Notícias de Bonito MS
O encanto da companhia artística Teatro Mágico volta a Mato Grosso do Sul. A trupe musical e circense, que já conquistou o público do Festival América do Sul em 2009 em Corumbá, estará agora no 11º Festival de Inverno de Bonito, com seu trabalho "Segundo Ato". A apresentação será no Palco Fala Bonito, na Praça da Liberdade, no dia 30 (sexta-feira).
Fernando Anitelli - 35 anos, ator, músico e compositor, responsável pela criação do projeto - e trupe já estão na estrada há cerca de seis anos. Ao longo deste caminho, o título do primeiro álbum, "O Teatro Mágico: Entrada para Raros" acabou se transformando em algo maior do que o próprio sobrenome do músico e compositor. Hoje, Anitelli apresenta a companhia artística "Teatro Mágico" e leva para o palco não só um conceito de arte, mas também o debate em favor da música livre e da pirataria saudável.
Em 2008, o grupo lançou seu segundo CD intitulado "Teatro Mágico: Segundo Ato". As canções foram divulgadas previamente no site da Trama Virtual quebrando todos os recordes de downloads até então.
O Teatro Mágico, hoje, segue seu caminho, de maneira independente, auto produzindo shows; bancando, sem patrocínios, as gravações de suas músicas em estúdio; mantendo os preços populares de seus produtos (DVDs, CDs, livro, camisetas) comercializados ao final das apresentações no estande "lojinha tm", através do site do grupo, e em duas grandes redes de livrarias.
Destaque nos principais veículos de comunicação da Internet e do País, o Teatro Mágico desperta a curiosidade da opinião pública, seja por sua veia artística ou por seu bem-sucedido modelo de produção avesso aos esquemas das grandes gravadoras. Uma característica é que todas as músicas são disponibilizadas gratuitamente na Internet, para quem quiser baixar.
O "Segundo Ato"
As composições escolhidas para o "Segundo Ato" colocam em debate o homem e a sociedade na qual vive. Para Fernando Anitelli, "no primeiro espetáculo, a trupe estava imersa num universo fantasioso onde cores e magia nos traziam a sensação de que tudo é possível. Havia um 'quê' de encantamento. Nesta nova fase, é como se a trupe chegasse na cidade e se deparasse com as questões urbanas, como o cotidiano dos cidadãos de rua citados na canção "Cidadão de Papelão" ou a problemática da mecanização do trabalho, citada em "O Mérito e o Monstro".
Indo mais além, ele define que há um debate sutil e, por vias opostas, mordaz, sobre o amontoado de informações que absorvemos, sem perceber, assistindo aos programas de TV da atualidade - apresentado na música "Xaneu N 5", gravada no CD com participação do cantor Zeca Baleiro.
O Teatro Mágico se orgulha de algumas conquistas: eleito melhor show nacional de 2007 pelo guia da Folha de São Paulo; recorde de público na Virada Cultural 2007; recorde para o horário da manhã na Virada de 2008, em São Paulo; Já fez duas turnês pelo Nordeste; recorde de público no Circo Voador, no Rio de Janeiro, desde a reabertura da casa; Comunidade oficial no Orkut com mais de 79 mil membros; mais de 120 mil cópias vendidas do CD "O Teatro Mágico: Entrada para Raros", e mais de 50 mil cópias do CD "Segundo Ato".
Além de Anitelli (voz, violão e guitarra), o elenco tem ainda os seguintes artistas: Fernando Rosa (contra-baixo); Miguel Assis (bateria); Nene dos Santos (bateria); Willians Marques (percussão e malabares); Galdino Octopus (violino e bandolin); DJ HP (pick-ups e sonoplastia); Silvio Depieri (sax e flauta); Kleber Saraiva (teclado); Rober Tosta (ator circense); Gabriela Veiga (artista circense); Ivan Parente (ator e cantor); Deinha Lamego (artista circense); Tum Aguiar (artista circense); Andrea Baubour (artista circense); Wallace Alcantara (artista circense).
Representando a classe dos músicos de Bonito, a 11ª edição do FestinBonito terá o carisma do instrumentista, cantor e compositor Thiago Perez. Com dez anos de carreira no cenário cultural bonitense, a apresentação do cantor está marcada para o dia 31 (sábado), às 19 horas, no Palco Fala Bonito.
