa do bioma, e não o contrário", afirmou, após o encontro, realizado no gabinete de Stephanes.

No planalto pantaneiro apenas será permitido o plantio direto, sem uso de máquinas ou agrotóxicos. Na planície, será proibido qualquer tipo de plantio de cana-de-açúcar. A intenção, segundo os ministros, é diminuir erosões e o assoreamento dos rios.

Segundo Minc, a fiscalização dessas áreas precisa ser feita em conjunto, "porque uma coisa é a filosofia do acordo e outra é o 'cumpra-se' do acordo".

Stephanes disse que o texto do acordo será encaminhado ao Palácio do Planalto para que seja analisado e depois tomadas as medidas necessárias a sua execução, o que pode levar até um mês.

O pantaneiro Gregório Costa Soares, de 65 anos, lutou com todas as forças, quase perdeu a vista esquerda, levou mais de 20 pontos no rosto e nos dois braços, mas escapou com vida ao ataque de uma onça-pintada, salvo por quatro dos seus cães vira-latas.

"Quando olhei a onça já estava a trinta metros de mim, com os cachorros em cima. São cachorros campeiros, vira-latas, que saem comigo direto, são acostumados a caçar", conta.

Na segunda-feira, ele deu entrada no Hospital de Caridade, depois de viajar mais de três horas - de cavalo, de voadeira e de bote, até chegar a Corumbá, onde recebeu atendimento.

"Se eu caísse, estaria morto numa hora dessas, mas tive forças para me manter em pé e segurar a fera. As garras dela passaram perto do meu olho e tive tempo de desviar", revelou Gregório ao Diário Corumbaense, no hospital.

Ele conta que a onça-pintada devora um bezerro a cada 20 dias na sua fazenda no Paiaguás. Nessa época do ano, com a cheia do Pantanal, é obrigado a mudar de casa, mais acima, na parte seca. E foi lá que encontrou a onça-pintada, que havia acabado de devorar uma porca. "A porca tinha recém dado cria a um punhado de leitãozinhos", contou Olímpia, a esposa dele.

Olímpia estava orgulhosa pela coragem e força do marido, que aos 65 anos resistiu ao ataque da onça-pintada e ainda teve energia para galopar até o porto e pilotar uma voadeira. "E olha que o Gregório estava com o rosto todo ensangüentado", observou.

O pantaneiro diz que não sabe mais o que fazer diante dos ataques de onças-pintadas, porque sabe que existe uma legislação do Ibama proibindo a matança do animal. "Antigamente eu tinha uma 22, mas só dei um tiro com ela e extraviou, nem sei onde foi parar.É complicado tirar porte de arma, mesmo assim você sai no campo sem documento da arma, encontra uma autoridade, e pode ter complicação. Além do mais, é proibido matar onça", diz.

Pai de nove filhos, sete já casados, ele vive na fazenda ao lado da esposa, Olímpia, de 66 anos, de um dos filhos e de um genro.

Eles fazem parte do cenário do rio Paraguai. Descem mansamente o canal, rio abaixo, com destino incerto. Parecem poucos, porque flutuam isoladamente quando se desprendem das baías, mas são milhares no período do pico da cheia, entre março e junho. Agora são estudados como biomassa para biocombustível

O biólogo Ivan Bergier Tavares de Lima, pesquisador de tecnologias em bioenergia e geociências da Embrapa Pantanal (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) estima que anualmente 1 milhão e 700 mil toneladas de camalotes desçam o rio.

É um volume importante para o trabalho que apresentou no final de julho na Conferência Internacional sobre Áreas Úmidas (o 8º Intecol), que reuniu cerca de 600 pesquisadores de todo o mundo em Cuiabá, Mato Grosso. Bergier estuda a utilização do camalote como biomassa para biocombustível.

São dois tipos de plantas flutuantes que crescem nas baías do Pantanal, vão de desprendendo e tomam o canal do rio Paraguai. Levam o nome científico de eicchornia crassipes e ciperáceas, mas são popularmente conhecidas como camalotes, nome indígena que significa "levado pelo rio", e já estão incorporadas à paisagem pantaneira.

É uma planta de reprodução rápida. "As ciperáceas são diferentes porque possuem solo. Como a cada ano cresce e morre, dentro deste ciclo natural acaba formando um solo submerso, que serve de abrigo para animais, como cobras, e insetos pegam uma carona e descem o rio sobre elas. Até cervos já foram vistos viajando sobre as ciperáceas", explica o pesquisador ao Diário Corumbaense.

