Notícias de Bonito MS
Um grupo de cerca de 200 índios "fechou" na manhã da última quarta-feira a Funai (Fundação Nacional do Índio) de Bonito, cidade que fica a 247 quilômetros de Campo Grande.
Conforme a Funai, os indígenas não concordam com a administração do Núcleo feita por Miguel Jordão, índio terena, há cerca de três meses no cargo.
O grupo obrigou Miguel a "fechar" o prédio e a entregar a chave. O prédio só deve reabrir na segunda-feira (12), quando o chefe da Funai, em Campo Grande, Jorge Antônio das Neves, irá até Bonito.
Segundo Jorge, os indígenas queriam a presença dele ainda hoje em Bonito, mas como tem compromissos agendados em Três Lagoas, a reunião ficou para a semana que vem.
Graças à desvalorização do real em relação ao dólar, os brasileiros estão viajando menos para o exterior e o mercado interno deve ter um aquecimento de 20% neste período de férias, em relação ao verão de 2008. A estimativa é do ministro do Turismo, Luiz Barretto.
"O verão vai ter um crescimento de 20% no mercado interno. Já teve um pico no reveillón e temos uma grande oportunidade de manter esse pico em janeiro e fevereiro. Aproveitando esse momento, queremos trabalhar os aeroportos brasileiros com painéis com os principais destinos turísticos brasileiros e com outras ações", disse.
Na tarde de ontem, ele se encontrou com o presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Cleonilson Nicácio Silva, quando trataram de convênio para usar os espaços publicitários dos aeroportos para divulgar os principais destinos turísticos do país. Segundo ele, a ação tem por objetivo o aquecimento do mercado interno, o chamado turismo doméstico.
Além de diagnosticar o aquecimento do turismo doméstico como reflexo da crise econômica internacional e da desvalorização do real, Barretto disse que acredita que este também é um reflexo do aumento de renda de parte dos brasileiros.
"O custo para viajar para fora ficou mais alto. Você tem uma desvalorização do real em torno de 30% e um conjunto de brasileiros desistiu de viajar para fora e está viajando aqui dentro. É também resultado do aumento da renda do brasileiro. Nos últimos anos, 20 milhões de brasileiros entraram no mercado de consumo e passaram a consumir viagens", afirma.
O ministro disse, ainda, que a busca por destinos mais próximos é comum em situações de crise, mas admitiu que o turismo do país não está imune a impactos negativos da crise. Ao mesmo tempo, atribui o crescimento do mercado interno, também, a uma melhora no atendimento ao turista brasileiro.
"O turismo do Brasil melhorou. Você tem mais destinos brasileiros com capacidade para receber o turista brasileiro. É uma oportunidade que a crise nos gera. Evidentemente nós precisamos ter cautela. Passado o verão, temos que estudar com carinho os reflexos. Não estou dizendo que estamos imunes. Mas que, no curto prazo, temos oportunidade de crescimento, e o reveillón confirmou isso", avalia.
Em relação aos atrasos de vôos que ocorreram no fim do ano, Barretto disse não acreditar que tenham prejudicado o turismo, já que, para ele, os problemas foram "pontuais, de uma companhia aérea", e o cidadão saberia identificar isso.
A chuva tradicional do mês de janeiro está sendo um grande auxílio para a retomada das atividades do Projeto GEF Rio Formoso agora em 2009. A época das chuvas é essencial para que as mudas já plantadas fiquem mais firmes e o solo ofereça mais condições de plantio.
Segundo o coordenador técnico local e Engenheiro Agrônomo da Agraer, Airton Garcez. \"A retomada dos trabalhos no plantio de mudas para recomposição das matas ciliares está sendo melhor aproveitada, pois a tão esperada chuva foi essencial para manter as mudas já plantadas vivas e vai permitir a implantação dos sistemas agrossilvipastoris nas áreas de microbacias críticas como São Sebastião, onde estamos em intenso trabalho\", explica Garcez.
GEF Rio Formoso
O projeto financiado pelo Banco Mundial é coordenado pela Embrapa Solos e conta com a participação da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS, coordenadora regional), Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS) e Embrapa Pantanal (Corumbá-MS). Também estão envolvidos a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac), Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Conservação Internacional (CI Brasil) e Fundação Cândido Rondon (gestora financeira).
