Notícias de Bonito MS
Ampliar a produção de carne orgânica no Pantanal e profissionalizar a cadeia da pecuária orgânica brasileira são os objetivos principais do 1º Simpósio de Pecuária Orgânica, que acontece nos dias 24 e 25 de julho, na fazenda Rancharia, no Pantanal da Nhecolândia.
O evento será simultâneo à 4ª Cavalgada no Pantanal, organizada pela ACCP (Associação dos Criadores de Cavalo Pantaneiro do Mato Grosso do Sul) e pela ABPO (Associação Brasileira de Pecuária Orgânica). A cavalgada começa dia 23, com a chegada e acomodação dos participantes, e termina no dia 26, com a entrega do certificado de "Amigo do Pantanal".
O simpósio terá três palestras. A primeira, sobre "Cadeia produtiva da carne orgânica" será realizada pelo professor Antônio Márcio Buainain, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas-SP) no dia 24, às 11h30.
No mesmo dia, às 18h, a professora Silvia Caleman, da USP (Universidade de São Paulo), fala sobre "Organização de Cadeia de Valor para Pecuária Orgânica no Pantanal".
A terceira palestra será do pesquisador André Steffens Moraes, da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ele trabalha com socioeconomia e vai abordar o "Mercado de Carne Orgânica" no dia 25, às 17h30. A Embrapa Pantanal é uma das patrocinadoras do evento.
Segundo André, a ideia é chamar a atenção dos participantes para os produtos sustentáveis do Pantanal. "O começo será pela carne orgânica, mas a abordagem sustentável do turismo também será destacada."
MERCADO
O pesquisador afirma que a iniciativa de se trabalhar com temas ligados à cadeia da pecuária orgânica permite que o produtor visualize o mercado de uma forma mais abrangente. Além do pecuarista, frigoríficos e varejistas estão integrados à discussão e estruturados para abater e comercializar o produto.
André Steffens explica que o Mercado Comum Europeu e os Estados Unidos consomem 90% da carne orgânica produzida no mundo. O Brasil ainda tem uma oferta pequena, os processos de certificação estão começando e o produto final custa entre 7% e 10% a mais em relação à carne convencional.
No Pantanal, berço da pecuária orgânica no país, a produção orgânica começou em 2001, com a criação da ABPO. O Mato Grosso também tem uma associação semelhante, a Aspranor (Associação Brasileira de Produtores de Animais Orgânicos).
EXIGÊNCIAS
Mas afinal, o que é o boi orgânico? Segundo o pesquisador da Embrapa Pantanal, é um animal produzido a partir de conceitos de sustentabilidade econômica, social e ambiental. "A princípio, quem não conhece bem o sistema orgânico, acha que tudo nele é proibido. Não é bem assim", disse André.
Na esfera econômica, o boi orgânico deve ser rentável. Alguns cuidados em relação ao manejo e ao bem-estar do animal devem ser praticados, como não utilizar na propriedade produtos derivados do petróleo, uréia e medicamentos alopáticos para cura. "Recomenda-se o uso de medicamentos homeopáticos ou fitoterápicos para prevenir doenças", afirmou.
Os animais devem ter áreas sombreadas para ficar, água em abundância e transporte adequado ao abatedouro para que não se machuquem. O abate não pode ser estressante.
No âmbito social, os trabalhadores da propriedade devem ter carteira assinada e condições adequadas de qualidade de vida. Seus filhos devem ter acesso a escola, suas casas precisam ser estruturadas, com banheiros, por exemplo.
No foco ambiental, é avaliado qualquer impacto ao meio ambiente. Como o sistema orgânico não utiliza produtos químicos, não haverá condução de substâncias tóxicas aos rios e mananciais. Também não se usam adubos, apenas pastagens naturais.
"Há casos em que, se o animal estiver em risco, é permitido o uso de medicamentos alopáticos. Mas o pecuarista deve informar ao certificador a quantidade comprada, a forma de armazenamento e o uso. "Não se deve utilizar mais de duas vezes essas substâncias no mesmo animal", afirma André.
Essa intervenção é aceita para os mercados brasileiro e europeu, mas os Estados Unidos não concordam com o uso de alopáticos em hipótese alguma.
Segundo o pesquisador, existem hoje no Mato Grosso do Sul 12 fazendas certificadas e 10 em processo de certificação. Entre estas, a fazenda Nhumirim, da Embrapa Pantanal. O certificador escolhido pela ABPO, parceira da Embrapa, é o IBD (Instituto Biodinâmico).
O certificador faz duas visitas anuais à propriedade, custeadas pelo produtor. Além disso, faz vistorias surpresas à fazenda. "Caso encontre algum item não adequado, são sugeridos ajustes", disse André.
A Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República, através da sua Superintendência Estadual e em parceria com a Fundação Cândido Rondon organizam a 1ª Oficina Territorial da Pesca e Aqüicultura no Pantanal Sul, que aconteceu ontem (18) e hoje, 19, em Aquidauana.
A Oficina faz parte do processo de articulação do Território de Pesca e Aquicultura do Pantanal Sul, que abrange os municípios de Aquidauana, Bonito, Corumbá, Coxim, Ladário, Miranda e Porto Murtinho.
Essa articulação envolve o setor pesqueiro e aquícola (federação, colônias, associações e cooperativas de pescadores e piscicultores), instituições governamentais federais, estaduais e municipais e entidades de apoio ao setor.
O objetivo dessa política da SEAP/PR é discutir as questões que envolvem o setor da pesca e aquicultura (produção, meio ambiente, fiscalização, situação social e organização) com todos os atores que atuam nessa área e elaborar participativamente um plano de desenvolvimento sustentável da pesca e aqüicultura no Território do Pantanal Sul.
O trabalho envolve entidades como a Federação dos Pescadores de MS, as colônias de pesca, associações, Ecoa, Embrapa Pantanal, UEMS, UFMS, Prefeituras Municipais, IBAMA, MDA, Banco do Brasil, Imasul, Agraer, PMA, INSS, DRT, Conab, Vida Pantaneira, SEBRAE.
Além da participação dos representantes das entidades envolvidas, a abertura da Oficina, no dia 18 e já está confirmada a presença do Superintendente Estadual da SEAP/PR, Valteci Ribeiro de Castro Jr (Mineiro) e dos Prefeitos Cláudio Valério (Anastácio) e Fauzi Suleiman (Aquidauana).
A equipe Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável de Anastácio, dirigida pelo secretário Valdevino Santiago, participará da oficina, que acontecerá no auditório do Hotel e Restaurante Beira Rio, próximo a Ponte Velha, em Aquidauana, com inicio as 13h30 de ontem.
Os professores brasileiros presos ontem pela Polícia Federal na região de Corumbá são responsáveis por uma pesquisa do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista , no campus de Rio Claro (SP).
O estudo é feito em parceria com o Departamento de Geociências da Universidade do Arizona (EUA), de onde são os outros profissionais presos nessa quarta-feira.
Eles estão desenvolvendo uma pesquisa no Pantanal sul-mato-grossense que começou pela Serra do Amolar, em novembro de 2007.
Em entrevistas anteriores sobre o estudo, o professor Aguinaldo Silva explicou que o projeto é para "num primeiro momento vão ser feitas algumas coletas na Lagoa Vermelha, onde serão levantadas todas as características da Lagoa Vermelha, em termos de ambiente, de biótica para entender qual o período da Lagoa, quando evoluiu e como e para onde vai futuramente."
Foi justamente nesse local, que o grupo foi preso ontem. A intenção também era estudar a região do Nabileque, de Cáceres, do Taquari, do Rio Vermelho e São Lourenço, elém do Pantanal de Aquidauana.
A previsão é que a pesquisa fosse desenvolvida até 2012.
A Polícia Federal considera a pesquisa irregular por não haver autorização especifica para o trabalho. Os dois estrangeiros pegos no Pantanal também tinham vistos de turistas e por isso não poderiam estar a trabalho no Brasil.
Foram presos os brasileiros Fabrício Aníbal Corradini e Aguinaldo Silva, e os norte-americanos Mark Andrew, Kelly Michael Went e Michael Mathew McGlue.
O professor Aguinaldo também integra a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), lotado em Corumbá.
A reitoria da instituição não comenta as prisões, diz apenas que o pesquisador está atualmente ele tem trabalho pela Unesp e autorizado para pesquisas no Pantanal.
A Ong Ecoa - Ecologia e Ação encaminhou ao ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), Altemir Gregoli, documento solicitando medidas emergenciais para atenuar os impactos da estiagem em comunidades ribeirinhas do Pantanal.
O mesmo documento também será enviado com cópia para o governador do estado, Andre Puccinelli e superintendente do escritório da SEAP em Mato Grosso do Sul.
Na carta enviada ao ministro da Pesca, a ONG sugere como a criação imediata de uma comissão para acompanhar a situação e analisar as medidas mais apropriadas, como a antecipação do Seguro de Pesca e projetos que contemplem em curto prazo a geração alternativa de renda para os pescadores profissionais da região por meio do turismo ambiental e a comercialização de produtos regionais, principalmente frutos.
De acordo com o ECOA estudos revelam que o Pantanal esta vivendo este ano, a maior estiagem desde 1973. O que afeta diretamente a economia das populações locais, que sobrevivem com dinheiro conquistado da pesca, já que a produção de peixes da região está diretamente relacionada à cheia.
O documento pode ser lido na íntegra no site da entidade:www.ecoa.org.br
Para abrigar o segundo geoparque das Américas - o Geopark da Serra da Bodoquena -, Mato Grosso do Sul se prepara com a realização de um workshop para definir o grupo gestor da nova área de preservação que deve ser reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A reunião que acontece desde terça-feira (16) e termina na sexta-feira (19), no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, elabora também o dossiê da candidatura do parque que será encaminhado para a Unesco. Segundo a diretora-presidente da Fundação de Turismo do Estado (Fundtur), Nilde Brun, o título da Unesco dará reconhecimento internacional para a região que abriga diversas riquezas geológicas do Estado.
"Até sexta-feira de manhã já deve ser concluído o grupo que vai fazer parte da gestão do geoparque e também o dossiê para a análise da Unesco. A expectativa é que até o final deste ano, o Parque da Serra da Bodoquena já seja reconhecido como o segundo geoparque das Américas", afirma Nilde.
Para a diretora-presidente da Fundtur, o novo geoparque é de interesse do governo do Estado porque além de ser uma importante área de preservação e pesquisa, a região deve trazer desenvolvimento para o turismo que explora o potencial histórico-cultural de Mato Grosso do Sul.
"É importante pensar que para nós a região já é um geoparque e mostrar para a população o que significa isso, inserir a comunidade nesta concepção de preservação natural e utilizar a área em prol desta população. Além disso, podemos utilizar a região para o turismo de pesquisa, podendo ser um local aberto a visitação de estudantes e pesquisadores do mundo inteiro em uma área que atualmente nós não tiramos proveito", observa Nilde Brun.
O local que abrigará a nova área de preservação possui diversos aspectos característicos de um geoparque nos moldes da Unesco, como a presença de fósseis de preguiças-gigante, tigres-dente-de-sabre e mastodontes. Além destes, fósseis dos primeiros seres vivos surgidos no planeta - há mais de 560 milhões de anos -, sendo um deles a corumbella, em homenagem a Corumbá, onde o fóssil foi descoberto. O local também abriga diversos sítios arqueológicos e históricos relevantes que contam a história da mineração em Corumbá e a Retirada da Laguna e também um rico patrimônio cultural traduzido pelo modo de vida pantaneiro, pelas artes gráficas e cerâmicas terena e kadiwéu, dentre outros.
As Universidades de São Paulo (USP), de Brasília (UNB) e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) também estarão no encontro. Além destes, a Universidade Federal do Ceará, que mostra a experiência na gestão do único geoparque do País - o do Araripe.
O "Projeto Demonstrativo de Recuperação de Matas Ciliares no rio Mimoso, Bonito/MS", executado pelo Instituto das Águas da Serra da Bodoquena - IASB e patrocinado pelo Programa Petrobras Ambiental, através da Petrobras S/A, trata do desenvolvimento de técnicas de recuperação de matas ciliares em propriedades rurais no rio Mimoso em Bonito no Mato Grosso do Sul.
O programa foi contemplado pela seleção pública do Programa Petrobras ambiental em 2006. A área de abrangência do projeto compreende o município de Bonito, localizado no sudoeste do estado de Mato Grosso do Sul, na microrregião geográfica denominada ou Serra da Bodoquena.
A Serra da Bodoquena é considerada a maior extensão de florestas naturais preservada do estado de Mato Grosso do Sul e uma das maiores áreas de floresta estacional decidual do país . Dessa forma, é considerada há décadas por organizações governamentais e não-governamentais como a mais prioritária para preservação da última área imaculada de Floresta Atlântica no interior do Brasil.
