Notícias de Bonito MS
Quatro artistas plásticos convidados nacionais vão expor na Galeria do Festival, durante o 11º Festival de Inverno de Bonito. A mostra "O Sentido das Coisas" apresenta alguns dos caminhos da produção da arte brasileira atual, reunindo trabalhos em diferentes suportes e linguagens que traduzem as inquietações de Angella Conte, Flávio Lamenha, Raul Leal e Rodrigo Mogiz, tratando de temas como tempo, lugar, memória, fantasia e realidade.
O mineiro Mogiz apresenta trabalhos em desenhos bordados. Tesoura, máquina de costura, linhas em carretéis, ferro de passar são figuras que, combinadas aos personagens em situações triviais que aparentemente não se relacionam com a funcionalidade do objeto representado, compõem as cenas desta série produzida pelo artista.
"Há uma nítida menção nestas obras do ofício da costura, sendo que a incorporação de alfinete, botão e alguns apliques decorativos reafirmam o interesse em transformar elementos dessa prática em linguagem visual, elaborando imagens em camadas de tecido transparente que, ora recortado, apresenta com maior nitidez algum detalhe selecionado da imagem", explica o curador da mostra, Rafael Maldonado.
O caráter literário neste conjunto de desenhos consiste na incorporação de frases que além de servirem como títulos das obras, proporcionam através de narrativas simples interpretações poéticas na junção de texto e imagem, e na relação entre o que é óbvio e o que é fantasia. O expectador é levado a questionar se são fábulas cotidianas do mundo contemporâneo.
Rodrigo Mogiz nasceu em Belo Horizonte e é graduado em Desenho e Pintura pela Escola de Belas Artes da UFMG. Seu trabalho apresenta relações com o literário, a escrita e a poesia.
Natural de Jaboticabal, a artista plástica Angela Conte traz para o 11º Festival de Bonito a videoinstalação "Da Nascente à Foz", dois objetos "Planeta Água Planeta Terra", e os vídeos "EntreLíquidos" e "Environment I". Estas obras serão expostas na mostra de artes plásticas "O sentido das coisas", no espaço Praça da Liberdade, entre os dias 28 de julho e 1º de agosto.
Angella começou trabalhando com escultura em mármore e, a partir de 2004 começa a experimentar novos materiais, por causa de um problema que teve nos dois cotovelos e também pela dificuldade no transporte e espaço físico que esse material exige. Passou a utilizar em suas obras materiais em desuso, provenientes de depósitos de lixo, bem como outros abandonados nas ruas.
Também experimentou novas linguagens, como a fotografia e o vídeo. "Minha visão é tridimensional. O vídeo tem muito a ver com escultura, pois nesta, o artista trabalha um bloco compacto e vai lapidando o material até transformá-lo em obra de arte. No vídeo, também há um vasto material bruto que vai sendo lapidado pelo processo de edição", explica.
A videoinstalação "Da Nascente à Foz" é parte do projeto desenvolvido sobre o tema água. Com duração de dois minutos e meio e edição de Felipe Barros, este trabalho de 2009 mostra o rio de Piracicaba e sua força, volume e imensidão. O vídeo é mostrado como parte de uma videoinstalação em que foram utilizados espelhos, cabos elétricos e lâmpadas. Angella realizou exposição individual em 2009 com o mesmo título, no Museu Octávio Vecchi (SP), com curadoria de Andrés Hernández.
"Environment I", vídeo de 3,36 minutos, mostra cenas urbanas obtidas em uma movimentada avenida em Manhattan e paralelamente exibe cenas solitárias em ambiente fechado. O objetivo é fazer uma comparação entre o volume de pessoas que transitam por esta avenida e o volume de água desperdiçado constantemente, todos os dias. Este trabalho foi realizado em 2008, em Nova Iorque e São Paulo.
"EntreLíquidos", vídeo com participação técnica de André Gonçalo, é parte do projeto "Da Nascente à Foz" desenvolvido sobre o tema água. Durante dois minutos, a artista permite que lhe escorra pelo corpo, da cabeça aos pés, o volume de 120 litros de água, em temperatura ambiente. Este projeto trata de várias questões como: acúmulo, movimento, massa, excesso, desperdício, tolerância, limite e uso consciente (da água).
Angella participou de diversas exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior (Cuba, Irlanda, Portugal, Espanha). Por seu trabalho, recebeu diversos prêmios, entre eles o prêmio aquisição Atibaia -SP-Brasil, no 18º Encontro de Artes Plásticas de Atibaia (2009); o prêmio aquisição Secretaria da Cultura de SP, no 12º Salão Paulista de Arte Contemporânea (2008) e foi premiada no 31º Salão de Arte Contemporânea Pinacoteca Miguel Ângelo Pucci -Franca-SP (2007).
