Notícias de Bonito MS
O ministro da Cultura, João Luiz Silva Ferreira (Juca Ferreira), destacou hoje durante visita a Campo Grande a importância da implantação do Trem do Pantanal.
Segundo o ministro, é fundamental investir no transporte sobre trilhos, principalmente com a crise energética e ambiental que os países tem enfrentado. "O trem é ecologicamente viável", afirmou.
Juca Ferreira lembrou que houve aumento considerável do transporte sobre rodas durante o governo de Juscelino Kubitschek. Mas, garantiu que o presidente Lula está 'disposto e empenhado' em fazer um equilíbrio entre os meios de transporte, e trabalhar com formas alternativas.
Nesse sentido, ele afirmou que o trem é uma solução mais barata que os outros meios de transporte. "Somente o investimento inicial é caro". E ressaltou também sua eficiência no turismo, para o transporte de mercadorias e para estreitar relações com os paises vizinhos.
Juca Ferreira afirmou ainda que o Trem do Pantanal, que deverá iniciar as atividades no dia 8 deste mês com a viagem inaugural, será 'importantíssimo' para o Estado.
A pecuária orgânica do Mato Grosso do Sul dá um passo importante no processo de certificação com uma iniciativa inédita para o segmento: a criação de um protocolo interno de processos produtivos e responsabilidade socioambiental. O protocolo será lançado amanhã, 28 de abril, em Campo Grande (MS) pela Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO) e pelo WWF-Brasil e tem por objetivo regulamentar as atividades da ABPO e de seus associados tornando públicos seus processos produtivos e de responsabilidade socioambiental.
Desde 2003, a ABPO e o WWF-Brasil vêm atuando conjuntamente no estímulo à pecuária orgânica certificada no Pantanal. O objetivo principal da parceria é buscar alternativas que permitam aliar a atividade produtiva da pecuária e a conservação dos recursos naturais do Pantanal.
Para a secretária-geral do WWF-Brasil, Denise Hamú, o protocolo representa um passo importante na parceria entre o WWF-Brasil e a ABPO. "O protocolo é um avanço. Por meio dele, os pecuaristas assumem o compromisso de adotar critérios que vão além das exigências da lei e da certificação e que também são importantes para a conservação ambiental", destaca Hamú.
Entre as inovações do protocolo, está a criação de um sistema interno de auditoria para fiscalizar periodicamente as fazendas, além das visitas anuais que já são realizadas pela empresa certificadora. O documento também traz avanços no que se refere à lei ambiental como, por exemplo, a proibição de se desenvolver atividade de carvoaria em suas propriedades e o apoio à criação de um corredor ecológico das fazendas orgânicas por meio da conectividade de Reservas Legais e Áreas de Preservação Permante (APPs).
Em relação ao manejo do sistema produtivo, destaca-se o compromisso de seguir as boas práticas produtivas e de bem estar animal fornecidas pelo departamento técnico da ABPO e as recomendações da Embrapa Pantanal quando for necessário substituir pastagens nativas por espécies plantadas. Por meio do protocolo, os pecuaristas também se comprometem a incentivar o desenvolvimento de pesquisas e novas técnicas complementares homeopáticas e fitoterápicas, visando o estabelecimento de um bom manejo sanitário.
O presidente da ABPO, Leonardo Leite de Barros, explica que o Pantanal tem vocação para produzir produtos e serviços sustentáveis e foi essa identidade cultural que levou os pecuaristas da região a se interessarem pela certificação orgânica. "O protocolo representa mais uma etapa nesse trabalho da associação, com o objetivo de produzir uma carne orgânica de qualidade, com padronização e com critérios sociambientias bem definidos", ressalta Barros.
Os compromissos que integram o documento, que agora deverão ser adotados por todos os integrantes da ABPO, foram definidos com a participação e o envolvimento de instituições de pesquisa, ONGs, parceiros comerciais da ABPO e representantes do setor produtivo da pecuária.
A adesão dos atuais e futuros associados da ABPO ao protocolo é obrigatória e eles terão um prazo de até três anos a partir do lançamento da publicação para se adequarem aos compromissos firmados. O cumprimento dos compromissos assumidos será monitorado pelo Programa de Auditoria Interna (PAI - ABPO).
O que é a pecuária orgânica?
O manejo orgânico visa o desenvolvimento econômico e produtivo que não polua, não destrua o meio ambiente e que valorize o homem. A pecuária de corte orgânica tem como objetivo uma produção que mantenha o equilíbrio ecológico englobando os componentes produtivos, ambiental e social, a partir de normas estabelecidas pelas instituições certificadoras.
Na criação, o gado orgânico é rastreado desde seu nascimento até o abate, com registro de peso, alimentação, vacinas, entre outras informações, em fichas individuais.
