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Notícias de Bonito MS

O Festival de Inverno de Bonito que terminou neste domingo ofereceu aos espectadores a oportunidade de ver, em um mesmo espaço, a arte popular de mágicos, mamulengos, malabaristas, pernas de pau, e a arte refinada de reconhecidos artistas plásticos nacionais. Na mesma praça onde era possível assistir a teatro sentado no chão, uma galeria estava de portas abertas para receber amantes da arte e pessoas que não têm o hábito de visitar museus ou galerias tradicionais.

Convidados para expor seus trabalhos, os artistas Angella Conte (SP), Flavio Lamenha (PE), Rodrigo Moriz (MG) e Raul Leal (RJ) passaram a semana em Bonito, montando as exposições, conversando com visitantes da mostra, e se deslumbrando com a natureza do município.

"Foi uma semana maravilhosa. E essa idéia da galeria na praça que acontece no festival é uma proposta muito interessante", diz Angella Conte, que já esteve a Bonito a passeio nove anos atrás, e agora voltou com uma exposição que tem muito a ver com o lugar, porque propõe um olhar crítico para a paisagem e os problemas ambientais. A mostra trouxe vídeos e videoinstalação que instigam. Na obra maior, uma sala ganha coloração de luz azulada e reflexos espelhados enquanto se vê e ouve uma queda dágua. Da área principal da galeria, o ruído inconfundível da correnteza atraía os visitantes para esse espaço, separado por uma leve divisão de tecido, provocando uma descoberta surpreendente.

Também não dava para ficar impassível diante da arte bordada do mineiro Rodrigo Mogiz. A técnica de bordar não é tão incomum como possa parecer, segundo o próprio artista, e o diferencial em seu trabalho é o uso de sobreposição de camadas de entretelas para compor a peça. Em cada camada, uma parte do desenho, do bordado, da estória vai se desenhando; juntas, seus botões, linhas, pontos se tornam, ao fim, um único painel, onde o bordado também é a técnica para expressão textual. "É um trabalho que às vezes atrai pela beleza, mas que tem mais coisas por trás, elementos para fazer uma provocação, como discutir as relações pessoais, por exemplo. Existe uma relação poética entre a imagem e o que está escrito", explica Mogiz.

No trabalho de Raul Leal, não é o acréscimo, mas a subtração de elementos que ganha destaque. Com emprego associado de tecnologia e meio artesanal, fotografias servem de base para a construção de pinturas que sintetizam cenas urbanas, dando foco a elementos essenciais. "Na verdade, eu aproveito pouca coisa do elemento fotográfico. A fotografia é só o ponto de partida", explica o artista. Nas obras dessa série, o que ele busca representar o cotidiano da cidade grande, e a figura humana inserida ali. A pacata Bonito não se encaixa nessa proposta, mas nem por isso a cidade passou despercebida ao olhar atento do artista. Leal, como os demais expositores, diz ter gostado muito do cenário natural que Bonito proporciona a qualquer visitante.

Fotografia e tecnologia são instrumentos também do trabalho que o fotógrafo Flavio Lamenha trouxe para a exposição. Nas obras da série "Força de Expansão", ele próprio é visto diante das lentes, como personagem. A manipulação digital une retratos tirados individualmente, criando a ilusão de interação entre o que são, na verdade, vários do mesmo. "Foi interessante que algumas pessoas me viam na sala, olhavam os retratos, me olhavam de novo, em dúvida se era eu mesmo ali", conta, sobre situações que ocorreram durante as visitações na Galeria.

Conversas de fazendeiro foram gravadas com autorização da Justiça. Policiais chegaram a fazenda no Pantanal onde acontecia um safári.

"Eu quero o seguinte: eu quero uma fazenda no Pantanal em que tenha onça e que eu possa caçar. Porque eu quero me aposentar caçando." A declaração foi gravada em uma conversa telefônica, com autorização da Justiça, em Mato Grosso do Sul.

As escutas deram pistas para que os policiais chegassem à fazenda no Pantanal onde estava acontecendo um safári. O flagrante foi na semana passada. Onze homens foram presos.

Um fim inesperado para o paraguaio e os quatro argentinos que esperavam se divertir caçando no Brasil. Eliseu Sicoli e Marco Antônio Melo vendiam o pacote de caça à onça. De preferência a pintada, mais rara. Na falta dela, a parda. As duas na lista de animais em extinção no Brasil.