Com pouca idade e muito talento, Thiago Perez trabalha com música desde os seus 15 anos. Hoje, com 25, Thiago já tem dois CDs gravados pelo Fundo de Investimentos Culturais (FIC-MS): o "Alfa", gravado em 2001 e "Rosas Vermelhas", gravado em 2005, este último com 14 faixas, ambos com músicas de autoria do compositor.
"É gratificante representar a classe dos artistas daqui da terra para um festival tão completo como o Festival de Inverno", explica Thiago, dizendo que é a terceira vez que participa do festival.
Para esta edição, Thiago Perez encantará o público com violão e voz em um show que fará sozinho. Para o repertório, músicas de sua autoria como "Maria", "Rosa Vermelha", entre outros. Thiago também promete mostrar seu talento cantando músicas nacionais e internacionais em ritmo de reggae, pop rock, e música popular brasileira.
O público infantil também terá espaço na 11ª edição do Festival de Inverno de Bonito. Na sexta-feira (30), no Ecoespaço, haverá a discussão sobre Cinema Infantil com a presença do coordenador de produção da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, Guto Lima, e logo após, às 18 horas, haverá a exibição dos principais filmes infantis realizados pela Mostra de Cinema de Florianópolis.
Fazendo parte do núcleo Pensando Cinema do FestinBonito, Guto Lima, produtor da Mostra de Cinema Infantil, estará discutindo sobre as principais características do cinema feito especialmente para o público infantil. Guto Lima é formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e trabalha há dez anos no audiovisual. Em sua trajetória, o produtor cultural traz na bagagem produção de programas de TV, documentários e a coordenação de mostras de vídeos catarinenses.
Guto Lima foi, durante dois anos, membro do Conselho Estadual de Cultura, representando a Associação Cultural Cinemateca Catarinense. Atualmente, Guto é o coordenador dos produtores dos curtas da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. Após as discussões que terá com o mediador, o jornalista Renato Heimbach, haverá a exibição dos principais filmes que ganharam prêmios na última Mostra de Cinema Infantil que aconteceu de 19 de junho à 4 de julho, em Florianópolis.
Mostra de Cinema Infantil
A Mostra de Cinema Infantil é um projeto que exibe filmes que traduzem a multiplicidade cultural do Brasil. O evento, que já está na sua 9º edição, reúne centenas de crianças e estudantes da Rede Pública e Privada de Florianópolis, que se encantam com a magia e a criatividade dos filmes produzidos por cineastas de todo o Brasil, que têm como foco principal assuntos relacionados ao público infantil.
A amostra de cinema tem a entrada franca e transporte gratuito para escolas públicas. No último evento foram somados 22.571 espectadores , sendo 99% crianças. "Durante todos esses anos, trabalhamos muito para ajudar a construir um cenário, incentivando a produção através de debates, palestras e muitas discussões e propostas. Os resultados estão aí," ressalta a diretora da mostra, Luisa Lins. "Em 2010, são mais de 70 filmes de curta-metragem brasileiros dirigidos ao público infantil. É um grande avanço, mas ainda há muito para ser feito", conclui.
Atendendo a pedidos dos amantes dos festivais culturais do Estado, a 11ª edição do Festival de Inverno trará a exibição do documentário "Só dez por cento é mentira", sobre a biografia do poeta sul-mato-grossense Manoel de Barros. Lançado em janeiro deste ano, a desbiografia oficial (como a ela se refere o poeta) foi premiada como melhor longa-metragem de dois renomados Festivais de Cinema (de Paulínia e de Goiânia), somando-se à boa safra de documentários brasileiros premiados nacionalmente.
O título do documentário se refere a como o poeta Manoel de Barros vê sua obra: "Noventa por cento é invenção, é só dez por cento é mentira". O poeta sul-mato-grossense, aos seus 93 anos de idade, tem uma obra consagrada, com mais de 20 livros publicados, além possuir diversos prêmios literários.
O longa-metragem tem a direção e o roteiro do jornalista e escritor carioca Pedro Cezar. Alternando sequências de entrevistas inéditas do escritor, versos de sua obra e depoimentos de "leitores contagiados" por sua literatura, o filme constrói um painel revelador da linguagem do poeta, considerado o mais inovador em língua portuguesa.
