imagem do onda

segunda, 21 de novembro de 2011

Uma Alemanha a ser copiada

Governo alemão vai substituir energia atômica pela solar e de biomassa, e quer ter energia limpa equivalente a 14 vezes Belo Monte

Revista Terra da Gente

O governo alemão decidiu: vai encerrar a geração de energia proveniente de usinas nucleares e diminuir a quantidade de complexos movidos a carvão, responsáveis por altas emissões de carbono. Para atingir tal objetivo pretende aumentar o emprego das energias renováveis no país, como a solar, eólica e biomassa.

Em outras palavras, os investimentos nesse tipo de matriz energética saltarão dos atuais 16% para 80% até 2050, segundo o plano oficial. A potência instalada de fontes renováveis deverá chegar a 163,3 GW. É como se, em quatro décadas, a Alemanha construísse o equivalente a mais de 14 usinas com a mesma potência da Belo Monte, que terá capacidade para produzir 11,2 GWh de energia no Rio Xingu, no Pará. Com uma diferença: sem destruir nenhuma floresta para isso.

Com um detalhe extra: falta espaço territorial à nação mais desenvolvida da Europa. Cabem, por exemplo, quase 24 Alemanhas dentro do território brasileiro. A saída será incentivar a criatividade e o desenvolvimento tecnológico. Tanto que o assunto tornou-se uma das principais bandeiras do país desde o final de maio, quando o governo de Angela Merkel anunciou o encerramento gradativo das atividades de 17 usinas nucleares até 2022. O tema já era discutido há pelo menos uma década, mas a decisão a respeito foi acelerada após o acidente nuclear ocorrido em Fukushima, no Japão.

"Estamos abandonando a energia atômica em todo o país, mas estamos implantando um sistema que denominamos de 'tarifa ecológica', que recompensa pessoas que estão consumindo sua própria energia com meios limpos. O excedente alimenta a rede elétrica, sendo descontado do custo que a pessoa teria que pagar pelo consumo ou mesmo recebendo a quantia em dinheiro ao longo dos anos", explica a pesquisadora Ursula Eicker, da Universidade de Ciências Aplicadas de Stuttgart.

Com uma população de 11 milhões de habitantes e alta concentração de indústrias – abriga as sedes mundiais de companhias como a Daimler (Mercedes-Benz), Porsche, Bosch, entre outras -, 40% da energia que abastece a região provém da matriz nuclear, segundo Theresia Bauer, ministra de Ciência, Pesquisa e Arte de Baden-Württemberg.

Por conta disso, há um movimento de desenvolvimento de novos produtos voltados à melhoria da eficiência energética que serão utilizados no país e, posteriormente, exportados para outras regiões, como o Brasil. “Queremos ocupar uma posição de liderança neste contexto, desenvolvendo tecnologias em relação à energia eólica, fotovoltaica e biomassa”, disse a ministra



O QUE ACHOU DESSA NOTÍCIA? DEIXE O SEU COMENTARIO ABAIXO: