Notícias de Bonito MS
A administração dos mais de 76 mil hectares de terra que compõem o Parque Nacional da Serra da Bodoquena (PNSB) começa a ser debatida. Na última semana, foi instituído em Mato Grosso do Sul o Conselho Consultivo do Parque Nacional, que une órgãos públicos, proprietários rurais e sociedade civil para a efetivação da primeira Unidade de Conservação Integral federal do estado.
O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS), representado pelo procurador da República Emerson Kalif Siqueira, integra o Conselho Consultivo como membro titular. Para o procurador, dar seguimento à efetivação do parque é prioridade. "O Parque da Serra da Bodoquena foi criado há 10 anos e até hoje apenas 17% de suas áreas tiveram a transferência de domínio para a União efetivadas (regularização fundiária). Ainda que a preservação da rara faixa de Mata Atlântica existente no centro-oeste brasileiro constitua-se em dever legal independentemente de quem titularize a área (se o poder público ou proprietário privado), é preciso dar seguimento à implementação da unidade de conservação".
Das 47 propriedades rurais que compõem o Parque Nacional, nove já foram adquiridas pela União, totalizando 13.584,66 hectares. Há ainda 20 processos em andamento no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para fins de regularização fundiária, sendo que a metade deles está parada por documentação incompleta. A próxima reunião do Conselho Consultivo, agendada para 7 de dezembro, no Município de Jardim, irá debater este assunto.
Raridade
O Parque Nacional da Serra da Bodoquena abrange os municípios de Bonito, Bodoquena, Jardim e Porto Murtinho e é o único Parque Nacional situado exclusivamente em território sul-mato-grossense. Localizado no Cerrado, ele possui influências do Pantanal, do Chaco e da Mata Atlântica.
O PNSB protege uma área de transição importante e rara no Brasil e engloba a cabeceira de rios regionalmente valiosos, como o Salobra, Perdido, Formoso e da Prata, cujas águas vertem para rios federais. A peculiaridade da região é representada também por uma fauna exuberante.
Segundo Avaliação Ecológica Rápida (AER), realizada pelo ICMBio, é possível encontrar na região onças, veados, tatus, catetos, macacos-prego, gato-palheiro, cachorro-vinagre, entre outros mamíferos. Foram registradas, ainda, quase 400 espécies de aves, duas novas espécies de peixes e espécies raras de répteis e anfíbios.
Na região há também indícios da existência de grandes sistemas de cavernas inundadas e resquícios de fósseis de 12 a 20 mil anos, que conviveram com seres humanos na última glaciação.
Sucesso sem precedentes na história de MS em 2009 o Festival Pantaneiro de Aquidauana, idealizado pelo prefeito Fauzi Suleiman (PMDB) ganha contornos finais para edição deste ano.
No ano passado o Parque de Exposição Manoel Antonio Paes de Barros recebeu milhares de pessoas e propiciou uma ampla divulgação de Aquidauana em todas as regiões do Brasil.
Registrado em vídeo, o 1º Festival Pantaneiro de Aquidauana faz sucesso em eventos de cultura, de turismo e outros. Este ano a definição das atrações e a estrutura a ser montada antecipam a certeza do sucesso.
Para este ano, o Festival Pantaneiro vai trazer para o público atrações musicais bem ao gosto regional.
Na abertura, dia 12, o show principal será comandado por Renato Teixeira, ícone da música de raiz regional.
No dia 13, sobe ao palco nada menos que Sérgio Reis, músico, compositor e um dos maiores incentivadores da música regional do Estado.
Para o encerramento no dia 14 - véspera do feriado nacional do dia 15 de novembro - o público vai cantar as músicas de fronteira, de raiz paraguaia com a sempre cativante Perla e banda.
Em relação a gastronomia um dos restaurantes mais tradicionais de Aquidauana 'o Casarão estará atendendo sua clientela no Espaço Vitória durante o evento.
O empresário Eci Ribas Alves preparou um cardápio diferenciado para atrair turistas e visitantes. Confira os pratos a base de peixe: Pintado à Urucum - pintado à Dorê, Leite de coco, Azeite de Dendê, creme de leite, tomate, Cebola, pimentão, Gratinado, Arroz e pirão. Pintado a Milanesa - com Batata Frita, Arroz e pirão. Pacu Frito - costelas de Pacu frita, Batata Frita, Arroz e pirão.
Pintado à Parmegiana - pintado a milanesa com mussarela, molho de tomate, arroz e pirão. Jacaré à Dorê com batata Frita, Arroz e pirão. Trio do Pantanal - pintado a Dorê, isca de jacaré, costela de pacu, mandioca frita, molho tártaro, arroz e pirão de peixe. Pratos a base de carne de jacaré será um atrativo a mais nesta edição do Festival Pantaneiro em Aquidauana.
Sugestão no Festival Pantaneiro - PICANHA NA PEDRA com arroz, mandioca frita, vinagrete e farofa. Porções: Pintado à Dorê - Costela de Pacu - Isca de Jacaré. Informações: 067 - 3241.2219.
O projeto que vai transformar a BR-262 na primeira rodovia ecológica do Brasil já foi licenciada pelo Ibama-MS. O trecho mais ecologicamente correto de uma estrada asfaltada e o primeiro que segue tais exigências corta Mato Grosso do Sul de Leste a Oeste por mais de 750 km. A iniciativa traz conceitos avançados de sustentabilidade.
Serão construídas 70 passagens de fauna que terão uma plataforma (uma mini ponte) sobre o curso d'água ou canal de drenagem. Essas passagens exclusivas para animais permitirão a travessia segura em parte do trecho que cruza o Pantanal de 220 km entre Miranda e Corumbá.
Além disso, haverá o cercamento dos dois lados do acostamento. As cercas possuem inclinação de 30˚, estudada para coibir a entrada do animal na rodovia, ao mesmo tempo que permite que o bicho que estiver na pista volte sem dificuldades para a mata. A cerca será construída sob um aterro, que a eleva na parte de dentro do acostamento agindo como obstáculo, mas o lado da estrada permanece alinhada à altura da pista, com a inclinação a seu favor.
Pontos pilotos: monitoramento
A alta incidência de atropelamentos de animais silvestres é um problema presente nas rodovias do Estado, sobretudo na região pantaneira. Por isso, próximo às áreas cercadas, serão feitas ranhuras na estrada que emitem sinalização sonora para alertar os motoristas da necessidade de redução de velocidade, além da instalação de armadilhas fotográficas e "almofadas" de areia. Tais ações servem para identificação dos animais que passam pelo local. A primeira pela imagem fotografada, acionada por sensores de movimento; e a segunda para identificar o bicho pelo tipo de pegada deixada na areia.
"Nosso intuito é identificar, no período de um ano, a eficiência desse sistema. Quais espécies estão utilizando as passagens e se está mesmo reduzindo o número de acidentes e atropelamentos", explica o coordenador do núcleo de licenciamento ambiental do Ibama-MS, Reginaldo Yamaciro.
Constatada a eficácia, devem então ser implantados sistemas iguais nas demais 67 passagens distribuídas pelo trecho ecológico da BR-262. Os três pontos estão distribuídos na altura entre do Posto Guaicurus e Buracos das Piranhas, e entre Buraco das Piranhas e Porto Murrinho (Ponte do rio Paraguai). No total, serão 46 km de cercas nesses três pontos.
O projeto contou com consultoria do biólogo Wagner Fisher, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, e terá monitoramento de instituições de pesquisa para avaliação dos sistemas pilotos.
"Além da proteção, servirá como um ótimo projeto de pesquisa porque saberemos quais espécies estão vindo da Serra da Bodoquena bem como as da planície pantaneira, para analisar a circulação dos animais e rotas migratórias", avalia Yamaciro.
Yamaciro alerta para que a retirada da vegetação do acostamento não seja confundida com desmatamento. "Essa vegetação não é nativa. Portanto será uma limpeza para melhorar a visibilidade da estrada e diminuir assim o índice de acidentes, deixando maior espaço de acostamento disponível aos motoristas".
Incentivo ao turismo
De acordo com informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), no Buraco das Piranhas será construído ainda um mirante. Ponto elevado em uma das áreas mais bonitas do trecho que proporcionará ao turista segurança e melhor estrutura para contemplar as belezas naturais da região.
Nessa área, o governo do Estado irá construir ainda o Centro de Atendimento ao Turista, que terá 272 metros quadrados e será construído em um terreno de 1.462,32 metros quadrados de área, localizado às margens da rodovia BR-262, em Corumbá.
O Estado visa promover e melhorar o patrimônio cultural e ecológico, melhorando as condições aos visitantes, priorizando a preservação e incentivando o ecoturismo.
A Polícia Militar Ambiental (PMA) de Corumbá inicia nesta sexta-feira, 05 de novembro, a árdua tarefa de fiscalizar o cumprimento da proibição de pesca, no período de reprodução dos peixes, em aproximadamente 66 mil quilômetros quadrados de área nas cidades pantaneiras de Corumbá e Ladário.
Para isso, até 28 de fevereiro de 2011, empregará todo seu efetivo militar em constantes patrulhamentos fluviais e terrestres. Há ainda a possibilidade de fiscalização aérea do Pantanal, informou a este Diário o comandante da 2ª Companhia da PMA, major Waldir Ribeiro Acosta.
O principal objetivo é combater a pesca predatória com uso de redes, tarrafas, espinhéis, garatéias pelo processo de lambada e substâncias explosivas ou tóxicas, equipamento sonoro, elétrico ou luminoso e anzol de galho. Nesse período é permitida apenas a pesca de subsistência para os pescadores profissionais artesanais e moradores ribeirinhos, com caniço simples, linha de mão e anzol.
Trinta policiais ambientais vão fiscalizar a bacia do rio Paraguai, na região de Corumbá. A 2ª Companhia da PMA receberá reforço de efetivo e equipamentos.
O patrulhamento fluvial contará com cinco embarcações, sendo duas lanchas tipo "voadeiras"; duas lanchas modelo Marajó e um barco que funciona como quartel-general em operações que demandam maior tempo de deslocamento pelos rios. A Polícia Ambiental de Corumbá dispõe de outras quatro viaturas para ações terrestres.
A estratégia de atuação prevê a montagem de postos fixos e volantes. "Temos um posto fixo no Buraco das Piranhas, na rodovia BR-262 próximo à Estrada Parque. Nesse posto vamos intensificar a fiscalização montando barreiras. Também vamos colocar pessoal de barco nos rios, fazendo o patrulhamento fluvial. De imediato já teremos barreiras fixas e volantes; além de mais efetivo nos rios. Estamos trabalhando com a possibilidade de conseguirmos uma aeronave para verificar pontos com maior rapidez", antecipou o major Waldir Acosta.
O comandante ainda disponibilizou os telefones 3231-5201 e 3907-5143 para denúncias da comunidade. "Há o próprio 190, que a Polícia Militar nos repassa a informação e encaminhamos a patrulha para checar a denúncia", complementou.
Major Waldir adiantou a expectativa de ver o efetivo da 2ª Companhia da PMA alcançar quase o dobro de militares. "Com os novos policiais militares que estão em formação, deve haver remoção de militares para a 15° Batalhão de Polícia Militar Ambiental (que comanda a PMA no Estado), que os encaminhará às unidades. Corumbá pode ser contemplada, possivelmente, com 20 policiais", finalizou Acosta.
O Centro de Hematologia e Hemoterapia de Mato Grosso do Sul (Hemosul) vai realizar no próximo sábado (6), das 7h às 16h, no Posto de Saúde, no Centro da cidade de Bonito, uma campanha para doação de sangue e também para o cadastro de doadores para medula óssea.
Segundo o Hemosul, neste ano a campanha já foi realizada em nove municípios do Estado. No total foram coletadas 1.367 bolsas de sangue para atender os hospitais.
Em tempos de seca no Pantanal, o nível do rio Paraguai, o principal da região, está baixando, em média, três centímetros por dia. Nesta quinta-feira atingiu um metro, na régua da Marinha, em Ladário, cerca de 40 centímetros a menos que no mesmo período do ano passado. Essa situação que dificulta a navegabilidade e dos setores mais prejudicados é o da mineração, uma das principais atividades econômicas de Corumbá, que gera cerca de R$ 800 mil reais em impostos por mês para o município.
