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Notícias de Bonito MS

Em entrevista exclusiva à Agência Ambiente Energia, Elias Fajardo fala sobre a relação de consumo com a sustentabilidade ambiental e social. Seu livro Consumo consciente, comercio justo - conhecimento e cidadania como fatores de produção, lançado pela Senac Nacional, traz entrevistas com o economista, professor e consultor da Organização das Nações Unidas (ONU), Ladislau Dowbor; a socióloga Fátima Portilho; Leticia Casotti, especialista em comportamento do consumidor; Johann Schneider, consultor internacional de comércio justo, e o engenheiro Renato Regazzi, responsável pelos programas de Cadeias Produtivas e Arranjos Produtivos Locais do Sebrae Rio.

Nelas são debatidas a nova economia que busca qualidade de vida e solidariedade. O consumo já é entendido como exercício de cidadania e o comércio se reformula para reforçar seu caráter de troca e convivência. Nesse cenário, o conhecimento é um fator de produção da maior importância. O livro apresenta experiências bem-sucedidas nestas áreas no Brasil e no mundo.

Elias Fajardo é jornalista, escritor e artista visual. A partir de 1970, trabalhou na Bloch Editores, no Jornal do Brasil como subeditor de política internacional, no jornal O Globo como repórter especial do Segundo Caderno e da Editoria Geral e foi editor das revistas mensais Ecologia e Desenvolvimento e Cadernos do Terceiro Mundo durante seis anos. De 1996 a 2005, foi chefe de redação do programa de televisão Globo Ecologia. De 1998 em diante, tornou-se colaborador das revistas Diga Lá e Senac e Educação Ambiental.

Agência Ambiente Energia - O que levou a escrever o livro?

Elias Fajardo - A necessidade de me dedicar a outros temas, além do universo da ecologia que já venho tratando desde o início dos anos 90. Em discussão com a equipe do Senac Nacional, surgiu a ideia de abordar temas econômicos com um enfoque humanista e contemporâneo. O que está sendo feito para tornar o comércio, o consumo e a economia mais próximos dos anseios e do entendimento da grande maioria dos cidadãos? A partir desta pergunta surgiu o livro.

Agência Ambiente Energia - O que é consumo consciente?

Elias Fajardo - O consumo está no centro da sociedade contemporânea. Todos os seres vivos consomem, pois se alimentam e usam recursos naturais. Daí a ligação forte entre o ato de consumir e a preocupação com o meio ambiente. Não é possível falar em sustentabilidade sem trabalhar com estas duas realidades. Para viver, o ser humano precisa, basicamente, de alimento, abrigo, afeto e alegria. Mas a vida em sociedade se tornou cada vez mais complexa, surgiram necessidades baseadas em desejos e fantasias nunca totalmente satisfeitos e que variam de uma pessoa para outra e também no tempo e no espaço. Isto levou ao surgimento da sociedade de consumo, ou seja, um grupo social vivendo em estágio avançado de desenvolvimento industrial. Tal sociedade está ligada à economia de mercado, que busca equilibrar a oferta e a demanda por meio da circulação de capitais e produtos, sem intervenção direta do Estado. E o ato de consumir passou a ter tal importância que, no nosso mundo fragmentado, o principal terreno da atividade social deixa de ser a produção e passa a ser o consumo. E os produtos têm uma capacidade de significação que os consumidores transferem para dentro de si por intermédio da manipulação de diferentes códigos criados pelos profissionais de marketing.

Atualmente, o crescimento da consciência de quem compra e usa mercadorias e serviços está mudando o cenário. O ato de consumir tende agora a deixar de ser visto como sinônimo de atitude alienada e passa por novas interpretações. Uma delas considera que exercitar o consumo faz parte da cidadania e pode ser até uma forma de protesto, pois nele está embutido um desafio. Escolher mercadorias significa orientar-se com base em um conjunto de valores; eleger um bem ou um objeto implica rejeitar outros cujas maneiras de produção eu não aprovo. Sou contra trabalho escravo e o desmatamento indiscriminado da Amazônia. Por isso, me recuso a comprar produtos de empresas envolvidas com estas questões. Assim, desenvolvem-se formas colaborativas e conscientes de discutir e atuar.