Os trabalhos que serão apresentados em Bonito, entre outros, podem ser visualizados no site www.angellaconte.com.
O 11º Festival de Inverno de Bonito vai ser realizado entre os dias 28 de julho e 1º de agosto, na cidade de Bonito - a 330 quilômetros da capital sul-mato-grossense. Para quem participar da programação do festival, a previsão nos primeiros dias do evento é de sol com céu azul, para a região, segundo a meteorologista Cátia Braga, do Centro Estadual de Monitoramento do Tempo, Clima e Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul (Cemtec).
De acordo com o Cemtec, a quarta-feira (28) será de sol. A temperatura mínima (pela manhã) estará baixa, em torno de 15°C, e à tarde o ar seco deixará o céu azul, sem nuvens e com umidade relativa do ar baixa, aproximadamente 36%. A temperatura máxima será de 30°C.
A quinta-feira (29) também será de sol. A tendência é que o tempo fique como no dia anterior, sol e calor à tarde; entretanto, poderá ter alguma nebulosidade. A temperatura mínima prevista é de 16°C e a máxima de 30°C. Umidade relativa do ar: 36%. A sexta-feira (30) térá sol - amanhece com temperatura agradável, 18°C, e à tarde a temperatura máxima de 30°C. A tendência é que a umidade relativa do ar baixe para 35%.
Chuva
O Cemtec prevê que no sábado (31) deve chover em Bonito. Devido à entrada de uma frente fria, as temperaturas máximas ficarão mais baixas, em torno de 24°C. A manhã terá temperatura mínima de 15°C. As chuvas deverão ser fracas, com volume estimado de apenas 10 mm. A umidade relativa sobe: 57%.
Domingo (1º/08) de chuva. Seguem as chuvas fracas e isoladas. A temperatura mínima diminui (12ºC), devido à massa de ar frio que estará no Estado. Temperatura máxima 20°C e umidade relativa do ar: 60%.
O Festival vem ganhando destaque a cada edição, reunindo milhares de pessoas que procuram contato com a natureza, descanso, cultura entre tantas outras atrações que o evento proporciona. O evento terá apresentações culturais, shows nacionais e regionais, mostra de dança e artesanato, além de proporcionar debates e encontros que consolidam o turismo e a cultura no Estado, buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental.
Para o segundo dia do Festival (29), está previsto o I Encontro Estadual do Geopark Bodoquena-Pantanal promovido pelo seu Conselho Gestor, juntamente com Fundação de Turismo, IPHAN e Fundação de Cultura do Estado. O Geopark é uma modalidade de preservação que alia desenvolvimento econômico à sustentabilidade de um território. O principal objetivo do encontro é discutir e democratizar seu conceito no Estado e suas ações. Serão ministradas palestras com Carlos Fernando de Moura Delphim, Coordenador da Paisagem Cultural da Diretoria de Patrimônio Material do IPHAN e Nivaldo Vitorino, arquiteto do Estúdio Votupoca de São Paulo.
Os hotéis estão lotados, mas mesmo quem já tem sua reserva feita precisa garantir o quanto antes o acesso a Bonito. Existem algumas opções de transporte: ônibus, automóvel e avião. A Cruzeiro do Sul disponibiliza cinco horários de ônibus diariamente, segundo diretor da empresa Rodrigo Possari, "As passagens podem ser compradas no cartão nas rodoviárias do Estado, ele aconselha que comprem com antecedência, pois 65% de assentos estão ocupados", orienta.
Já os voos para Bonito são operados pela Trip Linhas Aéreas às quintas e domingos. De Campo Grande a Bonito decola ao 12h (30min de vôo) e Bonito a Campo Grande às 12h55 fazendo conexão em Corumbá. Os vôos apresentam 72% de ocupação. De carro, o acesso para quem vai de Campo Grande até Bonito pode ser através da BR 060 via Sidrolândia ou a BR 262 via Aquidauana o trecho é de aproximadamente 300 km.
Celebrando a natureza e a cultura popular, começou hoje em Bonito a 11ª edição do Festival de Inverno. Até o dia 1º de agosto, música, teatro, circo, cinema artes plásticas e contemplação da natureza se revezam nos palcos e nas ruas da cidade.
A programação traz diversidade de espetáculos, entre shows de música com artistas nacionais e regionais. A Grande Tenda recebe este ano a cantora Paula Fernandes (quarta), Gal Costa (quinta), Lulu Santos (sexta) e Maria Gadú (sábado).
