Notícias de Bonito MS
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) concluiu neste final de semana a formação de 27 ribeirinhos para ajudar na proteção ambiental do distrito de Albuquerque, em Corumbá, a 419 quilômetros de Campo Grande.
O grupo de voluntários que recebeu treinamento inclui pescadores, piloteiros, marisqueiros e funcionários da rede hoteleira, que receberam aulas práticas de defesa ambiental, além de noções de legislação e cuidados com a fauna e flora locais.
Depois do curso, os participantes foram incumbidos de atuar para estender a fiscalização do Ibama com o objetivo de proteger os recursos pesqueiros do município.
Turismo - Apenas no ano passado, o distrito de Albuquerque recebeu oito mil turistas que foram ao povoado utilizar recursos pesqueiros. Conforme o Ibama, a visitação diminui os estoques pesqueiros, aumenta a quantidade de lixo e outros problemas sociais na região.
Outro problema é que a sazonalidade do emprego gerada pela alta temporada do setor turístico, de março a outubro, e deixa a população sem uma fonte de renda no restante do ano. Por isso, a intenção do curso do Ibama é também preencher essa lacuna socioambiental.
A escolha do distrito foi justamente para proporcionar uma alternativa e dar sentido às ações dos ribeirinhos no enfrentamento dos problemas ambientais causados pelo crescimento desordenado e pela pesca predatória.
Para o superintendente do Ibama, David Lourenço, as ações de preservação devem ser usadas para conter o desmatamento, a pesca predatória e o turismo desordenado no Pantanal.
A coordenadora estadual do programa de treinamento do Ibama, Natalina da Rocha Vieira, ressalta que pelo trabalho já foram capacitados 11 agentes ambientais para atuar junto às populações tradicionais do Estado.
O distrito de Albuquerque, onde foram formados os ribeirinho, tem como principal econômica o turismo de pesca. O povoado é considerado o berço de Corumbá, onde surgiu a cidade que depois se deslocou para a beira do rio Paraguai.
Nesta quinta-feira, dia 2 de dezembro, às 19h, na livraria Lê, as professoras doutoras na área de Geografia das Universidades Federais do Rio de Janeiro e do Mato Grosso do Sul lançam dois novos livros sobre o Pantanal. A Lê fica na Rua Antônio Maria Coelho, nº 3.862.
O livro "O rural em movimento: a pecuária nas transformações espaciais do Pantanal" de autoria das professoras Ana Paula Correia de Araújo (UFMS) e Ana Maria Bicalho (UFRJ) mostra a forma como o Pantanal se insere no mundo globalizado, as suas peculiaridades, contradições e o reconhecimento da manutenção da importância da pecuária bovina de corte na continuidade dos processos sociais, políticos e espaciais pantaneiros.
"Estudar o Pantanal não é uma tarefa fácil. A região é extensa, de difícil acesso e com um relevo peculiar. São anos de pesquisas nas fazendas, de convivência com pantaneiros, com empresários que investem na região, sempre solícitos às inquietações construídas por hipóteses, métodos e teorias. Interessa-nos a complexidade que assume o Pantanal em sua articulação com a globalização", ressalta a professora Ana Paula Correia de Araújo.
O segundo título a ser lançando é “Porteiras Assombradas do Paraíso – embates da sustentabilidade socioambiental no Pantanal” de autoria da professora Icléia Albuquerque de Vargas.
Nesta publicação são analisados, através de uma construção interdisciplinar no domínio do meio ambiente e do desenvolvimento, os conflitos e embates dos processos de gestão do território e da paisagem do Pantanal sul-mato-grossense.
Icléia Vargas destaca que o livro foi elaborado a partir da perspectiva dos referenciais da Geografia Cultural, aprofundando o debate sobre território, identidade, paisagem, sustentabilidade, governança, patrimônio e o sentimento de ser natural dessa região. “A obra propõe desvelar o jogo que permeia as perspectivas do discurso da sustentabilidade ambiental. Expostos às pressões internas e externas fomentadas pelo apelo socioambiental de suas paisagens, os territórios pantaneiros são objeto de constantes re-direcionamentos político, social e econômico", afirma Vargas.
Apesar de serem produtos de pesquisas acadêmicas, as autoras têm a intenção de que a leitura atinja um público mais amplo que - por diferentes motivos - tenha interesse em conhecer e compreender os processos sócio-espaciais que vêm ocorrendo no Pantanal nesses últimos anos.
Sebrae, Ministério do Turismo e Abav realizaram série de cinco encontros macrorregionais de multiplicação dos conhecimentos adquiridos no Programa.
O programa de aprimoramento do turismo nacional, o Benchmarking 2010 que só na edição deste ano visitou nove destinos de referência no Brasil e no exterior colhendo boas práticas em turismo, promoveu cinco seminários nas macro-regiões do País para disseminar os conhecimentos acumulados nas viagens técnicas.
Os encontros aconteceram de 10 a 22 de novembro em Brasília (Região Centro Oeste), Boa Vista (Região Norte), Belo Horizonte (Região Sudeste), Gramado (Região Sul) e Fortaleza (Região Nordeste), com cerca de 450 participantes.
