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Notícias de Bonito MS

Encarar a sustentabilidade como hábito pode ser a receita para viajar de consciência limpa. E garantir belos cenários para as próximas gerações.

SEMANA DO MEIO AMBIENTE - Antes de escolher um hotel, você normalmente avalia se é confortável, tem boa localização e diárias compatíveis com o orçamento da viagem. Até aí nada de novidade. Só que essa lista está sendo ampliada - e com itens que até algum tempo atrás poucos prestavam atenção. Uso de energia solar, ações de reciclagem e atitudes sustentáveis começam a pesar na hora da decisão. Dado animador às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente, a ser comemorado no sábado.

"O consumidor quer viajar, mas sem sentir culpa por um possível impacto na natureza", explica a coordenadora técnica do Instituto EcoBrasil, Ariane Jáber. Apesar de no Brasil esse "raciocínio sustentável" ser novidade, parte dos turistas estrangeiros já pensam assim, segundo a professora Karin Decker, do curso de Turismo da Anhembi Morumbi.

E o que vale para aquela pousadinha numa região de lindas cachoeiras ou aquele resort perto da área de desova de tartarugas marinhas também precisa ser levado a sério pelos destinos ligados ao ecoturismo. Afinal, eventuais danos causados à natureza hoje podem interromper a chegada de visitantes amanhã.

Ainda há muito o que fazer num país onde as belezas se espalham pelos 8,5 milhões de quilômetros quadrados de território, mas alguns locais já avançaram na questão ambiental a ponto de servirem de exemplo. É o caso de Bonito (MS), onde comunidade, governo e iniciativa privada se uniram em prol do turismo sustentável. Definido por planos de manejo específicos, o número de visitantes em cada passeio tem limite diário rigoroso. "É mais fácil planejar com sustentabilidade que consertar os danos depois. E a cidade se planejou", explica Ariane, do EcoBrasil.

A ideia, agora, é criar um modelo semelhante para a Amazônia. "Queremos despertar o interesse do brasileiro para a região. É possível aproveitar os 1 milhão de turistas que vão até ali a negócios e oferecer roteiros complementares", diz o coordenador da Agência de Desenvolvimento do Turismo da Macroregião Norte, Aristides Cury. "Até o fim do ano, teremos mais opções a partir de Belém e Manaus."

Ministério do Meio Ambiente e Sebrae montaram programas de capacitação da mão de obra local. "Tudo isso vai criar uma sinergia. O desenvolvimento sustentável ajuda na distribuição de renda e na fiscalização da natureza", acredita Cury.

Bom negócio. Os números mostram que a sustentabilidade também pode ser um bom negócio. Segundo a Organização Mundial do Turismo, o ecoturismo cresce 20% ao ano. No primeiro dia do Salão do Turismo, realizado em São Paulo semana passada, mais da metade dos negócios (em torno de R$ 10 milhões) foram feitos neste setor. Reflexo da crescente demanda nacional.

Para profissionalizar as empresas da área, o Ministério do Turismo criou em 2006 o programa Aventura Segura. Coube à Associação Brasileiras das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) elaborar normas com princípios de segurança, gestão e qualidade do serviço. A etapa seguinte, iniciada em março, foi fazer o processo de certificação. Quinze empresas foram aprovadas - até o fim do ano, o total deve chegar a 130.

Outras duas já têm o documento: Kango Jango, de Socorro, e Alaya, de Brotas. Em Brotas, aliás, o turismo surgiu para impedir a instalação de um curtume às margens do Jacaré-Pepira, nos anos 1990. Sucesso: o rio continuou intacto. Uma herança e tanto para as próximas gerações.

ATITUDE VERDE

1 Não deixe, não leve

Leve de volta todo o lixo que tiver produzido no passeio. As embalagens voltam vazias, ou seja, estão mais leves do que na ida. Não retire plantas, rochas ou fósseis da natureza. Já pensou se todos fizerem o mesmo?

2 Valorize a cultura local

Vai comprar uma lembrancinha? Escolha trabalhos de artistas locais e itens típicos. Dessa maneira, você contribui para a autoestima dos moradores, valoriza a cultura regional e ainda leva para casa uma peça única.

3 Não alimente os animais

Mesmo que seja para tirar uma foto de perto ou que você fique com pena, não dê comida a bichos silvestres. Isso faz eles desistirem de procurar alimentos na natureza, onde está a dieta que necessitam.

