Notícias de Bonito MS
O primeiro guia de campo sobre sapos, rãs e pererecas do Pantanal foi pré-lançado durante o 8º Intecol (Conferência Internacional sobre Áreas Úmidas), realizado de 20 a 25 de julho em Cuiabá (MT).
Numa linguagem atualizada e de fácil acesso, o "Guia de Campo dos Anuros do Pantanal e Planaltos de Entorno" descreve o ambiente físico do Pantanal e seu entorno, introduz o tema da biologia reprodutiva dos anuros e faz recomendações sobre a conservação das espécies.
São mais de 50 espécies descritas em inglês e português, seguindo as últimas modificações relevantes da literatura científica. Para cada espécie há um texto descritivo e uma foto auxiliando o leitor nas identificações. No final do guia há um glossário que auxilia os não-especialistas a entender termos técnicos relevantes.
Zilca Campos, pesquisadora da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Domingos de Jesus Rodrigues, professor da UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso) são dois dos autores que realizaram o pré-lançamento.
Também assinam a publicação o professor Masao Uetanabaro, do Departamento de Biologia da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), e os biólogos Cynthia Prado, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Marcelo Gordo, da Ufam (Universidade Federal do Amazonas).
Na década de 1980, o professor Masao iniciou a pesquisa sobre as espécies nas regiões de Bodoquena e Miranda, no Mato Grosso do Sul. Nos anos de 1993 e 1994, os autores percorreram todo o Pantanal sul concluindo o levantamento.
O resultado de anos desta pesquisa está reunido neste guia, pioneiro no Pantanal, que atende pesquisadores, biólogos, estudantes, especialistas em turismo e demais interessados.
A pesquisadora Zilca se lembra da trajetória do trabalho, das dificuldades e da persistência de toda a equipe. "O guia é um sonho que se torna realidade", afirma.
Domingos, que liderou a organização do livro, disse que, além de disseminar o conhecimento e auxiliar na conservação, o trabalho tem como intuito fomentar o turismo regional. Em relação a sua importância ecológica, o autor destaca que, por meio das espécies apresentadas no guia, é possível elaborar planos de manejo. "O mapeamento é realizado desde a década de 1980 e informa sobre a distribuição das espécies, sua importância, os habitats específicos."
Outra importância é a capacidade de bioprospecção (técnica utilizada para localizar e calcular o valor econômico de recursos naturais) destas espécies nas áreas da medicina e da bioquímica. Uma espécie de perereca presente no guia, por exemplo, tem capacidade de sobreviver tranqüilamente a uma temperatura de 40 graus exposta ao sol.
Os autores prestam uma homenagem ao professor Masao, pioneiro nos estudos com anfíbios do Pantanal sul-mato-grossense. Disseram que são privilegiados pela oportunidade de conviver com ele para a produção deste guia.
Walfrido Tomás, também pesquisador da Embrapa Pantanal, recebeu um livro autografado no pré-lançamento e declarou que um dos maiores problemas do Brasil é a deficiência de informação para o público, e até mesmo para os cientistas, pela falta de guias de campo.
"Este livro é um modelo a ser seguido, pode ser consultado por qualquer pessoa interessada em conhecer a biodiversidade. Esse guia quebra exatamente essa deficiência de informação e vai mudar a forma como os brejos, as lagoas e os riachos são vistos até agora."
O livro recebeu apoio financeiro da Fapemat (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso), Conservação Internacional, UFMS e UFMT.
O lançamento oficial do Guia de Campo dos Anuros do Pantanal e Planaltos de Entorno será realizado em Manaus, durante o 6º Congresso Mundial de Herpetologia, de 17 a 27 de agosto.
O livro já está disponível para venda pela editora da UFMT e também estará à venda durante o congresso em Manaus.
Bonito (MS) - No palco um casal utiliza o elemento circense da perna de pau para executar um número de equilíbrio, suavidade e acima de tudo paixão. O destino, que atua na vida deste casal a mais de sete anos, garantiu que a paixão que os guiou na vida e na arte pudesse ser expressa neste sábado e no domingo (2 e 3), no palco da Praça da Liberdade, durante o penúltimo dia de atrações do Festival de Inverno de Bonito. Alex e Maria, artistas unidos pela arte, formam a Companhia Fayanko, nascida na Colômbia no final de 2000. Maria se encantou pela técnica circense da perna de pau, apresentada por Alex durante um número de rua.
