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Notícias de Bonito MS

Os mirandenses foram os últimos, no sábado (09) e domingo (10), a saudarem a volta do trem de passageiros, nas viagens especiais programadas pela Serra Verde, nesta primeira fase do projeto, que prevê viagens entre Campo Grande e Miranda, num percurso de 220 quilômetros, com duração de oito horas. Depois da inauguração oficial na última sexta-feira (08), com a presença do presidente Luis Inácio Lula da Silva e um grande número de autoridades, o trem voltou a circular, no sábado, chegando à Miranda. A receptividade da população foi extraordinária, a ponto de ser vista como a maior manifestação popular da história do município de pouco mais de 23 mil habitantes.

Destinado somente ao turismo, o Pantanal Express começa a operar comercialmente no próximo sábado (16) e terá passagens na classe econômica a R$ 39,00; na classe turística, R$ 77,00 e na classe executiva, R$ 126,00. Mais de R$ 22 milhões estão sendo investidos no projeto turístico, provenientes do Ministério do Turismo, governo de Mato Grosso do Sul e iniciativa privada. Aos municípios também cabe uma contrapartida na área de infra-estrutura urbana e treinamento de pessoal, como aconteceu em Aquidauana.

A linha que começa a operar a partir do próximo final de semana tem capacidade para 282 passageiros, neste início de operações. A partir de 2010, quando a segunda etapa do projeto estiver concluída, estendendo a viagem até Corumbá, a expectativa é que a capacidade seja aumentada para 414 pessoas. Segundo a BWT Operadora, empresa responsável pela comercialização do Pantanal Express, nome oficial do Trem do Pantanal, a procura tem sido muito boa pelos pacotes, desde o início da vende de passagens. Nove vagões divididos nas categorias econômica, turística, executiva, restaurante e bagageiro serão utilizados. As saídas acontecerão todos os sábados, às 07h30, da estação Indubrasil e a volta aos domingos às 08h30, de Miranda.

Lula quer fazer passeio completo

O presidente Lula afirmou, depois de ter feito parte do percurso do trem, entre Aquidauana e o distrito de Palmeiras, que pretende fazer a viagem completa, depois que deixar a Presidência, "sem ninguém para pedir para tirar fotografia, sensatinho do vagão com a dona Marisa (primeira dama), apreciando cada borboleta, cada vaga lume". A visão do "passeio completo" do presidente já inclui a segunda etapa do roteiro do Trem do Pantanal, que prevê a extensão da linha até Corumbá. Lula prometeu que a obra começa em 2010. O governador André Puccinelli, maior responsável pela volta do trem, reforçou o compromisso.

Estar no centro das atenções do país, pelo menos em um dia, foi uma das melhores coisas que aconteceu para Aquidauana nos últimos anos. O lançamento do Trem do Pantanal, na última sexta-feira (08) deu ao município que situa-se no início do Pantanal sul-mato-grossense - por isto é conhecido como "Portal do Pantanal" - e há duas horas, por via terrestre, de Bonito - outra referência mundial em termos de belezas naturais - a projeção que precisa para o seu potencial turístico.

Centenas de órgãos de imprensa do país e do exterior deram destaque não apenas a presença de um grande número de personalidades políticas como os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Fernando Lugo, do Paraguai, mas a grande manifestação popular ao longo dos mais de 50 quilômetros percorridos em cerca de duas horas e 10 minutos pelo Pantanal Express, entre Aquidauana e Palmeiras, em sua primeira viagem oficial.

Um dos primeiros a chegar a Aquidauana para o ato de lançamento, o governador do Estado de Tocantins, Marcelo Miranda, destacou a importância do Turismo para o desenvolvimento do país, especialmente os projetos voltados para o pantanal. Segundo Marcelo Miranda, o rico eco sistema da região é referência no turismo brasileiro. A diretora-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, Nilde Brum, igualmente pensa no Trem do Pantanal - o Pantanal Express - como um produto muito forte, fácil de ser vendido no mercado nacional e internacional.

