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Notícias de Bonito MS

Em sua décima edição, o Festival de Inverno de Bonito selecionou três expoentes em áreas distintas - fotografia, literatura e música - da cultura para receberem as homenagens merecidas. Na fotografia, a obra capturada pelo olhar de Roberto Higa; a música cantada e defendida pelo grupo ACABA; e a sensibilidade poética do autor Thiago de Mello. Neste sábado, Thiago realiza bate-papo literário às 10 horas, no EcoEspaço.

Pelas palavras do poeta chileno Pablo Neruda, "Thiago de Mello é um transformador da alma". Tal proximidade com o célebre escritor sul-americano se deve ao exílio de Thiago no Chile, na década de 1960, época do governo de Salvador Allende. Por conta disso, Thiago de Mello tornou-se o principal tradutor de Neruda, além de ter traduzido para o português as obras de T.S.Elliot, Ernesto Cardenal, César Vallejo, Nicolas Guillén e Eliseo Diego.

Nascido em 1926 na pequena Barreirinha, a 372 quilômetros da capital Manaus, Thiago de Mello começou a carreira literária aos 25 anos, no Rio de Janeiro, com a obra "Silêncio e Palavra", tendo sido recebida com entusiasmo por escritores como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, José Lins do Rego e Gilberto Freyre.

O escritor é famoso por sua luta em prol dos direitos humanos, pela ecologia e pela paz mundial. Entre suas obras, destacam-se "Os Estatutos do Homem" (1964) e "Faz Escuro Mas Eu Canto" (1965). Thiago de Mello atua ainda em prosa e como cantor.

Ele recebeu os prêmios de poesia da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1960; Prêmio Livro do Ano da Sociedade Brasileira de Escritores, em 1972; Prêmio Jabuti da Bienal do Rio de Janeiro de 1997. E na década de 1980, recebeu o título de 'Cavalheiro das Artes e das Letras', pelo Ministério da Cultura da França.

Coletiva

Logo após o bate-papo, Thiago de Mello recebe a imprensa para entrevista coletiva também no EcoEspaço, localizado na Rua Senador Felinto Muller, na área central de Bonito.

A banda Fulerage leva o show "É do Brasil" ao 10º Festival de Inverno de Bonito no dia 31 de julho. A apresentação musical acontece no palco Fala Bonito, na Praça da Liberdade, às 19h. "É do Brasil" é uma homenagem à música brasileira, que tem o samba como sua principal influência. O objetivo é mostrar as composições próprias e a influência dos clássicos no repertório do show. A duração do espetáculo é de aproximadamente 90 minutos.

A banda Fulerage é composta por Eduardo Cabral (voz, violão e cavaco), Kleber Watanabe (voz e teclado), Guilherme Carlucci (guitarra), Roni Espindola (voz e baixo) e Carlos Barros (bateria). Ela formou-se no final de 2005, com o fim da Banda "Prima-Dona" e vem se destacando pela versatilidade de ritmos, principalmente os brasileiros.

O nome "Fulerage" originou-se da mistura do funk com alguns ritmos brasileiros, principalmente com o samba e o samba-rock, tendo como principais influências Cássia Eller, Cláudio Zoli, Djavan, Ed Motta, Max de Castro, Simoninha, Mundo Livre S/A, Jairzinho Oliveira, Lenine, Tim Maia, Jorge Ben, Nação Zumbi, Clube do Balanço, Marcelo D2, entre outros.

A banda já se apresentou em diversas casas de shows e bares de Campo Grande. Em 2006 participou do Cena Som, em 2007 e 2008 Som da Concha, e em 2009 no Festival América do Sul em Corumbá. Todos são projetos da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

Um evento como o Festival de Inverno de Bonito serve para aproximar a população de representações artísticas e culturais que não são comuns no dia-a-dia da cidade. Uma peça de teatro de um grupo paulista, um show de mágica, ter Elba Ramalho e o grupo Acaba pela cidade é um momento único e ansiosamente aguardado pelos bonitenses, visitantes e turistas estrangeiros.

