Notícias de Bonito MS
As queimadas se alastram por toda a região do Pantanal. As rajadas de ventos, com mais de 70 quilômetros por hora, na última semana, fizeram aumentar o fogo em várias regiões, em áreas de difícil acesso. Para tentar frear o problema, organismos ambientais lançaram o Programa "Corumbá Sem Queimadas".
Já são mais de 551 focos de incêndios florestais até a primeira quinzena de maio, aponta o monitoramento da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), vinculado ao Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE). Ao longo do ano, os 14 satélites do INPE identificaram 2.406 focos de queimadas em Corumbá.
Um trabalho de conscientização da população deverá atingir a Colônia de Pescadores de Corumbá, Associação de Pescadores de Ladário, os ribeirinhos do Corixão, de Porto Esperança, Cedro, São Domingos, Bracinho, Amolar, Barra do São Lourenço e Porto da Manga. Alguns materiais educativos serão confeccionados como folders e cartilhas, e também palestras serão ministradas para conscientizar sobre o perigo que essas queimadas representam a toda a população.
A Polícia Militar Ambiental, Ibama, Defesa Civil, Imasul, Embrapa Pantanal, Ministério Público Federal e Secretaria Municipal de Meio Ambiente querem definir medidas para conter o avanço das queimadas que incomoda e provoca doenças pulmonares na população.
Por meio de informações de identificação, via laboratório, de geoprocessamento da Embrapa Pantanal, dos focos de incêndios nos municípios de Corumbá e Ladário, a Polícia Militar Ambiental (PMA) vai notificar todos os fazendeiros da região, para que apresentem um plano de contingência, num período de 90 dias, para evitar novos focos e combater os que já estão ocorrendo. Para quem descumprir a lei, a multa varia de R$ 5 a R$ 50 mil por hectares.
De acordo com o major Waldir Acosta, comandante da PMA, a população deve ter consciência dos riscos das queimadas. "Além de ser perigoso para o ser humano, muitos animais morrem queimados, outros procuram lugares para se proteger, como é o caso da onça que veio parar na cidade.
O número de doenças respiratórias também aumentou em decorrência das queimadas", disse. De acordo com o tenente Rodrigo Lima, do 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros, a falta de equipamentos dificulta o trabalho da equipe de bombeiros de Corumbá.
"São muitos focos espalhados que vão da região do Tuiuiú até o Rabicho, a vegetação densa impossibilita o acesso até o local. Para realizar essa operação seriam necessários helicópteros e aviões adaptados com equipamentos específicos para combater as queimadas", afirmou. Ainda segundo o Corpo de Bombeiros e a PMA, somente uma chuva forte pode apagar todo o fogo que destroi a vegetação pantaneira.
A retomada do Trem do Pantanal foi mais uma vez pauta de desavença na Assembleia Legislativa. Os deputados Antonio Carlos Arroyo (PR) e Paulo Duarte (PT) bateram boca e trocaram acusações, motivadas por críticas ao trem.
Arroyo ocupou a tribuna para defender o empreendimento e acusou Duarte de só estar insatisfeito com o retorno parcial do trem por questões políticas. "Parece que joga contra o Trem do Pantanal porque não foi [retomado] no governo anterior", disse.
A afirmação irritou o deputado petista, que se defendeu dizendo que não estava politizando a discussão. Até um grupo que aplaudiu Arroyo durante o discurso foi alvo da discórdia. Duarte acusou Arroyo de levar pessoal para aplaudi-lo. O deputado do PT reclamou ainda que "estão usando o sentimento arraigado da história, se aproveitando e fazendo festa", enquanto o trem ainda não está pronto para a reinauguração.
Desde a semana passada a bancada do PT tem feito críticas à retomada do trem, especialmente pelo fato de ele ir apenas até Miranda, não chegando a Corumbá, como fazia antes da desativação. Em função da defesa apresentada hoje, Duarte disse que Arroyo não passa de um "puxa-sacos" do governo. Antes de encerrar a pendenga, Arroyo ainda recuou e disse que foi mal interpretado quando disse que o petista torcia contra por questões políticas.