4 Seja consciente

Se você não troca de toalha todos os dias em casa, pode fazer o mesmo no hotel e, assim, poupar água. Da mesma forma, evite banhos demorados e economize energia elétrica. O meio ambiente agradece.

O Ministro do Turismo, Luiz Barreto, e o presidente da Abrastur, Paulo de Brito Freitas, lançaram na última sexta-feira, 28/05, durante o Salão do Turismo, o programa Férias do Trabalhador Brasileiro. O programa tem o objetivo de incentivar que os trabalhadores sindicalizados de todo o País viajem, pagando pouco nas diárias de hotéis e podendo parcelar o pagamento em 12 vezes sem juros.

O programa é destinado aos trabalhadores sindicalizados brasileiros, com a finalidade de movimentar o trade, para manter e criar emprego e renda. O pagamento das viagens será parcelado em 12 vezes sem juros de R$69,80 e o trabalhador poderá escolher o destino de sua viagem. O programa é elaborado pela Abrastur, em parceria com o Ministério do Turismo e outros órgãos de Turismo Social.

Os sindicatos deverão entrar no site: (www.feriasdotrabalhador.com.br) para agendar um workshop. Assim que o sindicato for cadastrado, os sindicalizados estarão aptos a aderir ao plano de viagens Férias do Trabalhador Brasileiro.

Associados aos diferentes sindicatos do País terão até 24 meses para utilizar as diárias. O pagamento será somente em débito em conta corrente bancária ou cartão de crédito nos seguintes bancos credenciados: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Unibanco, Bradesco, Santander, Real, HSBC, Banrisul, Sicredi, entre outros. Assim que comprovado o pagamento da primeira mensalidade, ele já poderá escolher um destino, o hotel e marcar a data de sua viajem.

A abertura da Semana do Meio Ambiente de Corumbá, que ocorreu na noite da segunda-feira (31) no Centro de Convenções do Pantanal Miguel Gómez, teve como principal atividade a palestra do pesquisador Walfrido Tomás, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Pantanal). O tom de sua explanação foi a afirmação de que o Pantanal é um ecossistema bastante preservado, cujo conhecimento sobre a fauna e flora ainda é bastante limitado. "Pouco se conhece sobre os invertebrados e microorganismos do Pantanal, mas sabemos que estes seres vivos têm uma importância muito grande em pesquisas da área biomédica", disse.

Como exemplo das possibilidades existentes no Pantanal, Walfrido citou a utilização da saliva do morcego-vampiro no tratamento de derrames, estudo feito por cientistas australianos da Universidade Monash. Ele também apresentou uma série de dados sobre os animais existentes na região. Um estudo de 2008 detectou 553 espécies de aves no Pantanal e 812 espécies em toda a Bacia Pantaneira. "É a área úmida mais rica em espécies aviárias do mundo", enfatizou. Com relação aos mamíferos, levantamento realizado neste ano apontou 233 espécies em toda a bacia, sendo quase 100 só na região pantaneira. São 68 espécies de médio porte, 75 de pequeno e 90 de morcegos.

No entanto, conforme o pesquisador da Embrapa Pantanal, 12% dos mamíferos existentes no Pantanal são classificados globalmente como ameaçados de extinção. Outros 179 tipos de répteis foram identificados na Bacia do Alto Paraguai, sendo que 70% deles estão no Pantanal. Como forma de preservação da fauna e flora, Walfrido defendeu a valorização de atividades tradicionais que causam pouco impacto ao ecossistema.

A Semana do Meio Ambiente é organizada pela Secretaria Executiva de Meio Ambiente, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Integrado, e pela Embrapa Pantanal, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS - Campus Pantanal), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, 17º Batalhão de Fronteira, Fundação O Boticário, Instituto Homem Pantaneiro, Moinho Cultural, Vale, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Polícia Militar Ambiental. A programação é patrocinada pela Unipav, Vetorial e Votorantim.

O Conselho Municipal de Meio Ambiente, a Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul), Ong Paz e Natureza Pantanal, Faculdade Salesiana Santa Tereza, Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e Ase Motors são parceiros na realização do evento, que conta ainda com o apoio da Agência Municipal de Trânsito e Transporte (Agetrat), Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e Corumbaense Futebol Clube.

Na segunda quinzena de junho, o Trem do Pantanal, que vai de Campo Grande a Miranda (MS), terá duas saídas temáticas para comemorar o São João. "Teremos shows relacionados ao tema e nas paradas haverá comidas típicas dessa época do ano", contou Emmanoel de Castro, consultor comercial da Serra Verde Express.

