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Notícias de Bonito MS

Ao longo dos anos, Mato Grosso do Sul vem recebendo turistas brasileiros e estrangeiros que se encantam com as belezas naturais e potencialidades econômicas do Estado.

Para diretora-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, Nilde Brum (foto), Mato Grosso do Sul é basicamente meio ambiente. Ela afirma que quase todos os produtos turísticos do Estado são relativos ao meio ambiente, seja o turismo de lazer, gastronômico, de aventura ou ecológico - exceto o turismo de negócios. Mesmo assim, quem vem a negócios, arranja um tempo para conhecer Bonito e Pantanal."

De acordo com ela, o meio ambiente é protagonista do turismo no Estado: "Tanto o cidadão sul-mato-grossense, quanto aquele que visita nosso Estado, deve ter o devido cuidado e respeito ao meio ambiente. Caso contrário, num futuro próximo, não teremos mais turismo a oferecer, por isso a importância da conscientização".

Com relação à entrada e saída de turistas estrangeiros, passaram pelo controle de imigração na Capital, Corumbá e Ponta Porã, 75.704 turistas em 2007- um aumento de 14,17% (dados da PF/MS) em relação à 2006, número que tende a ser maior, pois existem os que entram em Mato Grosso do Sul utilizando outros portões aéreos e rodoviários do País.

"Esse aumento de fluxo de estrangeiros é conseqüência do investimento que o governo do Estado está fazendo para promover Mato Grosso do Sul em outros países com feiras, road shows, seminários, fam turs, press trips e material publicitário de qualidade. A participação dos empresários nesses eventos também é de suma importância, pois isso facilita o processo de comercialização", finaliza Nilde.

No mês passado, uma equipe da Fundtur e de entidades do trade turístico estiveram na Europa divulgando os produtos turísticos de Mato Grosso do Sul às operadoras de turismo local.

Para Beth Coelho, representante da Associação dos Proprietários de Atrativos Turísticos de Bonito e Região (Atratur), a viagem foi muito válida. "Fizemos um belo trabalho de divulgação lá fora. Passamos por Alemanha, Portugal Espanha e Itália. Em seguida participamos do Avistar Brasil, evento que reúne milhares de observadores de pássaros em São Paulo, segmento que está incrementando o ecoturismo, com cerca de 40 milhões de adeptos no mundo, e finalizando, participamos de um evento em Brasília, com shows de Almir Sater, Gabriel Sater e Tetê Espíndola, estrelas da música sul-mato-grossense. Ou seja, em um curto período de tempo, o governo estadual fortaleceu sua imagem e seu potencial turístico. É uma iniciativa louvável."

Pesquisas científicas

Projetos de conservação da biodiversidade também são chamarizes para turistas estrangeiros. No ano passado, várias veículos de comunicação nacionais e internacionais passaram pelo Estado produzindo reportagens sobre a biodiversidade do Pantanal sul-mato-grossense, como Animal Planet e The New York Times, além de Globo, Record e SBT.

As equipes internacionais visitaram a Fazenda San Francisco, em Miranda, onde é desenvolvido um projeto de conservação de onças-pintadas em uma fazenda agropecuária. Trata-se do projeto Gadonça, iniciado em 2003 através de uma parceria entre a organização não-governamental Pró-Carnívoros e a Fazenda San Francisco, que visa avaliar os impactos decorrentes da predação do gado pela onça pintada.

O projeto envolve ainda a conscientização de produtores rurais no âmbito conservacionista e realizando palestras para turistas explicando a importância da preservação da vida selvagem no pantanal. Iniciativas como esta, de aliar pesquisa científica ao ecoturismo, agregam valor ao turismo sustentável e vem se despontando no cenário regional.

Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac), através da Superintendência de Ciência e Tecnologia (Sucitec), e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect) realizam um trabalho de fomento às pesquisas científicas.

Um acidente ocorrido na noite de terça-feira em Guia Lopes da Laguna, a 221 quilômetros de Campo Grande, deixou três vereadores de Bonito feridos e ainda gerou polêmica sobre qual polícia deveria atender.

O Gol conduzido pelo vereador Amir Peres Trindade o João Ligeiro (PDT) colidiu em um boi que invadiu a rodovia. João Ligeiro, Maria do Carmo Souza Drumond (PT) e Reginaldo dos Reis Nunes Rocha, o Nandinho dos Correios (PT), tiveram escoriações leves.