A alimentação dos animais é observada com especial atenção. Além da pastagem, outros ingredientes compõem o cardápio do gado orgânico como casca de soja não transgênica e farelo de algodão. Esses alimentos têm procedência garantida ou são produzidos pelos próprios pecuaristas de acordo com as normas da certificação. Outra preocupação é quanto ao bem-estar dos animais. As fazendas trabalham com sombreamento das pastagens e currais em formato circular para que o gado não se machuque.
Uma das prioridades das certificadoras é garantir a segurança alimentar. Por isso, é exigida e monitorada a vacinação, inclusive contra febre aftosa. Em caso de alguma enfermidade, o gado orgânico é tratado com produtos fitoterápicos e homeopáticos.
Também é proibido o uso de uréia na alimentação e de hormônios para engorda. Com relação ao meio ambiente, também é proibido o uso de fogo para manejar as pastagens.
Números - Atualmente, existem 16 fazendas certificadas ou em fase de certificação no Mato Grosso do Sul (associadas à ABPO) e 10 no Mato Grosso (ASPRANOR), totalizando 26 propriedades. As fazendas certificadas ocupam uma área total de 131,2 mil hectares e possuem um rebanho de 99,8 mil cabeças.
Sobre a ABPO
A Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO) foi criada em 2001 por um grupo de pecuaristas em sua maioria descendentes de famílias historicamente envolvidas com o desenvolvimento da região. Sediada em Campo Grande (MS), a associação é comporta por um grupo de produtores rurais preocupados com a viabilidade econômica de seus empreendimentos e com a manutenção do equilíbrio ambiental e social da região.
O Trem do Pantanal, que está em Sorocoba (SP) passando por ampla reforma estrutural, deve ficou pronto ontem (27) para ser trazido a Campo Grande, passando por Bauru e Três Lagoas.
A previsão da empresa Serra Verde é que a viagem até a Capital dure aproximadamente três dias, dependendo das condições de trafegabilidade proporcionadas pela empresa ALL (América Latina Logística).
Os trabalhos de reforma começaram há 45 dias e têm o objetivo de garantir segurança e conforto aos passageiros.
Além da lataria, estão sendo revistas e trocadas peças como freios, eixos, engates, equipamentos de suspensão e rolamento, entre outras partes.
A viagem inaugural acontece dia 8 de maio e contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do governador André Puccinelli (PMDB) e demais autoridades do Estado.
Inicialmente, o Trem do Pantanal irá circular com cinco vagões de passageiros, todos com ar condicionado, um vagão destinado ao restaurante e outro destinado a serviços gerais, incluindo a cozinha. É nesse vagão que estará acoplada a locomotiva.
De acordo com o empresário Adonai Aires Arruda Filho, desde que a Serra Verde Express resolveu apostar neste projeto, foram investidos aproximadamente R$ 1,6 milhão.
A verba foi empregada para que o Trem do Pantanal possa obedecer todas as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres.
A primeira viagem comercial acontece no dia 16 de maio, com dezenas de passagens já comercializadas.
Inicialmente, o Trem do Pantanal vai operar com capacidade para 280 passageiros. Um vagão é destinado à classe econômica, cuja passagem até Miranda custa R$ 39.
Outros dois vagões serão turísticos, com passagens custando R$ 77.
Os vagões executivos e camarotes custarão R$ 126, contando com serviço de bordo com lanche, água, refrigerante, cerveja e comissário bilíngüe.
As saídas de Campo Grande a Miranda acontecerão sempre aos sábados, às 7h30, com previsão de chegada às 18h. Já o retorno será sempre aos domingos, saindo 8h30, chegando em Campo Grande por volta das 19h15.
Até o fim do próximo ano, a ALL garante concluir a manutenção da estrada de ferro entre Miranda e Porto Esperança, dando condições para que o Trem do Pantanal chegue a Corumbá.
Quando estiver operando neste trecho, serão disponibilizados pela Serra Verde sete vagões para passageiros, dando condições de transportar 400 pessoas.
Em Sorocaba, a ALL (América Latina Logística) está reformando o Trem do Pantanal, um projeto que pretende dinamizar o transporte ferroviário no estado do Mato Grosso do Sul.
A reforma do trem inclui toda a sua estrutura interna e externa, além da parte mecânica. Segunda-feira, logo após a conclusão da reforma, o trem sai de Sorocaba rumo a Campo Grande, passando por Bauru e Três Lagoas.
Em maio, o trem realiza sua primeira viagem comercial entre as cidades de Campo Grande e Miranda com capacidade para transportar até 280 passageiros.
De acordo com a empresa Serra Verde, que explora o serviço, até o final do próximo ano, o trem terá capacidade para 400 passageiros e deverá fazer o trajeto entre as cidades de Campo Grande, Miranda, Porto Esperança e Corumbá.