Os interessados podem adquirir pacotes para o trem durante o Salão do Turismo no estande comercial do Mato Grosso do Sul.

Mato Grosso do Sul está prestes a implantar o primeiro Corredor do Extrativismo do Brasil. De acordo com a bióloga Rosane Bastos, o projeto é uma forma de integrar pequenos produtores estrategicamente localizados na região oeste do Estado que têm como principal fonte de renda a agricultura familiar e a comercialização de produtos cultivados ou produzidos de maneira ecologicamente sustentável. O Corredor do Extrativismo promoverá ações integradas com objetivo de fortalecer a Agricultura Familiar e a Economia Solidária no estado.

"A ideia é unir campo e cidade, agricultores e indígenas na perspectiva da Economia Solidária que, acima de tudo, respeite o meio ambiente e busque um desenvolvimento sustentável", afirma Rosane Bastos. Pelo Brasil existem outras ações como essa, voltadas a outros tipos de atividade, como por exemplo o Corredor da Biodiversidade no Amapá, criado com o objetivo de preservar os biomas ecológicos lá existentes. A proposta de um corredor voltado para integração de pessoas que trabalhem com extrativismo no cerrado aliado a sua conservação, porém, é pioneira no país.

O evento que oficializará a implantação do Corredor do Extrativismo em MS acontecerá em Nioaque, de 2 a 5 junho, durante a Feira de Economia Solidária que traz como tema central a busca pela sustentabilidade socioambiental e econômica das populações do cerrado.

O Corredor do Extrativismo, proposto inicialmente pelo Ceppec (Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado), abrangerá onze cidades que são: Bela Vista, Jardim, Guia Lopes da Laguna, Maracaju, Bonito, Nioaque, Bodoquena, Anastácio, Sidrolândia, Dois Irmãos do Buriti e Terenos.

O Aquário do Pantanal, como será chamado o Centro de Pesquisa e Reabilitação da Ictiofauna (Cepric), está previsto para entrar em operação em final de 2011. Dispõe de 20 tanques, sendo 16 com espécies do Pantanal e 4 com as espécies da biodiversidade do Brasil.

O tanque 10 é um tanque de 16m3, formado por 12 pequenos tanques, dispostos em duas prateleiras, com 6 unidades cada, que apresentarão a biodiversidade de pequenos animais aquáticos do Pantanal.

Considerado o maior aquário do Brasil, o Aquário do Pantanal pretende abrigar 263 espécies de peixes, com 7 mil exemplares e 4 milhões e 275 mil litros d'água. Entre as espécies pantaneiras de escama e couro, também fazem parte do aquário espécies da Amazônia, Bacia do Paraná e litoral brasileiro. "A intenção é que façamos, com o Aquário do Pantanal, a divulgação do Pantanal sul-mato-grossense, que corresponde a 65% de todo o bioma pantaneiro", afirmou o governador André Puccinelli.

O oceanógrafo responsável pelo projeto, Hugo Gallo Neto, explicou que o Centro de Pesquisas e Reabilitação da Ictiofauna (Cepric) será o primeiro "Word Class Aquarium" do Brasil, ou seja, o primeiro aquário do País que obedece a padrões internacionais.

O Aquário do Pantanal tem os seguintes conceitos: retratar de forma sintética e objetiva toda biodiversidade dos Ambientes Aquáticos do Pantanal; retratar tipos de ambientes ou espécies de grande interesse; possibilitar grande destaque para Educação Ambiental; proporcionar a exposição da Biodiversidade do Pantanal e outros Ambientes Aquáticos do Brasil; promover a interatividade como instrumento educativo e o enriquecimento ambiental através da cenografia.

De acordo com Hugo Gallo, a manutenção dos animais e plantas em exposição buscará a melhor qualidade de vida para os mesmos, que poderá ser aferida a partir de padrões de comportamento e desenvolvimento dos espécimes.

Em comemoração a Semana do Meio Ambiente, Bonito sediará a 1º Feira Ambiental e Social: Conhecer para Preservar! Será dias 1 e 2 de junho (terça e quarta-feira) das 8 às 20h no Salão Acácia Branca.

Organizada pelo IASB, a feira é inovadora será enorme (com 720 metros quadrados) e as paredes dos stands todas feitas de garrafas PET. Os stands são interativos, com painéis, concursos culturais, exposições, além de muitos brindes para os participantes.