O poeta Manoel de Barros costuma classificar suas obras como "desimportâncias". Procurando resignificar as "desimportâncias" biográficas e a personalidade "escalena" de Manoel de Barros, o diretor Pedro Cezar é responsável pelo roteiro e pela narração, e pontua o filme com momentos de breves testemunhos ao fundo.
Essa profunda viagem nas desimportâncias de Manuel de Barros e o seu verdadeiro registro documental tem hora marcada. A exibição do longa-metragem mais pedido nos últimos meses pelos amantes do cinema nos festivais acontece no 1º dia do festival (28), no EcoEspaço localizado próximo à Praça Central, às 8 horas.
A Rede Pantaneira de bioprospecção do CPP, Centro de Pesquisa do Pantanal, apresentou seus novos resultados na segunda-feira, 19, durante um workshop realizado em Chapada dos Guimarães (MT). Pesquisadores de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul desenvolvem produtos a partir de princípios ativos de plantas típicas da Pantanal e do seu entorno. "Acreditamos que a melhor forma que existe de conservar a biodiversidade é mostrar que seus elementos são úteis e podem melhorar a qualidade de vida da população", afirma o Professor Paulo Teixeira de Sousa Jr., pesquisador sênior do CPP.
Em Mato Grosso, os estudos se concentram na produção de medicamentos a partir de plantas regionais. Um dos projetos estuda os efeitos das flores do mel de pomba e da entrecasca da maleiteira para a produção de um fitomedicamento para o controle da diabetes. Os pesquisadores já comprovaram os efeitos das duas plantas. Agora, estudam seu mecanismo de funcionamento. Ou seja, como agem no controle da doença. As drogas utilizadas no controle da diabetes atuam em três espectros possíveis: aumentando a secreção de insulina no pâncreas, melhorando a sensibilidade dos tecidos onde ela atua ou reduzindo a digestão de carboidratos intestino.
"A maleiteira apresenta indícios de atuar tanto na sensibilidade dos tecidos quanto no trato intestinal. Já o estudo da mel de pomba ainda está começando. Estamos verificando ainda se há algum nível de toxicidade nestas plantas. Por enquanto, a maleiteira apresentou poucos efeitos tóxicos e um bom efeito antidiabetes", explica a professora Nair Honda, coordenadora do sub-projeto. Ela destaca que os avanços na pesquisa trazem a possibilidade de criar um remédio mais barato para o controle da enfermidade.
Tornar o tratamento de saúde mais acessível também é a meta do projeto de produção de um medicamento anti-úlcera a partir da casca do guanandi. O estudo demonstra que apenas com a planta é possível combater a doença de forma integral. Atualmente, o tratamento demanda o uso de vários remédios e tem um custo muito alto. "Hoje, o paciente de úlcera tem que usar um remédio para combater a bactéria helycobater pylori, outro para controlar o suco gástrico e mais um para proteger a mucosa. O guanandi age em todos esse aspectos", destaca o professor Domingos Tabajara de Oliveira Martins, coordenador do sub-projeto.
Todas essas plantas já são conhecidas das populações tradicionais do Pantanal. O guanandi, por exemplo, é usado há mais de cem anos, na forma de chá, contra os sintomas da úlcera. A planta é a primeira madeira de lei brasileira e é largamente utilizada para reflorestamento. "Há um potencial enorme de aproveitamento do guanandi, pois ele é facilmente encontrado em áreas úmidas e, além disso, os projetos de reflorestamento tem excedente dessa madeira, já que periodicamente precisam abrir espaço para novas mudas", revela o professor Domingos.
Em Mato Grosso do Sul, os bioinseticidas são o foco das pesquisas. Entre os destaques, está o protótipo de um produto com efeito contra o mosquito transmissor da dengue. É um pó com princípio ativo extraído a partir das espécies vegetais estudadas e que tem mostrado bons resultados no combate às larvas do mosquito. "No momento, vamos analisar se ele realmente não vai interferir na qualidade da água e se não tem potencial tóxico contra outros tipos de inseto, pois o produto não pode causar desequilíbrio ambiental", diz a professora Rose Mathias, coordenadora do sub-projeto.
