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Notícias de Bonito MS

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A cidade de Altamira (PA), palco da maior obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), pediu à presidente Dilma Rousseff, ao Ibama e ao MPF (Ministério Público Federal) a suspensão das obras da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu.

O maior município em extensão territorial do Brasil já começou a sentir os efeitos da migração em massa após o início da construção, há mais de quatro meses.

Segundo a Secretaria de Planejamento de Altamira, apenas 30% das obras prometidas pela Norte Energia, responsável pelo projeto, foram atendidas. São construções e ampliações de salas de aula e posto de saúde, além de um novo hospital.

As obras de saneamento, promessa feita quando da autorização para o início da obra, estão atrasadas.

“O que me tranquiliza é que a Licença de Instalação [que autorizou o início da obra] não é definitiva. Sou favorável, sim, se não atenderem [as exigências], que a licença seja suspensa”, disse a prefeita, Odileia Sampaio (PSDB). A prefeitura estima que mais de 7.000 pessoas tenham chegado a Altamira.

A eventual paralisação de Belo Monte pode comprometer ainda mais os prazos de construção da usina. Relatório da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) já indica atraso.

Essa migração afetou a rotina da cidade e já demanda vagas em escolas e atendimento médico. Altamira tem um hospital regional, que atende todos os municípios da Transamazônica.

O custo de vida para quem mora em Altamira disparou. “Um quartinho que custava R$ 250 agora custa R$ 500. Como uma pessoa que recebe salário mínimo pode pagar?”, questiona Odileia.

Nas frentes de obra, já trabalham mais de 4.500 trabalhadores. Até dezembro, o número pode chegar a 5.000 e a previsão é que só a obra exija 20 mil pessoas.

Altamira teme repetir a história de Porto Velho, capital de Rondônia. Apesar dos recursos repassados ao Estado, as obras das hidrelétricas de Jirau e de Santo Antônio não conseguiram alterar a precária situação dos sistemas de saúde, da educação e do saneamento da cidade.

NOVOS PRAZOS

Após o pedido de paralisação de Belo Monte, a prefeitura diz que conseguiu voltar a negociar com a Norte Energia um novo cronograma para o cumprimento das obras emergenciais.

“A Norte Energia não estava preparada para resolver os problemas. Parece que agora começa a se mexer”, diz o secretário de Planejamento de Altamira, Antônio Bortoli.

Procurada, a Norte Energia não confirmou essa renegociação de prazos, mas disse que respondeu a todos os pontos da carta.

Antes, o diretor de relações institucionais, João Pimentel, reconheceu que as obras de Belo Monte estão mais aceleradas do que aquelas previstas para readequar a infraestrutura da cidade.

“Isso é verdade, mas cada coisa tem seu ritmo. Belo Monte está sendo tocada por dez empreiteiras de altíssimo porte. Aqui, atrasa um pouco, tem dificuldade para a liberação de um terreno, tem invasão, tem a contratação da empreiteira local”, disse

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Uma das causas mais discutidas e nebulosas no momento é a construção da Hidrelétrica de Belo Monte. Normalmente ela é atrelada somente ao meio ambiente e à causa indígena, o que é uma simplificação.

A questão de Belo Monte condensa várias das principais causas do nosso país. E é desastrosa em todos os aspectos: ambiental, cultural, econômico, político e social.

O filme, produzido pelo grupo Cinedelia, tem 120 horas filmadas na região do Xingu, Altamira, Brasília e São Paulo, contendo depoimentos reveladores de envolvidos com a obra ou afetados por ela.

O grupo produziu um trabalho investigativo que deixa claro: Belo Monte está sendo imposta pelo governo, que não está disposto a dialogar com os índios, nem com o resto da sociedade.

"Mais do que um filme, queremos que 'BELO MONTE – Anúncio de uma Guerra' seja um ato político da sociedade, uma luta pelo acesso à informação e pelo direito de participar das decisões do país", diz Digo Castello, coordenador da campanha.

Os cineastras querem levantar R$114mil em 30 DIAS para terminar o filme. Parece muito, mas na verdade, segundo Castello, não dá nem pra chegar nos cinemas. "Nossa meta então, é soltar o filme na internet e divulgar a verdade sobre essa obra desastrosa", complementa o ativista.

O dinheiro será todo investido na edição e finalização do filme, além de restituir pelo menos uma parte do que já foi investido até agora pela própria equipe. Foram 3 expedições ao Xingu, com inúmeros gastos em transporte aéreo, fluvial, terrestre, alimentação, hospedagem e outros aspectos de produção.

