Notícias de Bonito MS
Irreverência e brasilidade serão representadas na voz de Cris Haicai e banda Dombrás, no show "Mandando Brasa", que o 11ª edição do Festival de Inverno Bonito apresenta no dia 30 (sexta-feira, às 19 horas, no Palco Fala Bonito. O grito, a molecagem e a forte essência brasileira do Dombrás é o propósito do grupo, que realiza um show com músicas autorais.
A brasilidade está presente no DNA dos três integrantes do grupo criado em 2008 e fundado pelo produtor musical Chis Haicai. Com influências fundamentalmente brasileiras de cantores como Gilberto Gil, Noel Rosa, João Bosco e Cartola, a banda canta, defende e transpassa a originalidade da música brasileira ao público sedento por novas canções, que tenham swing e uma identidade firmada.
"Nós somos os mais brasileiros possíveis, dentre as vertentes e o swing que ela oferece. Dentro dessas vertentes musicais, cantamos bossa-nova, samba de raiz, choro e a música popular brasileira" explica o vocalista Chris Haicai, que é produtor musical e instrumentista há mais de dez anos no mercado campo-grandense.
Crhis já participou de diversos grupos como: Jeito Moleque, Bojo Male, Zarabatana, Haicais, Tacafogo Jacaré, quando apresentou-se em Mato Grosso do Sul e outros Estados. Atualmente é vocalista do grupo Vai Quem Qué e tem um trabalho solo com a banda Dombrás.
Sobre o Festival de Bonito, com um tom bem despojado, o vocalista dispara: "Espero que esse ano seja tão bom quanto os anteriores. O clima melhorou, mas o frio faz parte da identidade do Festival de Inverno de Bonito. Essa é a segunda vez que eu participo, a primeira vez com o grupo Vai quem Qué", completa.
Além de Chris (cavaco e voz), a banda Dombrás é formada por Bruno Chenkarek (baxista), Gerson Espinosa (baterista) e Dhonatas (guitarrista e violonista). O swing brasileiro da banda é a primeira atração do Palco Fala Bonito da noite de sexta-feira (30) da 11ª edição do Festival de Inverno.
Comédia despojada, criatividade e muita ironia. O gênero "stand up comedy", que amplia cada vez mais seu público no Brasil, é uma das novidades do 11º Festival de Inverno de Bonito.
A contribuição humorística para a programação do evento ficará a cargo de Marcelo Mansfield, com a apresentação Nocaute, no dia 30 de julho. O ator é apontado como um dos principais nomes do stand up brasileiro, tendo começado sua carreira nos Estados Unidos e conquistado plateias com o bem sucedido Terça Insana.
Em seu primeiro solo de stand-up, Mansfield acerta um golpe no nariz da sociedade, com observações do cotidiano das pessoas. Fatos que o ator vem colecionando nos últimos três anos como mestre de cerimônia do show Clube da Comédia, que acontece todas as quartas-feiras em São Paulo.
O "stand-up comedy" é um gênero artístico americano que possui raízes em diferentes tradições do entretenimento popular do final do século 19. Destacam-se os artistas Jerry Seinfeld, Ellen De Generes e Bill Cosby, que devido ao enorme sucesso, conseguiram seus próprios programas de TV.
São monólogos humorísticos que privilegiam o texto e o ator de cara limpa. Como o artista fica totalmente à mercê da audiência, é tratado como um estilo de difícil execução.
Com supervisão do humorista Rafinha Bastos, Nocaute traz para o ringue, ou melhor, para o palco, apenas um ator, um microfone e um banquinho. Mansfield promete vários "rounds" de piadas. E uma luta em que o riso será o grande vencedor.
Nocaute
Duração: 55 minutos
Texto: Marcelo Mansfield
Assistente e técnico de luz e som: Daniel de Rogatis
Direção e Produção: Marcelo Mansfield
Supervisão: Rafinha Bastos
Data e Hora: 30 de julho, sexta-feira, às 17 horas
Local: EcoEspaço, Bonito-MS
Além das atrações do Festival de Inverno de Bonito, as pessoas que forem à cidade de Bonito podem conhecer o trabalho de organizações não-governamentais e cidadãos que prezam pela responsabilidade socioambiental e pelo meio ambiente. Algumas dessas entidades estarão comercializando seus produtos no Mercado Mundo Mix, durante o evento.