Um adolescente de 15 anos que também estava no carro, também teve escoriações. Já o Gol, de propriedade de Maria do Carmo, ficou bastante danificado. O boi também teve ferimentos e perdeu um dos chifres, que ficou no banco do carona.

A "novela" do atendimento começou com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), que em greve, se recusou a atender o acidente, alegando que não era de competência deles. A PRE (Polícia Rodoviária Estadual) também deu a mesma resposta. Após 40 minutos e muitas ligações, a PM (Polícia Militar) de Guia Lopes foi para o local.

O boi, que havia ficado sobre o asfalto em frente ao carro, levantou pouco antes dos policiais chegarem. Ele pertence à prefeitura de Guia Lopes e segundo motoristas que passam pelo local, está sempre solto na rodovia.

Os vereadores retornavam de Campo Grande, onde haviam participado de uma solenidade na Assembléia Legislativa.

Criado em 1.988 pelo governo estadual, vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, das Ciências e Tecnologia (Semac) e pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) realiza a recepção, triagem e destinação de animais silvestres apreendidos durante operações de fiscalização efetuadas pela PMA, Ibama e Corpo de Bombeiros.

Atualmente o centro é visto como referência positiva na preservação de espécies da fauna brasileira que se encontram sob risco de extinção. Desde sua criação, já recebeu mais de 22 mil animais oriundos do tráfico, de doações da população, de casos de atropelamentos e acidentes nas estradas.

Desse total, 68% são aves, 20% mamíferos e 12% répteis. As espécies que mais aparecem por lá são: o papagaio-verdadeiro, curió, canário-da-terra, tucano, arara-canindé, pássaro-preto, macaco-prego, gambá-de-orelha-branca, quati, sagüi-de-tufo-preto, veado-catingueiro, jabuti, jibóia, cágado, caiçaca, sucuri e falsa-coral.

O biólogo Vinicius Andrade Lopes, fiscal ambiental e coordenador do Cras, explica que muitas pessoas ganham esses animais de amigos ou parentes e não sabem como tratá-los. "Elas então percebem que um animal silvestre não é um animal de estimação e decidem entrar em contato conosco, solicitando nossa ajuda. Há também inúmeros casos de aparições em residências, devido ao desmatamento", conta.

O coordenador alerta que a compra de animais silvestres sem nota fiscal, autorização e garantia de procedência é crime ambiental. "A pessoa é multada em R$ 500 e se o animal estiver em risco de extinção, são mais R$ 2.000. O infrator pode pegar de um a quatro anos de prisão ou pena alternativa. Mas não é só por causa disso; um animal silvestre pode transmitir doenças. Então quem quiser ter um animal diferente em casa, procure criadouros autorizados pelo Ibama e o adquira de forma legalizada", aconselha.

O Cras está localizado no Parque Estadual do Prosa e conta com 24 recintos para aves, mamíferos e répteis; cozinha acoplada a um biotério; área para filhotes e animais em observação; recinto pra treinamento de vôo de aves; cercado e piquetes para mamíferos de médio porte e sede administrativa. Conta também com uma equipe composta por três médicos veterinários, três biólogos, um zootecnista, além de sete pessoas de apoio e limpeza.

Pesquisa e cuidados especiais

Durante a recepção, os especialistas buscam coletar o maior número de informações que possam determinar, posteriormente, o destino do animal: espécie, origem, tempo de cativeiro, alimentação, contato com outros animais silvestres ou domésticos, estado de saúde, histórico, idade, sexo e marcação. O indivíduo recebe um número de cadastro e suas informações são armazenadas num banco de dados específico, em funcionamento desde 1994.

No ato da entrega, é preenchido um termo de depósito e guarda de animal doado ou apreendido, oficializando a entrada do animal no centro. Após um exame clínico, o animal é encaminhado à quarentena ou ao centro de atendimento veterinário para cuidados especiais. Em seguida, o animal é alojado em recintos compatíveis com as características biológicas.

Durante a permanência no Cras, os animais são acompanhados individualmente quanto aos aspectos sanitários, nutricionais e comportamentais. Cada indivíduo é analisado isoladamente, já que diferenças de origem, tempo de cativeiro, estado de mansidão, estado físico e idade são fatores que podem gerar problemas. Há casos de filhotes que necessitam de cuidados especiais, incluindo alimentação, temperatura e umidade controlada.

Os primatas, por exemplo, são alojados em recintos coletivos, onde são observadas a estrutura do grupo, formação de hierarquia e dominâncias temporárias. Neste período, são alimentados com base em dieta específica, de acordo com os hábitos alimentares, incluindo o fornecimento de presas vivas aos carnívoros, proporcionando o exercício da caça instintiva.

