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segunda, 11 de maio de 2009

Com maior seca em 35 anos, Pantanal terá menos peixes

Campo Grande News

O Pantanal sul-mato-grossense deve ter a maior seca dos últimos 35 anos. Segundo previsão da Embrapa Pantanal, em Corumbá, o nível do Rio Paraguai deverá atingir o pico de 3 metros em meados deste mês ou de junho. Este índice é o mais baixo desde 1973 e deverá bater o recorde de 2001, quando a régua de Ladário, município que faz divisa com a Cidade Branca, mediu 3,15 metros.

Segundo o pesquisador Ivan Bergier, autor do levantamento, é a terceira maior seca da região registrada nesta década. Os outros dois grandes períodos de estiagem ocorreram em 2001 e 2005. A previsão de cheia é feita com base no Modelad (Modelo de Previsão do Nível do rio Paraguai em Ladário). O modelo utiliza a medição da régua de Ladário e a série histórica de dados coletados desde 1900 pela Marinha do Brasil.

"A segunda previsão do Modelad aponta para um ano de seca na planície de inundação do rio Paraguai. A previsão realizada em abril, com erro médio de 29,5 cm, situa-se na porção inferior da previsão realizada em março, sugerindo que o rio Paraguai deve ter seu nível máximo ao redor de 3 metros na Base Naval da Marinha em Ladário", explicou Ivan. "Nos últimos 35 anos os três menores níveis máximos observados ocorreram nesta década", afirmou o pesquisador.

A maior estiagem em 35 anos reduzirá a quantidade de peixes na planície pantaneira, segundo a pesquisadora Emiko Kawakami de Resende. De acordo com ela, a produção de peixes na região está diretamente relacionada à cheia. "Quanto maior a cheia, maior a produção. O inverso também é verdadeiro", explicou. Emiko alertou que a produção de peixes na região será menor pelos próximos dois ou três anos. "Parece que este ano está pior. Aqueles que dependem dessa atividade econômica - tanto o turismo, quanto o pescador profissional artesanal - devem se precaver", disse.

De acordo com a pesquisadora Márcia Divina de Oliveira, especializada em ecologia de rios e áreas inundáveis, a decoada não deverá ser significativa em 2009, por conta do baixo nível das águas na cheia. "Como o nível do rio deverá ficar em torno de 3 metros, não ocorrerá decoada em grandes escalas. Ela tende a ser mais forte quando o nível do rio passa dos três metros, o que aumenta a interação entre o rio Paraguai e a planície. A decoada consiste principalmente por alteração nas características da água, com ênfase na baixa concentração de oxigênio dissolvido, resultante da decomposição da matéria orgânica seca inundada na planície quando as águas sobem", esclareceu.

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