A agenda dos caçadores estava sempre cheia. Entre os clientes, muitos estrangeiros.
A quadrilha ganhava por animal morto. Para matar uma onça pintada, por exemplo, cada caçador desembolsava cerca de US$ 1500.

Onças com filhotes eram abatidas

O grupo caçava em três estados, no Pantanal em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná. Os caçadores usavam armas caras, novas e potentes.

"Esse aqui é o revólver calibre 38, para você ter uma noção do tamanho das munições. São munições de altíssima potência", afirma o agente federal Paulo André Norte. Ele conta que essa arma é capaz de derrubar qualquer animal.

As onças eram abatidas sem perdão. Mesmo que tivesse filhotes, como mostram algumas fotos. Todas guardadas como registros cruéis.

"Não existe explicação para um prazer mórbido deste de abater o animal por abater. Eles tiravam centenas de fotos e na maioria das vezes tiravam o couro para guardar como troféu", diz o delegado da Polícia Federal, Alexandre do Nascimento.

Em uma das ligações, o cliente aponta defeitos no couro curtido. O negociador pede calma, garante que vai substituir e explica como. "Na verdade é o seguinte, tem duas fêmeas, uma que morreu, e a outra que está viva. Eu pensei até em dar um jeito dela morrer no meio do transporte", diz um caçador.

Cães de caça

No terreno onde estão os cães que foram apreendidos com os caçadores, perguntamos a Gilberto Costa, chefe do Ibama-MS, de que raça são estes animais: "Estes cães são da raça foxhound americano, que é empregada justamente para fazer este tipo de caça".

Os cães eram treinados por Marco Antônio, preso na operação. Ele é filho de um personagem-chave nessa história: um certo "Tonho da Onça", hoje procurado pela polícia. Era apresentado pelo filho como funcionário do Ibama. O que seria uma garantia de que os clientes poderiam caçar sem ser importunados pelas autoridades.

Suspeito se diziam ambientalista

Mas Tonho da Onça nunca trabalhou para o Ibama. Para o público em geral, ele costumava se apresentar como um ex-caçador que mudou de lado. Dizia ajudar ambientalistas a capturar onças e colocar um equipamento capaz de dar a localização exata do animal, como na reportagem, gravada há 14 anos.

Um ano depois da reportagem, a onça protegida foi morta por caçadores. O colar emite sinais de rádio que são recebidos e armazenados nos computadores dos ambientalistas. A polícia não acredita que Tonho tivesse acesso a estas informações. Mesmo assim, no ano passado, três onças com o equipamento foram mortas por caçadores.

"Eu diria que o personagem saiu do quadrinho e veio para a realidade. Esse é o verdadeiro amigo da onça", diz o chefe do Ibama-MS.

Pela gravidade dos crimes, os onze presos não têm data para sair da cadeia. As buscas por Tonho da Onça continuam. "Ele está escondido no Pantanal, região em que ele mais atuava, e estamos à procura dele", afirma um policial.

Mesmo com as prisões, os ambientalistas acham que ainda não é o fim das caçadas.
"A questão do Pantanal, existe uma tradição de caça de onças. A gente tem esperança que antes que acabe o bicho a gente consiga mudar alguns padrões tradicionais", diz o coordenador executivo da ONG pró-carnívoros, Ricardo Bulhosa.

Lançada ontem na Capital, iniciativa oferecerá cursos gratuitos de inglês e espanhol pela internet
Garçons, taxistas e outros profissionais ligados ao turismo que terão contato direto com os visitantes estrangeiros na Copa de 2014 poderão ter acesso a aulas gratuitas de inglês e espanhol. O projeto Olá, Turista!, uma parceria do Ministério do Turismo e Fundação Roberto Marinho, foi lançado ontem em Porto Alegre para derrubar a barreira do idioma.

Os cursos serão online, através do site www.olaturista.org.br, e contemplam as peculiaridades de cada profissão e as diferenças regionais brasileiras. Ontem, o portal estava fora do ar devido ao grande número de acessos, e o programa informou que colocaria no ar, em breve, uma página para viabilizar as inscrições.

