quarta, 20 de maio de 2009
Diarionline
As queimadas se alastram por toda a região do Pantanal. As rajadas de ventos, com mais de 70 quilômetros por hora, na última semana, fizeram aumentar o fogo em várias regiões, em áreas de difícil acesso. Para tentar frear o problema, organismos ambientais lançaram o Programa "Corumbá Sem Queimadas".
Já são mais de 551 focos de incêndios florestais até a primeira quinzena de maio, aponta o monitoramento da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), vinculado ao Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE). Ao longo do ano, os 14 satélites do INPE identificaram 2.406 focos de queimadas em Corumbá.
Um trabalho de conscientização da população deverá atingir a Colônia de Pescadores de Corumbá, Associação de Pescadores de Ladário, os ribeirinhos do Corixão, de Porto Esperança, Cedro, São Domingos, Bracinho, Amolar, Barra do São Lourenço e Porto da Manga. Alguns materiais educativos serão confeccionados como folders e cartilhas, e também palestras serão ministradas para conscientizar sobre o perigo que essas queimadas representam a toda a população.
A Polícia Militar Ambiental, Ibama, Defesa Civil, Imasul, Embrapa Pantanal, Ministério Público Federal e Secretaria Municipal de Meio Ambiente querem definir medidas para conter o avanço das queimadas que incomoda e provoca doenças pulmonares na população.
Por meio de informações de identificação, via laboratório, de geoprocessamento da Embrapa Pantanal, dos focos de incêndios nos municípios de Corumbá e Ladário, a Polícia Militar Ambiental (PMA) vai notificar todos os fazendeiros da região, para que apresentem um plano de contingência, num período de 90 dias, para evitar novos focos e combater os que já estão ocorrendo. Para quem descumprir a lei, a multa varia de R$ 5 a R$ 50 mil por hectares.
De acordo com o major Waldir Acosta, comandante da PMA, a população deve ter consciência dos riscos das queimadas. "Além de ser perigoso para o ser humano, muitos animais morrem queimados, outros procuram lugares para se proteger, como é o caso da onça que veio parar na cidade.
O número de doenças respiratórias também aumentou em decorrência das queimadas", disse. De acordo com o tenente Rodrigo Lima, do 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros, a falta de equipamentos dificulta o trabalho da equipe de bombeiros de Corumbá.
"São muitos focos espalhados que vão da região do Tuiuiú até o Rabicho, a vegetação densa impossibilita o acesso até o local. Para realizar essa operação seriam necessários helicópteros e aviões adaptados com equipamentos específicos para combater as queimadas", afirmou. Ainda segundo o Corpo de Bombeiros e a PMA, somente uma chuva forte pode apagar todo o fogo que destroi a vegetação pantaneira.