Notícias de Bonito MS
Há duas semanas o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres de Campo Grande vive dias agitados. Uma das salas foi transformada em berçário de centenas de filhotes de papagaios, vítimas do tráfico de animais silvestres, recapturados pela Polícia e que agora vivem uma luta diária pela sobrevivência.
A primeira leva de filhotes chegou dia 19. Foram apreendidos 392, mas 39 deles já chegaram sem vida ao Cras, lembra o coordenador Vinícius Andrade Lopes. Nos dias seguintes, apesar do zelo dispensado pelos funcionários de centro, outros filhotes não resistiram. Restaram 326 pequenos papagaios, de diferentes idades, alguns haviam acabado de nascer quando caíram nas mãos dos traficantes, outros já começavam a desenvolver plumagem.
Hoje chegaram outros 219 filhotes. Era para ser 220, mas um morreu no caminho. Esses filhotes foram capturados em Ivinhema e recapturados em São Paulo. Como estavam muito enfraquecidos, passaram alguns dias em recuperação na cidade de Presidente Prudente antes de serem trazidos ao Cras.
O homem que levava os filhotes, Adelino Galindo da Silva, de 43 anos, foi multado, autuado e liberado. Se condenado, pode pegar se seis meses a um ano de detenção. Longe dos ninhos e dos cuidados dos pais, os pássaros lutam desesperadamente para viver. Alguns não conseguem.
Por dia, os agora 545 filhotes de papagaio consomem sete quilos de papa, uma ração especial desenvolvida para a espécie. O governo do Estado adquire o alimento; no mercado cada pacote de seis quilos custa R$ 200.
Alessandra Carvalho
Eles ocupam uma sala do Cras, transformada em berçário. São no máximo 12 aves em cada caixa, sistema especial de aquecimento e muita paciência para alimentá-los. Os 15 funcionários do Cras estão engajados na luta para dar vida aos pássaros, diz Vinícius Lopes.
Será assim por pelo menos três meses, quando as aves já desenvolvem plumagem e passam a se alimentar sozinhas. Depois vem outra etapa importante: aprender a voar. Nessa idade eles já estarão em viveiros cercados. Só quando dominarem a técnica é que poderão retornar à natureza.
Foi publicado no Diário Oficial de ontem (2), a oficialização do Festival de Inverno de Bonito, feita pelo governador André Puccinelli por meio da lei n° 3.568 de 1° de outubro de 2008. O evento foi incluído no Calendário Oficial de Eventos do Estado e será realizado entre os meses de julho e agosto de cada ano.
O Festival de Inverno de Bonito, tem anualmente em sua programação exposições de artes plásticas, dança, teatro, feira de artesanato, filmes, documentários, oficinas, malabares, cursos e apresentações musicais de artistas de renome nacional e regional. Além da tradição de unir cultura, arte, responsabilidade social e preservação ambiental.
Neste ano, em sua 9ª edição, cerca de 50 mil pessoas participaram do Festival de Inverno de Bonito, conforme previsto pelos realizadores do evento, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul em parceria com a prefeitura de Bonito.
Durante a abertura do evento, o governador André Pucinelli anunciou a data da 10ª edição do Festival, que será realizado de 29 de julho a 2 de agosto de 2009.
Quanto vale um bioma? A pergunta pode parecer maluca, mas, se o bioma em questão for o Pantanal, ela já pode ser respondida: US$ 112 bilhões por ano, no mínimo. Várias ordens de grandeza mais que o máximo de US$ 414 milhões anuais que a devastação do local gera.
O cálculo foi feito por um pesquisador da Embrapa Pantanal, em Corumbá, e põe pela primeira vez em perspectiva o valor dos serviços ambientais prestados pela maior planície alagável fluvial do mundo, comparados com aquilo que é gerado pela pecuária, a mais rentável atividade econômica praticada na região.