Agência Ambiente Energia - O que é comércio justo?

Elias Fajardo - É um segmento comercial que se baseia na solidariedade econômica e financeira. Nele não existem vencidos nem vencedores, pois se procura evitar que uma parte perca para que a outra possa ganhar. Quando todas as partes envolvidas ganham, a atividade comercial adquire caráter mais igualitário e estimulante para quem a pratica. É algo relativamente novo e em evolução no cenário mundial: uma relação baseada na interação entre fornecedores e empresários que vendem, em geral, para consumidores de países desenvolvidos, mercadorias elaboradas por produtores de países em desenvolvimento organizados em associações e cooperativas.

A palavra inglesa fair trade (comércio justo) é empregada internacionalmente para identificá-lo. Segundo a International Federation of Alternative Trade, Federação Internacional de Comércio Alternativo (IFAT), o comércio justo é uma parceria comercial baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior equidade no comércio internacional. Contribui para o desenvolvimento sustentável por meio de melhores condições de troca e da garantia de direitos para produtores e trabalhadores marginalizados, principalmente nos países em desenvolvimento.

O comércio justo não se restringe às relações comerciais; inclui também iniciativas de cooperação entre produtores, importadores e consumidores, que podem inclusive se desdobrar em atividades paralelas ligadas à gestão, ao treinamento de pessoal especializado e ao associativismo.

Quem produz procura valorizar aquilo que oferece ao mercado, mas também sua própria identidade pessoal e coletiva. Quem compra e importa com ética comercial e ambiental pode, por exemplo, financiar previamente o plantio de um produto agrícola para garantir a continuidade de seu fornecimento. E quem consome estabelece um compromisso com os produtores e procura se informar sobre a origem e as condições em que são produzidas as mercadorias.

Agência Ambiente Energia - Como estes dois segmentos interagem?

Elias Fajardo - São duas faces de uma mesma moeda. Não existe comércio justo sem consumidor consciente e vice-versa. Esta é uma tendência em crescimento em todo o mundo. Quanto mais consumidores, comerciantes e prestadores de serviço se organizarem e passarem a cooperar, buscando formas mais eficientes e voltadas para o interesse comum, mais estes segmentos estarão unidos e tenderão a se desenvolver.

Agência Ambiente Energia - Está provado que o modelo de produção e consumo utilizado hoje contribuiu para aprofundar alguns aspectos da desigualdade social e do desequilíbrio ambiental. Como reverter este quadro no Brasil no curto, médio e longo prazos?

Elias Fajardo - Não existem fórmulas prontas nem é fácil reverter um quadro que vem desde a colonização. O Brasil foi construído como uma terra de exploração ilimitada de seus fartos recursos naturais e humanos. E isto levou a um quadro de desigualdade considerado dos maiores do mundo. Mas acredito que o caminho se faz ao caminhar. Os primeiros passos já foram dados e indicam a potencialidade das mudanças. Somos um país em que um pedreiro nordestino inventou uma cisterna de placas de cimento que permite armazenar água sem desperdiçar e que está sendo implantada em massa no Nordeste. Somos o país em que o trabalho voluntário realizado pela Pastoral do Menor diminuiu drasticamente a desnutrição infantil. E assim por diante.

Programas de redistribuição de renda brasileiros estão mudando este quadro no plano econômico, e uma maior conscientização com relação à conservação do meio ambiente também ajuda a compor um bom cenário. Mas há, no entanto, alguns equívocos: um deles, por exemplo, é acreditar que nossas reservas de petróleo do pré-sal são a salvação da lavoura energética. Eventos como o vazamento do Golfo do México - a maior catástrofe ambiental americana - mostram que, tão ou mais importante quanto garantir a tecnologia para extrair petróleo, é gerar e implantar uma tecnologia de prevenção de acidentes. É preciso falar também na necessidade premente de incrementar o uso e a difusão de energias alternativas.

Agência Ambiente Energia - Como está sendo desenvolvido o programa do Sebrae Rio de Cadeias Produtivas e Arranjos Produtivos Locais?