Os projetos foram avaliados por um comitê científico formado pelo professor Paulo César Vieira, do departamento de química da Universidade de São Carlos, e Spartaco Astolfi Filho, diretor do Centro de Apoio Multidisciplinar da Universidade Federal do Amazonas. Os especialistas destacaram a importância dos trabalhos para a conservação da biodiversidade e formação de recursos humanos na área. "Uma recomendação é que os pesquisadores busquem a parceria de laboratório ou de empresas do setor para avançar nos testes, pois em breve serão necessárias estruturas maiores", resumiu Paulo César Vieira.
O 11º Festival de Inverno de Bonito apresentará duas produções artísticas que documentam a realidade de uma localidade na periferia de Belo Horizonte. O projeto "Retalhos do Taquaril" engloba um vídeo documentário de mesmo nome, dirigido por Cláudio Costa Val e Sílvia Pinheiro, e uma exposição fotográfica de Maria Fiuza, que se concentram na relação das mulheres do Taquaril, região periférica da capital mineira e o meio natural e humano onde habitam.
Já no primeiro dia do Festin, será aberta a exposição fotográfica "Retalhos do Taquaril: Recortes em P&B". A mostra poderá ser apreciada a partir das 20h do dia 28 de julho, e durante todo o Festival, no EscoEspaço.
No mesmo local, será lançado, no dia 31, às 19 horas o filme "Retalhos do Taquaril", com a presença do diretor Cláudio Costa Val. A produção cinematográfica tem 70 minutos de duração e retrata as "mulheres, seus sonhos, sons, desejos, necessidades e texturas".
Cláudio Costa Val estará em Bonito já no dia 29 participando de um debate do "Pensando Cinema", uma das atividades do EcoCine, como é chamada a programação de cinema do Festin. Nesse dia, às 16 horas, a discussão aborda produção audiovisual de baixo orçamento. Além de Cláudio Val, participam Tiago Pitthan ("Os Profissonais"), Cavi Borges ("Em Trânsito" e "A Distração de Ivan"), e o editor e jornalista Ben Hur Avelino. O jornalista Renato Heimbach será o mediador.
O "Pensando Cinema" do dia 31, às 16 horas, também terá a participação do diretor de "Retalhos de Taquari", em debate com o tema "produção de filmes documentários e o meio socio-ambiental".
O Sindicato Rural de Bonito-MS, que prepara a segunda edição da ExpoBonito, a ser realizada de 02 a 08 de agosto deste ano, está demonstrando que também está atento à uma das maiores preocupações do mundo atual, a conservação do meio ambiente.
A entidade firmou uma parceria com o Instituto das Águas da Serra da Bodoquena - IASB, organização não governamental (ONG) sem fins lucrativos que, desde 2002, desenvolve diversas ações voltadas para a recuperação e manutenção da qualidade das águas, do solo e da vegetação das microbacias localizadas em Bonito e região.
O IASB realizou um estudo dos impactos que poderão ser causados pela feira com o fluxo de pessoas, veículos e animais durante o período da exposição, que acontece no Parque de Exposições Leôncio de Souza Brito, e concluiu que será realizado na segunda quinzena de setembro, início da estação chuvosa, o plantio de 165 árvores de espécies nativas, para neutralizar o valor de emissões de CO2; é o chamado sequestro de carbono.
"O foco da feira é a sustentabilidade, tema fundamental nesta região, tão conhecida por suas belezas naturais. Estamos realmente preocupados com a harmonia entre a pecuária e a natureza", salienta Denílson Augusto da Silva, presidente do Sindicato Rural da cidade.
"É uma atitude louvável dos organizadores do evento, principalmente, porque esta atitude não é obrigatória. Já na segunda edição da feira, os pecuaristas mostram que essa preocupação não fica somente no discurso. É bom saber que estamos todos atentos à necessidade de preservação do meio ambiente", frisa a bióloga Liliane Lacerda, coordenadora do IASB.
O Instituto vai monitorar por um período de 2 anos as mudas e cuidará da reposição, caso haja alguma perda. Através do Plante Bonito, programa criado em 2006, o IASB vem realizando um trabalho pioneiro de recuperação das matas nativas da Serra da Bodoquena.