Cardápio saudável

No cardápio dos animais, frutas frescas, ração, sementes, legumes, verduras e carne. "O mais pesado do nosso orçamento é a carne. São 300 a 400 quilos de carne por mês, dependendo da situação. Atualmente estamos com sete onças pardas aqui e elas dão conta dessa quase meia tonelada de carne", brinca Vinicius.

Os alimentos são preparados cuidadosamente e servidos diariamente, toda manhã e fim de tarde. São fornecidos também pequenos animais, como camundongos vivos, que são servidos às onças, serpentes, lobinhos e macacos, que complementam a nutrição e ajudam no treinamento à caça dos animais em reabilitação.

Soltura

A maioria dos animais que chegam ao Cras não ficam lá para sempre. A prioridade é a devolução para a natureza. Em alguns casos são enviados a zoológicos e criadores de outros estados. Apesar de muitos pesquisadores serem contrários à soltura dos animais, a legislação brasileira diz que a prioridade é o retorno dos animais à natureza. "As solturas são feitas com o maior rigor técnico e estamos provando, através de intensas pesquisas, que a soltura dá certo", explica o coordenador do centro. As solturas se dão em fazendas no pantanal ou em áreas de proteção ambiental. São 150 pontos cadastrados, sendo que 20 desses lugares são efetivamente destinados a alguns animais.

As destinações seguem princípios básicos pré-estabelecidos com os consultores de manejo e gerenciamento de vida selvagem: espécies raras devem atender a projetos de conservação, realizados por instituições ou pesquisadores idôneos, previamente identificados e devidamente autorizados pelo Ibama e os comitês das espécies; espécimes comuns, recém capturadas na natureza, são preferencialmente soltas em habitat natural após pequeno período de tempo no Cras; já os animais comuns oriundos de cativeiros são encaminhados a instituições ou utilizados em casos de repovoamentos, de acordo com as condições do animal. Exemplo disso é um grupo de 15 macacos-prego que passaram por um minucioso estudo comportamental e serão soltos no Pantanal.

Desde 1992, muitas solturas são realizadas em hotéis-fazenda no Pantanal, onde o repovoamento revela grande sucesso na sobrevivência dos indivíduos. Essas empresas atendem todas as normas e exigências pré-estabelecidas pelo Cras, de olho no exigente público, em boa parte turistas estrangeiros ávidos pela fauna pantaneira.

Após a liberação dos animais na natureza, eles são monitorados diariamente ao longo de cinco dias. Em seguida, técnicos ambientais fazem visitas mensais às fazendas, realizando um monitoramento periódico e colhendo informações.

Educação ambiental

Como a maior parte dos animais que chegam ao centro são vitimas do tráfico e da criação em cativeiros clandestinos, o Cras realiza um programa de visitação aberta ao público, principalmente estudantes, visando a conscientização da população em relação aos crimes ambientais e educação ambiental. As visitas são monitoradas por guias treinados, que expõem aos visitantes as conseqüências negativas do tráfico e dos cativeiros clandestinos, além do trabalho de reabilitação realizado.

Em abril de 2007, um grupo de estudantes secundaristas norte-americanos visitou o Cras. Os estudantes, com idade média de 16 anos, se mostraram encantados com a biodiversidade de Mato Grosso do Sul. "Fiquei mais impressionada com os macacos. Eles parecem tanto com os seres humanos. Nos Estados Unidos só costumamos ver esses animais em zoológicos, mas não se compara ao trabalho de reabilitação desenvolvido aqui", disse a estudante Kelly Parker.

O professor da disciplina de Ciências e Meio Ambiente da Hudson High School, Peter Vacchina, explica que esta é a segunda vez que ele traz um grupo de estudantes ao Cras: "Nossa vinda a Mato Grosso do Sul tem objetivo científico, já que os alunos não devem ficar aprendendo somente com os livros. As aulas práticas são fundamentais para que eles conheçam a realidade do meio ambiente no mundo, pois a preservação do planeta estará nas mãos desta geração em poucos anos", relata o professor.

Visite o CRAS

As visitações são realizadas às terças-feiras, quintas-feiras e sábados, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas, por grupos de até 15 pessoas. Os visitantes são acompanhados por um guia capacitado, que fala sobre noções de educação ambiental, as conseqüências negativas do tráfico de animais silvestres, assim como o trabalho desenvolvido no Cras.