A ONG Brazil Bonito, por exemplo, que tem por objetivo reduzir o descarte de lixo na natureza, capacita pessoas de baixa renda para transformarem material reciclável em bolsas, almofadas, sacolas, portaobjetos, cestos e objetos de decoração. As roupas de neoprene utilizadas nos passeios turísticos, quando não têm mais condições de uso, são transformadas em chaveiros, souvenirs, entre outras lembranças. As toucas descartáveis usadas no passeio da Gruta do Lago Azul são picadas e higienizadas, servindo como recheio dos estofados produzidos pelo grupo atendido. No mesmo local, chapas de lata - utilizadas na impressão do jornal Diário MS, com sede em Dourados - depois de descartadas, são transformadas em ornamentos, através de iniciativa do artista Manão Dias.
O Instituto Família Legal também realiza um belo trabalho em Bonito. Em operação desde dezembro de 2003 sob a coordenação conjunta com o Ministério Público, o Programa Família Legal atende 80 crianças e adolescentes com idades entre 7 e 14 anos, selecionados a partir de um criterioso processo de avaliação de pobreza e risco social, pertencentes a 40 famílias residentes na área urbana do município de Bonito-MS. Incluem-se neste programa as famílias das crianças e adolescentes abrigados na Casa da Criança. O programa presta atendimento em período contrário ao escolar, atuando nas áreas de Reforço Escolar, Artes Plásticas, Capoeira, Natação, Xadrez, Dança, Leitura e Reciclagem. Paralelamente ao atendimento às crianças e adolescentes, a Fundação promove reuniões mensais com todas as famílias para discussão de temas relacionados à estrutura do núcleo familiar e desenvolvimento humano. As mães trabalham com costura, transformando malotes e uniformes da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos gastos e sem uso, em sacolas, bolsas, capas para notebooks, mochilas, e utilidades domesticas.
Já o Projeto Jiboia tem como principal objetivo a desmistificação das serpentes não peçonhentas, assim como um trabalho de educação ambiental visando à diminuição da matança indiscriminada das serpentes na natureza e a criação de exemplares em cativeiro para suprir o mercado de animais de estimação, evitando a coleta no meio ambiente. O projeto é iniciativa de Henrique Naufal, um aficionado por serpentes, que tornou seu hobby um trabalho de educação ambiental gratuito para a população de Bonito, sendo sustentado pela visitação turística.
Criada em 1993, a Fundação Neotrópica do Brasil é uma Organização Não Governamental sem fins lucrativos, sediada em Bonito, que tem por missão de promover e praticar a conservação da natureza. A Fundação liderou a campanha, que durou dez anos, para a criação do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, área de maior extensão de florestas do Estado, com 76.481 hectares, inúmeras espécies da fauna e flora ainda desconhecidas e muitas ameaçadas de extinção. Além disso, desenvolve projetos como o Formoso Vivo, exemplo de recuperação de áreas degradadas, que se tornou uma das maiores ações realizadas em prol da conservação da Bacia Hidrográfica do rio Formoso.
Serviço:
Instituto Família Legal - avenida Paulo VI, 229 - BNH - Fone: (67) 3255-1820
Brazil Bonito - rua 24 de fevereiro 1515, Centro, - Fone: (67) 3255-1968
Projeto Jibóia - rua Nestor Fernandes, 610, Vila Donaria - Fone: 67 8419 0313
Fundação Neotrópica - rua 2 de Outubro, 165 - bairro Recreio
O espaço urbano é lugar de habitação, trabalho, convivência e também será palco para apresentação dos grupos cênicos regionais Teatro Imaginário Maracangalha e Flor & Espinho, durante o 11° Festival de Bonito.
Na rua, o Teatro Imaginário Maracangalha encena, no dia 29 às 16h, o espetáculo Conto da Cantuária. A peça enfatiza características estéticas do teatro medieval e aborda questões religiosas, contrapondo o sagrado ao profano. Baseado no texto de Geoffrey Chaucer, escrito entre 1384 e 1400, o grupo teatral privilegia a mistura de estilos e trabalha referenciais antagônicos como elevado e popular, sublime e humilde, passado e presente em uma linguagem contemporânea que integra e motiva os espectadores.
O espetáculo "Sob Controle", do grupo Flor & Espinho, será apresentado no dia 31, às 17h. No palco de representações cotidianas, dois palhaços prepararam os materiais de cena ao chegarem ao local. Logo tem início o jogo, em que os atores, sem dizerem uma palavra até o fim do espetáculo, envolvem a platéia em trapalhadas inocentes e ingênuas.
O Festival de Inverno de Bonito é um dos maiores do Centro-Oeste. O encontro deste ano acontece entre os dias 28 de julho e 1° de agosto e vai reunir visitantes de vários estados do país, em busca de cultura e entretenimento. Durante os quatro dias serão realizados shows com artistas nacionais renomados e grupos regionais, apresentações de teatro, dança; mostras de artes plásticas, cinema e vídeo; circo, teatro de rua, fotografia, artesanato e palestras.