O Projeto possui ainda outros colaboradores e co-executores importantes, como a Prefeitura Municipal de Bonito pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o IASB (Instituto das Águas da Serra da Bodoquena) e apoio técnico e institucional do Ibama.
O Globo Rural apresenta uma série de reportagens sobre animais da fauna brasileira ameaçados de extinção.
Pingos azulados tingem o céu pantaneiro. Ela é a rainha das araras. A arara azul tem um único parceiro por toda a vida.
"É um jovenzinho, está super bem", examina Neiva Guedes, bióloga.
Mas nem sempre foi assim, na década de 80 a arara azul quase desapareceu. "A população estava diminuindo muito e o principal problema era o tráfico. Mais de dez mil foram retiradas da natureza", diz Neiva Guedes.
Foi nessa época que a bióloga Neiva Guedes, da Universidade para o Desenvolvimento da Região do Pantanal, Uniderp, começou a estudar a arara azul. Não havia informações científicas e a espécie era pouco conhecida.
A arara azul grande tem até um metro de comprimento, da ponta do bico a ponta da cauda. Quando adulta pode pesar até um quilo e meio.
Essa espécie vive no Pantanal, em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, no Amazonas, no Pará e na região das gerais, que incluem áreas no Maranhão, Bahia, Piauí, Tocantins e Goiás. No norte e nordeste do Brasil é onde está mais ameaçada por causa do tráfico e do desmatamento.
No Pantanal o projeto arara azul ganhou importantes aliados. Os peões das fazendas são os olhos dos pesquisadores nos rincões pantaneiros. "Nesse retiro aqui já achei três, agora para lá no outro retiro que tem aqui pertinho mais três ou quatro", conta Cláudio Rodrigues da Silva, peão.
"O pessoal local é que vai estar avisando a gente onde tem um ninho novo, área que a gente não acessa é o pessoal que está no dia a dia e tem contato com a gente no final", explica Tiago Filadélfio, estudante de biologia.
A arara azul se reproduz pouco, o casal leva de sete a oito anos para fazer a primeira postura. Bota no máximo dois ovos, a predação nos ninhos é de 20% a 40%. Mesmo entre os filhotes que nascem, o índice de mortalidade ainda é alto.
Semanas antes de o filhote começar a voar e abandonar o ninho os pesquisadores implantam um micro chip, com um número de identificação. É a identidade da arara azul. Dessa forma é possível fazer o monitoramento, saber onde ele nasceu, qual a idade, se já reproduziu ou se migrou para outra região. Quando o projeto começou no Pantanal a estimativa era de que existiam 1.500 araras azuis, hoje, 18 anos depois, já são mais de cinco mil.
Mais de 300 ninhos são monitorados no Pantanal todos os anos. Lá, a ameaça, é a falta de manduvis, a árvore preferida pelas araras azuis para fazer os ninhos.
"Para a arara azul o ninho é como se fosse a casa dela, um endereço fixo. Elas sempre voltam para os mesmo locais pra se reproduzir. Neste ninho, por exemplo, já faz 12 anos que a gente monitora e há 12 anos tem arara se reproduzindo", explica a bióloga.
Na falta de ninhos naturais os pesquisadores instalam caixas, ninhos artificiais. Outras aves disputam espaço nos ocos das árvores e até comem os ovos e filhotes de araras. O tucano é uma delas. Hoje tem pesquisador ligado ao projeto arara azul estudando o tucano para entender essa relação.
"Por um lado ele é um dos suspeitos predadores, por outro lado ele é um dos principais dispersores da semente de maduvi. O tucano quando está começando a postura dele, ele forra a cama do ninho com sementes e muitas são manduvis. Ele transporta e dispersa muitas das sementes", diz Tiago.
Microcâmeras foram instaladas dentro dos ninhos das araras azuis. A tecnologia ajuda a desvendar os mistérios dessa espécie. Intimidade revelada em cada carinho, no cuidado ao alimentar os filhotes.
Apesar das boas notícias, a arara azul ainda está na lista mundial das espécies ameaçadas de extinção. No Pantanal elas voam protegidas, mas em outras regiões, o desmatamento e o tráfico são ameaças constantes.