Diversas manifestações

No balanço das percepções a respeito da volta do Trem do Pantanal, o resultado é altamente positivo. Todos que participaram das cerimônias em Aquidauana e nos distritos de Palmeiras (Dois Irmãos do Buriti) e Indubrasil (Campo Grande) destacaram a relevância do projeto:

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "O Trem do Pantanal vai mudar a história de Mato Grosso do Sul".

Governador André Puccinelli: "Este trem é a nossa marca para o Brasil e o mundo".

Delcídio do Amaral, senador: "A volta do trem traz otimismo para a população de municípios do Estado".

Prefeito Fauzi Suleiman, de Aquidauana: "Estamos muito felizes. A cidade está feliz. A região está feliz. Mato Grosso do Sul está feliz".

Deputado Federal Waldemir Moka: "É um resgate histórico!"

Marcelo Miranda (Superintendente do DNIT): "Este Trem vai aumentar o movimento em nossas cidades".

Deputado Federal Geraldo Resende: "Mato Grosso do Sul marca um gol de placa".

Deputado Estadual Márcio Fernandes: "Aquidauana tem muito a ganhar com a volta do trem do pantanal".

Adonai Filho, da Serra Verde: "Estou emocionado. A volta do trem tem um valor cultural muito grande para Mato Grosso do Sul".

Deputado Federal Antonio Carlos Biffi: "Este Trem é muito importante para alavancar o desenvolvimento do turismo, geração de emprego, geração de renda e reavivar esta região!"

Osmar Jerônymo, Chefe da Casa Civil de Mato Grosso do Sul: "É um desejo realizado. Parabéns ao Mato Grosso do Sul pelo resgate!"

Claudio Valério, Prefeito de Anastácio: "Além de ter o benefício da volta, podemos matar saudades de um tempo que ficou no coração da gente".

Ruiter Cunha de Oliveira, Prefeito de Corumbá: "O trem do Pantanal é um instrumento importante que volta para agregar e dar valor econômico especial para esta região".

José Antonio, prefeito de Ladário: "O Trem vai acrescentar muito para a potencialidade turística que o nosso Estado tem".

João Carlos Lemes, prefeito de Bataguassu: "Este trem vem fazer com que nos tornemos mais conhecidos dentro daquilo que é peculiar ao nosso povo: os costumes, a tradição e a beleza".

Marisa Serrano, Senadora: "Este trem é o ponta pé inicial para todos os projetos que o prefeito Fauzi tem a desenvolver".

Deputado Estadual Jerson Domingos, presidente da Assembléia Legislaiva: "O trem representa um ganho muito importante para o turismo de todo o Estado".

O turista que passar por Campo Grande depois de conhecer a cultura campo-grandense tem a opção de embarcar no Trem do Pantanal. Para os mais saudosistas, a renovação da linha traz à tona os tempos áureos de passeio em trem. Aos mais novos proporciona uma sensação de estar em contato com a natureza. Pelas janelas da locomotiva os viajantes têm a oportunidade de ver araras azuis e outras espécies de aves e animais nativos da região. Durante o trajeto, um espetáculo a parte. Os rios Miranda e Aquidauana mostram a perfeição dos caminhos fluviais que cortam as cidades menores.

A viagem começa em Campo Grande. A capital sul-mato-grossense reserva um atrativo cultural que começa na Casa do Artesão e no Memorial da Cultura Indígena, uma construção toda de bambu localizada na Aldeia Urbana Marçal. A cidade também marca o início das viagens àquele que se propõe a conhecer o Pantanal. Uma breve visita ao "Camelódromo", que abriga vendedores de produtos eletrônicos e artigos importados, não pode ficar de fora do roteiro.