Elias Fajardo - O Sebrae participa da construção de Arranjos Produtivos Locais (APLs), cuja tônica é a seguinte: nos setores em que a produção é frágil e precisa otimizar recursos, créditos e bens de capital, é possível cooperar com o concorrente. Por outro lado, compete-se em outras áreas, e isso aumenta a produtividade. O APL tem uma atividade econômica industrial predominante, mas nele também podem existir outras, como o turismo. Empresas cooperam e uma complementa a atividade da outra. Nas confecções, uma firma corta, outra costura, uma terceira embala e, juntas, fazem a manutenção das máquinas e a gestão. Nesse arranjo, todo mundo pode ser empregado ou empreendedor, vai depender do perfil e da visão de futuro da comunidade. Não se pensa mais só em mão de obra, mas em "cabeça de obra", ou seja, em quem ajuda a elaborar e a fazer. O empregado pode se tornar quase um sócio do empreendedor e crescer profissionalmente. Já o patrão pode se compor com a capacidade produtiva do empregado. E o lucro, assim como o risco, é compartilhado por todos. Se houver mudanças repentinas e inesperadas, uma parte do empreendimento pode morrer e a outra parte se compõe com outros parceiros.

O modelo APL brasileiro é híbrido, composto pelas figuras do empreendedor, do governo e de entidades de fomento e tecnológicas. Alguns exemplos são o pólo de moda íntima de Nova Friburgo e o pólo de moda praia em Cabo Frio. Segundo Renato Regazzi, gerente da Área de Desenvolvimento Industrial e de Setores de Base Tecnológica do Sebrae-RJ, já existem mais de 600 casos no Brasil. Minas Gerais se tornou referência no setor moveleiro, Campina Grande (PB) se destaca em calçados, há um setor de móveis em Paragominas (PA) alimentado com sobras de madeira. Temos também a cachaça de Paraty, a pinga mineira etc. O importante é ser solidário, singular e universal.

Agência Ambiente Energia - Em termos gerais é possível ter esperanças? Está surgindo uma nova economia?

Elias Fajardo - No final do século XX e no início do século XXI, começou a se consolidar uma nova economia, mais ágil e adequada às realidades e aos tempos contemporâneos, mais preocupada com o ser humano do que com índices e números abstratos. Ela se propõe a levar em conta não apenas o interesse dos indivíduos, mas a colaboração e a solidariedade entre pessoas e grupos. E enfatiza muito mais a distribuição da riqueza e da renda do que o crescimento da produção.

Conforme as pessoas adotam novas formas de vida, assim como novos valores, crenças, estruturas familiares, sistemas políticos, expressões de arte e cultura, também vão sendo engendradas novas expressões de riquezas e de sistemas econômicos. Passamos da economia do arado para a da linha de montagem e, agora, estamos adentrando a economia da era do computador, caracterizada pela supremacia do conhecimento.

O resultado disso tudo é uma mudança expressiva e profunda. Manuel Castells, em seu livro A sociedade em rede, define essa nova etapa da economia capitalista como "informacional". Nela a produtividade das empresas, das regiões ou mesmo das nações depende basicamente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar de forma eficiente a informação baseada em conhecimentos.

Portanto, a tecnologia da informação e da comunicação está na base da economia do conhecimento, à medida que permite armazenar, processar e fazer circular rapidamente e com baixo custo um número de dados cada vez maior. Com isso, vem se desenvolvendo uma tendência a empregar a tecnologia como instrumento de inclusão social. Neste caso, talvez se possa falar até num casamento entre os conceitos de economia do conhecimento e de economia da solidariedade.

No Brasil, o ritmo para receber a Copa do Mundo de 2014 está sendo intensificado gradativamente. No Rio Grande do Sul, várias ações acontecem principalmente na área de projetos. Neste mês, iniciam-se as obras de duplicação Avenida Beira-Rio e as obras de revitalização do estádio Beira-Rio, sede gaúcha na Copa do Mundo de 2014.