E além de trazer os grandes nomes de fora, o Festival também oferece espaço e divulgação para as boas coisas produzidas na própria cidade. Um exemplo é o projeto Arte para Todos, desenvolvido pela prefeitura de Bonito, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social.

Dentro do projeto, cerca de 400 crianças de 6 a 19 anos recebem acompanhamento escolar, alimentação e participam de oficinas de balé, dança, musicalização, perna de pau e outras vertentes. Os atendidos são crianças e adolescentes em situação de risco ou dentro do quadro de proteção básica.

"São crianças que estavam nas ruas, sem ocupação, que corriam risco de ir para o caminho da criminalidade. Nosso papel é tirar as crianças das ruas e envolve-las pela arte, fazendo com que elas se sintam protegidas, tenham novas perspectivas e aprendam a despertar os próprios talentos", comenta Izabel Figueiredo, primeira-dama de Bonito e secretária de Assistência Social.

O projeto Arte para Todos funciona há três anos, com patrocínio da Petrobras, e constantemente abre vagas para novos alunos, permitindo renovação e adesão de talentos ainda latentes. É o caso de Daiane Martins Lopes, de 11 anos. Acostumada a se equilibrar entre a sedução do ócio e a responsabilidade escolar, Daiane já participou de oficinas de violão, de dança e agora dá show em cima da perna de pau.

"Aqui no projeto eu fiz amigos, melhorei minhas notas na escola e sou feliz. Aprendi coisas novas e sem isso, com certeza poderia estar bem pior, no mau caminho", comemora a menina, que faz a convite. "Quando abrir inscrições, as crianças tem que procurar, pois aqui somos bem tratados e aprendemos coisas novas todos os dias".

Cidadania, preservação ao meio ambiente e arte. A tríade que sustenta o projeto Arte para Todos está em todos os espaços do Festival de Inverno de Bonito. A programação completa está disponível em www.festivaldebonito.com.br

Chamamé, Polca, Vanerão e Pop se relacionam por meio da linguagem do Hip Hop do Funk-se no 10º Festival de Inverno de Bonito. O espetáculo "Desdanças" acontece hoje, às 16h, no Palco das Águas, na Praça da Liberdade.

Que dança o Mato Grosso do Sul dança? Num estado marcado pela miscigenação, o MS dança a busca por sua identidade e o espetáculo "Desdanças" investiga e instiga a dança que o povo quer dançar. Desde 1996, o grupo Funk-se desenvolve um trabalho de pesquisa e divulgação da dança de rua no estado. É o principal responsável pela cena do street dance atual em Campo Grande.

Dirigido pelo coreógrafo Edson Clair, o grupo propõe uma releitura da street dance, misturando à linguagem do hip hop com outras culturas, e adicionando elementos do teatro, circo e outras modalidades de dança.

Integrado por 15 bailarinos provenientes de diferentes realidades, com profissões paralelas e concomitantes ao exercício da dança, o Funk-se já participou de grandes eventos de destaque estadual e nacional: 9º Festival Mato-Grossense de Dança, 7ª Mostra Corumbá Santuário Ecológico da Dança, Circuito Dança do Mato e 8º Festival Internacional de Hip-Hop de Curitiba, além de projetos da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e da Fundação de Cultura de Campo Grande.

A cantora campo-grandense Evelyn Lechuga, 23 anos, fez show ontem na Praça da Liberdade, em Bonito, antes da apresentação de Vanessa da Mata, que acontecerá na tenda principal. A atração pode ser conferida a partir das 19h.

Evelyn Lechuga deu inicio a sua carreira musical se apresentando em festivais de colégio. Em 2003 conquistou o 1º lugar no Festival da Canção, realizado anualmente pelo Colégio Dom Bosco, ocasião em que interpretou a música Porto Solidão, de Jessé.

