quinta, 18 de junho de 2009
MS Notícias
Para abrigar o segundo geoparque das Américas - o Geopark da Serra da Bodoquena -, Mato Grosso do Sul se prepara com a realização de um workshop para definir o grupo gestor da nova área de preservação que deve ser reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A reunião que acontece desde terça-feira (16) e termina na sexta-feira (19), no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, elabora também o dossiê da candidatura do parque que será encaminhado para a Unesco. Segundo a diretora-presidente da Fundação de Turismo do Estado (Fundtur), Nilde Brun, o título da Unesco dará reconhecimento internacional para a região que abriga diversas riquezas geológicas do Estado.
"Até sexta-feira de manhã já deve ser concluído o grupo que vai fazer parte da gestão do geoparque e também o dossiê para a análise da Unesco. A expectativa é que até o final deste ano, o Parque da Serra da Bodoquena já seja reconhecido como o segundo geoparque das Américas", afirma Nilde.
Para a diretora-presidente da Fundtur, o novo geoparque é de interesse do governo do Estado porque além de ser uma importante área de preservação e pesquisa, a região deve trazer desenvolvimento para o turismo que explora o potencial histórico-cultural de Mato Grosso do Sul.
"É importante pensar que para nós a região já é um geoparque e mostrar para a população o que significa isso, inserir a comunidade nesta concepção de preservação natural e utilizar a área em prol desta população. Além disso, podemos utilizar a região para o turismo de pesquisa, podendo ser um local aberto a visitação de estudantes e pesquisadores do mundo inteiro em uma área que atualmente nós não tiramos proveito", observa Nilde Brun.
O local que abrigará a nova área de preservação possui diversos aspectos característicos de um geoparque nos moldes da Unesco, como a presença de fósseis de preguiças-gigante, tigres-dente-de-sabre e mastodontes. Além destes, fósseis dos primeiros seres vivos surgidos no planeta - há mais de 560 milhões de anos -, sendo um deles a corumbella, em homenagem a Corumbá, onde o fóssil foi descoberto. O local também abriga diversos sítios arqueológicos e históricos relevantes que contam a história da mineração em Corumbá e a Retirada da Laguna e também um rico patrimônio cultural traduzido pelo modo de vida pantaneiro, pelas artes gráficas e cerâmicas terena e kadiwéu, dentre outros.
As Universidades de São Paulo (USP), de Brasília (UNB) e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) também estarão no encontro. Além destes, a Universidade Federal do Ceará, que mostra a experiência na gestão do único geoparque do País - o do Araripe.