Já são muitas as pessoas que doaram seu trabalho e seu dinheiro ao filme, "só chegamos até aqui porque sabemos que junto com vocês podemos parar essa obra desastrosa", finaliza Castello.

O projeto está abrigado no site facilitador de doações Catarse.me. Clique aqui . Assista o video.

FAÇA UMA DOAÇÃO. Ajude a parar Belo Monte e iniciar uma discussão séria sobre a política energética do Brasil.

FICHA TÉCNICA:

Direção: André D’Elia
Produção Excutiva: Beatriz Vilela, Francisco D’Elia
Direção de Fotografia: Rodrigo Levy Piza, Federico Dueñas
Direção de Som: Téo Villa, Diego Depane
Desenho Gráfico: Federico Dueñas
Montagem: Mauro Moreira
Comunicação e Marketing: Digo Castello, Daniel Joppert, Caio Tendolini

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O Brasil ocupa uma posição de destaque na produção de energias renováveis, mas "poderia fazer mais esforços" em relação às energias solar e eólica, segundo a Conferência da Organização das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que publicou nesta terça-feira (29) um relatório sobre o tema.

"O Brasil, devido ao seu clima e à sua superfície, possui um enorme potencial em termos de energia eólica e solar, mas não explora de forma suficiente sua capacidade nessas áreas", disse Anne Miroux, diretora do relatório Tecnologia e Inovação - Potencialização do Desenvolvimento com Energias Renováveis, da Unctad.

Ela diz que o Brasil se concentra em setores "maduros", como os biocombustíveis e a geração de energia hidrelétrica, criados há décadas. "O Brasil está entre os principais países que produzem energias renováveis, mas não em termos de energias modernas, como a eólica e a solar, nas quais nos focalizamos hoje", diz Miroux.

Investimento

O relatório da Unctad revela que o Brasil foi o quinto país que mais investiu em energias limpas no ano passado, totalizando a soma de US$ 7 bilhões. A China, com o valor recorde de US$ 49 bilhões, liderou os investimentos em energias renováveis em 2010, seguida pela Alemanha (US$ 41,1 bilhões), Estados Unidos (US$ 30 bilhões) e Itália (US$ 14 bilhões).

O Brasil, segundo dados do instituto voltado para estudos na área de energias renováveis REN 21, citados no relatório, é o quarto principal país em termos de capacidade de produção dessas energias, incluindo a hidrelétrica.

Mas o país não está entre os cinco principais em relação à capacidade de produção de energia eólica (liderada pela China) ou solar. O relatório da Unctad afirma que os países do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) "estão fazendo avanços tecnológicos significativos nos setores eólico e solar".

"A China está fazendo grandes esforços em relação ao uso de energias renováveis. Um dos grandes problemas do país são suas centrais térmicas que utilizam carvão. A transição não é simples e não pode ser feita de um dia para o outro", diz Miroux.

Metas ambiciosas

A diretora do estudo ressalta que o Brasil "está no bom caminho" com o objetivo "notório" de desenvolver as energias renováveis, apesar de ainda 'não fazer o suficiente' em relação às energias solar e eólica. Ela elogiou a meta fixada pelo governo de que 75% da eletricidade produzida no país seja proveniente de energias renováveis em 2030.

"O Brasil é um dos raros, talvez o único, a ter uma meta tão ambiciosa", afirma Miroux, que questiona também se as enormes reservas do pré-sal poderiam colocar em risco a estratégia atual de desenvolvimento das energias limpas no país.

Tecnologia

Segundo o relatório, os investimentos globais em energias renováveis saltaram de US$ 33 bilhões em 2004 para US$ 211 bilhões no ano passado - um aumento de 539,4%. O crescimento médio anual no período foi de 38%.

Apesar dos números, a diretora do estudo alerta que ainda faltam "centenas de bilhões de dólares" para aperfeiçoar as tecnologias nos países em desenvolvimento e expandir o uso das energias renováveis no mundo. De acordo com o relatório, as energias renováveis oferecem uma oportunidade real para reduzir a pobreza energética nos países em desenvolvimento.

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Tem rios que serpenteiam os caminhos, rios retos e de mansidão. Há outros de transparência e, alguns, de ocultação. Em dias azulados, quase sempre, viram céu no chão. Quando as chuvas desabam sobre a terra, ganham um poder sem tamanho, que mete medo até em ancião. Doces, guardam muito mais do que as águas que abastecem cidades. São sinônimos de vida em dois flancos: sob e sobre o seu próprio leito.