Da Praça da Liberdade até a Grande Tenda, o público do 11º Festival de Inverno de Bonito é levado a uma viagem ao universo fantástico da região, ressaltando a natureza de uma forma mágica através do túnel lúdico idealizado pelo artista cenográfico José Carlos Serroni, que este ano apresenta o espaço com o tema "Jardins de Inverno".
"A cada ano o túnel é trabalhado de uma forma diferenciada, onde cria-se sempre uma travessia lúdica que tem a finalidade de chamar a atenção para a importância da preservação ambiental desse que é um dos mais importantes e belos pontos turísticos do País", afirma Serroni.
O túnel cenográfico já é tradicional no Festival de Bonito e sempre com a assinatura de J.C. Serroni. "O túnel que liga a Praça da Liberdade à grande tenda do Festival de Inverno de Bonito já se tornou uma tradição. Já trabalhamos em vezes anteriores, o clima, a água, os animais, e dessa vez nos inspiramos na flora - representada por uma das plantas mais características do lugar: o ipê", lembra.
Serroni explica que a proposta do espaço, que tem mais de 85 metros de extensão, montado pela largura da rua Pilad Rebuá, busca remeter o público a uma estufa de jardim de inverno envidraçada, disposta em pórticos a cada cinco metros que abriga centenas de galhos aflorados nas cores amarelo, rosa e branco. "Esperamos com essa intervenção chamar a atenção de todos os visitantes para a beleza e a grande importância desse marcante festival", comenta.
Em um extremo do túnel, a Praça da Liberdade, onde acontece boa parte das atrações de dança, teatro e música em dois palcos: Palco das Águas e Palco Fala Bonito, além de outros espaços como a galeria dos homenageados e pavilhão das artes. No final do túnel há o acesso à Grande Tenda, onde acontecem os grandes shows nacionais que encerram a programação diária de cultura e arte do festival.
O artista
J.C. Serroni é o cenógrafo que assina pelo quarto ano consecutivo o túnel lúdico do Festival de Bonito. O artista destacou-se como cenógrafo e figurinista com inúmeros trabalhos para artes cênicas, televisão, artes visuais e lazer. Já realizou cenografia e figurinos para dezenas de espetáculos teatrais desde a década de 1970.
Entre seus trabalhos estão os cenários para adaptações célebres de Shakespeare, Samuel Beckett, Molière, Plínio Marcos, Antunes Filho, Brecht, Tchecov, entre outros. Em exposições, destaca-se seu trabalho com Fernanda En Cena, uma retrospectiva de 50 anos do trabalho da atriz Fernanda Montenegro; O Palco em Cena, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo; Modos Cenográficos, em Caracas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Londrina, entre outros.
A interrelação entre real e imaginário, presença e ausência são possibilidades exploradas na mostra de artes plásticas "O sentido das coisas", que será apresentada durante o Festival de Bonito, entre os dias 28 de julho a 1° de agosto, no espaço Praça da Liberdade.
A exposição reúne a produção dos artistas contemporâneos Angella Conte e Flávio Lamenha, de São Paulo, Raul Leal, do Rio de Janeiro e Rodrigo Mogiz, de Belo Horizonte. As obras expressam a relação entre conceito e experimentação mediada pelo olhar do artista, que imprime linhas, formas e cores dando sentido às coisas que nos rodeiam. "O sentido das coisas" tem curadoria de Rafael Maldonado.
Na Praça da Liberdade, espaço onde acontece a mostra, serão realizadas várias atividades como feira de artesanato, apresentações musicais de artistas sul-mato-grossenses, de teatro, dança e apresentações de rua. No local também será montada uma praça de alimentação e um salão ambientado para projeção de filmes e realização de rodas de conversação sobre arte, literatura e meio ambiente.
Arte de Bonito
Uma exposição paralela com obras de artistas locais acontece no Espaço Bonito - rua Pilad Rebuá, 1771. A mostra reúne trabalhos com temas e estilos variados, uma produção visual rica em contrastes e influenciada por elementos das exuberantes fauna e flora da região.
O 11º Festival de Inverno de Bonito apresenta no dia 29, às 20 horas, no Palco Fala Bonito, o show "Recurso Natural", de Orlando Bonzi e Grupo. O repertório do show é composto de dois discos lançados em 2010 por Orlando Bonzi: "Recurso Natural" e "Instrumental", sendo o primeiro de canções e o outro de temas instrumentais voltados para a pesquisa com ritmos ternários, como polca, guarânia e chamamé, que receberam uma leitura contemporânea influenciada pelo jazz, soul e world music.