Nesta terça-feira o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais) começou a vistoriar as áreas atingidas por queimadas na região do Pantanal. Com a missão, o órgão espera definir quais as medidas que podem ser adotadas para que o fogo acabe.
As queimadas têm destruído principalmente a vegetação nativa, além de causar transtorno à população que mora em Corumbá e Ladário. Desde o início do ano, a Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), vinculado ao Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais), já detectou 2.406 focos de incêndio somente em Corumbá.
Diante da situação, o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) entrou em contato com o deputado estadual Paulo Duarte e o senador Delcídio do Amaral, também do PT, para solicitar a intervenção dos dois parlamentares junto ao Ibama. Delcídio imediatamente entrou em contato com o presidente do Ibama, Roberto Messias, que acionou a coordenação do Prevfogo no Estado.
A vistoria foi feita na tarde de hoje por uma aeronave cedida pelo governo do Estado. Com a checagem, o Ibama de Brasília decidirá que providências devem ser tomadas para combater as chamas.
Delcídio acredita que uma das hipóteses é o Ibama enviar a Mato Grosso do Sul helicópteros e aviões equipados para combater incêndios florestais. Ruiter frisa que essa alternativa seria a mais viável no momento, até pelo fato de as queimas estarem ocorrendo em locais de difícil acesso.
A empresa Pantanal Express, que opera desde o último sábado o recém-inaugurado Trem do Pantanal, que faz o trecho Campo Grande/Miranda, tem sido alvo de criticas entre políticos pelo fato do trajeto não seguir até Corumbá, onde está a planície mais alagada do mundo e pelo trem não ultrapassar os 30 quilômetros por hora. Ao Midiamax a empresa informou que a primeira viagem atendeu 50% da capacidade dos vagões e reuniu em sua maioria turistas do próprio Estado. Daqui pra frente, a empresa vai investir em publicidade, de acordo com a assessoria.
O limite moroso de velocidade seria pelo fato do transporte ser para turismo, ou seja, de cotemplação. A operadora BWT frisa que a expectativa é de que daqui para frente, após parcerias com mais operadoras e agências de turismo, o projeto dê continuidade todos os sábados. A Pantanal Express afirma que caberá à ALL (América Latina Logística) melhorar a malha viária de Miranda até Corumbá e a partir daí, vão ser possíveis viagens até a fronteira com a Bolívia.
Porém, a ALL já anunciou que está com dívidas milionárias. Mas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse no dia 8 de maio, quando esteve na inauguração do Trem do Pantanal, que a União vai garantir a recuperação dos 240 quilômetros de linha férrea até Corumbá. Seriam necessários para isso ao menos R$ 100 milhões já que foi uma década de sucateamento após a privatização.
No começo
A primeira viagem, no dia 16, reuniu pelo menos 200 pessoas, metade da capacidade. "Foi um número expressivo para a direção da Pantanal Express, em se tratando de um equipamento recém-lançado. A expectativa para os próximos fins de semana é que esse volume de passageiros cresça gradativamente", informou a assessoria.
Segundo informações de Aquidauana, o trecho que mais tem chamado a atenção dos turistas fica na região de Palmeiras, por conta dos paredões da Serra de Maracaju, região conhecida pelo rapel.
Nessa primeira viagem, de Miranda, as pessoas seguiram de van para Bonito. Algumas pararam em Aquidauana e outras desembarcaram em Miranda e permaneceram na região.
Sobre a demanda e agendamentos, a empresa informou que a exemplo de Curitiba (PR), onde a Serra Verde Express opera há 12 anos, os trens turísticos, como se trata de um passeio curto, a aquisição dos bilhetes se dá no próprio dia, ou mesmo dias antes do embarque. Informações repassadas anteriormente ao Midiamax davam conta de que haveria reservas até dezembro, mas a empresa já não confirma isso.