Nesta quarta-feira, 24, é Dia do Rio. E o Brasil teria razões de sobra para reverenciar tanta água boa de beber. Basta dizer que os rios da Bacia Amazônica, a maior do mundo, têm 7.050.000 km² e mais da metade deles (3.904.392,8 km²) estão em terras tupiniquins. Nesta mesma região, o rio Amazonas é considerado o 2º maior do planeta em extensão (6.280 km), após o Nilo, no Egito, com os seus 6.670 quilômetros. Aliás, tudo no Amazonas é superlativo: desde a largura média de 5 quilômetros até seus 7 mil afluentes. Vale dizer: desde 2008 uma medição feita pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), diz que o Amazonas tem 6.992,06 quilômetros de extensão enquanto o Nilo atinge 6.852,15 quilômetros. À época, faltava à comunidade científica internacional reconhecer tal constatação, mas essa informação, até o momento, ainda não foi divulgada.

Mas um rio não se mede à distância e nem tampouco por sua extensão ou imponência. Mede-se por aquilo que o mantém intacto, inaugural, de um Brasil rico por natureza (como diz a música). Mas, infelizmente, do universo ao seu redor – uma mistura de gente, flor, árvore e bichos –, mais aquilo que guarda molhado sob suas águas, pouco se preserva, sobretudo próximo às grandes cidades.

Hoje a água doce, a mesma dos rios, chora salgada na face de quem assiste, diariamente, à destruição da fauna e da flora que a margeia. Difícil não se incomodar ao ver, no rio Tietê (na altura de Salto, no interior de São Paulo), uma família de patos mergulhando entre detritos humanos atrás da própria sobrevivência.

Que coisas poderão comer essas aves em águas tão fétidas, nesse banho diário em espuma marrom, que mais parece leite com chocolate? Aonde foi parar o rio?! Alguém, em sã consciência, o reconhece?

Sabemos decor a pressa e o imediatismo dos homens. E também o seu egoísmo. “Gerações futuras? Danem-se. Vivo o meu tempo, hoje e agora. Amanhã não estarei mais aqui”, muitos certamente devem pensar. A pergunta é: quanto mais desprezo ainda caberá na alma humana?

E aqui, a reflexão de Heráclito, é mais que providencial. Num texto de Hélio Schwartsman, ele aponta uma frase como sendo "ipsissima verba". Ou seja, Ipsis litteris as palavras que este filósofo da Antiguidade teria dito: "Para os que entram nos mesmos rios, outras e outras são as águas que correm por eles". Sendo o rio essa analogia do tempo, que passa e modifica as coisas, ele jamais seria um lago (não fossem hoje as barragens que também ditam até o ritmo de suas águas e alteram a sua geografia).

No futuro, quando o homem (enquanto raça humana) olhar para um rio, talvez tenha vontade de voltar ao início. Mais: de fazer como Milton Nascimento na canção “A Lágrima e o Rio” e implorar que o rio o leve junto com o amor perdido para as águas. Talvez, como na música, seja tarde demais...

“Ó rio,/ Me leva contigo e o meu coração/ Éramos dois e não quero ser um/ E desordenadamente, o barranco, as lágrimas/ Lutei contra a força, perdi.” Tomara que não seja assim..

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Nos dias 25 e 26 de novembro, acontece na Praça da Liberdade, o 10º Festival da Guavira de Bonito. O evento, tradicional no calendário sul mato-grossense, renova-se a cada ano, somando arte, cultura, música e o melhor da gastronomia local temperada com o sabor característico da Guavira.

Para o prefeito José Arthur Figueiredo, o Festival desse ano tem também um sabor de comemoração. “Eu tenho certeza que este será um dos melhores festivais de todos os tempos, e nós nos empenhamos muito nisso, porque além desse resgate da cultura e da tradição que a Guavira traz, o município comemora ainda a consagração do prêmio recebido em outubro como Melhor Destino de Ecoturismo do Brasil pelo 10º ano consecutivo. Será com certeza uma festa muito especial, 10 anos de Festival da Guavira somados a 10 anos de reconhecimento para Bonito”, afirmou.

Abrindo o Festival na próxima sexta-feira (25), show com a dupla Crysthian e Ralph e no sábado (26), sobe ao palco Lucas Calderan. Na programação estão previstos ainda diversos shows de músicos locais e espetáculos de dança e teatro.

Além dos shows e apresentações, haverá exposição de artes plásticas, tendas com o artesanato do município e comidas típicas regionais. Um espaço montado pela Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio, será responsável por oferecer aos visitantes amostras da fruta para degustação.