É necessário agendar o passeio com antecedência pelo telefone (67) 3326-1370. Recomenda-se o uso de calças compridas e tênis fechado. É cobrada uma taxa de R$ 8,00 por pessoa, sendo que estudantes pagam metade do preço. O valor é revertido para a preservação e manutenção da área, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), já que o centro encontra-se dentro do Parque Estadual do Prosa. Escolas públicas são isentas da taxa.

O turismo voltado para a ciência, atividade em ascensão no país, ganha agora o primeiro site dedicado exclusivamente ao tema na internet brasileira. O blog "Turismo Científico", criado e mantido pelo biólogo, fotógrafo e guia naturalista Daniel De Granville Manço, está no ar desde o dia 3 de junho.

Como projeto de conclusão do curso de Especialização em Jornalismo Científico, oferecido pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas - SP (Labjor - Unicamp), Daniel desenvolveu o site de forma voluntária. Todas as informações foram obtidas e compiladas sem qualquer espécie de patrocínio ou contrapartida por parte das instituições mencionadas, garantindo assim a isenção e lisura dos dados apresentados.

No blog estão disponíveis informações sobre a história do turismo científico no Brasil e no Pantanal (desde os primórdios da atividade com os viajantes-naturalistas do Século XIX), os projetos em andamento atualmente, os destinos e operadoras de turismo que oferecem tais programas, entrevistas com especialistas na área (operadores e pesquisadores e turistas), depoimentos, reportagens, links e outros assuntos.

O endereço do blog Turismo Científico é www.cienciaeturismo.blogspot.com.

Na semana do meio ambiente, Mato Grosso do Sul foi destaque na televisão nacional. Desta vez foi a Rede Record que apresentou segunda-feira (2), um especial sobre o Pantanal sul-mato-grossense.

A equipe do programa Repórter Record visitou as belas paisagens do pantanal sul-mato-grossense, revelou a fauna e a flora, passeou de chalana, e saboreou um churrasco no meio da mata.

A reportagem apresentou também as cavalgadas em terras alagadas, a degustação de carne de jacaré, o trabalho das comitivas pantaneiras, o uso medicinal da flora pantaneira pelo homem local, as pesquisas científicas realizadas visando a conservação de espécies nativas.

A equipe também aproveitou para pescar com o cantor e compositor Almir Sater, renomado violeiro sul-mato-grossense, visitou as escolas pantaneiras e mostrou ao Brasil o artesanato regional.

O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), localizado na Capital, também foi visitado pela equipe de reportagem, que mostrou o tratamento e a reabilitação dado aos animais silvestres vítimas de maus-tratos e do tráfico.

De acordo com o site da rede, o pantanal sul-mato-grossense é "Uma terra de segredos. De gente única. De povo forte. E belas paisagens. Onde a natureza insiste em sobreviver".

Em duas semanas, terá início a terceira edição do Salão do Turismo - Roteiros do Brasil. O evento, que acontece de 18 a 22 de junho, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, vai levar ao grande público os principais roteiros de cada estado brasileiro e ainda oferecer pacotes com descontos, segundo informações do Ministério do Turismo.

A idéia do salão é juntar em um mesmo local a promoção e as vendas diretas ao publico final: além de operadores e agências de turismo, haverá balcões de venda de hotéis, locadoras de veículos, empresas aéreas e outros serviços. Os roteiros poderão ser visitados dentro do salão, não só por meio de vídeos, fotografias e prospectos, mas pelo contato com a gastronomia, o artesanato e a cultura de cada região.

Desde 1992, o governo de Mato Grosso do Sul desenvolve uma iniciativa exemplar na área de educação sócio-ambiental: o Projeto Florestinha, que ensina crianças e jovens de 7 a 16 anos a serem cidadãos com consciência ambiental.

O trabalho é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Trabalho, Assistência Social e Economia Solidária (Setass), Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac) e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), através da Polícia Militar Ambiental (PMA).

Os alunos, em sua maioria, são de origem humilde e em situação de vulnerabilidade social, que se candidatam voluntariamente ou são indicados pelas escolas para integrar o projeto.

Hoje (4), às 9 horas, as crianças integrantes do Projeto Florestinha receberão o prêmio Ecologia, oferecido pela Câmara Municipal de Campo Grande a instituições que se destacam na área ambiental. Na ocasião será apresentado o teatro de fantoches, utilizado em ações de educação ambiental pelo grupo.