O governador André Puccinelli (PMDB) disse que está confirmada a vinda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Mato Grosso do Sul dia 8 de maio para a viagem inaugurar do Trem do Pantanal. O Palácio do Planalto enviou ofício ao secretário de Governo Osmar Jeronnymo acertando a agenda.
Não está definido, ainda, se virão ministros e quais. O governador torce para que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, integre a comitiva. "Já pensou que charge bacana daria, o Lula de motorneiro e a Dilma de foguista?", disse André.
O ministro do Turismo, Luiz Barretto, e a presidente a Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, apresentam na próxima segunda-feira (27), em São Paulo, detalhes sobre o crediário Caixa Fácil para o turismo. Segundo o ministério, o objetivo da parceria é facilitar o acesso da população a financiamentos de pacotes turísticos e dar continuidade à política de estimulo ao turismo brasileiro.
Pelo crediário, será possível financiar pacotes de até R$ 10 mil, em parcelas de 24 meses. O pagamento pode ser feito via boleto bancário ou débito em conta corrente e o cliente não precisará ser correntista do banco.
As operações serão realizadas por meio das agências de viagens credenciadas pela Caixa.
Ambientalistas divulgaram hoje nota de repúdio à possibilidade de liberação do plantio de cana na borda do Pantanal. O assunto foi comentado em matéria do jornal Folha de S.Paulo do dia 11 de abril.
Com o título "Lula estuda liberar plantio de cana na borda do Pantanal", a matéria diz que a pressão para liberar a expansão do cultivo de cana-de-açúcar na bacia do Alto Paraguai já provoca um novo adiamento de cinco meses no anúncio do zoneamento da cana, um compromisso internacional assumido pelo presidente Lula.
A nota de repúdio afirma que a decisão de liberar o plantio da cana "coloca em risco todo o ecossistema pantaneiro, que é parte interdependente da Bacia do Alto Paraguai".
"A planície depende do equilíbrio da região do planalto, onde estão as cabeceiras dos rios contribuintes da planície pantaneira. Tanto é verdade que a região é atualmente protegida pela resolução 01/85 do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente), que suspende qualquer atividade sucroalcooleira na região da Bacia do Alto Paraguai, defendida inclusive pelo Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc", diz outro trecho da nota.
Os ambientalistas avisam que estão acompanhando a movimentação "lobista" dos governadores de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, André Puccinelli (PMDB) e Blairo Maggi (PR), junto ao governo Federal, no sentido de liberar a região da Bacia do Alto Pantanal para o plantio de cana e a instalação de usinas.
"O que nos causa muita estranheza é que ambos os chefes do Executivo, de forma contraditória, fazem campanha para que suas respectivas capitais sejam subsedes da Copa do Mundo de 2014, utilizando o Pantanal e suas belezas naturais como argumentos para a vinda do evento", afirmam os ambientalistas na nota de repúdio.
De acordo com eles, a justificativa técnica apresentada pelo governador, que o ZEE-MS (Zoneamento Ecológico-Econômico) dá bases técnico-cientificas para instalar, com segurança, esses empreendimentos na região da bacia, é insuficiente.
"Isso porque o estudo em questão foi fruto de um trabalho limitado, com equipe reduzida, sem infraestrutura e recursos financeiros. Além disso, a participação popular se limitou a consultas setoriais", diz a nota.
De acordo com eles, o resultado final deste estudo, que durou seis meses e não foi apresentado à sociedade, "parece muito mais um requentamento de informações como PC BAP e o MS 2020, entre outros produzidos anteriormente".
"Para uma tomada de decisão, seria necessário um estudo sério com investimentos de grande monta e, no mínimo, dois anos para discussão e participação, para termos um produto consistente, e não um material produzido 'nas coxas', com o único intuito de liberar a região para instalação de usinas", disparam os ambientalistas.
Eles elencam ainda algumas ações que pretendem tomar caso o plantio seja liberado:
- Execução de forte campanha nos mercados internacionais para inviabilizar a comercialização desse álcool que estará promovendo a degradação do Pantanal, patrimônio natural da humanidade declarado pela Unesco e maior área úmida do planeta;
- Ação civil pública, com base na Resolução CONAMA 01/85, para impedir a instalação desses empreendimentos;
- Reativação da campanha popular "Usinas de álcool no Pantanal NÃO", para barrar as ações dessas empresas na região.
Os ambientalistas afirmam ainda que não são contrários à produção do álcool, desde que produzido com respeito ético e moral aos conceitos sociais, sem exploração do trabalho humano, com mínimo de impactos ambientais e sociais, e com as devidas compensações.
"Lembramos ainda que metade do território do Estado de Mato Grosso do Sul está disponível para instalação desses empreendimentos, com áreas degradadas disponíveis, onde o plantio de cana seria benéfico para recuperação de tais áreas", diz a nota, assinada por Alessandro Menezes (SOS Pantanal), Haroldo Borralho (Cedampo) e Maria Rita Barcelos (Abccon/MS).