Com a ajuda de uma câmera colocada na margem, na chamada curva da Marinha, em Ladário, Bergier realizou longas filmagens para ter uma idéia do volume de plantas que descem o rio Paraguai - a quantidade é muito maior durante a cheia do Pantanal, inclusive com bancos maiores. Elas seguem a calha do rio na parte mais funda, onde é maior a velocidade.

"Os pilotos pantaneiros costumam dizer que basta seguir o camalote para não se ter problema, porque ele sempre desce pela parte mais funda, e mais rápida, do rio", destaca o pesquisador.

Grande parte dessas plantas fluem e vão parar em Porto Murtinho. Ainda não se sabe o que ocorre, se elas se decompõem durante o trajeto, no corpo d'água, ou se vão parando e fazem parte na circulação de matéria, de alimento ou de abrigo para algumas espécies.

"A função delas na baía nós já sabemos, é exatamente essa, têm um papel importante na dinâmica do ecossistema. Mas ainda pesquisamos sobre sua função ecológica quando ela entra no canal do rio, principalmente jusante (ao longo do curso do rio até à foz)", afirma o pesquisador. "Em Porto Murtinho, que recebe um grande volume dessas plantas aquáticas, elas chegam a fechar o canal, provocam bloqueios para a navegação", acrescenta.

Outra questão em estudo sobre a biomassa é saber se estará sempre disponível para gerar energia, porque o maior volume de camalotes que descem o rio está diretamente associada às cheias do Pantanal. "Vai depender do ciclo hidrológico", observa Bergier. Por isso o estudo inclui uma pesquisa detalhada sobre a oscilação das cheias. "Depois do período da seca na década de 60, e depois das cheias em 1974 e 1975, os níveis máximos permaceram relativamente mais altos depois do período de seca.

Com a manutenção de volume de água e a flutuação das plantas que descem o rio Paraguai, haveria uma biomassa disponível, para ser usada como fonte de energia para a indústria ou mineração, matéria-prima para o desenvolvimento sócio-econômico regional. Outro estudo importante está focado em se saber a dimensão dos impactos, segundo Bergier.

"Temos alguns cálculos que vão depender do volume e dos impactos, porque eventualmente pode haver uma fauna associada a essas plantas, como cobras, insetos, por isso tudo deve ser muito bem detalhado antes de iniciarmos a corrida ao camalote", destaca o pesquisador.

Biomassa vegetal - A biomassa formada pelo camalote vem merecendo estudos aprofundados da equipe da Embrapa, segundo o pesquisador Ivan Bergier. Futuramente pode servir como alternativa para o uso do carvão vegetal e a cana-de-açúcar como fonte de energia. "De um lado é muito úmida, mas tem mais celulose. Dependendo da finalidade de energia, pode se produzir hidrogênio, metano ou se fazer carvão de biomassa vegetal. Pode ser utilizada para gerar hidrogênio e metano, para gerar biocombustível.

Deve ser analisado o poder calorífico do camalote. Tudo é questão de demanda e sustentabilidade ambiental. Não se sabe quanto poderia suprir a energia, mas deveria minimizar o desmatamento ou minimizar o uso de carvão de eucalipto. Tudo isso vai depender da quantidade e da sustentabilidade ambiental a jusante (rio abaixo), esse é o ponto crítico.

Sob o título "Paraíso do Ecoturismo", o jornal paulista Diário do Grande ABC traz informações detalhadas sobre Bonito, chamando a cidade de "Meca brasileira do ecoturismo". A reportagem é de Heloísa Cestari. Confira:


Paraíso do Ecoturismo


Bonito. O nome já diz tudo. Na Meca brasileira do ecoturismo, situada no coração de Mato Grosso do Sul, o conjunto de paisagens naturais não só faz jus à denominação como a faz soar com certo tom de eufemismo diante da exuberância de seus cartões-postais.

E se o nome é Bonito, o apelido bem que poderia ser aventura, seja na água, descendo corredeiras em meio a peixes coloridos, seja por terra, explorando o interior de entradas subterrâneas ou, ainda, suspenso no ar, tendo apenas um fio a separá-lo do abismo. Afinal, beleza e adrenalina sempre ditam o rumo dos passeios. Tudo, é claro, ecologicamente correto, com fiscalização rígida e número limitado de visitantes por dia.

O resultado são ambientes preservados e bolsos devastados pelos preços em vigor nas agências de turismo local, que monopolizam o acesso às atrações turísticas com o aval de ambientalistas, moradores e poder público. E se quiser burlar o esquema, esqueça: ninguém põe o pé ali sem antes fazer reserva, pagar a taxa de visita e contratar um guia.