O Festival do Turismo de Gramado participa desse momento histórico para o país. Já na edição do ano passado, a África do Sul que sediou a Copa de 2010, esteve presente no espaço Destinos em Destaque. A expectativa do Ministério do turismo é que a Copa de 2014 consiga atrair de 500 a 700 mil turistas estrangeiros para o Brasil. Esse número representa 10% a mais que o atual número de visitantes anuais em território nacional.

Gramado, Canela e Bento Gonçalves, são candidatas à base de seleções durante o Mundial. A Secretaria da Copa 2014 realizará, ainda este mês, um seminário com a empresa Match Service, contratada pela FIFA para pré-selecionar os campos base. A previsão é de que os nomes destas cidades sejam divulgados até dezembro.

Os diretores do Festival do Turismo se Gramado sabem que, com a Copa no Brasil, o mundo volta seus os olhos para o país. E isso provavelmente terá reflexos na feira ainda este ano, trazendo um maior número de agentes de viagens internacionais ao evento. "Com certeza a atividade turística será bastante aquecida já a partir deste ano", observa Marcus Rossi. "Acreditamos que, nas próximas edições, a tendência de participação internacional á medida que se aproxima a data, será ainda maior", complementa Eduardo Zorzanello.

O 22º Festival do Turismo de Gramado se realiza de 18 a 21 de novembro, no Serra Park. Considerada a feira de negócios de resultados mais efetivos para o trade brasileiro e sul-americano, o Festival é voltado exclusivamente a profissionais do trade turístico. Em sua última edição, recebeu cerca de 13 mil profissionais com poder de decisão e agentes de viagem da América do Sul.

"Se antes ouvíamos dizer que o Nordeste era o problema, hoje podemos afirmar que é a solução. O futuro para a indústria do turismo." Com essas palavras o ministro do Turismo, Luiz Barretto, saudou o público presente ao 6º Workshoping Trade Brasil, que pela primeira vez é realizado no Nordeste. O evento itinerante reuniu, no Recife (PE), agentes e operadores de turismo dos estados da região.

Em discurso, o ministro falou da importância do Recife no cenário turístico nacional. Cidade que, de 2007 até 2010, recebeu investimentos de R$ 59,73 milhões do MTur para obras de infraestrutura turística. Ao dirigir-se aos agentes e operadores de viagem, Barretto disse que eles são peças fundamentais no processo de preparação do país para a Copa do Mundo de 2014.

O presidente da Trend Operadora, Luis Paulo Luppa, falou da estrutura do evento, onde cerca de 4 mil agentes puderam conhecer produtos da hotelaria apresentados por 150 expositores. E disse que é um espaço importante para a troca de informações entre profissionais de todo o país.

A Trend Operadora,que promove dois workshops por ano, realiza cerca de 4 mil reservas de hotéis por dia para mais de 6 mil agências de viagem. Na sua carteira estão fornecedores 120 mil hotéis no exterior e 2 mil no Brasil, segundo a assessoria de comunicação da empresa.

"Não há cana e não terá cana no Pantanal". A afirmação é do presidente da Associação dos Produtores de Bioenegia do MS, Biosul, Roberto Hollanda Filho, durante a palestra ''Sustentabilidade do Setor Sucroenergético no MS", no Congresso de Tecnologia na Cadeia Produtiva da Cana-de-açúcar em MS - Canasul 2010, que acontece dias 16 e 17 de agosto, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande. Hollanda abordou assuntos polêmicos como a produção de cana no Pantanal. "O governo federal estipulou que não haverá nova produção de cana na Bacia do Alto-Paraguai. Não existe nenhum projeto de instalação de usinas no Pantanal e é preciso ser categórico nisso", prosseguiu.

Outro ponto foi um dos processos de cultivo da cana, onde ela precisa ser queimada para ser cortada. O presidente da Biosul foi categórico ao afirmar que a associação é contra a queima, mas a mudança que deve ser feita até 2016 em Mato Grosso do Sul, com a tecnificação da poda será feita sem que exista prejuízos a cadeia e a sociedade. As maquinas ainda exigem um alto investimento e os trabalhadores precisam se qualificar para operar os equipamentos.