A escolha da Guavira símbolo da festa surgiu vinculada à proposta de conservar os recursos naturais de Bonito. Fruta nativa na região, ela está sendo aos poucos substituída por áreas de pastagem para a criação do gado.

Saiba mais sobre a GUAVIRA neste video especial :  Plantas do Cerrado


O 10º Festival da Guavira de Bonito é organizado pela Prefeitura de Bonito, através da Secretaria Municipal de Turismo, Indústria e Comércio, em parceria com a Funceb, Secretaria Municipal de Ação Social, Fundação de Turismo, IPHAN, Fundação de Cultura MS, Sindicato Rural e IESF.


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O governo alemão decidiu: vai encerrar a geração de energia proveniente de usinas nucleares e diminuir a quantidade de complexos movidos a carvão, responsáveis por altas emissões de carbono. Para atingir tal objetivo pretende aumentar o emprego das energias renováveis no país, como a solar, eólica e biomassa.

Em outras palavras, os investimentos nesse tipo de matriz energética saltarão dos atuais 16% para 80% até 2050, segundo o plano oficial. A potência instalada de fontes renováveis deverá chegar a 163,3 GW. É como se, em quatro décadas, a Alemanha construísse o equivalente a mais de 14 usinas com a mesma potência da Belo Monte, que terá capacidade para produzir 11,2 GWh de energia no Rio Xingu, no Pará. Com uma diferença: sem destruir nenhuma floresta para isso.

Com um detalhe extra: falta espaço territorial à nação mais desenvolvida da Europa. Cabem, por exemplo, quase 24 Alemanhas dentro do território brasileiro. A saída será incentivar a criatividade e o desenvolvimento tecnológico. Tanto que o assunto tornou-se uma das principais bandeiras do país desde o final de maio, quando o governo de Angela Merkel anunciou o encerramento gradativo das atividades de 17 usinas nucleares até 2022. O tema já era discutido há pelo menos uma década, mas a decisão a respeito foi acelerada após o acidente nuclear ocorrido em Fukushima, no Japão.

"Estamos abandonando a energia atômica em todo o país, mas estamos implantando um sistema que denominamos de 'tarifa ecológica', que recompensa pessoas que estão consumindo sua própria energia com meios limpos. O excedente alimenta a rede elétrica, sendo descontado do custo que a pessoa teria que pagar pelo consumo ou mesmo recebendo a quantia em dinheiro ao longo dos anos", explica a pesquisadora Ursula Eicker, da Universidade de Ciências Aplicadas de Stuttgart.

Com uma população de 11 milhões de habitantes e alta concentração de indústrias – abriga as sedes mundiais de companhias como a Daimler (Mercedes-Benz), Porsche, Bosch, entre outras -, 40% da energia que abastece a região provém da matriz nuclear, segundo Theresia Bauer, ministra de Ciência, Pesquisa e Arte de Baden-Württemberg.

Por conta disso, há um movimento de desenvolvimento de novos produtos voltados à melhoria da eficiência energética que serão utilizados no país e, posteriormente, exportados para outras regiões, como o Brasil. “Queremos ocupar uma posição de liderança neste contexto, desenvolvendo tecnologias em relação à energia eólica, fotovoltaica e biomassa”, disse a ministra



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Gérard Moss receberá das mãos da Rainha Elizabeth a medalha e o título de Membro da Ordem do Império Britânico – MBE, distinção concedida por préstimos à sociedade que merecem reconhecimento público. Gérard será condecorado pelo serviço prestado nas questões ambientais que envolvem o Brasil e consequentemente o mundo.

Explorador ambiental, piloto e engenheiro, Gérard é naturalizado brasileiro há duas décadas e têm dedicado anos promovendo a preservação e o uso racional das águas. Mais recentemente, através do Projeto Rios Voadores que ele idealizou, viabilizou pesquisas e articulou a divulgação sobre a influência da floresta amazônica no clima brasileiro, focando especialmente numa preocupação com as águas e as chuvas.

"Estou muito surpreso e honrado por ter sido indicado para receber a condecoração MBE, distinção concedida pela Rainha Elizabeth. Mas tenho plena consciência de que esse reconhecimento vem graças à colaboração que tive durante muitos anos de vários cientistas aqui no Brasil, nos projetos Brasil das Águas e Rios Voadores, e a confiança dos responsáveis do Programa Petrobras Ambiental," conclui Gérard.

Sobre o Projeto Rios Voadores:

O termo "rio voador" descreve com um toque poético um fenômeno real que tem um impacto significante em nossas vidas.