Rio Mimoso
O rio Mimoso nasce nas elevações da Serra da Bodoquena , possuindo 50 quilomêtros de extensão é um dos principais afluentes responsáveis pela qualidade e quantidade das águas do rio Formoso (considerado o mais importante curso d`água do município de Bonito e um dos rios de maior beleza cênica do mundo em razão de suas águas cristalinas) e vem apresentando diversos sinais de degradação, sendo que o principal deles é o desmatamento das matas ciliares e a diminuição do volume de água.
Segundo Liliane Lacerda, bióloga e coordenadora do projeto, a proposta foi elaborada devido à precária situação que se encontram alguns rios e córregos da região, em especial o rio Mimoso, e pela falta de recursos financeiros de alguns proprietários, principalmente os pequenos, para investir na recuperação dessas áreas através do modelo convencional mais utilizado, o plantio de mudas. "Trata-se de um projeto demonstrativo que trabalha com três unidades piloto ao longo do rio (que vem sofrendo diferentes graus de perturbação), procurando desenvolver técnicas de recuperação eficientes ecologicamente e de baixo custo.
As estratégias utilizadas para efeito de comparação quanto às vantagens econômicas e ecológicas, são: regeneração natural, regeneração natural induzida, semeadura direta, poleiros artificiais e plantio de mudas", disse Para Liliane, o incentivo para que os proprietários não queiram desmatar novamente as áreas recuperadas é feito por meio de cursos que estimulam o uso de novas práticas e, que sendo aplicadas, aumentam a produtividade das propriedades.
"Queremos que mais de 50% de proprietários da região sejam capacitados pelos cursos e dias de campo, demonstrando que essas estratégias de recuperação são mais baratas, fazendo assim com que as demais 125 propriedades da microbacia do rio Mimoso possam acreditar na proposta, aderindo a um dos modelos de recuperação, implantando-o e se tornando um multiplicador das práticas conservacionistas incentivadas pelo projeto", afirmou.
Há dois anos proprietários rurais vêm recebendo assistência técnica, capacitação e participando de palestras e reuniões de sensibilização. Até o momento, mais de 1.500 pessoas já foram mobilizadas sobre a importância das matas ciliares para a proteção das águas. Além disso, o projeto vem realizando a implantação e avaliação de técnicas diferenciadas de recuperação em propriedades rurais no Mimoso, onde já foi feito o plantio de cerca de 1.500 mudas e mais de 10 mil sementes de espécies florestais nativas.
Campanha Faça sua Parte
Com a campanha "Faça sua Parte. Você Pode Plantar um Mundo Novinho em Folha" o IASB vem divulgando as técnicas desenvolvidas no projeto. A campanha tem atraído proprietários interessados em conhecer as técnicas de recuperação empregadas pela instituição e que buscam a melhor alternativa para sua propriedade.
O IASB realiza visitas a convite dos proprietários rurais, distribuindo sementes e oferecendo auxilio técnico para a recuperação da mata ciliar, além de divulgar os resultados obtidos através da implantação das cinco técnicas de recuperação de áreas degradadas, cujo objetivo é testar a viabilidade do modo de recuperação empregado, assim como o seu custo de implantação. "O projeto completou dois anos de execução, e durante este período de pesquisa, a técnica que está apresentando melhores resultados no que se refere à rapidez e o custo da recuperação é o plantio de sementes direto no solo. Entre as demais, está sendo testado o plantio direto de mudas, na regeneração natural, na semeadura a lanço e na utilização de poleiros artificiais", ressaltou Liliane Lacerda.
A bióloga afirma que sem descartar a viabilidade das outras formas de recuperação em longo prazo, o IASB realiza as visitas mostrando como foram implantadas todas elas e mostrando passo-a-passo como foi realizada a semeadura direta no solo, fazendo pequenos módulos para que os funcionários rurais possam testar a técnica antes de implantá-la em uma área maior. "A principio foram visitadas três propriedades rurais, duas nas margens do rio Mimoso e uma nas margens do rio Formoso.
