Notícias de Bonito MS
A empresa Pantanal Express, que opera desde o último sábado o recém-inaugurado Trem do Pantanal, que faz o trecho Campo Grande/Miranda, tem sido alvo de criticas entre políticos pelo fato do trajeto não seguir até Corumbá, onde está a planície mais alagada do mundo e pelo trem não ultrapassar os 30 quilômetros por hora. Ao Midiamax a empresa informou que a primeira viagem atendeu 50% da capacidade dos vagões e reuniu em sua maioria turistas do próprio Estado. Daqui pra frente, a empresa vai investir em publicidade, de acordo com a assessoria.
O limite moroso de velocidade seria pelo fato do transporte ser para turismo, ou seja, de cotemplação. A operadora BWT frisa que a expectativa é de que daqui para frente, após parcerias com mais operadoras e agências de turismo, o projeto dê continuidade todos os sábados. A Pantanal Express afirma que caberá à ALL (América Latina Logística) melhorar a malha viária de Miranda até Corumbá e a partir daí, vão ser possíveis viagens até a fronteira com a Bolívia.
Porém, a ALL já anunciou que está com dívidas milionárias. Mas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse no dia 8 de maio, quando esteve na inauguração do Trem do Pantanal, que a União vai garantir a recuperação dos 240 quilômetros de linha férrea até Corumbá. Seriam necessários para isso ao menos R$ 100 milhões já que foi uma década de sucateamento após a privatização.
No começo
A primeira viagem, no dia 16, reuniu pelo menos 200 pessoas, metade da capacidade. "Foi um número expressivo para a direção da Pantanal Express, em se tratando de um equipamento recém-lançado. A expectativa para os próximos fins de semana é que esse volume de passageiros cresça gradativamente", informou a assessoria.
Segundo informações de Aquidauana, o trecho que mais tem chamado a atenção dos turistas fica na região de Palmeiras, por conta dos paredões da Serra de Maracaju, região conhecida pelo rapel.
Nessa primeira viagem, de Miranda, as pessoas seguiram de van para Bonito. Algumas pararam em Aquidauana e outras desembarcaram em Miranda e permaneceram na região.
Sobre a demanda e agendamentos, a empresa informou que a exemplo de Curitiba (PR), onde a Serra Verde Express opera há 12 anos, os trens turísticos, como se trata de um passeio curto, a aquisição dos bilhetes se dá no próprio dia, ou mesmo dias antes do embarque. Informações repassadas anteriormente ao Midiamax davam conta de que haveria reservas até dezembro, mas a empresa já não confirma isso.
Perfil
O perfil das pessoas que vão viajar no trem deve ficar pronto em 60 dias. Mas, a princípio os primeiros passageiros foram os sul-mato-grossenses. "A expectativa é que nas primeiras operações o visitantes seja em grande parte do próprio Estado, por conta da novidade e da relação sentimental entre o trem e a sociedade de Mato Grosso do Sul", diz a nota à imprensa.
A Serra Verde Express conta com 2,5 mil funcionários efetivos e temporários e espera investir em publicade agressiva para que o investimento seja viabilizado.
O IAB (Instituto das Águas do Brasil) realiza no próximo dia 21 a um encontro para debater o tema: Implantação de Usinas de Álcool no Planalto do Pantanal Sul-mato-grossense. O evento será às 14h na sede da OAB/MS (Ordem dos Advogados os Brasil), na avenida Mato Grosso, em Campo Grande.
Segundo a presidente do IAB, Odete Fiorda, o evento é uma resposta ao movimento que o governo do Estado vem fazendo para se derrubar a lei que proíbe a implantação de usina de álcool e açúcar na Bacia do Alto Paraguaia, ou seja a região norte do Estado.
"O que acontece é que o governo quer, novamente, implantar usinas na região dos rios que correm para o Pantanal. O governador [André Puccinelli] já faz pressão em Brasília para isso", diz a presidente.
No início do ano, Puccinelli apresentou o plantio de cana-de-açúcar como uma alternativa para se levar desenvolvimento à região, uma das mais pobres do Estado. Segundo ele, um estudo sócio-econômico-ambiental mostra que é possível se plantar a cultura em algumas áreas do norte de Mato Grosso do Sul.