Rios voadores são cursos de água atmosféricos, invisivíes, que passam em cima das nossas cabeças transportando umidade e vapor de água da bacia Amazônica para outras regiões do Brasil.

O Projeto Rios Voadores pesquisa, por meio da análise de amostras de vapor de água coletadas em um pequeno monomotor, as massas de ar que provêm da Amazônia trazendo umidade para outras regiões do Brasil. Essas massas de ar são conhecidas hoje como rios voadores.

Há três décadas, cientistas brasileiros, liderados pelo Prof. Eneas Salati, reconhecem e estudam os rios voadores, mas só agora, no século 21, é que nasceu uma idéia com asas para tentar aprofundar o conhecimento sobre o fenômeno.

Estudos recentes têm mostrado uma ligação significante entre o sistema climático amazônico e aquele sobre a bacia do Prata. Poucos pessoas conhecem a existência do transporte do vapor d’água por massas de ar que aqui estamos chamando de rios voadores. O volume de vapor de água transportado por esses rios voadores pode ser maior que a vazão de todos os rios do centro-oeste e ter a mesma ordem de grandeza da vazão do rio Amazonas (200.000 m3/s).

O projeto, idealizado por Gérard Moss em colaboração com Prof. Salati, busca identificar a origem do vapor de água transportado pelas massas de ar vindos da Amazônia e quantificar o papel da evapotranspiração da floresta amazônica nas chuvas que caem nas regiões mais ao sul.

Na primeira fase do projeto, realizada entre 2007-2009, foram coletadas 500 amostras de vapor de água de várias regiões do Brasil, principalmente da Amazônia. Estas amostras foram analisadas pelo CENA (Centro de Energia Nuclear na Agricultura) da USP, Piracicaba, SP.

Na segunda fase, que conta novamente com o patrocínio do Programa Petrobras Ambiental, será possível avançar nos estudos, interligando os resultados das análises com as condições meteorológicas regentes na hora da coleta. É um trabalho complexo e a melhor forma encontrada para avançar nas pesquisas é justamente unindo forças. A análise das amostras de água no CENA é estudado com a forte colaboração da equipe no CPTec.

A segunda fase também dará ênfase à educação. Foram escolhidas seis cidades-chave ao longo da rota dos rios voadores: Brasília (DF), Chapecó (SC), Cuiabá (MT), Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG). Nestas cidades, haverá um projeto reforçado em parceria com autoridades locais para inserir uma aula sobre os rios voadores nas escolas municipais da rede pública, com oficinas de treinamento dos professores e fornecimento de material didático

Assista o video: O Fenomeno dos Rios Voadores

Exploradores ambientais:

Desde a década de 1990, Gérard e Margi Moss têm viajado pelo Brasil e pelo mundo afora em aviões leves, a baixa altitude, observando as paisagens que passam debaixo de suas asas.

Vendo o mundo de cima, perceberam a fragilidade dos rios acuados, o avanço teimoso da desertificação, as feridas abertas pelas queimadas nas florestas, os povos se tornando refugiados ambientais, e resolveram agir.

Escolheram especificamente o tema Água. Ironicamente, é do ar que conseguem “explorar” o ambiente aquático de uma forma que alia a tecnologia de ponta à geográfica e à aventura de viver. Aplicaram os pontos fortes da aviação leve – acesso a regiões remotas, voar baixo, ponto de observação móvel, plataforma fotográfica estratégica – a serviço da causa, trabalhando em parceria com cientistas brasileiros de renome.

Em 2003/2004, realizaram o Projeto Brasil das Águas, um projeto inédito que utilizou um avião anfíbio para coletar mais de 1.160 amostras de água doce de corpos de água espalhados em todo o Brasil – rios, lagos e reservatórios. Voaram 120.000 km durante os 14 meses do projeto, o equivalente a mais de duas voltas ao mundo.

Baseado nos resultados obtidos pelas análises das amostras feitas por pesquisadores em várias instituições em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, foi possível desenhar um mapa mostrando a saúde das águas doces no momento da coleta e identificar ambientes não contaminados para que possam ser conservados.

Agora, com o Projeto Rios Voadores, mais uma vez aliam o uso de um avião pequeno à busca de amostras nos cantos distantes do Brasil. Mais uma vez também, se aliaram a gurus do conhecimento científico brasileiro, tanto em estudos isotópicos quanto em climatologia (veja Equipe Científica), para divulgar o fenômeno dos rios voadores e a sua importância para um futuro regado a água de chuva para o Brasil.

Leia mais:
- Projeto Brasil das Águas
- Projeto Sete Rios