Em todas elas a equipe do IASB sentiu-se satisfeita com a receptividade dos caseiros e proprietários e com o entusiasmo em testar a metodologia implantada. Desse modo, o IASB espera semear boas sementes e gerar bons frutos, ajudando o proprietário rural a recuperar áreas degradadas e contribuir para uma melhor qualidade de vida local", disse.
As sementes são distribuídas em saquinhos, confeccionados com a ajuda de alunos da escola Bonifácio Camargo Gomes e da Patrulha Florestinha. Nos saquinhos é encontrado um passo-a-passo para o plantio, conforme metodologia utilizada no projeto Matas Ciliares. E, visando não influenciar plantios homogêneos (de uma espécie só), cada saquinho apresenta no mínimo 08 espécies diferentes típicas de Mata Atlântica e Cerrado. "Como se trata de um gesto simples, apenas enterrar a semente no chão, o IASB espera que mais de 50% das sementes distribuídas sejam plantadas em beira de rios, córregos e nascentes, podendo germinar e garantir o nascimento de mudas que irão contribuir com a conservação dos recursos hídricos do município" finalizou Liliane.
Por meio do projeto o IASB oferece aos proprietários rurais e moradores da região diversos cursos , como o de manejo de pastagens, controle de formigas cortadeiras.
O IASB
O Instituto das Águas da Serra da Bodoquena - IASB, constituído legalmente em 2002 em Bonito, Mato Grosso do Sul já desenvolveu diversas ações voltadas para a recuperação e manutenção da qualidade das águas, do solo e da vegetação das microbacias localizadas na Serra da Bodoquena. Criado por proprietários rurais, empresários, ambientalistas e comunidade ribeirinha, o Instituto se originou da Associação Amigos do Rio Mimoso, onde pessoas de vários segmentos preocupadas com as condições de conservação ambiental da região começaram a se reunir em 1999 para buscar soluções a fim de minimizar o processo de degradação do referido rio.
O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, leva para a Feicorte 2009 (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne), que acontece em São Paulo, a reivindicação dos pecuaristas pantaneiros, para que o governo federal crie algum benefício para os produtores, que ocupam o Pantanal de forma sustentável há pelo menos 250 anos e atualmente com 85% da vegetação nativa preservada, segundo informações da assessoria de imprensa da entidade.
Para Maia, 'quem preserva tem de ter crédito'. Ele fará um pronunciamento com base em pesquisa da Embrapa-Pantanal e outras 5 ONGs, no estande do gado guzerá, às 10 horas da manhã, na Feicorte, sexta-feira, dia 20 de junho, último dia do evento.
A manifestação é para chamar a atenção das autoridades federais, preocupadas em só punir quem maltrata a natureza, mas que não criou até agora nenhum tipo de incentivo ou compensação para o homem pantaneiro, que exerce a atividade pecuária no Pantanal de forma econômica e ecologicamente sustentável. O representante dos pecuaristas diz que nem crédito de carbono os proprietários de terras no Pantanal recebem.
Pesquisa
Levantamento realizado por cinco ONGs (Organizações Não-Governamentais), que contou com a consultoria da Embrapa Pantanal, concluiu que 85% da vegetação nativa do Pantanal está intacta. O estudo foi iniciado no segundo semestre do ano passado e está em fase de finalização.
As ONGs responsáveis pelo levantamento foram a WWF-Brasil, SOS Mata Atlântica, Conservação Internacional, Avina e Ecoa, que contataram a empresa ArcPlan para a execução do mapeamento. Seis pesquisadores da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atuaram como consultores técnicos.
A quantificação de 85% de área conservada pode até aumentar na finalização do estudo. Há um percentual de áreas alteradas no Pantanal que ainda não foi devidamente processado pelo levantamento. Essas áreas podem ter sido alteradas por ação antrópica (do homem) ou representar variações naturais e não significam, necessariamente, desmatamento. O grupo da Embrapa Pantanal forneceu dados, informações e conhecimento técnico sobre a planície pantaneira.
O levantamento comprova que a pecuária extensiva tradicional praticada no Pantanal desde 1737 contribuiu para a conservação ambiental da região, que hoje representa o ecossistema com melhor índice de conservação do país. A grande maioria dos pecuaristas tradicionais do Pantanal utiliza a vegetação nativa para alimentar o rebanho, fazendo o manejo adequado, adaptado ao ciclo de cheia e seca, que garante a sustentabilidade da atividade a longo prazo.