O desafio nesta época é escoar a produção de minério de ferro, além dos grãos da Bolívia para exportação. É pelo rio Paraguai que os navios chegam à Argentina e ao Paraguai. De janeiro a julho, milhares de toneladas de produtos são escoadas pelo rio. Por causa do peso, as embarcações - chamadas de chatas - afundam cerca de 3 metros. As chatas exigem rios caudalosos.
De agosto a dezembro quando o nível das águas começa a baixar, escoar essa riqueza se torna um grande desafio. Um carregamento que antes levava em média 15 dias até a Argentina, nessa época, demora em torno de um mês. Por isso, os navios têm saído com volume de carga bem menor do que nos outros meses. As embarcações chegam a transportar 50% a menos do que a sua capacidade.
- O risco de avaria é muito maior - diz Claudio Padilha gerente de empresa de transporte fluvial.
A Marinha também intensifica a fiscalização, já que aumenta o número de acidentes.
- O rio está baixo e possui muitos bancos de areia - diz o capitão de fragata, Roberto Cavalcante.
Começa hoje (5) o período da piracema em todos os rios do Estado. A pesca fica proibida até o dia 28 de fevereiro de 2011, em todos os locais. Na Bacia do Paraguai será permitida somente a pesca de subsistência para o morador ribeirinho.
A Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul ressalta "que pessoas que moram nas cidades ribeirinhas não podem pescar. A pesca de subsistência é para manutenção da vida, ou seja, para pessoas que dependem daquela proteína para sobreviver. Podem capturar três quilos, ou um exemplar, não podendo comercializar de forma alguma", diz o comunicado da PMA.
No rio Paraná, a Piracema iniciou-se no dia 1º de novembro e também terminará no dia 28 de fevereiro do próximo ano. Na bacia do Paraná fica permitida a pesca de dez quilos de pescado mais um exemplar de peixes não nativos e exóticos como: Tucunaré, Curvina, Porquinho, Tilápia, entre outros, somente nos lagos das Usinas do rio Paraná (não para outros rios da bacia).
Estratégia de fiscalização
A Polícia Militar Ambiental tem conseguido, por meio de fiscalização com inteligência, evitar durante a piracema ações ilegais de pescadores nos rios do Estado. "As metas estão sendo alcançadas a cada piracema, que é manter o máximo possível os policiais nos rios, fazendo com que as apreensões de pescado caiam em níveis aceitáveis. O maior objetivo da fiscalização é manter os peixes vivos nos rios para que cumpram sua função natural de reprodução", afirma o comunicado.
O esquema especial de fiscalização contará com todo o efetivo da PMA, que é de 352 policiais e priorizará a montagem de Postos Avançados, fixos, nas principais cachoeiras e corredeiras nos rios do Estado e da União, perfazendo um total de dez postos, no intuito de monitorar os cardumes.
"Esses locais são pontos cruciais para a fiscalização, pois quando os cardumes ali chegam ficam esperando a água atingir uma vazão que lhes permitam continuar a subida e, consequentemente, ficam muito vulneráveis, tornado-se presas fáceis para pescadores, que retirariam facilmente grandes quantidades de peixes, fazendo uso de petrechos proibidos de malha (redes e tarrafas)", explica a PMA.
Este procedimento de fiscalização permite grande economia de recursos humanos e materiais. "Não adianta ter um gasto enorme com combustível e pessoal subindo e descendo rios e perder cardumes por não manter vigilância nos pontos vulneráveis, que são as cachoeiras e corredeiras".
No ano de 2010, no rio Aquidauana, os Postos Avançados da Cachoeira do Sossego, em Rochedo e do Salto do Pirapó, no rio Amambai, permaneceram ativados, mesmo após a abertura da pesca, para prevenir a pesca predatória.
Os novos postos significam um ganho à PMA de dez subunidades operacionais, com efetivo em cada ponto de três policiais com barcos e motores para executarem a fiscalização nas imediações dos postos e monitorando os cardumes, com a permanência de um policial na cachoeira ou corredeira (Posto).