A ambientalista contesta algumas das afirmações do governador, especialmente a de que a cana é uma alternativa para se gerar emprego.
"Usina não traz tanto beneficio assim. Em 2012 estará proibia a queima da cana e começa a mecanização na colheita, ou seja, o emprego vai ficar escasso", prevê. "E, sobre tudo, temos de pensar no custo benefício disso, que pode ser o fim do Pantanal", completa.
Odete advoga a inviabilidade da proposta argumentando ainda que na região não há logística adequada para se instalar as usinas. "As estradas não comportam o tráfego intenso", diz a ambientalista que.
Ao fim do debate, será elaborado um documento pedindo explicações ao governo do Estado sobre as razões de tentar se modificar a lei. Outro será encaminhado a Assembléia Legislativa solicitando uma audiência pública para se ampliar o debate com a sociedade, e outro, com as considerações finais do evento, será enviado ao Senado Federal e a Câmara dos Deputados.
O TRE (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) reformou decisão que cassava mandato e suspendia direitos políticos do prefeito de Bonito, José Arthur (PMDB).
Em decisão proferida nessa segunda-feira, por unanimidade ele foi inocentado das acusações de distribuição irregular de cestas básicas durante a campanha eleitoral de 2008 e abuso de poder econômico.
A acusação era de que Zé Arthur fez contrato com um mercado de Bonito para entregar cestas básicas à população local em troca de votos.
As denúncias foram apresentadas pela coligação Por Um Bonito Mais Humano, do ex-prefeito Geraldo Alves Marques (PDT).
No final da tarde deste domingo, 17 de maio, apesar de alguns contratempos, terminou bem a operação de resgate de uma onça parda em Corumbá. O animal, um macho jovem com cerca de 40 quilos, estava no topo de uma árvore no bairro Aeroporto, a dez metros de altura, desde a noite de sábado.
Um morador chamou o Corpo de Bombeiros, que tentou espantar o animal com jatos de água, sem sucesso. Na manhã de domingo, a Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi contatada e as pesquisadoras Zilca Campos, Christiane Amâncio e Sandra Mara Crispim se mobilizaram. Elas foram até a Unidade para pegar material de captura, como anestésico, dardos de ar comprimido, zarabatanas, redes e cambões.
No local, a Polícia Militar Ambiental isolou a área e auxiliou na instalação das redes para aparar o animal em caso de queda. Uma grande multidão acompanhava, ansiosa, pelo desfecho do episódio. O veterinário Alexandre Cavassa, acompanhado do colega Rogério Simões, também prestou auxílio durante a operação.
De São Paulo, por telefone, o especialista em felinos e grandes predadores do Centro Nacional de Animais Predadores (Cenap/Ibama), Peter Crawshaw, passava orientações de ação, enquanto as equipes aguardavam a chegada do pesquisador da Embrapa Pantanal, Walfrido Tomás, especialista em fauna silvestre, e que se encontrava em Campo Grande.
Ele veio num avião cedido pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, acompanhado pelo coordenador de fauna do Ibama/MS, Gerson Zahdi, e da bióloga dos institutos Homem Pantaneiro e Onça Pintada, Graziela Porfírio.
Resgate
A comitiva trouxe de Campo Grande rifles para disparo de dardos tranquilizantes, pois a zarabatana não seria suficiente para acertar a onça por conta da longa distância. A partir de então, Walfrido assumiu a coordenação da operação. Foram mobilizados, também, membros de organizações ambientais de defesa de felinos da região pantaneira, e o assistente de pesquisas com felinos do Pantanal, João Batista da Silva, que tem mais de dez anos de experiência com imobilização e tranquilização de animais, atuando no projeto 'Onça Pantaneira', na fazenda São Bento. O promotor do meio ambiente de Corumbá, Ricardo Melo, acompanhou todo o trabalho.
João foi designado para efetuar o disparo de rifle. Por volta das 16 horas, de cima da escada retrátil de um caminhão da empresa energética que opera no estado, Enersul, João fez um disparo certeiro. Acertada na paleta, a onça ficou inconsciente em cerca de três minutos, e se manteve enganchada nos galhos do topo da árvore.