O investimento em qualificação da mão-de-obra já está sendo feito em Mato Grosso do Sul. O objetivo é realizar três mil cursos até o fim desse ano. Criar postos de empregos fixos também é uma preocupação do setor. "Quando 100 pessoas perdem o emprego em uma usina de cana, gera-se outros 30. Contudo, esses são empregos fixos e com um salário melhor, diferente dos outros que clandestinos", esclarece.

Roberto Hollanda destacou a importância do etanol - combustível produzido a partir da cana-de-açúcar - para o Brasil e o mundo. "O etanol é um exemplo de sustentabilidade. O Brasil possui o maior programa de energia renovável do planeta", disse. Uma das vantagens do etanol é que ele emite até 89% menos CO2 na atmosfera quando comparado aos outros combustíveis e quanto a bioeletricidade produzida a partir do bagaço da cana é neutra nesse aspecto.

A cana-de-açúcar ocupa 1,2% do território de Mato Grosso do Sul. A mecanização da colheita chega a 70% do total produzido e continua avançando. Cerca de 26 mil empregos diretos são produzidos - houve um aumento de 56% em quatro anos. A participação das mulheres também aumentou em um ambiente onde os homens eram a maioria.

De acordo com Hollanda, Mato Grosso do Sul se tornará o quinto maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil a partir da safra 2010/2011. De 575 milhões de toneladas produzidas na safra 2006/2007, espera-se mais que o dobro para a próxima.

Sobre o Canasul

O Canasul 2010 acontece nos dias 16 e 17 de agosto, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo. Informações podem ser acessadas pelo site www.opec-eventos.com.br/canasul. O Canasul 2010 é realizado pela Comissão Técnica de Bionergia da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), com promoção do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Produção e Turismo (Seprotur); Associação dos Produtores de Bionergia de MS (Biosul) e Federação das Indústrias de MS (Fiems). Sebrae, Banco do Brasil e Ministério da Agricultura patrocinam o evento, que tem apoio da AEAMS, CREA-MS, OCB-MS e Mútua.

Buraco das Araras

Desde o último mês de maio, a cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, faz parte do projeto Tour da Experiência, concebido pelo Instituto Marca Brasil (IMB) e desenvolvido pelo Ministério do Turismo e pelo Sebrae Nacional. O objetivo principal é fazer com que o turista tenha experiências diferenciadas e interajam com a comunidade local. Desde a última quinta-feira (12/08) até domingo (15/08) um grupo de jornalistas de todo o Brasil está conhecendo este "outro lado" do destino e o MERCADO & EVENTOS / FOLHA DO TURISMO está participando deste press trip e cobre com exclusividade para o trade turístico.

Inicialmente, fazem parte do projeto 18 estabelecimentos locais que desenvolveram, com ajuda do Sebrae, atrativos diferenciados para os turistas, que proporcionam uma maior integração com o destino e com os seus moradores. "No mundo tudo existe um perfil de público que que busca não apenas passar pelo destino, mas também aprender algo com a comunidade, e este é o nosso foco", disse Vanessa Leite, coordenadora do Sebrae de Bonito.

Três agências de receptivo local já comercializam os passeios, a Bonito Way, Agência Ar e Ygarapé Tour, além de seis operadoras disponibilizam pacotes completos. De acordo com Vanessa, o projeto demorou aproximadamente um ano e meio para ser totalmente formatado. A primeira etapa foi o credenciamento dos estabelecimentos, depois, a formatação de cada um dos passeios, a certificação e, por último, a comercialização. "Temoa hotéis, restaurantes, fábricas, fazendas e diversos estabelecimentos participando do Tour da Experiência", afirmou Vanessa.

Participam do Tour da Experiência de Bonito o Restaurante Cantinho do Peixe, a Taboa Fábrica de Encantos, o Vício da gula, o Projeto Jibóia, o Wetiga Hotel, a Associação Amigos do Brazil Bonito, o Restaurante Casa do João, a Associação Bonito Feito à Mão, o Buraco das Araras, a Estância Mimosa Ecoturismo, o Hotel Pousada Águas de Bonito, o Hotel Pousada Arizona, o Hotel Marruá, a Oca Bar e a Pousada Chaminé.