Nascido no Paraguai, Orlando Bonzi teve contato com a música desde criança, pois sua mãe escutava muito rádio e tinha vizinhos e amigos músicos. "Eu me lembro que tinha seis anos e cantava todo dia, a minha irmã tinha um gravador e muitos discos e fitas cassetes. Eu ouvia o dia inteiro músicas de artistas como Michel Jackson, The Police, Queen, Allan Parsons Project, Fink Floyd, a maioria do final dos anos 1970 e princípio dos 80".
A influência da música paraguaia veio da escola primária, onde aprendia com professores compositores e intérpretes da música de seu país, além de sua mãe, que cantava e explicava para Orlando as histórias por trás daquelas canções. "Lembro-me que era obrigatório no Paraguai o ensino musical desde criança. Todos aprendíamos a ler e ter noções básicas sobre as partituras e a tocar algum instrumento. Existem até hoje grandes festivais intercolegiais em que se premia a criatividade e o domínio do instrumento".
Aos dez anos ganhou de um amigo um violão velho. "Desde esse momento soube que era meu destino, não tinha como fugir dessa energia tão grande que me chamava. Sabia que era um presente de Deus e nunca mais deixei a música, fui crescendo com ela".
Orlando estudou com professores renomados como Carlos Schvartzman, arranjador e músico de jazz que fez estudos na Berklee, em Boston, nos Estados Unidos; Lobito Martinez, graduado também em Berklee, onde também lecionou, e com o guitarrista argentino Francisco Riveros, que tocou e gravou com Mercedes Sosa e com Paquito Rivera.
Sua música sofre influência do jazz, soul, blues, rithm&blues, funk, rock, world music e afro music, além da musica guarani. Os artistas influenciam sua música são B. B. King, Oscar Peterson, George Benson (que ouve desde os dez anos com Tom Jobim), Jim Hall, Bill Evans, John Scofield, Pat Metheny, Chick Corea, Ray Charles, Steve Wonder, Pink Floyd, James Brown, The Beatles, Efren Echeverria, José Asunción Flores, entre muitos outros.
Orlando começou a fazer intercâmbios artísticos com músicos sul-mato-grossenses entre 2005 e 2006. "Começou um dia que eu estava tocando num bar com meu trio de power jazz e ali entraram os músicos da 'Olho de Gato'. Naquela época era o Daniel Freitas na voz e violão, o Bola na batera, Anderson, na guitarra e Alex Mesquita no baixo. Terminamos de tocar nosso 'set list' e chamamos para as canjas e desde então aconteceram muitas parcerias".
Alguns meses depois desse encontro, Orlando veio para o Estado para gravar seu CD com Alex Mesquita, Sandro Moreno, Adriel Santos e Wlajones Carvalho. Alex também foi ao Paraguai várias vezes para tocar e gravar. Assim, a convite de amigos e depois de ter participado na gravação de vários vídeos com Guilherme Rondon, Bonzi foi se aproximando de Mato Grosso do Sul.
Participou como guitarrista do Balaio Jazz, formado em 2006 por Sandro Moreno (bateria), Alex Cavalheri (teclados), Alex Mesquita (baixo) e Marcellus (acordeon). O grupo fez várias apresentações em casas noturnas de Campo Grande com seu repertório de clássicos da música instrumental brasileira. "Tocar com 'Balaio' foi para mim muito natural, pois já tínhamos tocado juntos já fazia um bom tempo. Tocar com meus amigos é sempre uma linda e criativa experiência".
Em Bonito, Orlando Bonzi (voz e guitarra) vai se apresentar com seu grupo, formado por Sandro Moreno (bateria), Luciano Barbosa Diogo (baixo) e Gil Basso (violão). "Espero que todo mundo que irá nos ouvir tenha muita vontade de curtir um som diferente e dançar e se divertir muito conosco, porque é exatamente isso o que nós vamos fazer".
No repertório, "Recurso Natural", canção com influência da música paraguaia "e que tem tudo a ver com Bonito"; "Solo tu amor", canção do primeiro CD de Orlando que tem muito de funk sol e blues, "para botar todo mundo para dançar"; "Universo expandido", uma polca rock bem contemporânea; "Arbol", guarânia contemporânea, e "Eco", canção que compôs com Gil Basso, música que fala sobre a consciência de cuidar do planeta. "E que lugar melhor que Bonito, que é tão belo, para falar sobre isso?", finaliza.