Os bombeiros e policiais militares, sob a coordenação do comandante do major Waldir Ribeiro, escalaram a árvore e laçaram o animal, na tentativa de descê-lo por cordas com o auxílio dos galhos. Nesse momento, o grande susto. A onça se soltou dos laços e despencou do topo da árvore, causando comoção na multidão. Mas as redes de contenção foram suficientes para amortecer a queda e evitar que o felino tivesse ferimentos mais graves ou fraturas.
O animal foi prontamente recolhido e levado para a Embrapa Pantanal, onde foi examinado por Walfrido, que é veterinário, e Graziela. Os especialistas constataram que a onça não teve fraturas ou escoriações graves, e a conduziram numa gaiola de metal em uma caminhonete para ser solta, ainda no domingo, no seu habitat.
Segundo Walfrido, a operação foi bem sucedida, principalmente diante do tipo de árvore (sete copas) e da altura em que a onça se encontrava. "Além da altura, havia uma grande multidão presente, e ela estava em situação de risco havia muitas horas. Todos esses são fatores de grande estresse para o animal e de risco para o resgate", explica.
Queimadas
Pesquisadores da Embrapa Pantanal alertam para o aumento da freqüência nas aparições de animais selvagens nos perímetros urbanos do Pantanal, como conseqüência do crescimento acentuado das queimadas na região.
O chefe geral da Unidade, José Anibal Comastri Filho, explica que, com os numerosos focos de queimada em toda a planície pantaneira, muitos animais ficam acuados e desorientados, e eventualmente vão parar nas zonas urbanas. "É importante conscientizar os proprietários, pescadores e turistas para prevenir e combater os pequenos focos e nunca provocar queimadas nesta época de pouca chuva. Pontas de cigarro e fogueiras em acampamentos podem provocar incêndios", diz.
A pesquisadora Zilca Campos afirma que episódios como o deste domingo tendem a se tornar cada vez mais comuns, e alerta para a prevenção. "A tendência que cada vez mais tenhamos animais selvagens chegando à cidade. É importante que a população esteja conscientizada e acione rapidamente as autoridades, que devem estar equipadas e treinadas para agirem rápido, causando o mínimo de sofrimento ao animal e eliminando riscos de danos às pessoas", disse.
O promotor Ricardo Melo informou que existem recursos disponíveis há cerca de dois anos para a aquisição de equipamentos e treinamento de policiais e bombeiros para operações envolvendo animais silvestres em áreas urbanas em Corumbá.
Capturada neste domingo, 17 de maio, de uma árvore no fundo do quintal de uma vila, entre as ruas Gonçalves Dias e Venceslau de Barros, bairro Aeroporto, a onça parda foi solta ontem mesmo perto da Estrada Parque, a 50 minutos de Corumbá, por uma equipe da Polícia Militar Ambiental (PMA) e uma bióloga da Embrapa Pantanal. Segundo a PMA, o animal saiu caminhando, ao retornar ao seu habitat. "A operação foi um sucesso, conseguimos preservar a vida do animal, dos moradores e da multidão que se aglomerou ao redor para ver de perto a operação de captura", afirmou ao Diário o major Waldir Acosta, comandante da Polícia Militar.
A falta de equipamentos e de um núcleo de especialistas especialmente montado em Corumbá para captura de animais silvestres, mais uma vez criaram enormes obstáculos na operação realizada domingo. Uma viatura da Enersul, com escada, teve de ser requisitada para que o atirador de dardos tranquilizantes, se aproximasse mais da onça, que provavelmente veio parar na área urbana, devido às queimadas que atingem vários localidades do Pantanal. A operação mobilizou equipes da Embrapa Pantanal, Ibama, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. O promotor de Justiça do Meio Ambiente, Ricardo Melo Alves, acompanhou os trabalhos.
O Ibama cedeu a espingarda usada para atingir a onça parda com um dardo anestésico - João Batista Elias da Silva, especialista em captura de onças da Fazenda São Bento, acertou o alvo e o animal logo desfaleceu. "Deu tudo certo, porque se errasse poderia espantar o animal e colocar as pessoas em risco", comentou. O major Waldir Acosta contestou informações de que a rede usada pela PMA para conter o impacto da queda do animal era improvisada. "De improvisada não tinha nada. É uma rede própria para captura de animais. Tanto que a onça teria morrido se nossa rede não estivesse estendida", ressaltou o major.