Um exemplo de sustentabilidade que custa caro. Mas quem se importa? O que interessa é conservar o paraíso para que o passar dos anos não determine o fim das espécies de fauna e flora que surpreendem o ecoturista desde o interior das grutas até as profundezas dos rios.

A começar pelo principal cartão-postal de Bonito: a Gruta do Lago Azul, que, como o próprio nome sugere, abriga uma piscina natural de águas incrivelmente azuis em seu interior. O local foi o responsável por alavancar o turismo em Bonito a partir da década de 1990 e já serviu até como cenário de novela.

Diz a lenda que o tom turquesa do lago é provocado pelos monstros que moram no fundo. Mas a ciência tem uma explicação mais simples: a coloração seria decorrente da concentração de bicarbonato de cálcio nos rios, resultante da dissolução de minerais das rochas calcárias.

Ao mesmo tempo em que embeleza as águas dos lagos e corredeiras com tons de azul, no entanto, a substância calcifica os encanamentos das casas e deixa os cabelos tão duros e quebradiços quanto as rochas que a originaram.

Mais uma vez, repete-se a pergunta: Quem se importa com a 'juba quando se está em plena caverna, cercado de formações rochosas milenares e vislumbrando um poço de águas cristalinas à frente, com 87 metros de profundidade por 120 metros de largura?

O único problema é que, para chegar lá, o turista tem de caminhar bastante e encarar nada menos do que 294 degraus irregulares em uma escadaria íngreme, sem corrimão nem iluminação e, ainda por cima, escorregadia nas épocas de chuva. Para completar, nada de mergulhos - o ecossistema agradece!

Mas se quiser conhecer uma caverna sem tanto exercício - embora também sem o inatingível lago - , opte pela Gruta de São Miguel. Uma trilha leve, de 15 minutos, leva até a entrada da caverna e um carro elétrico transporta os turistas na volta.

Lá, o forte são os espeleotemas em formas de bacias, corais e bolas brancas. Já na Gruta do Lago Azul, as estalactites e estalagmites fazem muita gente se sentir em uma catedral gótica e soltar um quase bordão: Bonito mesmo!

GUIA DE VIAGEM

COMO CHEGAR

A TAM possui passagens com preços a partir de R$ 779 (ida e volta).
Site: www.tam.com.br.

No site da Gol (www.voegol.com.br), é possível adquirir bilhetes de ida e volta a partir de R$ 660 para o trecho entre Guarulhos e Campo Grande.

* As tarifas acima não incluem taxa de embarque e podem variar conforme a disponibilidade de assentos.

De ônibus - A Viação Motta (3392-4799) realiza viagens para Campo Grande com saídas diárias do Terminal Rodoviário da Barra Funda, em São Paulo, às 17h, 21h e 23h30. A passagem custa R$ 104,50 na tarifa promocional. De lá até Bonito são mais 312 quilômetros em ônibus intermunicipal.

A única linha de ônibus que sai de Campo Grande é a Viação Cruzeiro do Sul, com embarques diários às 6h e às 15h. O percurso dura cerca de cinco horas e a passagem custa R$ 25.

PACOTES
A CVC oferece pacotes de cinco dias para Bonito com preços a partir de R$ 1.598, incluindo passagens aéreas, traslados, hospedagem com meia pensão, bolsa de viagem, visita à Gruta do Lago Azul e mergulho superficial no Rio Sucuri. Outra opção são as viagens rodoviárias de seis dias a partir de R$ 998, com transporte, quatro noites em quarto duplo (três em Bonito e uma em Presidente Prudente), cinco cafés-da-manhã, cinco refeições, bolsa de viagem, ingresso para a Gruta do Lago Azul e mergulho no Rio Sucuri. Tel.: 2191-8700. Site: www.cvc.com.br.

Pela Trilha da Aventura, a viagem de cinco dias sai a partir de R$ 1.768, com transporte aéreo entre São Paulo e Campo Grande, traslados até Bonito, quatro noites de hospedagem em apartamento duplo do Hotel Olho dÁgua com café-da-manhã, duas refeições, seguro-viagem e passeios com acompanhamento de guias especializados pela Gruta do Lago Azul, Buraco das Araras, Estância Mimosa, Gruta de São Miguel, tour de bote pelo Rio Formoso e mergulho superficial no Rio da Prata. Já o de oito dias custa a partir de R$ 2.428, com as mesmas inclusões, além de visitas à Boca da Onça, ao Aquário Natural e ao Rio da Prata. O pagamento pode ser parcelado em até cinco vezes sem juros. Tel.: 4436-0673.
Site: www.trilhadaaventura.com.br.