Os seminários tiveram a participação de representantes dos parceiros gestores do programa, Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav), Sebrae, Ministério do Turismo e Embratur, e empresários que participaram das viagens e técnicos de turismo.
Além destes eventos, os participantes das viagens realizaram palestras de multiplicação em suas regiões, totalizando mais de 2,3 mil participantes. Nesses encontros, foram apresentadas as melhores práticas observadas em cada viagem e os resultados positivos já alcançados em 2010, por participantes que já implantaram melhorias em seus negócios com base nas observações das viagens técnicas, que contribuem para a melhoria do destino como um todo. De acordo com o coordenador técnico do programa, Daniel Spinelli, o Benchmarking 2010 já proporcionou 229 ações de melhorias nas empresas. “São as mais diversas ações, desde pequenas melhorias na forma de atender o turista, até mudanças na gestão dos negócios”, afirma Spinelli.
“É um investimento valioso que o governo faz no empresariado brasileiro e ficamos muito satisfeitos quando percebemos o envolvimento e a emoção dos participantes em buscar melhorias em seus empreendimentos com ganho de qualidade e de competitividade do turismo nacional”, explica Antonio Azevedo, diretor da Abav e responsável pela execução do projeto.
Todo o conhecimento gerado pelo Benchmarking 2010 é de domínio público. Durante os seminários, foi distribuída uma publicação com um resumo das viagens, um arquivo contendo as 20 melhores práticas identificadas pelos consultores técnicos, além de dois DVDs. Um deles com os vídeos-resumo do Vivências Brasil, que são as viagens nacionais do Benchmarking, e, o outro, com vídeos do Excelência em Turismo, resumo das viagens internacionais. Os interessados em acessar o conhecimento gerado pelo programa podem procurar as entidades envolvidas em cada estado.
Em 2010 o Benchmarking visitou nove destinos, três internacionais e seis nacionais. Pela ordem cronológica as viagens técnicas foram para República Tcheca, Itália, Recife e Olinda (PE), São Paulo, Brotas e Socorro (SP), Peru, Gramado e Canela (RS), Búzios (RJ) e Pantanal (MS). Ainda será realizada uma viagem ao México, a partir do dia 26 de novembro, com foco de observação na operação diversificada de segmentos turísticos.
O objetivo do projeto é capacitar micro e pequenos empresários brasileiros que atuam diretamente no receptivo ao turista – donos de hotéis, pousadas, restaurantes, agências e operadoras – com base na análise de boas práticas adotadas em destinos que são referência em cada segmento. Os empresários selecionados para cada viagem se comprometem a multiplicar os conhecimentos em seu destino de origem contando com apoio dos Sebraes e Abavs regionais, além das secretarias de turismo estaduais.
Acontece nos dias 9 e 10 de dezembro, em Bonito, o III encontro Nacional de Coordenadores Estaduais do Programa Bolsa-Família. O encontro é uma parceria das Secretarias de Estado de Trabalho e Assistência Social, Saúde e de Educação de Mato Grosso do Sul e tem por objetivo o fortalecimento do pilar da intersetorialidade, que é um fator definitivo para uma gestão exitosa das três áreas que coordenam o programa.
No encontro serão discutidas as vertentes das Condicionalidades, com ênfase nos avanços deste ano e desafios futuros. Dele deverá sair a Carta de Mato Grosso do Sul, com os objetivos e propostas discutidas para as ações do próximo ano.
O evento contará com a presença de coordenadores estaduais do Programa Bolsa-Família, bem como técnicos do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), do Ministério da Saúde de Mato Grosso do Sul e do Ministério da Educação (ME), estes que terão papel relevante nas discussões, além de outras autoridades estaduais e federais.
Viagem de 30 dias resultará em documentário sobre as belezas do Brasil.
A Expedição tem como proposta fazer um verdadeiro inventário antropológico e cultural do Brasil, que dará origem, em 2011, a um documentário sobre a beleza e diversidade brasileira além de um livro que trará dicas de esportes, cultura e lazer nos locais visitados. Os dez expedicionários escolhidos em um concurso via internet têm em comum o gosto pela pratica de esportes de aventura. Eles estão viajando por regiões pouco exploradas, perfeitas para a prática de esportes radicais como escalada, rapel, montanhismo, ciclismo, trekking, parapente, entre outros esportes radicais. No total serão 32 municípios visitados e 8 mil quilômetros de estradas rodados em 30 dias de aventura.
A equipe conta também com uma antropóloga, que fará um levantamento de traços marcantes da cultura, dos costumes e das tradições de cada um dos povoados visitados - de aldeias indígenas a comunidades quilombolas. Fazem parte ainda da expedição um chef de cozinha, que além de cozinhar para todos os integrantes, terá a missão de criar receitas – e reinventar pratos típicos, usando ingredientes locais –, e um músico. A esse profissional caberá a tarefa de captar os sons de cada região e transformá-los em trilha sonora da viagem. E por um pentacampeão em escalada de dificuldade, que vai acompanhar todas as atividades radicais.