A operação durou 16 horas e meia e foi coordenada por Walfrido Tomás, especialista em fauna silvestre da Embrapa Pantanal. Walfrido disse que todos os equipamentos usados pertencem à Embrapa Pantanal e a Ibama, mas reconheceu a necessidade de se instalar um núcleo permanente de captura de animais silvestres em Corumbá. "Esse tipo de trabalho sempre tem riscos, tanto para o animal como para as pessoas, tanto que a multidão furou o bloqueio e avançou para bem perto depois que o animal caiu da árvore", afirmou Tomás. "Mas tudo saiu bem, o animal não quebrou nada, teve apenas um esfolamento no peito, e volta a caçar em seu habitat", acrescentou.
A onça foi vista pelo morador Manoel Correa, que perto da meia-noite de sábado saiu para ir ao banheiro. Quando viu a onça em cima da caixa dágua, que fica no chão, a confundiu com a cadela do vizinho, chamada Bolinha. Chamou "vem Bolinha, vem Bolinha...", e quando percebeu, estava diante da onça parda, e apavorado correu para dentro de casa e chamou os bombeiros. O Corpo de Bombeiros chegou e a onça subiu para a árvore, um pé de "Sete Copas", e ali permaneceu até ser capturada.
Depois de 16 horas e meia de operação, equipes da Embrapa Pantanal, Polícia Militar Ambiental e Corpo de Bombeiros capturaram uma onça parda, de cerca de 40 quilos, que desde às 23h40 de sábado, 16 de maio, estava acuada no tronco de uma árvore "Sete Copas", a uma altura de dez metros, no quintal de uma das cinco casas de um vila, entre as ruas Gonçalves Dias e Joaquim Venceslau de Barros, no bairro Aeroporto. A captura se deu neste domingo, às 16h10. Além dos moradores, mais de 200 pessoas passaram pelo local para ver ou tentar fotografar a onça, que ganhou o apelido de "Tieta", embora fosse um macho adolescente, segundo biólogos da Embrapa Pantanal. Ela estaria fugindo das queimadas e buscou abrigo nas residências.
A onça foi vista pelo morador Manoel Correa, que perto da meia-noite saiu para ir ao banheiro. Quando viu a onça em cima da caixa dágua, que fica no chão, a confundiu com a cadela do vizinho, chamada Bolinha."Vem bolinha, vem...", quando se assustou, estava diante da onça parda, e logo entrou. O Corpo de Bombeiros chegou e a onça subiu para a árvore, um pé de "Sete Copas", e ali permaneceu até ser captura.
Quando a onça caiu, após ser atingida por um dardo de anestésico, provocou um forte impacto no chão, apesar de amortecida pela rede. Um morador gritou: "Seus otários, mataram a onça". Em seguida recebeu voz de prisão e foi detido por soldados da Polícia Militar. O médico veterinário do Ibama, Gerson Zahdi, examinou o animal e afirmou que não sofreu fratura na queda, somente esfoliações no peito. "Está apto a voltar para seu habitat, no Pantanal, agora mesmo, assim que passar o efeito do sedativo", afirmou Zahdi.
O veterinário Alexandre Cavassa, da Prefeitura de Corumbá, saiu contrariado da sede da Embrapa Pantanal com a decisão de liberar imediatamente o animal. "Com a queda, o animal sofreu forte impacto e deveria ser mantido por mais algumas horas em observação para sabermos como vai reagir. Não me responsabilizo pela decisão tomada de soltar imediatamente", afirmou ao Diário, ao sair da Embrapa Pantanal, para onde o animal foi levado após a captura.
No momento em que a onça, já sob efeito de sedativo, adormeceu e caiu da árvore, seu corpo sofreu um forte impacto no chão do quintal da casa, onde havia muito entulho, apesar de escorada por uma grande rede colocada pela PMA. Especialista em captura de onça, João Batista Elias da Silva, de 47 anos, foi chamado pela Embrapa Pantanal, para atirar a dardo anestésico no animal. Na primeira tentativa, o tiro falhou e a seta não saiu. Na segunda, acertou a pata esquerda traseira, a onça saltou alguns galhos acima, mas em seguida adormeceu. Dois militares, um da PMA e outro do Corpo de Bombeiros, não chegaram a tempo de amarrar as patas do animal com cordas. A onça despencou de uma altura de dez metros e, apesar de amortecida por uma rede, seu corpo foi ao chão.