A região do Pantanal é conhecida por suas belas paisagens e natureza exuberante. No Mato Grosso do Sul, a pesca, as trilhas e os passeios em meio à natureza são programas garantidos para turistas interessados em conhecer a beleza do País em um estado rico em diversidade. Agora, o Pantanal Express (Trem do Pantanal) revelará as belezas sul-mato-grossenses por um novo prisma, acompanhado de um ar nostálgico que remonta o passado em meio a um equipamento moderno e único.

Resultado da parceria entre Serra Verde Express, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Prefeitura Municipal de Campo Grande por meio da Sedesc e América Latina Logística (ALL), o novo transporte turístico já está pronto para receber turistas brasileiros e estrangeiros que sonham em fazer uma viagem à modo antiga. Dessa vez, o passeio vem aliado a um programa turístico que contempla, inicialmente, três municípios: Campo Grande, Aquidauana e Miranda, num trecho de 220 quilômetros em, aproximadamente, sete horas de viagem.

As cidades pelas quais os visitantes passarão reservam atrativos e atividades completas e inesquecíveis. Aos sábados, o viajante vai de Campo Grande a Miranda; enquanto aos domingos há a possibilidade de fazer viagem de volta. O programa pode ser rápido, mas certamente é marcante. Ao passear pelos municípios, os visitantes podem conhecer a culinária típica da região em um lugar que oferece ar puro, natureza e um roteiro de compras para levar um souvenir de artesanato local para a família.

Aquidauana e Miranda
Após presenciar algumas das paisagens do Pantanal, a primeira parada do trem acontece em Aquidauana. A cidade, fundada em 1892 por coronéis e pelo major Teodoro Rondon, foi considerada por anos a mais desenvolvida do antigo Estado do Mato Grosso. Um dos motivos da fama era a estrada de ferro, que engrandecia o mercado regional. Aos turistas que querem aproveitar a história da região, uma passagem pela Praça Afonso Pena, que abriga a Biblioteca Municipal, é uma boa pedida. O local ainda serve de palco para eventos típicos e festas regionais. Logo na entrada da cidade, a Igreja Matriz Imaculada Conceição, chama a atenção por seu estilo gótico.

Passar por Aquidauana significa também desfrutar de adrenalina e emoção. Para os mais aventureiros há opções de passeios de barco, trilhas, cavalgada, caminhadas e até uma focagem noturna para avistar os animais silvestres. Para repor as energias após as diversas atividades, os cardápios oferecem a peculiar feijoada de pintado ou um prato à base de carne branca, pescada das águas doces da região, que aprimoram o paladar.

Após experimentar a gastronomia de Aquidauana chega o momento de voltar ao trem e continuar a viagem, com parada final na Estação de Trem de Miranda. Com atividade pesqueira forte, a culinária também se destaca nesse município. E o artesanato ganha repercussão com produções em barro dos índios Kadiweu. O passeio cultural toma forma com as visitas às aldeias indígenas, que ficam a cinco quilômetros de distância do Centro. As mais conhecidas são Passarinho e Cachoeirinha.

Outras Opções

A viagem revela outras atrações no circuito fora do caminho dos trilhos. Corumbá, por exemplo, está a noroeste de Miranda e é conhecida como cidade branca, devido ao solo rico em calcário (mineral de coloração predominante branca). Considerado o terceiro município mais populoso e importante do Mato Grosso do Sul, oferece atrativos como danças típicas, cantigas e culinária exótica, influenciada pela "vizinha" Bolívia. Durante todo o ano mantém as altas temperaturas, o que não interfere em programas de lazer e roteiro cultural na cidade, além disso, é possível encontrar artesanato boliviano.

Outros destinos em Mato Grosso do Sul, surpreendem aos turistas que buscam natureza e bem-estar. Há 120 quilômetros a sudoeste de Miranda, a viagem pelo estado pode levar a Bonito, o nome já diz o significado da cidade que esse nome. Para preservar tanta beleza, a manutenção do lugar se dá pelo acesso restrito aos turistas. Em meio ao cerrado, Bonito possui cavernas, lagos, lagoas e rio de águas cristalinas. Atrações imperdíveis em um território praticamente preservado em fazendas e reservas particulares.

O Pantanal sul-mato-grossense deve ter a maior seca dos últimos 35 anos. Segundo previsão da Embrapa Pantanal, em Corumbá, o nível do Rio Paraguai deverá atingir o pico de 3 metros em meados deste mês ou de junho. Este índice é o mais baixo desde 1973 e deverá bater o recorde de 2001, quando a régua de Ladário, município que faz divisa com a Cidade Branca, mediu 3,15 metros.

Segundo o pesquisador Ivan Bergier, autor do levantamento, é a terceira maior seca da região registrada nesta década. Os outros dois grandes períodos de estiagem ocorreram em 2001 e 2005. A previsão de cheia é feita com base no Modelad (Modelo de Previsão do Nível do rio Paraguai em Ladário). O modelo utiliza a medição da régua de Ladário e a série histórica de dados coletados desde 1900 pela Marinha do Brasil.

"A segunda previsão do Modelad aponta para um ano de seca na planície de inundação do rio Paraguai. A previsão realizada em abril, com erro médio de 29,5 cm, situa-se na porção inferior da previsão realizada em março, sugerindo que o rio Paraguai deve ter seu nível máximo ao redor de 3 metros na Base Naval da Marinha em Ladário", explicou Ivan. "Nos últimos 35 anos os três menores níveis máximos observados ocorreram nesta década", afirmou o pesquisador.

A maior estiagem em 35 anos reduzirá a quantidade de peixes na planície pantaneira, segundo a pesquisadora Emiko Kawakami de Resende. De acordo com ela, a produção de peixes na região está diretamente relacionada à cheia. "Quanto maior a cheia, maior a produção. O inverso também é verdadeiro", explicou. Emiko alertou que a produção de peixes na região será menor pelos próximos dois ou três anos. "Parece que este ano está pior. Aqueles que dependem dessa atividade econômica - tanto o turismo, quanto o pescador profissional artesanal - devem se precaver", disse.

De acordo com a pesquisadora Márcia Divina de Oliveira, especializada em ecologia de rios e áreas inundáveis, a decoada não deverá ser significativa em 2009, por conta do baixo nível das águas na cheia. "Como o nível do rio deverá ficar em torno de 3 metros, não ocorrerá decoada em grandes escalas. Ela tende a ser mais forte quando o nível do rio passa dos três metros, o que aumenta a interação entre o rio Paraguai e a planície. A decoada consiste principalmente por alteração nas características da água, com ênfase na baixa concentração de oxigênio dissolvido, resultante da decomposição da matéria orgânica seca inundada na planície quando as águas sobem", esclareceu.

Com a primeira viagem comercial agendada para o dia 16, o Trem do Pantanal sairá da estação de Indubrasil às 7h30 de sábado. Às 11h30, o trem pára em Piraputanga para embarque e desembarque. A chegada em Aquidauana acontece às 12h30, de onde o trem parte às 15h. Três horas depois, às 18h, ele chega a Miranda.

No domingo, o Trem do Pantanal deixa a cidade de Miranda às 8h30. Às 11h30, chega a Aquidauana, onde permanece até às 14h. Uma hora depois, o trem passa por Piraputanga e chega à Capital às 19h30.

Veja o valor das passagens:

Classe econômica (sem serviço de bordo) - Campo Grande/Aquidauana: R$ 32; Aquidauana/Miranda: R$ 23; Campo Grande/Miranda: R$ 39.

Vagão Turístico (serviço de bordo com comissário, lanche e refrigerante) - Campo Grande/Aquidauana: R$ 61 para adultos e R$ 28,60 para crianças; Aquidauana/Miranda: R$ 39 (adultos) e R$ 19,80 (crianças); Campo Grande/Miranda: R$ 77 (adultos) e R$ 37,40 (crianças).