Apesar de sua experiência com dança instintivamente lhe dizer que as artes não se combinavam, Maria resolveu arriscar e somar seu talento ao do novo companheiro. Alex e Maria, jovens unidos pelo encantamento, formaram desde o primeiro contato um vínculo de amor. A arquiteta que dançava se encantou pelo músico das pernas de pau. Amigos, namorados, marido e mulher. Casaram-se enquanto viajavam por toda a América do Sul. Atuando nos palcos com a mesma paixão com que viveram a vida.
A Equilíbrio e Movimento, nome do espetáculo apresentado pelo casal na noite deste sábado durante o Festival, podem ser acrescentados outros adjetivos. Suavidade e harmonia são dois deles. Mas nem tudo são flores. O casamento acabou, a amizade continua e mesmo assim no palco a química está presente. O destino prega peças. A começar pelo dia e local da apresentação, que deveria acontecer na sexta-feira no chão da praça, uma das apresentações do programa Arte na Rua. Não deu na sexta, que seja no sábado. Choveu no sábado, que seja no palco. E lá o casal apresentou um número de muita harmonia, suavidade e cumplicidade. Eram apenas pernas de pau, diriam alguns. Mas existia o algo mais, um brilho que ninguém explica quando o assunto é arte. Para Alex, uma parte do segredo pode ser explicada pelos constantes treinos e o aquecimento prévio de mais de duas horas. A outra pode ser o amor dos dois, que evolui ao longo dos anos, mas não perde a intensidade. "Onde há fumaça, há fogo", diz entre risos para sua companheira de palco e vida.
Bonito (MS) - Enquanto o povo passa pela praça, Diego Vieira Zório Neto passa despercebido, pelo menos pela maioria das pessoas. Mas alguns, com a curiosidade atiçada, procuram entender as imagens que brotam aos poucos da tela, que remete a temas ambientais.
Talvez por ser um produto de arte que ainda não está pronto, alguns se confundem com o jovem, que lentamente utiliza seus frascos de tinta spray em jatos lentos, mas decididos. Quem acha a cena curiosa demais pára e busca visualizar imagens lúdicas, surreais.
Para Diego, que em Bonito - durante o Festival de Inverno - mantém incógnito seu pseudo-nome campo-grandense (Verme), esse é o lado bacana do grafite. Instigar o público, tanto no momento da produção quanto na contemplação da obra pronta.
Aqui em Bonito, em suas performances de grafite realizadas todos os dias a partir das 16 horas na praça da Liberdade, chama a atenção justamente pela liberdade de fazer o que der na telha. Inclusive a convidar artistas entre povo para completar sua obra.
Verme - ou Diego - diz que iniciou sua carreira nas ruas, aprendeu nas ruas e evolui sua arte nas ruas. "É difícil resistir quando aparece um muro me chamando", afirma, mas fazendo questão de diferenciar sua arte da pichação.
Diz que sua obra esta espalhada por várias ruas de Campo Grande, mas não sabe os nomes, nem das ruas, nem das obras. "O grafite é uma arte de momento, inspiração, sonho. O grafiteiro não liga para essas coisas", garante o artista.
Sua obra sobre o painel ficará completa somente neste domingo (3), último dia do Festival de Inverno de Bonito. Seu trabalho faz parte da programação diária do Festinbonito, mas ainda não se sabe qual o seu destino. "O importante é mostrar o resultado", finaliza.
Bonito (MS) - O público do 9º Festival de Inverno de Bonito vai poder apreciar a arte dos músicos, intérpretes e outros artistas de Mato Grosso do Sul, hoje (3), no projeto Planeta Música que vai acontecer na Grande Tenda do festival, que fica na rua Cel Pilad Rebuá, às 20h30. A entrada é franca.
As questões ambientais e a sustentabilidade das etnias indígenas que vivem no Estado irão dar o tom do show, que tem a direção do descendente de Terena, o tecladista Otávio Neto. 15 músicas de diversos estilos irão compor o repertório. O diretor do espetáculo falou sobre sua produção e suas expectativas para o show:
Como surgiu a idéia deste projeto?