A estimativa é que, no Estado, sejam qualificadas até seis mil pessoas, calcula o secretário estadual do Turismo, Heitor Goulart. No total, o programa conta com 80 mil vagas espalhadas pelos 12 Estados que devem ser subsedes do mundial. A ideia é que entidades ligadas a turismo, hotelaria e gastronomia incentivem os seus associados a participarem do projeto.

- Foi uma metodologia testada na preparação da China para a Olimpíada - conta a coordenadora do Núcleo de Produção da área de Teleducação da Fundação Roberto Marinho, Adriane Gazzola.

Segundo Kátia Terezinha Silva, diretora substituta do Departamento de Qualificação e Certificação do Ministério do Turismo, a iniciativa deixará um legado de boa imagem para o Brasil que trará benefícios a longo prazo:

- O evento acontece em um mês, e a nossa preocupação é potencializar isso para além da Copa.

A iniciativa integra o projeto Bem Receber Copa, que pretende qualificar 306 mil profissionais do turismo até 2013.

Impulsionado pela abundante oferta de crédito de longo prazo, com parcelamento que chega a dois anos, e pelo crescimento do emprego e da renda no mercado interno, o setor de turismo vai crescer neste ano num ritmo acelerado, que é o dobro do projetado para o Produto Interno Bruto (PIB). Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) com as 80 principais companhias do setor no País revela que a expectativa é de que o volume de negócios ligados ao turismo aumente, em média, 14,6% este ano em relação a 2009. Em igual período, o PIB deve crescer cerca de 7%.

"A taxa de crescimento do turismo será recorde neste ano", afirma o ministro do Turismo, Luiz Barretto, ponderando que a atividade ainda responde por pequena fatia do PIB, 2,8%, mas tem potencial enorme de crescimento. Além das melhores condições econômicas do País, ele ressalta que eventos importantes vão acelerar o volume de negócios, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

A pesquisa, feita a pedido do ministério e que consultou nove segmentos do turismo, de empresas de transporte aéreo a locadoras de automóveis e hotéis, mostra que, no geral, 92% das companhias esperam neste ano crescimento nas vendas em relação a 2009, 7% estabilidade e apenas 1% queda. Os segmentos que projetam os maiores acréscimos nos volumes de negócios são empresas aéreas (21,2%), operadoras de viagem (18,3%), turismo receptivo, que inclui bares e restaurantes (17,9%) e locadoras de automóveis (15%). Segundo a enquete, três desses quatro segmentos projetam os maiores reajustes de preços para o período.

Na última noite do 11º Festival de Inverno de Bonito, Maria Gadú subiu ao palco da Grande Tenda e foi recebida pelo carinho de uma plateia repleta de fãs e curiosos que queriam ver pela primeira vez o show da revelação da nova música popular brasileira. "Estou muito feliz de estar aqui em Bonito, e realmente isso tudo é muito lindo", disse a cantora durante a apresentação.

O show aconteceu já no início do último dia do festival (1º). Após a animada apresentação do Bangalafumenga no Palco Fala Bonito, na Praça da Liberdade, o público do festival seguiu a direção do túnel cenográfico "Jardins de Inverno" e chegou até a colorida e iluminada Grande Tenda. Lá, Maria Gadú apresentou o trabalho de seu disco e canções consagradas do universo pop e da MPB em uma apresentação única de convidados ilustres.

Para cantar "Linda Rosa", Gadú chamou ao palco o cantor Leandro Léo, sempre presente nas apresentações da artista. Em dupla, suas vozes encantaram a plateia do festival. Leandro apresentou ainda uma canção própria, que cantou sozinho. Os dois voltaram a mostrar o porquê da parceria dar tão certo nos shows com a música "Laranja". A canção foi gravada já com a participação de Leandro Léo.

Mais do que evidente, o carinho do público foi escancarado com dois presentes lançados ao palco: um inusitado sutiã e um leãozinho de pelúcia. Porém as surpresas não acabariam por aí, porque após toda a apresentação veio o bis solicitado pro aqueles que não queriam ver o show terminar.

As luzes do palco se acendem novamente e Gadú reaparece aplaudida por todos. Porém, desta vez ela volta para apresentar um músico que ela afirma ter conhecido através de um vídeo na internet e teria o prazer de dividir o palco. O cantor sul-mato-grossense Léo Verão é o convidado da vez para cantar junto da artista. "Eu me sinto muito honrado em poder me apresentar junto da Maria Gadú, ainda mais aqui no meu Estado", afirma Léo Verão após sua aparição surpresa no palco da Grande Tenda.