Vagão Executivo (serviço de bordo com comissário bilíngue, lanche, água, refrigerante e cerveja) - Campo Grande/Aquidauana: R$ 93 (adultos) e R$ 45,40 (crianças); Aquidauana/Miranda: R$ 51 (adultos) e R$ 28,60 (crianças); Campo Grande/Miranda: R$ 126 (adultos) e R$ 57 (crianças).

Crianças de até dois anos tem gratuitade total. De 2 a 5 anos, a viagem é gratuita desde que não ocupem assento. A tarifa é válida para crianças de 5 a 12 anos.

"Na vida tem dois caminhos: o de ida e o de volta", trecho do filme Paralelos, sobre o Trem do Pantanal

A imponência da Serra de Maracaju, as formas do cerrado, o infinito número de dormentes abandonados às margens do caminho, a felicidade dos que saem de casa correndo para acenar um tchau. Imagens que podem ser avistadas da janela panorâmica do Trem do Pantanal.

Depois de mais de uma década distante dos trilhos, o som do apito, na estação de Indubrasil, soou às 7h45 de sábado, pondo em marcha a primeira viagem com destino a Miranda.

O ritmo dos sete vagões, sendo cinco para passageiros, é ditado pela locomotiva a diesel, sob o comando do maquinista Claudemir Sabbo. A velocidade média de 27 km/h, imposta pelo estado de conservação da malha ferroviária, evidencia que esta e viagem para quem não tem pressa.

Dentre os vagões de passageiros, dois se tornam atrações: o vagão bar (destinado às apresentações culturais) e o camarote. O primeiro, que reproduz tuiuiús, ipês floridos e o céu azul do Pantanal, será acessível para passageiros que pagarem a partir de R$ 39, valor mínimo para embarcar no trem.

Já o segundo só será conhecido pelos que desembolsarem R$ 126. No vagão camarote, as cabines de madeira, as luminária e fotos antigas do trem, ainda em preto e branco, garantem o clima de nostalgia.

Nas classes turística e econômica , há ar condicionado e poltronas em courino. O vagão turístico ainda inclui lanche, guia e apresentação cultural. Serviços ausentes na classe econômica. A classe executiva tem bancos em couro, guia bilíngüe e janelas amplas, que proporcionam melhor visão ao viajante.

No percurso até Aquidauana, o trem vai parar apenas em Piraputanga. Contudo, o breve tempo de dez minutos para embarque e desembarque promete frustrar os comerciantes locais. No caminho até a cidade "Portal do Pantanal" ainda há o distrito de Palmeiras, mas o cronograma de paradas do trem deixa os moradores do pequeno povoado na saudade.

No trajeto, apenas araras e bois se mostram ao olhar do viajante, que finda a viagem sem ver moradores ilustres do ecossistema, como o tuiuiú. Cabe frisar que o trajeto mais próximo da maior planície alagada do planeta foi feito no fim da tarde, quando a penumbra dificulta visualizar a paisagem.

O passeio se torna quente quando o sol do meio dia leva os seis ares condicionados à exaustão. Prestativos e diligentes, os guias ainda não dominam os pontos de passagem do trem, como o equívoco de confundir a estação de Piraputanga com a de Camisão.

Comovente - Pelo caminho, a população expressa alegria, carinho e esperança com a volta do velho trem. Adultos, crianças, idosos: todos se apressam para olhar, acenar, fotografar e aplaudir. Na estação de Aquidauana, inaugurada em 1911, a banda de musica recepciona os passageiros com o clássico composto por Paulinho Simões e Geraldo Roca: "Trem do Pantanal".

Lá, gente como Moisés Alencar, motorista de van de turismo, comemora. "O turismo é muito importante para a cidade, que não tem industrias, grandes empresas", afirma. "Estou muito feliz", resume o aposentado, Gerson de Alencar, que viajou no tempo da Maria Fumaça.