A Pisa Trekking possui pacotes de cinco dias para Bonito com tarifas a partir de R$ 1.996. O preço - válido até novembro - inclui passagens aéreas, traslados, hospedagem em apartamento duplo do Hotel Olho dÁgua com café-da-manhã, duas refeições, seguro-viagem, camiseta, mochila e visitas com acompanhamento de guias especializados à Gruta do Lago Azul, Gruta São Miguel, Estância Mimosa, além de passeio de bote pelo Rio Formoso e flutuação no Rio da Prata. Tel.: 5052-4085. Site: www.pisa.tur.br.

CLIMA
O verão é úmido e o inverno, seco. Mais de 80% da precipitação anual dá-se entre outubro e abril. No inverno a temperatura varia de 15º C a 20º C.

QUANDO IR
A melhor época é o período de seca, principalmente entre junho e setembro, quando a água dos rios fica mais cristalina. A Gruta do Lago Azul, no entanto, fica mais bonita entre novembro e janeiro, quando o sol entra diretamente na caverna, iluminando seu interior.

VACINA
Apesar de não haver foco de febre amarela, é recomendável a vacinação pelo menos dez dias antes da viagem.

O QUE LEVAR
Roupas leves, boné, filtro solar, mochila pequena, bota para caminhada ou tênis antiderrapante, lanterna, cantil, capa de chuva, maiô, repelente, toalha pequena para os passeios, câmera fotográfica e câmera subaquática. No inverno, leve roupas mais quentes.

DIFICULDADE FÍSICA
A maioria dos passeios é de nível leve e pode só apresentar problemas a pessoas que apresentam dificuldade em se locomover. Já o passeio da Gruta do Lago Azul não é indicado para crianças com menos de 5 anos, pessoas com problemas no joelho e cardíacos, pois apresenta descidas íngremes, sem corrimão, o que dificulta o acesso.

CRIANÇAS
A viagem é mais apropriada a crianças com mais de 5 anos. Aos pais que têm filhos menores, é possível contratar serviço de babá em Bonito (o valor da diária custa, em média, R$ 50). Os passeios mais indicados para crianças são o Aquário Natural, o Rio Sucuri e arvorismo (este somente acima de 7 anos).

BANCOS
Não existem bancos 24 horas na cidade. As únicas agências bancárias são as do Banco do Brasil e do Bradesco, com funcionamento das 9h às 14h de segunda a sexta-feira.

ELETRICIDADE
110 e 220 V.

Mergulho para todos

Com águas tão transparentes, não é de se estranhar que os rios e grutas de Bonito tenham se tornado uma espécie de paraíso para os praticantes de mergulho, seja ele livre (com snorkel) ou autônomo (com cilindro de ar comprimido).

Para quem nunca se aventurou, a melhor opção é a flutuação, atividade praticamente exclusiva de Bonito - só Nobres, no Mato Grosso, oferece prática semelhante. A diferença para o mergulho livre é que, além de máscara e snorkel, o praticante deve usar roupa de neoprene e colete salva-vidas. Mas não é preciso levar nada de casa: todo o equipamento é fornecido gratuitamente pelas agências que operam o passeio.

Depois, com a parafernália já a postos, é só soltar o corpo de bruços e deixar que ele flutue ao sabor da correnteza, com os olhos atentos ao fundo do rio para que nenhuma espécie diferente de peixe passe 'batida diante dos olhos.

A alta concentração de calcário - mineral que atua como purificador das águas - garante visibilidade de até 30 metros, em meio a uma infinidade de piraputangas, dourados, pacus e plantas aquáticas.

No Rio Sucuri e no Aquário Natural, a flutuação é feita na nascente, o que garante a transparência das águas. Já no Rio Formoso, o passeio ocorre em trechos de maior correnteza, o que pode gerar sujeira nas margens.

AUTÔNOMO

Os profissionais encontram três ótimos pontos para a prática do mergulho autônomo: Rio Formoso, Rio da Prata (leia reportagem na página 6) e, para os mais aventureiros, o Abismo Anhumas, que exige credencial básica de mergulho e treinamento de uma hora e meia.

Quem quiser explorar o Anhumas, no entanto, não pode ter medo de altura, uma vez que o passeio começa com uma descida com rapel de 72 metros.

A chegada ao fundo do abismo é emocionante. Descortina-se uma caverna com estalactites gigantes e um lago do tamanho de um campo de futebol, com 80 metros de profundidade. É aí que começa a segunda parte do passeio: o mergulho propriamente dito.

Gostou da idéia? Então, é bom preparar o espírito e a carteira se não quiser mergulhar nas dívidas. Além de a atividade ser concorrida, limitada a 16 pessoas por dia, a aventura completa, com rapel e cilindro de ar comprimido, chega a ultrapassar os R$ 500.