E o show não para: olhando para os que prestigiam o show logo na frente do palco, Gadú avista Rodrigo Maranhão, do Bangalafumenga, logo ele é o próximo a abrilhantar ainda mais a apresentação de Bonito. Mas antes do show acabar, Leandro Léo volta para outra vez cantar com Gadú a animada "Laranja".

Após a noite de surpresas no palco, as luzes se apagam, parte do público começa a deixar a Grande Tenda e uma parcela de fãs tenta um momento com a artista. Não muito tempo depois o espaço fica vazio para voltar a receber o público somente na 12ª edição do Festival de Inverno de Bonito.

A segunda edição da Exposição Agropecuária de Bonito-MS, ExpoBonito, tem início hoje (02) e segue até o dia 08 de agosto, domingo, no Parque de Exposições Leôncio de Souza Brito. Pecuária e natureza estarão juntas, neste que é considerado um paraíso ecológico reconhecido e visitado por turistas de todas as partes.

"A feira é de extrema importância para a cidade. Estamos agregando a pecuária sustentável de nossa região às atividades turísticas, mundialmente conhecidas", destaca Denílson Augusto da Silva, presidente do Sindicato Rural de Bonito, que promove a exposição.

Diversas atrações estão programadas para a feira; entre elas, julgamento de mais de 450 bovinos da raça Nelore, leilões de gado de corte e elite, exposição de animais pet, apresentações artísticas e shows musicais das duplas sertanejas Batô e Fernando, Munhoz e Mariano, Alex e Yvan, Thúlio e Thiago, Guilherme e Falcão, e do cantor Rominho e banda.

A ExpoBonito 2010 começa logo após o Festival de Inverno da cidade, outro evento bastante conhecido, o que, para o presidente do Sindicato Rural, é um fato com influência positiva para a região. "Isto representa mais um incentivo aos hotéis, às agências de turismo e a todo o comércio em geral. É uma forma de estendermos a alta temporada, ganhando mais uma semana de movimento na cidade e agradando a todo tipo de turista que vier nos visitar", enfatiza.

Paulinho Moska foi pura simpatia em Bonito. No palco e nos bastidores, a passagem do cantor e compositor pelo 11º Festival de Inverno trouxe um clima de encontro, com fãs de carteirinha e novos apreciadores de suas composições e interpretações. Músicas suas bem populares como "Pensado em Você" e "A Seta e o Alvo" se juntaram a outras composições mais recentes, enchendo a praça de melodia e suave sonoridade.

Apresentando músicas de seu novo projeto "Muito Pouco", composto de dois discos ("Muito" e "Pouco"), ele fez o terceiro show desse trabalho, uma apresentação bem diferente das duas anteriores, e que, além, claro, do público, agradou ao artista. "Eu estou muito feliz, estou começando a turnê do disco novo e aqui é uma cidade totalmente diferente. Esse espírito de praça, de amizade é muito legal", disse, em entrevista logo depois da apresentação.

Comparando com os shows anteriores, formal, no Teatro Municipal de Niterói (RJ), e no estilo puro rock em projeto de uma rádio, Moska se mostrou muito satisfeito em "experimentar a diferença". Ele tocou no Palco Fala Bonito, montado ao lado da Praça da Liberdade, um dos centros das atrações artísticas do Festin. "No Rio não tem mais show em praça. A praça é o shopping. Aqui essa oportunidade de celebrar o encontro da arte, do artista é muito importante, porque deixa na praça, nas pessoas esse espírito. E cultura é isso, cultura é alguma coisa para celebrar".

No repertório, canções do novo trabalho e sucessos anteriores. A disposição do Palco Fala Bonito permite ao público ficar bem perto do artista, o que levou uma animada turma para a fila do gargarejo, acompanhando de viva voz todas as canções e sendo recompensada no "bis" com uma longa série de favoritas. No retorno para essa parte final da apresentação, Moska, sozinho no palco - sem seus músicos, acompanhado só do violão - criou um clima quase intimista, de pocket show. E quem buscou um encontro ainda mais próximo também não se decepcionou, porque nos bastidores e camarim o carinho e a simpatia demonstrados no palco continuaram, com fotos, bate-papos, autógrafos.