Projeto

Em Corumbá, Três Lagoas, Bataguassu e Bonito, o projeto é desenvolvido em conjunto com as respectivas prefeituras, sendo aprovado pelas sociedades locais. Tanto que, em Bonito - principal pólo turístico do Estado - foi fundada a "Praça do Florestinha", localizada na avenida principal da cidade, onde há uma estátua de bronze de uma criança fardada. Em Três Lagoas e Bataguassu, meninas também fazem parte do projeto.

Na capital, são 50 meninos na faixa etária de 12 a 15 anos, que nas tardes de segunda a sexta-feira, saem das escolas onde estudam e se dirigem ao Parque Estadual das Matas do Segredo, unidade de conservação ambiental estadual localizada na área urbana de Campo Grande, onde fica a sede do projeto Florestinha.

Rotina disciplinar

Ao chegarem à sede, os "soldados" entram em formação, hasteiam a bandeira nacional e almoçam. Em seguida, têm aulas de reforço escolar com três professores da rede estadual de ensino. Depois fazem um lanche e seguem para aulas práticas de educação ambiental com os guardas-parque. O coordenador do projeto Patrulha Florestinha, soldado Éder Dias Cassani, da PMA, conta que os alunos novos chegam imaginando que tudo é uma grande brincadeira mas, aos poucos, vão tomando consciência do valor do aprendizado que adquirem no local.

"Eles passam por um regime disciplinar militar, aprendendo os valores morais e éticos da sociedade e, de acordo com o comportamento, adquirem patentes militares tal como nas corporações militares", diz o coordenador dos "florestinhas", como são carinhosamente chamados.

Elvis Rodrigues Trelha, de 15 anos, é um exemplo. O jovem está no projeto há três anos e já alcançou o posto de sargento, dando ordens de formação e estabelecendo normas para determinadas atividades, tudo sob a supervisão do soldado Cassani, da PMA. "Um amigo me chamou para participar há alguns anos, dizendo que era muito legal. Eu vim e gostei muito, enquanto ele desistiu. Acho muito importante o projeto, pois aprendemos sobre a biodiversidade, temos noções de preservação ambiental, aulas de espanhol e de educação física. Se não estivesse aqui, estaria em casa assistindo televisão, de pernas pro ar", relata o sargento de 15 anos.

As aulas de educação ambiental são as preferidas dos garotos. Eles entram em formação de fila indiana e têm as normas na ponta da língua: ao adentrar na mata, o silêncio deve predominar, por respeito ao habitat dos animais e para os avistamentos da fauna, que não são raros, muitas vezes de ofídios, mamíferos e aves.

A flora do cerrado também é velha conhecida dos garotos, que sabem muito bem a localização de jequitibás, aroeiras, jatobás e copaíbas, além de revelarem conhecimento sobre ervas medicinais. Nos 180 hectares do parque, existem 33 vertentes que formam a nascente do córrego Segredo - um dos principais que cortam a capital sul-mato-grossense - e que não são visitadas sempre, por serem trechos de conservação permanente.

Muitas vezes, devido à idade dos meninos, as ordens não são obedecidas e, nesses casos, as advertências não podem ocorrer freqüentemente. "Temos psicólogas e assistentes sociais que conversam com todos os integrantes, além de reuniões periódicas com os pais deles. Existe também um contato direto com as escolas onde eles estudam, de forma que o boletim escolar com notas boas é fundamental para a permanência dos meninos no projeto", explica Cassani.

Ao atingirem 16 anos, os rapazes são encaminhados ao mercado de trabalho através de outros projetos de integração social do governo e das prefeituras, além de parcerias com empresas privadas.

Ações educativas

Ao longo do ano, os alunos participam de atividades de divulgação das noções de preservação ambiental, realizando panfletagem, participando de blitze educativas e apresentando teatro de fantoches, com uma peça teatral que trata dos perigos causados pelo fogo em áreas de floresta.

Nos meses alusivos a datas ambientais, como o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) e o Dia da Árvore (21 de setembro), os jovens difundem o aprendizado para alunos de outras escolas, através de plantios de mudas nativas e palestras.

O capitão Ednilson Queiroz, chefe de comunicação da PMA, relata que o trabalho de difusão do aprendizado tem tido grande retorno junto à população, pela sensibilização da causa do meio ambiente. "Temos percebido uma diminuição considerável das infrações ambientais, que é nosso principal objetivo", declara.

"A sensibilização das gerações futuras é a melhor forma de se evitar a degradação dos recursos naturais e os florestinhas serão agentes difusores de tudo o que aprenderam ao longo de suas vidas", finaliza o capitão Ednilson.