Já o palco Fala Bonito, localizado na Praça da Liberdade, recebe O Teatro Mágico, Bangalafumenga, Paulinho Moska, Dombrás, Louva Dub, Orlando Bonzi, Studio 89, Grupo Alma Riograndense, Olho D'água, Orquestra Revoada Pantaneira e Thiago Pereze.
Porém as ruas de Bonito continuarão a receber tradicionais apresentações teatrais, circenses e performances culturais que surpreendem. O fim de tarde na Pilad Rebuá, avenida principal, é o momento ideal para se topar com pequenos espetáculos cativantes.
Este ano a maioria das atrações do 11º Festival de Inverno de Bonito será gratuita. As únicas apresentações com entrada paga são os shows de Gal Costa (dia 29), Lulu Santos (dia 30) e Maria Gadú (dia 31), na Grande Tenda. Os ingressos custam R$ 12,00 (pista) o valor inteiro, e R$ 6,00 para quem tem direito à meia-entrada.
Entre os destaques culturais gratuitos está a banda Dombrás, de Campo Grande. Com influências fundamentalmente brasileiras, entre elas o samba, a música popular brasileira (MPB) e bossa nova, o grupo oferece um som autêntico, sem se preocupar com rótulos regionalistas.
"O Festival é um evento diferente, democrático. Será um show muito bom. Vamos fazer um espetáculo com composições originais e autorais. Será um momento muito bacana", comenta Chris Haicai, que comanda o vocal, o cavaco e o violão no grupo.
Junto de Chris, Bruno Chencarek (baixo e vocais), Atajé (violão, guitarra e vocais), Gerson Panca (bateria) e Rodrigo Shimabukuro (efeitos e set de percussão) fazem o som que navega entre o samba rock.
Além das atrações oficiais, o Festival contará também com um espaço para observação noturna. Professores e alunos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) estarão na praça central de Bonito, equipados com dois telescópios. Com a ajuda de 5 monitores, o público que estiver no local poderá conhecer um pouco mais sobre o universo.
Também ganha espaço o Mercado Mundo Mix, que leva para Bonito uma programação extensa e variada. Malabares, Dj´s, Cosplay (pessoas que se vestem de personagens de desenho), trabalhos de 12 principais grafitteiros de São Paulo, entre outras atividades que farão parte do espaço.
A programação completa do festival de Inverno de Bonito está disponível no site www.festivaldebonito.com.br. Ainda há vagas em hotéis na região, mas é bom se apressar. De acordo com secretário de Turismo de Bonito, Augusto Barbosa Mariano, 90% da rede hoteleira já está ocupada, mas ainda há espaço para o turista de última hora.
Os hotéis já têm reservas cheias. Restaurantes reforçam o abastecimento e contratam trabalhadores. Auditórios do Centro de Convenções estão sendo preparados para o encontro sobre Geopark. Até empresas como postos de gasolina já se preparam para atender a uma demanda maior. Isso tudo porque o Festival de Inverno "é o evento do ano" para o setor no município, na definição do presidente do Bonito Convention & Visitors Bureau, Rodrigo Coinete.
O Festin movimenta a economia ligada ao turismo de eventos em um período que seria de baixa temporada, garantindo hotéis, restaurantes, atrativos e ruas cheias por muitos dias mesmo após o fim das férias escolares. "A ocupação, que nesse momento é total, normalmente seria de aproximadamente 40% no período seguinte. Mas o festival promove uma movimentação muito grande", comemora o empresário. Em uma localidade que tem atualmente cerca de 60% da mão-de-obra vinculada ao turismo, o festival cultural também abre postos. Não há um levantamento exato, mas o presidente do Bureau estima que sejam em torno de 500 empregos diretos ou indiretos.
O Convention & Visitors Bureau é uma associação de empresas que trabalha para atrair eventos para Bonito, de forma a beneficiar toda a cadeia que tem produtos e serviços a oferecer nessa atividade. O tradicional festival de inverno é garantia de sucesso, que, ao lado de eventos captados pela entidade tem impulsionado os números do turismo local. O resultado é tão expressivo que contribuiu para que 2009 fosse o melhor ano na história do turismo de Bonito, conforme o presidente da entidade.
Pesquisa feita pela Fundação de Turismo do Estado mostrou que, nesse período, 20% dos hóspedes foram à cidade para participar de congressos e eventos similares. "Em um destino de ecoturismo como Bonito, com um centro de convenções que tem apenas quatro anos, constatar que um em cada cinco visitantes vem para evento, é um resultado acima das expectativas", destaca Coinete.