Segundo o oceanógrafo e economista gaúcho André Steffens Moraes, "perdido no Pantanal desde 1989", um hectare preservado do bioma que detém a maior concentração de fauna das Américas vale entre US$ 8.100 e US$ 17.500 por ano. A conta é detalhada em sua tese de doutorado, recém-defendida na Universidade Federal de Pernambuco e disponível para download (www.cpap.embrapa.br/teses).
Nela, Moraes inclui valores potenciais de coisas como madeira, produtos florestais não-madeireiros e ecoturismo. Mas também de coisas que não estão e nem podem ser colocadas facilmente no mercado, como o valor da polinização feita por aves e insetos, o controle de erosão e, principalmente, a oferta e regulação de água -produtos e serviços que são perdidos quando a vegetação tomba. "Eu analisei quanto a sociedade perde quando se desmata", disse o pesquisador.
Estilo Zé Leôncio
Com terras que ficam alagadas até 8 meses por ano, impróprias para a agricultura e abundantes em gramíneas, o Pantanal parece combinar com a pecuária, única atividade -além do turismo- rentável ali. Hoje há 5,3 milhões de cabeças no bioma, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A pecuária também parece combinar com o Pantanal: como o capim faz parte do ecossistema, não é preciso recorrer ao desmatamento para criar gado. Há no bioma uma coexistência pacífica única no Brasil entre gado e fauna, que acaba tornando os fazendeiros da região conservacionistas, no melhor estilo Zé Leôncio (o fazendeiro consciencioso da novela "Pantanal", interpretado pelo ator Cláudio Marzo).
No jargão dos economistas, esse pecuaristas são considerados "satisficers" (saciadores) e não "maximizers" (maximizadores). Segundo Moraes, o gado é de certa forma bom para a fauna: com carne de sobra, a pressão de caça diminui.
Desmate na cordilheira
O problema é que viver como Zé Leôncio não é para quem está interessado em grandes lucros: "A pecuária é extensiva, então a rentabilidade é baixa", afirmou Moraes à Folha. Para ser exato, cada hectare de boi em pasto nativo rende US$ 12,5 ao ano para os produtores.
E é claro que pouca gente quer ser Zé Leôncio hoje em dia. A partir dos anos 1970, um aumento na demanda por carne associado a uma inundação no rio Taquari que diminuiu a área de pasto natural fez os fazendeiros começarem a derrubar as matas nas chamadas cordilheiras, as áreas de floresta que ficam secas o ano todo.
Sem a dor-de-cabeça de precisar tirar o gado todo ano quando o pasto alaga --que reduz o peso dos animais--, quem cria gado nas cordilheiras ganha mais dinheiro: US$ 28 por hectare ao ano.
Isso obviamente teve impacto direto sobre o bioma. Até 1991, apenas 545 mil hectares de mata nativa pantaneira haviam tombado. Em 2000 já era 1,2 milhão de hectares, ou 30% da área do Pantanal.
"O pecuarista não tem alternativa produtiva. O mercado o pressiona para desmatar e pôr pasto", diz Moraes. "Quando ele faz isso, as ONGs e a sociedade criticam, mas eu como pecuarista faria a mesma coisa."
O município turístico de Bonito completa hoje 60 anos, sob forte chuva e com suas ruas movimentadas pelo vai e vem de cabos eleitorais e candidatos às vésperas das eleições.
Um dos principais destinos do ecoturismo nacional a cidade tem sua história ligada ao município de Miranda do qual se emancipou em 02 de outubro de 1948. Seu núcleo habitacional, transformado em distrito em 1915 e depois em município, começou a se formar ainda no século XIX em terras da então Fazenda Rincão Bonito.
Tendo como principal atividade econômica o turismo, seguido pela pecuária, a cidade tem população estimada 17.841 habitantes (IBGE, julho de 2005) e uma área territorial de 4.934 Km2.