Perfil
O perfil das pessoas que vão viajar no trem deve ficar pronto em 60 dias. Mas, a princípio os primeiros passageiros foram os sul-mato-grossenses. "A expectativa é que nas primeiras operações o visitantes seja em grande parte do próprio Estado, por conta da novidade e da relação sentimental entre o trem e a sociedade de Mato Grosso do Sul", diz a nota à imprensa.
A Serra Verde Express conta com 2,5 mil funcionários efetivos e temporários e espera investir em publicade agressiva para que o investimento seja viabilizado.
O IAB (Instituto das Águas do Brasil) realiza no próximo dia 21 a um encontro para debater o tema: Implantação de Usinas de Álcool no Planalto do Pantanal Sul-mato-grossense. O evento será às 14h na sede da OAB/MS (Ordem dos Advogados os Brasil), na avenida Mato Grosso, em Campo Grande.
Segundo a presidente do IAB, Odete Fiorda, o evento é uma resposta ao movimento que o governo do Estado vem fazendo para se derrubar a lei que proíbe a implantação de usina de álcool e açúcar na Bacia do Alto Paraguaia, ou seja a região norte do Estado.
"O que acontece é que o governo quer, novamente, implantar usinas na região dos rios que correm para o Pantanal. O governador [André Puccinelli] já faz pressão em Brasília para isso", diz a presidente.
No início do ano, Puccinelli apresentou o plantio de cana-de-açúcar como uma alternativa para se levar desenvolvimento à região, uma das mais pobres do Estado. Segundo ele, um estudo sócio-econômico-ambiental mostra que é possível se plantar a cultura em algumas áreas do norte de Mato Grosso do Sul.
A ambientalista contesta algumas das afirmações do governador, especialmente a de que a cana é uma alternativa para se gerar emprego.
"Usina não traz tanto beneficio assim. Em 2012 estará proibia a queima da cana e começa a mecanização na colheita, ou seja, o emprego vai ficar escasso", prevê. "E, sobre tudo, temos de pensar no custo benefício disso, que pode ser o fim do Pantanal", completa.
Odete advoga a inviabilidade da proposta argumentando ainda que na região não há logística adequada para se instalar as usinas. "As estradas não comportam o tráfego intenso", diz a ambientalista que.
Ao fim do debate, será elaborado um documento pedindo explicações ao governo do Estado sobre as razões de tentar se modificar a lei. Outro será encaminhado a Assembléia Legislativa solicitando uma audiência pública para se ampliar o debate com a sociedade, e outro, com as considerações finais do evento, será enviado ao Senado Federal e a Câmara dos Deputados.
O TRE (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) reformou decisão que cassava mandato e suspendia direitos políticos do prefeito de Bonito, José Arthur (PMDB).
Em decisão proferida nessa segunda-feira, por unanimidade ele foi inocentado das acusações de distribuição irregular de cestas básicas durante a campanha eleitoral de 2008 e abuso de poder econômico.
A acusação era de que Zé Arthur fez contrato com um mercado de Bonito para entregar cestas básicas à população local em troca de votos.
As denúncias foram apresentadas pela coligação Por Um Bonito Mais Humano, do ex-prefeito Geraldo Alves Marques (PDT).
No final da tarde deste domingo, 17 de maio, apesar de alguns contratempos, terminou bem a operação de resgate de uma onça parda em Corumbá. O animal, um macho jovem com cerca de 40 quilos, estava no topo de uma árvore no bairro Aeroporto, a dez metros de altura, desde a noite de sábado.
Um morador chamou o Corpo de Bombeiros, que tentou espantar o animal com jatos de água, sem sucesso. Na manhã de domingo, a Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi contatada e as pesquisadoras Zilca Campos, Christiane Amâncio e Sandra Mara Crispim se mobilizaram. Elas foram até a Unidade para pegar material de captura, como anestésico, dardos de ar comprimido, zarabatanas, redes e cambões.
No local, a Polícia Militar Ambiental isolou a área e auxiliou na instalação das redes para aparar o animal em caso de queda. Uma grande multidão acompanhava, ansiosa, pelo desfecho do episódio. O veterinário Alexandre Cavassa, acompanhado do colega Rogério Simões, também prestou auxílio durante a operação.