Otávio Neto - A preocupação com o meio ambiente é muito grande. A gente precisa fazer alguma coisa para ajudar. O artista pode ajudar com a arte dele, com sua música. O nosso Estado é muito rico nesse tipo de música que tem o meio ambiente como tema, a terra, a água, o índio. Fiz uma pesquisa e descobri que existem umas 80 músicas com o tema meio ambiente. Foi difícil escolher entre elas, pois são músicas lindíssimas. O princípio mesmo é a preocupação com o meio ambiente. Nossa espada é a música. É nosso canto. O projeto é dividido em temas e nosso show vai abordar a água, a terra, o índio, a violência contra as etnias e a preservação. Sou descendente de Terena, da aldeia de Taunai, com carteira registrada na Funai. Estou formando uma Ong que vai defender os interesses dos indígenas e nossa arte pode contribuir muito para isso. Queremos demonstrar que precisamos de Deus para equilibrar o mundo. Tem muita coisa para ser pensado e trabalhado pelos indígenas. Eles precisam é de ferramentas para trabalhar. Minha Ong tem a pretensão de proporcionar a eles essas ferramentas. Eu sei que eles querem ser auto-sustentáveis, não depender de ninguém e não serem vistos como coitados.
Qual foi o critério de escolha dos artistas?
Nós temos muitos artistas que poderiam ter participado. Escolhi artistas que devido à suas características, poderiam interpretar de uma forma bela as músicas. São eles: Edineide Dias, Melissa Azevedo, Maria Cláudia e Marcos Mendes, Tostão e Guarany, Américo e Nando, Celito Espíndola, Guilherme Rondon, Gilson Espíndola, Zé Geral e Daniel Freitas. Os backing vocals também foram escolhidos para engrandecer o projeto e ficam com a Marta Cel, Priscila, Patrícia Carvalho, Débora Paez, Samuka Nascimento, Marcelo Sas, Maik Brito. A Orquestra Sinfônica com o maestro Eduardo Martineli também vai participar e outros profissionais como Dj Léo Copetti, o grupo de dança Corpomancia, Maurício Copetti no vídeo, Aline Ranelli na cenografia e Espedito Monte Branco na iluminação. A miss MS 2008 vai fazer uma participação. A banda que vai acompanhar os intérpretes é formada por mim no teclado, Alex Mesquita no baixo, Adriel Santos na bateria e percussão e Eliseu Capim no acordeon. O objetivo é dar continuidade a esse projeto e fazer outras edições renovando sempre o elenco.
A cultura indígena inspirou os arranjos que serão executados no show?
A cultura indígena me inspira muito nas minhas composições e de compositores sul-mato-grosenses. No show faremos um canto Terena.
Quais são as expectativas com relação ao público do festival?
O público vai gostar muito do show, pois ele leva à conscientização, vai fazer pensar. Falaremos do ambiente que estamos vivendo por meio do reague, chamamé, polca eletrônica, entre outros estilos. Os artistas são incríveis, cada um com sua musicalidade. A mensagem que queremos transmitir é a de que nós somos responsáveis por este mundo que Deus colocou nas nossas mãos. Mas o equilíbrio está dentro de nós.
Bonito (MS) - Zé Ramalho esbanjou simpatia no palco da Grande Tenda, para uma platéia que cantou junto com ele todas as músicas. Último dos grandes shows nacionais do 9º Festival de Inverno, a apresentação do paraibano na noite de sábado (2) foi marcada pela diversidade de gerações entre o público, de muito jovens a velhos admiradores de seu talento.
Nos camarotes e na pista, cerca de seis mil pessoas compartilharam da força das letras e melodias de Zé Ramalho e Banda Z.
O cantor, compositor e instrumentista cumprimentou a platéia na abertura do show com uma declaração de alegria por voltar a Bonito. Em seguida, emendou uma seqüência de canções conhecidas, enchendo o ambiente com a voz de timbre marcante.
Com 45 minutos de show, os acordes de "Chão de Giz" provocaram euforia. Em "Admirável Gado Novo", Zé Ramalho voltou a provocar total interação, jogando para o público a manifestação engajada dos versos "povo marcado e povo feliz!".
Aclamado no fim da apresentação, o cantor voltou com a banda para um "bis" em dose dupla, com duas canções também muito populares de seu repertório: "Sinônimo", gravada com a dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó, e "A Vida do Viajante".
Zé Ramalho se despediu do Festival de Inverno, mas quem não pôde ir até Bonito tem neste domingo mais uma oportunidade de assistir ao show. Ele se apresenta no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, no projeto MS Canta Brasil.
Um público de oito mil pessoas compareceu para assistir o show de Ana Carolina ontem (1º) no 9º Festival de Inverno de Bonito. A Grande Tenda do festival ficou lotada dos fãs que cantaram junto durante todo o show, os grandes sucessos da cantora. A compositora fez o público dançar suas músicas novas as quais algumas dão destaque temas sociais. A simpatia de Ana Carolina e a superprodução do show que utilizou recursos audiovisuais e teve uma pegada eletrônica, empolgou a noite desta sexta-feira, que foi considerada uma das mais movimentadas do evento.
"Dois Quartos"
Em seu último show "Estampado", Ana Carolina entrou no palco, introduzida por solos de guitarra e um som pesado de sua banda. Em "Dois Quartos", espetáculo que estreou em 2007, surpreendia a todos, com um início de show em clima minimalista. Tocando um baixo elétrico, Ana entrou no palco acompanhada apenas pelos vocais de sua banda.
E foi este o mote que levou Ana Carolina a criar, quase por acaso, um novo formato de show. Durante a turnê de "Dois Quartos" - longas jornadas por todo o Brasil, foram vários os momentos em que ela sentou com músicos de sua banda, para experimentar novas canções e novos sons. Acompanhada de 3 músicos e 2 backing-vocals, a consagrada cantora e compositora tem a oportunidade de realçar o seu lado instrumentista, dividindo com maestria, a execução de vários instrumentos.
A decisão de apresentar este formato como um show foi uma resposta à aspiração constante de seus fãs, que sempre pedem dela, um "voz e violão". Além de músicas do show "Dois Quartos", que segue temporada normal e que teve em abril o lançamento no formato DVD e CD "ao vivo" em parceira com o canal de TV a cabo Multishow, também estão os grandes sucessos de Ana Carolina.
O formato dessa apresentação proporciona ao público a intimidade desejada com Ana Carolina, mas com um ambiente musical mais rico, do que uma apresentação solo, em voz e violão. Como um coro, a platéia interage no show quase que como mais um elemento em cena. Serão poucas apresentações desse show "Ana Carolina", nos intervalos da turnê "Dois Quartos"; uma oportunidade de ver Ana Carolina de uma forma especial.
A banda que acompanha Ana Carolina traz grandes músicos como Sacha Amback (teclados e programações), Leonardo Reis (bateria e percussão), Vinicius Rosa (guitarra e violões), Jussara Lourenço e Jurema Lourenço (backing-vocals).
A banda Santo de Casa é uma das atrações musicais programadas para hoje (2) na 9ª edição do Festival de Inverno de Bonito, realizado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), que iniciou no último dia 30 e vai até 3 de agosto em Bonito/MS. O show acontece às 19h no palco Fala Bonito, na Praça da Liberdade.
Santo de Casa tem formação recente, mas seus integrantes são figuras conhecidas do cenário do pop rock regional, remanescentes de bandas como Piá Pançudo, Arara Rara, Clandestino e Cabaleiros. São eles: Rodrigo Kampa, Villie JR, Zig, Franklin, Marcela Moura e Luciana Kreutzer.
O principal objetivo da banda é buscar o prazer de imprimir um som de qualidade e cem por cento original, através de suas próprias composições. Outra forte característica da banda é a miscigenação de ritmos tais como ska, reggae e polca. "Porém sem perder por nenhum instante a veia pop regional", conta Kampa.
O grupo lançou seu primeiro cd demo no projeto Cena Som da FCMS. Apresenta um repertório próprio em que se destaca a mistura de ritmos, porém que não perde a tônica do pop regional. No espetáculo, Santo de Casa fez uma parceria com a Casa Teatro Circo e juntos apresentaram performances e encenações que integraram teatro, circo e a música ao vivo. Santo de Casa já fez aparições importantes, como no Som da Concha, na Concha Acústica Helena Meirelles, e na abertura da Noite da Poesia, com Arnaldo Antunes, no Teatro Glauce Rocha.