"A cidade é o que é por causa do trem. Quando o trem deixou de funcionar, uma parte da alma de Aquidauana também se fragmentou", enfatiza o prefeito Fauzi Suleiman. Às 16 horas, o som do apito põe o trem novamente em marcha.

No trajeto para Miranda, o viajante é brindado com a beleza do rio Aquidauana e pelo pôr do sol que avermelha o horizonte. Em seguida, a lua cheia imensa e amarela passa a boiar no céu.

Ultima parada, Miranda fez festa para ver o Trem do Pantanal. As pessoas se aglomeraram no entorno da ferrovia, pondo fim aos anos de espera. Na estação, fundada em 1912, cerca de duas mil pessoas aguardavam pelo trem, que chegou às 19h30.

A cidade investe em divulgação na imprensa nacional para atrair turista: jornalistas vão passar o domingo na cidade, hospedados em famosas pousadas do município. "Das cinco melhores pousadas do Brasil, duas são de Miranda. Temos 824 leitos disponíveis", salienta o secretário de Turismo, Duty Paiva.

Segundo ele, a expectativa é que o Trem do Pantanal reforce a economia da cidade.

Mil passageiros - De acordo com Adonai Aires de Arruda Filho, diretor comercial da Serra Verde Express, que administra o trem, o objetivo é chegar a vinte vagões em 2011, transportando mil passageiros.

No segundo semestre do ano que vem, o trem deverá chegar a Corumbá, trajeto que apresenta a paisagem mais bonita, conforme o relato de antigos viajantes.
"Corumbá e um dos destinos turísticos mais consolidados do Estado", reforça Adonai.

Segundo ele, no feriados, o trem fará apenas o roteiro até Aquidauana, para acelerar o retorno a Campo Grande. Neste dia, haverá parada no distrito de Palmeiras. Passagens para o trem já foram comercializadas no exterior, com grupos agendados, inclusive, para janeiro de 2010.

Desafios - Jornalista da revista "Viaje Mais", Victor Andrade, avalia que a baixa velocidade e o problema no ar condicionado do trem pode comprometer o passeio. "Esta velocidade não está com nada. É por uma questão de segurança, mas se torna chato", observa.

Ele conta que tinha o desejo de fazer a viagem e acredita que a mesma vontade motivará a procura pelo passeio turístico. "Minha tia fez essa viagem ainda no antigo trem", recorda. O gerador dos ares condicionados deverá ser remanejado do fim para o começo do trem.

Sebastião Rosa, dono de agência de viagem e integrante do conselho da Abav/MS (Associação Brasileira de Agências de Viagem), considera que o Trem do Pantanal é um produto vendável. "Mas precisa de um bom plano de marketing. Sob pena de não ter número suficiente de turista para manter o trem em atividade". Para ele, a estadia em fazendas da região será o ponto forte para atrair os turistas.

A viagem para jornalistas e operadores de agência de viagem foi oferecida pela Serra Verde Express, prefeituras de Aquidauana e Miranda, e governo do Estado.

Faltando 21 dias para o anúncio oficial da FIFA com as 12 cidades escolhidas pela entidade para abrigar jogos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, "só resta saber se a subsede do Pantanal será Cuiabá ou Campo Grande". É o que diz o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, do Rio de Janeiro, em sua coluna publicada na edição deste domingo.

De acordo com Ancelmo Gois, não será surpresa se Manaus, e não Belém ou Rio Branco, for escolhida como a subsede amazônica do Mundial.

O colunista prevê que o Nordeste terá quatro capitais com jogos da Copa de 2014: Fortaleza, Recife, Salvador e Natal.

A FIFA vai anunciar a escolha das 12 cidades entre 17 candidatas no dia 31 deste mês, às 13 horas (horário sul-mato-grossense), em Paradise Island, nas Bahamas.