A diretora-presidente da Fundação de Turismo, Nilde Brun, se anima com os números, segundo ela, o Festival é um evento consolidado, que gera emprega e renda diretamente para o município. "Esse é o papel do turismo, gerar riquezas, aquecer a economia, promovendo o desenvolvimento socioeconômico. Além disso essa demanda exige uma qualificação dos profissionais, o que resulta em melhorias nos serviços do setor turístico", finaliza.
Gastronomia
A estrutura de atendimento ganha o reforço de mais um restaurante de alto nível que está sendo inaugurado agora. E não é só na mesa pronta que pode ser medido o impacto de um evento como o Festin. Um curioso dado identificado pelo Convention Bureau mostra que o impacto começa bem antes, no início da cadeia produtiva de um dos produtos símbolo da economia sul-mato-grossense. "No açougue do maior supermercado de Bonito, em um dia comum é vendido o equivalente a uma vaca. Durante o festival, são dez vacas por dia", revela Coinete.
O Bureau conta atualmente com cerca de 40 associados - entre hotéis, restaurantes, atrativos, e até mesmo dois postos de combustível. Ao lado do setor privado, a prefeitura e o governo do Estado são dois grandes parceiros. "Não chegaríamos a resultados como o de 2009 sem essa forte parceria", diz o presidente da associação. Mais que comemorar o desempenho do ano passado, o empresariado de turismo considera aquele ano um ponto de partida.
"Não vemos como um ponto alto na curva, mas como o início de uma nova fase para o turismo de Bonito, uma fase de conseguir resolver o problema da sazonalidade. A alta temporada é garantida, agora o turismo de evento faz uma grande diferença porque acontece na baixa temporada", finaliza o empresário.
Para os apreciadores e amantes da natureza que vão conferir a 11ª edição do Festival de Inverno de Bonito, o município oferece um extenso leque de passeios para o público, seja turista, mochileiro, ou até mesmo o sul-mato-grossense que pretende conhecer um pouco mais das belezas do seu Estado.
Aos viajantes que pegam carona para prestigiar esse evento em Bonito, a cidade oferece mais de 25 passeios que envolvem cachoeiras, flutuações, quadriciclos, a vista da conhecida Gruta do Lago Azul, passeios de bote norRio Formoso, arvorismo, rapel, entre outros. De acordo com o empresário Juca Ygarapé, mesmo no inverno, no mês de julho, sempre tem bastante turista, pois principalmente os jovens que estão de férias vêm prestigiar a cidade.
Segundo ele, há uma lista de passeios que podem ser feitos mesmo com chuva e frio. "Todos os passeios estarão à disposição, porém se estiver frio, a recomendação é fazer caminhadas, visitar as grutas e fazer cavalgada", explica o empresário. Juca recomenda também os passeios que envolvem mergulho como o que há no rio Formoso e no rio da Prata. "No inverno, as águas são quentes, as temperaturas nas nascentes chegam aos 33°", conclui.
Durante o inverno, mais uma recomendação das agências de turismo são os passeio na Gruta do Lago Azul e na Gruta São Miguel. Considerado o cartão postal da cidade, a Gruta do Lago Azul abrange um passeio contemplativo e histórico que tem início com uma caminhada de aproximadamente 300 metros até a entrada da caverna. Para quem quiser conhecê-la, o passeio tem a duração de uma hora e meia e é obrigatório o uso de tênis. O preço do passeio é R$ 36.
Para quem prefere contemplar as formações geológicas, com ninhos de calcários, há o passeio na Gruta São Miguel. Localizada no Parque Ecológico Vale Anhuma, a gruta oferece uma caminhada pela copa das árvores do cerrado através de uma ponte pênsil de aproximadamente 200 metros, continuando por mais 150 metros de trilha. O passeio também tem a duração de uma hora e meia, com o preço de R$ 36 para crianças e adultos. Ygarapé lembra que não é recomendável fazer esses passeios nas grutas, se estiver chovendo, pois a trilha é íngrime.
De acordo com Juca, os mergulhos no rio Formoso são caracterizados pelos troncos submersos e formações calcárias. O percurso, que tem a duração de 30 minutos, é acompanhado por um instrutor. O passeio é recomendado para crianças maiores de 11 anos. O preço é R$ 160 para adulto, criança e mais uma pessoa.
Além do rio Formoso, há a opção de mergulho no rio da Prata e no Abismo Anhumas. Segundo o empresário, as opções de passeio não se limitam só a esses mencionados: "Na época do festival, mesmo com chuva e frio, todos os passeios estão disponíveis", conclui Ygarapé.