O Ministério da Integração Nacional, através da Secretaria de Desenvolvimento do Centro Oeste (SCO/MI) e o governo estadual, em parceria com os setores privados, como Sebrae, Federação das Indústrias do Estado (Fiems) e Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul), universidades e demais organizações multisetoriais, estão trabalhando na implantação da Rede Estadual de Inclusão Digital no Mato Grosso do Sul (Reid/MS) - que visa promover o desenvolvimento econômico, social e tecnológico no Estado.
O primeiro seminário de "Inclusão Digital - Programa Cidades Digitais", promovido pela SCO/MI e o governo estadual, por intermédio da Secretaria de Meio Ambiente, das Cidades, da Ciência e Tecnologia (Semac), reunindo as demais entidades envolvidas e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (ILCA no Brasil), foi realizado nos dias 11 e 12 de novembro de 2008, na Capital.
O evento teve participação de dezesseis órgãos federais além da sociedade civil, incluindo as câmaras setoriais do Estado. Durante o seminário foram discutidas temáticas sobre a importância da inclusão digital, bem como, a necessidade de universalização no acesso e capacitação no uso intensivo das novas tecnologias de informação, em especial no que se refere à Internet em Banda Larga, como instrumento de desenvolvimento econômico através do setor privado, aumentando a eficiência do setor público, e ainda visando maior inserção social e econômica da população sul-matogrossense.
A meta agora é criar o Núcleo Estadual de Inclusão Digital (NEID), que está sendo estruturado pela Semac, por intermédio da Superintendência Estadual de Ciência e Tecnologia (Sucitec).
Segundo a Sucitec a sede do NEID estava estruturada para funcionar no prédio do Sebrae/MS, em Campo Grande (MS). "Porém, uma equipe técnica está estudando um local para o funcionamento do Núcleo, que tem previsão para entrar em atividade ainda em janeiro de 2009", segundo Cristiane de Castilho Merichi, assessora técnica da Sucitec. Também está sendo viabilizado o funcionamento de um escritório virtual da Rede Estadual de Inclusão Digital (REID/MS), no Estado, através do portal www.reid.ms.gov.br - que deverá ir ao ar no início de deste ano.
O consultor e gerente de projetos da Rede Estadual de Inclusão Digital, da SCO/MI, Zenon Lopes Rodrigues, explica que em Mato Grosso do Sul dezesseis municípios já estão desenvolvendo projetos de implantações de Cidades Digitais, como por exemplo, a implantação de Telecentros, via Internet.
Cidade piloto
Com a expectativa de que Mato Grosso do Sul possa se tornar referência em inclusão digital no Brasil até 2010, Bonito foi escolhido como município piloto para o primeiro projeto da REID no Estado. "O nosso objetivo é incluir todos os municípios. Bonito é uma cidade símbolo no Estado devido às características de turismo. Fora do País as pessoas conhecem Bonito. Ela já está com o projeto em andamento", disse Zenon.
Segundo ele, a Prefeitura de Campo Grande possui uma infra-estrutura ímpar no Brasil. "A Prefeitura já tem toda uma estrutura de fibra óptica, rádio, entre outras, que poucas cidades no país têm. Então ela foi o primeiro contato nosso. Em seguida entrou em contato conosco a prefeitura de Caarapó. Já estou com uma cópia do ante-projeto deles".
Na opinião de Zenon Rodrigues, havia a necessidade de criar uma solução para os problemas da exclusão ou da sub-utilização das novas tecnologias de informação e comunicação, na sociedade como um todo. Segundo ele, só os governos (federal, estadual e municipal), individualmente, não dão conta de resolver os problemas. As empresas de telecomunicações, também individualmente, não conseguiram resolver esse problema.
"A solução foi modelada para criação de uma Rede para que toda sociedade tomasse consciência dos benefícios, das oportunidades e da necessidade da inclusão digital. Para que juntos possamos construir uma solução no sentido de transformar o Estado de Mato Grosso do Sul, em termos de desenvolvimento econômico, a partir do desenvolvimento tecnológico, da utilização dessas novas tecnologias de informação, em especial no que se refere à Internet em Banda Larga de qualidade para todos os seguimentos da sociedade" disse Zenon.