De São Paulo, por telefone, o especialista em felinos e grandes predadores do Centro Nacional de Animais Predadores (Cenap/Ibama), Peter Crawshaw, passava orientações de ação, enquanto as equipes aguardavam a chegada do pesquisador da Embrapa Pantanal, Walfrido Tomás, especialista em fauna silvestre, e que se encontrava em Campo Grande.
Ele veio num avião cedido pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, acompanhado pelo coordenador de fauna do Ibama/MS, Gerson Zahdi, e da bióloga dos institutos Homem Pantaneiro e Onça Pintada, Graziela Porfírio.
Resgate
A comitiva trouxe de Campo Grande rifles para disparo de dardos tranquilizantes, pois a zarabatana não seria suficiente para acertar a onça por conta da longa distância. A partir de então, Walfrido assumiu a coordenação da operação. Foram mobilizados, também, membros de organizações ambientais de defesa de felinos da região pantaneira, e o assistente de pesquisas com felinos do Pantanal, João Batista da Silva, que tem mais de dez anos de experiência com imobilização e tranquilização de animais, atuando no projeto 'Onça Pantaneira', na fazenda São Bento. O promotor do meio ambiente de Corumbá, Ricardo Melo, acompanhou todo o trabalho.
João foi designado para efetuar o disparo de rifle. Por volta das 16 horas, de cima da escada retrátil de um caminhão da empresa energética que opera no estado, Enersul, João fez um disparo certeiro. Acertada na paleta, a onça ficou inconsciente em cerca de três minutos, e se manteve enganchada nos galhos do topo da árvore.
Os bombeiros e policiais militares, sob a coordenação do comandante do major Waldir Ribeiro, escalaram a árvore e laçaram o animal, na tentativa de descê-lo por cordas com o auxílio dos galhos. Nesse momento, o grande susto. A onça se soltou dos laços e despencou do topo da árvore, causando comoção na multidão. Mas as redes de contenção foram suficientes para amortecer a queda e evitar que o felino tivesse ferimentos mais graves ou fraturas.
O animal foi prontamente recolhido e levado para a Embrapa Pantanal, onde foi examinado por Walfrido, que é veterinário, e Graziela. Os especialistas constataram que a onça não teve fraturas ou escoriações graves, e a conduziram numa gaiola de metal em uma caminhonete para ser solta, ainda no domingo, no seu habitat.
Segundo Walfrido, a operação foi bem sucedida, principalmente diante do tipo de árvore (sete copas) e da altura em que a onça se encontrava. "Além da altura, havia uma grande multidão presente, e ela estava em situação de risco havia muitas horas. Todos esses são fatores de grande estresse para o animal e de risco para o resgate", explica.
Queimadas
Pesquisadores da Embrapa Pantanal alertam para o aumento da freqüência nas aparições de animais selvagens nos perímetros urbanos do Pantanal, como conseqüência do crescimento acentuado das queimadas na região.
O chefe geral da Unidade, José Anibal Comastri Filho, explica que, com os numerosos focos de queimada em toda a planície pantaneira, muitos animais ficam acuados e desorientados, e eventualmente vão parar nas zonas urbanas. "É importante conscientizar os proprietários, pescadores e turistas para prevenir e combater os pequenos focos e nunca provocar queimadas nesta época de pouca chuva. Pontas de cigarro e fogueiras em acampamentos podem provocar incêndios", diz.
A pesquisadora Zilca Campos afirma que episódios como o deste domingo tendem a se tornar cada vez mais comuns, e alerta para a prevenção. "A tendência que cada vez mais tenhamos animais selvagens chegando à cidade. É importante que a população esteja conscientizada e acione rapidamente as autoridades, que devem estar equipadas e treinadas para agirem rápido, causando o mínimo de sofrimento ao animal e eliminando riscos de danos às pessoas", disse.
O promotor Ricardo Melo informou que existem recursos disponíveis há cerca de dois anos para a aquisição de equipamentos e treinamento de policiais e bombeiros para operações envolvendo animais silvestres em áreas urbanas em Corumbá.