A expedição saiu do estado do Rio de Janeiro no último dia 10. Desceu pelo litoral de São Paulo e seguiu até Santa Catarina; de lá subiu pelo Paraná, cruzará o Mato Grosso do Sul, passando por Bonito e pela região do Pantanal, até chegar à Serra do Roncador, no Mato Grosso. Depois disso, seguirá para o Distrito Federal, passará por Goiás e contornará a divisa de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, até chegar a São Paulo.
Com o objetivo capacitar membros da comunidade local para oferecer serviço de condução ecoturística de qualidade, foi iniciado, no dia 22 de novembro, o “I Curso de Capacitação de Condutores de Visitantes no Pantanal”. Durante oito dias, 11 alunos, membros da comunidade local, nascidos e criados no Pantanal: peões de fazenda, assistentes da Embrapa e ribeirinhos, terão a oportunidade de conhecer conceitos teóricos e práticos sobre assuntos relacionados ao atendimento de turistas na região pantaneira.
Segundo a coordenadora do curso, Isabella Fontana, este é um projeto piloto que visa desenvolver, futuramente, um curso de extensão continuada cada vez mais completo para capacitar membros da comunidade local: “ O potencial turístico do Pantanal é inegável e pensando na necessidade de capacitação de mão-de-obra, organizamos este curso. Por se tratar de um curso piloto os alunos foram indicados por pesquisadores da Embrapa Pantanal e por profissionais da área turística que já conhecem prováveis alunos que atuam neste ramo em hotéis-fazenda localizadas na Nhecolândia”, explica Isabella.
Dividido em duas etapa, o curso conta com uma fase teórica, ministrada no prédio da Embrapa Pantanal, em Corumbá, e outra prática, realizada no Campo Experimental da Unidade: Fazenda Nhumirim. Os conteúdos vão desde cuidados básicos com cavalos e cães, técnicas básicas de operação de veículos 4x4, uso de GPS e noções de primeiros socorros até informações sobre o bioma e história do Pantanal, identificação dos principais mamíferos do Pantanal, noções de legislação ambiental, biopirataria e empreendedorismo na área.
O “I Curso de Capacitação de Condutores de Visitantes no Pantanal” é uma realização da Embrapa Pantanal, (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, em parceria com a Universidade de Brasília (UNB) e conta com o apoio da Organização Não-Governamental Wildlife Conservation Society (WCS).
Para encerrar as atividades no município de Bonito, o Projeto GEF Rio Formoso realiza hoje um “dia de campo” demonstrando as ações executadas durante o desenvolvimento do projeto na cidade.
O GEF que contou com investimentos do Banco Mundial e coordenação da Embrapa e da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), contou também com a participação da Prefeitura Municipal de Bonito.
As atividades terão início às 7h30 na Fazenda Angélica e conta com o apoio do Sindicato Rural de Bonito e Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (Iasb).
O dia de campo vai abordar a produção agropecuária sustentável e Conservação da biodiversidade, e contará com a participação de produtores rurais, técnicos em extensão rural e de órgãos ambientais da região, além de integrantes do Projeto GEF Rio Formoso.
Durante o dia de campo serão abordados temas relativos à produção sustentável e demonstradas ações executadas pelo projeto em solos com alta suscetibilidade à erosão. Os participantes poderão acompanhar a demonstração de atividades referentes a manejo de conservação de solo e água; adequação de estradas; sistemas alternativos de produção e recuperação de áreas degradadas com o uso de sistemas agrosilvipastoris e agroflorestais; produção de mudas florestais; produção de composto orgânico na fazenda, entre outros temas.
Segundo a organização, as atividades terão ênfase no consórcio realizado no sistema agrosilvipastoril. “Esse sistema garante uma maior sustentabilidade econômica e ambiental, através da possibilidade de diversificação da produção, proteção das ações de conservação de solo e água, bem estar animal e aumento da biodiversidade. As plantas consorciadas ficam menos suscetíveis a problemas climáticos e a interação entre as espécies é benéfica no controle de pragas e doenças, bem como nos tratos de ambas as culturas”, explica o engenheiro agrônomo Ernane Seidel.
De acordo com o agrônomo, a combinação intencional de árvores, pastagem e gado numa mesma área e manejados de forma integrada pode resultar em vários benefícios para os componentes do ecossistema, como o clima, solo, micro organismos, plantas forrageiras e animais.
GEF Rio Formoso: O projeto financiado pelo Banco Mundial é coordenado pela Embrapa Solos e conta com a participação da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS, coordenadora regional), Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS) e Embrapa Pantanal (Corumbá-MS).
Com as ações do GEF Rio Formoso são criadas alternativas sustentáveis para o desenvolvimento das atividades econômicas do município de Bonito nas áreas de agropecuária e turismo, com a participação direta da comunidade, de forma a não degradar o meio ambiente e visando a sua recuperação.
Também estão envolvidos no projeto, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac), Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Conservação Internacional (CI Brasil) e Fundação Cândido Rondon (gestora financeira).
O projeto possui ainda outros colaboradores e co-executores importantes, como a Prefeitura Municipal de Bonito pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o IASB (Instituto das Águas da Serra da Bodoquena) e apoio técnico e institucional do Ibama.