REID/MS
De acordo com o gerente de projeto da REID/MS, a realização do primeiro seminário de Inclusão Digital foi para concluir a etapa do processo de implantação da REID. "Ela iniciou há cerca de seis meses, na Secretaria de Desenvolvimento do Centro Oeste, do Ministério da Integração, a partir da percepção de que o estado de Mato Grosso do Sul estava com baixos índices de inclusão digital. A Rede foi lançada oficialmente no seminário. E a gente trabalhou esse seminário no sentido de levar informações a respeito dos programas que existem nos diversos ministérios à população sul-matogrossense".
Zenon também explicou que a REID, na realidade, já está em fase final de montagem. Segundo ele, é uma rede multi-setorial, incluindo os governos federal, estadual, municipal e a sociedade civil envolvendo a utilização de todos os recursos de tecnologias de informações, para todos os seguimentos da sociedade. Ressalta-se que a REID não é direcionada apenas para a população carente, mas também para a inserção das pequenas, médias e grandes empresas.
"As novas tecnologias de informação são ferramentas indispensáveis hoje para qualquer pessoa se colocar no mercado de trabalho. Todos os agentes que nós queríamos que tomassem conhecimento estiveram presentes no seminário. A receptividade foi total. O retorno que nós tivemos é perceptivo, na medida que todos que tiveram lá estão ligando querendo mais informações. Querendo saber como é que encaminha o projeto. É através do portal que esse processo vai começar a ser operacionalizado em breve", informou Zenon.
O ministro do Turismo, Luiz Barreto, afirmou na sexta-feira (2) que a crise mundial não está prejudicando o setor no país. Ao contrário, assinalou ele, está ajudando o mercado turístico, atraindo mais estrangeiros para o Brasil e fazendo com que os brasileiros permaneçam aqui.
"No curto prazo, a crise tem sido geradora de oportunidades para o turismo brasileiro. A desvalorização do real frente ao dólar é uma vantagem, pois mais brasileiros estão viajando pelo país. Segundo o Banco Central, caiu 40% o gasto de brasileiros no exterior, e nós estamos vivenciando um grande verão, com crescimento em torno de 20% [no turismo interno]", disse Barreto.
Ele afirmou que 2008 atingiu recorde histórico de entrada de divisas do turismo no país. "Nós vamos bater recorde nesse ano [2008], vamos chegar a US$ 5,6 bilhões de entrada de divisas. Os dados de novembro já apontam uma superação em relação a 2007, que foi de US$ 4,9 bilhões. O crescimento do número de turistas estrangeiros [no mesmo período] será de 5 milhões [em 2007] para 5,2 milhões", destacou.
Ele participou no Rio da inauguração de uma roda gigante instalada no Forte de Copacabana que funcionará como peça publicitária da candidatura da cidade às Olimpíadas de 2016.
"O Rio é uma grande porta de entrada do turismo brasileiro. A Copa do Mundo e as Olimpíadas são uma imensa oportunidade de se consolidar como a maior cidade turística do Brasil. O réveillon aponta as vantagens de realizar uma Olimpíada aqui, pois poucos países do mundo realizam uma festa com mais de dois milhões de pessoas de forma tão organizada e sem nenhum incidente grave", disse.
Barreto afirmou que, apesar da crise, não houve sinalização do governo de promover cortes no orçamento de seu ministério. "Tivemos um crescimento no orçamento. Passamos de R$ 2,6 bilhões para mais de R$ 3 bilhões. Há sensibilidade do presidente Lula e da equipe econômica de que o turismo é muito importante como gerador de emprego e renda. Hoje já são 2,6% do PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro vindos do turismo, com geração de mais de seis milhões de empregos", justificou.
Uma pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo à Fundação Getúlio Vargas revelou que o interesse dos brasileiros por destinos nacionais vem aumentando desde o início do aumento da cotação do dólar frente ao real.
Segundo dados da FGV, que ouviu 2.100 famílias, pelo menos 38,7% dos entrevistados têm planos de viajar nos próximos seis meses. Destes, pelo menos 82,7% manifestaram interesse de viajar pelo Brasil, enquanto apenas 14,1% revelaram planos de ir ao exterior no mesmo período.