João Batista Elias da Silva disse que queria, ele mesmo, após a sedação, retirar o animal, já que costuma usar outro método. "Eu simplesmente abraço o animal e trago para baixo. É um procedimento para oferecer menos riscos para o animal", contou o especialista, que ainda tentou orientar os militares nesse sentido, mas não foi ouvido. A onça foi levada dentro de uma gaiola para a sede da Embrapa Pantanal, de onde seguiria para o Pantanal. A Embrapa não informou onde o animal seria solto, já que uma grande região do Pantanal está tomada por queimadas, o que teria feito que a onça procurasse a área urbana para sua sobrevivência.
Walfrido Tomás, especialista em fauna silvestre da Embrapa Pantanal, coordenou toda a operação de captura. Ele veio de Campo Grande, onde faz palestra em um curso, nesta segunda-feira, trazendo duas espingardas de pressão cedidas pelo Ibama. Uma delas foi usada por João Batista para alvejar e paralisar o animal. "Esse tipo de trabalho sempre tem riscos, tanto para o animal como para as pessoas, tanto que a multidão furou o bloqueio e avançou para bem perto depois que o animal caiu da árvore", afirmou Walfrido. "Mas tudo saiu bem, o animal, está bem, não quebrou nada, teve apenas um esfolamento no peito, e está pronto para ser solto e já vai estar caçando", acrescentou.
No mapa do Brasil disponibilizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais), Mato Grosso do Sul é um borrão vermelho. Com 653 focos de calor registrados de primeiro de janeiro até a quinta-feira passada, o Estado lidera o ranking de queimadas neste ano.
O município mais atingido pelo fogo até agora foi Corumbá, onde chegou a ser registrados 485 focos de calor. Em seguida, vem Porto Murtinho (23 focos) e Aquidauana (12).
Os números - que reproduzem um cenário já conhecido, levaram o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) a criar brigadas de prevenção e combate a incêndios nas três cidades.
De acordo com o superintendente do órgão, David Lourenço, cada brigada será formada por 14 pessoas. "Elas foram contratadas por seis meses. Com salários e equipamentos, o investimento chega a R$ 500 mil". Além de atuarem no combate ao fogo, ele vão treinar voluntários nas fazendas.
Segundo o superintendente, o total de focos aumentou 340% em relação ao mesmo período do ano passado, quando, em 12 meses, foram registrados 1.438 focos de calor. "O crescimento é assustador". Contudo, somente em junho será analisada a antecipação da proibição de queimadas para manejo de pastagem. Medida adotada para diminuir os incêndios.
David Lourenço afirma que o Ibama nacional primeiro fechará os dados sobre focos de incêndio até o mês de maio. Há possibilidade de a proibição passar a vigorar em junho, um mês antes do período usual. Contudo, ele reforça que poucos produtores rurais pedem autorização para a queimada. "É mais uma questão de consciência", salienta.
A multa devido a incêndios pode chegar a R$ 5 mil por hectares. A autuação é dirigida ao dono da propriedade, que pode se livrar da multa ao comprovar que não teve responsabilidade pelo fogo.
Perigo - Na região do Pantanal, dois fatores convergem para tornar o ano de 2009 crítico em relação às queimadas: a estiagem antecipada promete ser a mais severa dos últimos 36 anos e a grande quantidade de vegetação, poupada pelo número menor de incêndios nos últimos anos.
"Os locais são de difícil acesso. Em muitos, mesmo com a mobilização de embarcações e brigadistas, só a chuva consegue combater". Conforme David Lourenço, neste ano, o Ibama deverá contar com o apoio da Marinha.
Ele enfatiza que a maioria dos incêndios são provocados. "O pescador que faz um foguinho na beira do rio, o fazendeiro que põe fogo em uma pequena área e as chamas se alastram", exemplifica.
O superintendente alerta que a estiagem prolongada no Pantanal é consequencia do aquecimento global. A ausência de chuvas compromete a reprodução dos peixes. "Daqui a dois anos a quantidade de pescado será muito baixa. A Embrapa já tem isso diagnosticado".