domingo, 03 de agosto de 2008
FestinBonito
Bonito (MS) - No palco um casal utiliza o elemento circense da perna de pau para executar um número de equilíbrio, suavidade e acima de tudo paixão. O destino, que atua na vida deste casal a mais de sete anos, garantiu que a paixão que os guiou na vida e na arte pudesse ser expressa neste sábado e no domingo (2 e 3), no palco da Praça da Liberdade, durante o penúltimo dia de atrações do Festival de Inverno de Bonito. Alex e Maria, artistas unidos pela arte, formam a Companhia Fayanko, nascida na Colômbia no final de 2000. Maria se encantou pela técnica circense da perna de pau, apresentada por Alex durante um número de rua.
Apesar de sua experiência com dança instintivamente lhe dizer que as artes não se combinavam, Maria resolveu arriscar e somar seu talento ao do novo companheiro. Alex e Maria, jovens unidos pelo encantamento, formaram desde o primeiro contato um vínculo de amor. A arquiteta que dançava se encantou pelo músico das pernas de pau. Amigos, namorados, marido e mulher. Casaram-se enquanto viajavam por toda a América do Sul. Atuando nos palcos com a mesma paixão com que viveram a vida.
A Equilíbrio e Movimento, nome do espetáculo apresentado pelo casal na noite deste sábado durante o Festival, podem ser acrescentados outros adjetivos. Suavidade e harmonia são dois deles. Mas nem tudo são flores. O casamento acabou, a amizade continua e mesmo assim no palco a química está presente. O destino prega peças. A começar pelo dia e local da apresentação, que deveria acontecer na sexta-feira no chão da praça, uma das apresentações do programa Arte na Rua. Não deu na sexta, que seja no sábado. Choveu no sábado, que seja no palco. E lá o casal apresentou um número de muita harmonia, suavidade e cumplicidade. Eram apenas pernas de pau, diriam alguns. Mas existia o algo mais, um brilho que ninguém explica quando o assunto é arte. Para Alex, uma parte do segredo pode ser explicada pelos constantes treinos e o aquecimento prévio de mais de duas horas. A outra pode ser o amor dos dois, que evolui ao longo dos anos, mas não perde a intensidade. "Onde há fumaça, há fogo", diz entre risos para sua companheira de palco e vida.