Este projeto já foi implantado na Região da Uva e Vinho, no Rio Grande do Sul, em Belém do Pará, na Costa do Descobrimento, na Bahia e em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Mais informações peo site www.tourdaexperiencia.com.

Rio - Ícone das it-girls da cidade e sócia da Nag Nag, a multimarcas preferida da juventude dourada, Carol Buffara trocou as férias no Mediterrâneo, tão em moda entre suas colegas fashionistas, por uma expedição a Bonito, no Mato Grosso do Sul. "Acho que esses destinos em julho ficam muito cheios. Decidimos então fazer o contrário: viajar pelo Brasil agora e, só em setembro, ir para fora. Pegaremos o final da temporada, quando os lugares têm menos filas e menos turistas; o roteiro é Roma, Capri, Sorrento, Amalfi e Positano".

Foto: Álbum de viagem

O DESTINO. "Já tinha ouvido falar de Bonito, de suas águas claras, mergulhos, mas confesso que não era um plano próximo de viagem.

Todos os anos, o (empresário) Dado (Jacintho), meu namorado, organiza a Feijoada de Inverno de Bonito, na Praia da Figueira. O lugar é paradisíaco, fica cheio de gente linda, são 800 convidados numa festa com música ao vivo e DJ ao anoitecer".

A TURMA. "Essa viagem reúne pessoas do Brasil todo, Rio, São Paulo, Curitiba, interiores. Comigo foram meus amigos Kiko Gouvea e Marcelo Serrado. É impressionante a quantidade de estrangeiros na cidade. Você sai com a impressão de que o mundo todo descobriu o lugar, menos os brasileiros, o que é uma pena".

COMO CHEGAR. "Pegue um avião do Rio para Campo Grande (a TAM tem voos diretos), de onde se parte para Bonito em duas horas e meia de carro. A viagem passa muito rápido, porque a paisagem é linda".

BELEZA. "Realmente, não estavam exagerando quando me falavam de Bonito. Em primeiro lugar, a paisagem é maravilhosa, o ar é puríssimo e você fica o tempo todo rodeada de verde. Fizemos um passeio chamado Sucuri, para o qual é necessário pegar um carro até a sede de uma fazenda. Chegando lá, somos atendidos por um guia que nos instrui a colocar roupas e sapatos de borracha. Uma vez prontos, entramos em outro carro que nos leva ao início da trilha, até o Rio Sucuri. O caminho já é cheio de nascentes lindas. É impressionante como a água
é transparente; mesmo de cima, vemos nitidamente o fundo".

NA NATUREZA. "Quando chegou a hora de mergulharmos, tivemos que fazer uma fila indiana e descer um de cada vez. O instrutor nos alertou para, em hipótese alguma, colocar os pés no chão, para não tirarmos nada do lugar nem impedirmos a visibilidade. Nunca tinha mergulhado assim antes; não precisei fazer nenhuma força para nadar, o rio simplesmente me levava, parecia que eu estava com um motorzinho nas costas. Vimos toda a vegetação e uma quantidade absurda de peixes, cardumes enormes de dourados".

PERRENGUE. "Precisávamos ficar atentos durante o passeio porque, como o rio nos levava, não tínhamos lá muito controle. Muitas vezes, quando estava olhando para o lado, admirando os peixes, me deparava com um tronco de árvore. Outra coisa bem engraçada foi a espera para sairmos com o carro do passeio. Estava um calor de lascar, vi uma mangueirinha dando sopa e meti a cabeça embaixo. Uma delícia de banho de mangueira".

ARSENAL. "Uma coisa que sempre levava comigo, até à noite, era meu mini-Off e meu Afterbite, ambos comprados na Wallgreens (farmácia americana online). Sou alérgica a mosquitos e voltei com a perna pipocadinha; nem os super-repelentes deram jeito".

INSPIRAÇÃO. "No caminho de Campo Grande para Bonito, passamos por um senhor, muito humilde, que faz pulseiras com chifres - tenho uma muito parecida da Chanel (risos). Fiquei louca para fazer umas para a Nag Nag."