Adrenalina na dose certa

Além do mergulho, os aficionados por esportes de aventura encontram terreno farto para a prática das mais variadas modalidades.

Uma delas é o bóia-cross pelas corredeiras do Rio Formoso. O percurso, de 1.200 metros, é cumprido em bóias individuais e dura cerca de 45 minutos. Quanto maior o volume de água, maior a velocidade. Mas mesmo em épocas de cheia a atividade é segura: guias acompanham a diversão e cordas cruzam o rio para dar apoio.

Outras opções de adrenalina são as duas plataformas de arvorismo e o mergulho ao redor de um avião bimotor submerso no Balneário Praia da Figueira. A lagoa foi formada durante a exploração de calcário na região e tem sete metros de profundidade.

Já o passeio de bote pelo Rio Formoso é um sossego só. Cada embarcação tem capacidade para 12 pessoas. Dá até para levar crianças ao longo dos oito quilômetros, cumpridos suavemente, rumo à Ilha do Padre, onde é possível passar o resto do dia curtindo a cachoeira e o restaurante da propriedade.

Fora da água, o fascínio prossegue em trilhas para a observação de pássaros, macacos e árvores centenárias preservadas nas áreas de mata nativa da Serra da Bodoquena. Um deleite para biólogos e ecoturistas de máquina fotográfica em punho.

Em entrevista recente com a engenheira química Sonia Hess, professora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e uma das mais polêmicas ambientalistas do país, ela saiu-se com uma expressão muito forte ao referir-se ao Pantanal: estoque de beleza.

Segundo Hess, não leva mais de cinco anos para que o ecossistema pantaneiro, com todo o seu estoque de beleza, se torne um deserto. Tudo porque, entre políticos, governantes e empresários utilitaristas há um enorme deserto de idéias.

O frio que chegou depois da chuva de sábado à noite mudou o figurino pelas ruas de Bonito no dia seguinte, mas não derrubou a temperatura do entusiasmo do público no Festival de Inverno. No domingo (3), a manhã fria teve sol brilhante e show de bandas e fanfarras na Praça da Liberdade. No mesmo local, no palco fixo carinhosamente apelidado de "Fala Bonitinho", foram os adolescentes da companhia campo-grandense Dançurbana que esquentaram a tarde.

À noite, no palco Fala Bonito, fãs de MPB, rock e blues tomaram a praça para cantar e dançar ao som das bandas Grass e Bêbados Habilidosos. A brisa gelada que apareceu para finalmente dar cara de inverno ao Festival pareceu agradar desde aos pequeninos levados por pais e mães, até a turma mais velha. Para todo lado, a moda que desfilava era a de bota, jaqueta e cachecol.

Os primeiros a embalar a noite foram os cinco músicos da Banda Grass. Para eles, o Festival foi uma ótima oportunidade para divulgar o CD que está saindo. O público pôde conferir, entre outras, as músicas "Drible" e "Vai Valer a Pena" - essa última é a que dá nome ao disco. O Grass apresentou também um pouco da influência jamaicana e africana. "É esse nosso som, nossa identidade, nossa originalidade", definiu o vocalista Rodrigo. E como a proposta é não ter preconceito, a banda encerrou o show cantando o samba-roque "Sambamente".

Além da turma mais jovem que demonstrou ter gostado do som novo da Grass, a praça atraiu os fãs do já conhecido estilo dos Bêbados Habilidosos. Blues e bom humor empolgaram a platéia. Ex-integrante da banda, Fábio Brum apareceu para dar uma canja.

Às 21 horas, Os Bêbados fecharam os shows da Praça da Liberdade, encerrando as atrações 2008 do Palco Fala Bonito e deixando no público a expectativa pela próxima edição do Festival de Inverno.

O Ministro do Turismo, Luiz Barretto, esteve ontem (04/08) em uma solenidade em Buenos Aires para a abertura do seminário Argentina-Brasil: Uma Aliança Produtiva Chave. O evento, que contou com a participação de 264 empresários brasileiros e 100 argentinos, pretende estimular os negócios entre os dois países.

Além de Barretto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve presente, e destacou que Brasil e Argentina passam por um "momento excepcional", e que os empresários de ambos os países deveriam se reunir regularmente para debater sobre desafios comuns. De acordo com ele, o comércio entre Brasil e Argentina aumentou em 35% entre janeiro e junho.

Após a abertura, na parte da tarde foram realizados encontros setoriais, como o de Turismo, envolvendo Luiz Barretto e Jeanine Pires, presidente da Embratur.