Parte da Bacia Hidrográfica do Paraguai a região é de formação predominantemente calcária, com inúmeras cavernas, nascentes, riachos e rios de águas límpidas e cristalinas, destacadamente os rios Formoso e Sucuri.
Apesar de chover 10,9 mm na noite passada em Corumbá, a chuva pode não ter atingido a Serra do Amolar, na região norte, divisa com o Parque Nacional de Mato Grosso, onde um incêndio consome a vegetação da RPPN (Reserva Particular de Propriedade Natural) Acurizal há 18 dias.
Segundo o Departamento de Meteorologia do Destacamento da FAB (Força Aérea Brasileira) no Aeroporto Internacional de Corumbá, a precipitação da madrugada foi considerada moderada e, como são nuvens esparsas que descarregam em locais mais quentes da atmosfera, pode não ter chegado até o Amolar. Dos 30 mil hectares da reserva Acurizal, 20 mil já foram consumidos pelo fogo, considerado um dos maiores desastres da região.
O governo do estado deve disponibilizar ainda hoje dois aviões agrícolas para despejar água no local. A aeronave Dromader com capacidade de 2,5 mil litros, que atuou na primeira fase do foco, volta à reserva também hoje.
Outra providencia tomada pelos Bombeiros foi acionar o governo do estado para disponibilizar o helicóptero que está fazendo uma campanha de vacinação no Pantanal, em áreas de difícil acesso para ajudar no transporte da tropa dentro do Parque.
A segunda edição do Guia Melhor Idade Hospedagem será lançada amanhã, dia 1º, na Caixa Cultural, em São Paulo, às 16h, com informações sobre os hotéis conveniados ao programa do Ministério do Turismo e terá tiragem de 250 mil exemplares e a Caixa Econômica Federal como principal distribuidora. O lançamento oficial contará com a presença do ministro do Turismo, Luiz Barreto, e do secretário Nacional de Políticas do Turismo, Airton Pereira.
Os pacotes turísticos do Viaja Mais Melhor Idade também estão no guia. Os dados do exemplar serão classificados por faixa de preço.
De acordo com Airton Pereira, a reedição do documento é importante para promover a inclusão dos pequenos empreendimentos nos meios de hospedagem disponíveis, divulgá-los e promover a comercialização do setor, por meio da divulgação do programa para turistas nos destinos brasileiros.
Segundo a diretora superintendente do Instituto Marca Brasil, Daniela Bittencourt, responsável pela gestão do Viaja Mais Melhor Idade Hospedagem, as adesões ao programa vão de pousadas mais simples até resorts e spas extremamente sofisticados.
A maior parte dos estabelecimentos participantes está na região Sudeste (36,09%) e Nordeste (34,47%), seguidas pelo Sul (21,54%), Centro Oeste (5,58%) e pela região Norte (2,32%). "O interessante é ver que tanto as regiões como os destinos que têm uma grande variação sazonal compreenderam rapidamente as vantagens do programa", comenta.
A Folha do Turismo da revista Mercado & Eventos, na edição deste mês, deu destaque para as ações da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (FCMS) para promover o Parque Nacional do Pantanal como uma das "Sete Maravilhas da Natureza".
A indicação ocorre por meio da Fundação New 7 Wonders, organizadora do concurso que coloca para votação, finalistas de diversos lugares do mundo. A votação termina em 31 de dezembro e atualmente o Parque Nacional do Pantanal figura no 80 °lugar.
Segundo informações da Fundtur, o Estado colocará um totem de votação em seu stand na Exposição Abav 2008 - Feira das Américas, da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) para os agentes de viagem. A exposição acontece entre 22 e 24 de outubro nas dependências do Riocentro (RJ). No evento será lançado também o Trem do Pantanal com a presença do governador André Puccinelli.
O Trem do Pantanal volta sua operação em 1° de maio de 2009 no trecho Campo Grande-Miranda. Até o fim do ano, a meta é estender o trajeto até Corumbá.