VISITA. "Numa noite, estávamos em um bar superlegal, chamado Tá Boa?!, onde rolava um show de uma banda de MPB. Até o Serrado deu canja. De repente, vejo pela janela um homem passando com uma jiboia no pescoço. Você não está entendendo meu pânico de cobra, mas, mesmo assim, chamei o rapaz para perto de mim e perguntei se a cobra era mansinha. E tive coragem de tocar no couro da cobra, bem longe da cabeça. Para o meu espanto, ela não era melada e tinha a pele bem sequinha, parecia uma bolsa mesmo. Daí vi aquele cara segurando a cabeça, respirei fundo, tomei coragem e pedi pra ele colocar a cobra no meu pescoço. Quase morri, mas fiquei bem orgulhosa da minha coragem. É dura a vida da bailarina".

RETORNO. "Não tenho dúvidas de que voltarei em breve. Estou louca para fazer vários outros passeios. Dizem que tem uma espécie de buraco negro estreito, pelo qual você desce fazendo rapel e, chegando ao fundo, se depara com uma caverna subterrânea, com água estilo gruta azul, turquesa. Já estou sonhando com isso".

Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai possuem um dos depósitos de águas subterrâneas mais importantes do planeta. Mas, para a população, os aquíferos seguem sendo realidades desconhecidas, provavelmente porque não se vê.

Com a modificação constitucional realizada a partir do plebiscito da água (2004) a cidadania tomou mais consciência da importância que tem esse recurso natural para o seu bem-estar.

Porém, essa versão parece não incluir as águas subterrâneas. Para a população, os aquíferos seguem sendo realidades desconhecidas, provavelmente porque não se vê.

O concreto é que com Argentina, Brasil e Paraguai compartilhamos (o autor do texto é uruguaio) um dos depósitos de águas subterrâneas mais importantes do planeta.

O aquífero Guarani ocupa 1.2000.000 km2, correspondendo a quase 4% do território uruguaio. Calcula-se que em sua área de influência vivem 70 milhões de pessoas. Seu principal uso é para o consumo social, mas também é aproveitado pela indústria, pela agricultura e pelo turismo termal.

Graças ao Projeto para a Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aquífero Guarani, conhecemos melhor a estrutura e a dinâmica deste gigantesco reservatório de água, o que melhora nossas possibilidades de desenvolver, com sucesso, políticas nacionais e regionais de conservação, utilização e gestão.

Agora sabemos que não se trata de um grande aquífero bem interligado, mas, mais precisamente de oito setores bem definidos. As águas são armazenadas em diferentes níveis e com fluxos hídricos de pequeno porte.

Isso condiciona a gestão do aquífero em cada área e, ao mesmo tempo, exige uma ação coordenada e complementar dos países para garantir um bom aproveitamento deste recurso vital.

No caso de Concordia-Salto tornou-se claro que a abertura de novos poços poderia reduzir os fluxos e as temperaturas na zona turística de águas termais.

Portanto, uma boa gestão das águas subterrâneas é uma questão atual que exige desenvolvimentos e novos compromissos.

No dia 2 de agosto, na reunião da Cúpula do Mercosul, em San Juan, na Argentina, os presidentes dos quatro países assinaram um acordo sobre o aquífero Guarani.

O principal objetivo é destacar a cooperação como base para o uso sustentável dos recursos - o mesmo espírito que caracterizou o recente acordo argentino-uruguaio realizado sobre o conflito da pastera de Fray Bentos.

A partir deste compromisso, os países precisam avançar muito mais nesses mecanismos se querem transformar as boas intenções expressadas em ações bem-sucedidas.

Também têm que se adaptar e criar regras específicas que permitam o desenvolvimento nacional sem comprometer o potencial do aqüífero, nem gerar impactos ambientais negativos na região.

O artigo 4 do acordo estabelece que os quatro países promoverão a conservação e a proteção ambiental do Sistema Aquifero Guarani de forma a assegurar o uso múltiplo, racional, sustentável e igualitário dos recursos hídricos.

Aparentemente, cresce a conscientização dos governantes sobre a importância estratégica que tem a conservação para promover políticas de desenvolvimento mais justas e sustentáveis.