No ano passado, através do FIC (Fundo de Investimentos Culturais), a cantora conseguiu gravar seu primeiro álbum "O Argonauta", que será lançado dia 14 de agosto no Teatro Prosa, no Sesc Horto. Com canções próprias e regravações de artistas da terra, Evelyn Lechuga desponta como uma das novas apostas musicais no cenário artístico de Mato Grosso do Sul.

Para o show do 10º Festinbonito (Festival de Inverno de Bonito), Evelyn selecionou repertório próprio, mesclado com alguns clássicos da MPB (Música Popular Brasileira).

Festival - Em 2007 a cantora venceu a 15° edição do FUC (Festival Universitário da Canção), interpretando a música inédita "O Argonauta", de Fernando D'Andréa. Atualmente a cantora cursa o terceiro ano de Música na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Os CDs de Evelyn Lechuga atualmente são vendidos na Loja Opus do Comper Jardim dos Estados e na Casa do Artesão, na avenida Calógeras.

Ontem quem sobiu ao palco do 10º Festival de Inverno de Bonito é a cantora mato-grossense Vanessa da Mata. Antes disso, na abertura do evento, foi Elba Ramalho quem sacudiu o público com grandes sucessos.

Segundo a Secretaria de Turismo do munícipio, são esperados 50 mil turistas durante os cinco dias do Festival de Inverno, com movimentação em torno dos R$ 6 milhões.

Durante todo o dia de ontem foram realizadas mostras, exibições, oficinas, exposições, filmes e debates. A programação completa você confere no site oficial do festival (www.festivaldebonito.com.br)

O show aconteceu as 23h, na Grande Tenda. Os convites foram adquiridos pelo valor de R$ 12 ou R$ 6 (meia-entrada). Na capital, podem ser adquiridos no Shopping Campo Grande.

Sobre a cantora

Vanessa da Mata nasceu em 1976, em Alto Garças, no Mato Grosso, uma pequena cidade a 400 quilômetros de Cuiabá, cercada de rios e cachoeiras. De formação autodidata, ouviu de tudo na infância. Gravou três CDs e um CD e DVD ao vivo "Jardim de Perfumes de Sim".

No novo show Vanessa continua a mesma, cantando de cabelos soltos e pés descalços. Ela se encarregou de todas as peças do figurino, que assim como o cenário do show, é composto por flores, aromas, cores e muito Brasil.

Atração principal na primeira noite da 10ª edição do Festival de Inverno de Bonito, Elba Ramalho fez o público aplaudir até jazz improvisado por ela.

O show da paraibana, nessa quarta-feira, foi um passeio pelos 30 anos de carreira dela. A intérprete entoou composições de Domiguinhos, Luiz Gonzaga, Acioly Neto e Zé Ramalho.

Composto por ritmos tipicamente nordestinos, o show empolgou o público, que não precisou desembolsar nada para ver uma das maiores estrelas da MPB. "Um show serve para aproximar as pessoas e fazer com que elas se divirtam. Por isso, vamos viver com alegria e felicidade", convidou Elba.

Músicas conhecidas como 'Asa Branca', 'Homem com H', 'Xote das meninas' e 'De volta pro aconchego' animaram o público.

Durante o show, Elba recordou do álbum lançado em 2007 ("Qual assunto mais lhe interessa?"), lançado por seu próprio selo musical, representando um desprendimento da cantora e um avanço musical e pessoal, coroado pelo Grammy Latino recebido pela obra.

Bonito foi agradecido diversas vezes pela cantora, que improvisou um jazz, cantou à capela, entoou canções em inglês, recordou a parceria com Zé Ramalho (na histórica 'Chão de Giz'), tocou triângulo e mostrou todo seu gás dançando pelo palco, e sendo requisitada a voltar - de novo figurino - para uma parte ainda mais animada do show.

Ao final, Elba lançou um 'Banho de cheiro' em Bonito, agradecendo pela receptividade e declarando-se feliz por participar do evento.