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Notícias de Bonito MS

O fluminense Raul Leal é um dos artistas plásticos convidados a expor durante o 11° Festival de Inverno de Bonito. Com outros três artistas de São Paulo e Belo Horizonte, Raul participa da mostra "O sentido das coisas", que explora a interrelação entre real e imaginário, presença e ausência usando como suportes a pintura e a fotografia.

Para o curador da exposição, Rafael Maldonado, a representação na pintura de Leal nos permite pensar em questões como permanência e apagamento da memória, numa reflexão a respeito da solidão das pessoas e lugares. De maneira econômica, o artista reduz os elementos no espaço para obter a síntese formal que o interessa.

Da cena urbana contaminada pelo excesso de ruídos visuais, registrada previamente em fotografia, sobram apenas alguns detalhes da paisagem tratados de forma a valorizar os contrastes de cor, luz, nitidez. Ao perceber a obra, "fica uma vaga lembrança de algo que estava lá. A presença humana se dá de forma solitária, inserida num contexto onde o discurso é comedido, quase um silêncio", traduz Maldonado. São pinturas monocromáticas de aspecto gráfico que condensam informações e deixam aparente apenas o que é necessário. Para o artista, "não há senão detalhes, quase imediatos".

De acordo com descrição no site do artista (www.raulleal.com.br) os trabalhos de Raul se afastam da figuração narrativa e ganham um caráter particular. Com apropriações de imagens do cotidiano, sua obra mantém a aparência estrutural da natureza humana. O artífice despersonaliza as imagens e cria cenas quase monocromáticas, inquietantes, geradas pela ausência de traços essenciais das figuras.

Leal tem formação na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Em 2009 teve trabalhos incorporados ao acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), incluídos na coleção Gilberto Chateaubriand.

A exposição acontece entre os dias 28 de julho e 1° de agosto no espaço Praça da Liberdade. No espaço serão realizadas várias atividades como feira de artesanato, apresentações musicais de artistas sul-mato-grossenses, de teatro, dança e apresentações de rua. No local também será montada uma praça de alimentação e um salão ambientado para projeção de filmes e realização de rodas de conversação sobre arte, literatura e meio ambiente.

Comemorando dez anos no rock and roll sul-mato-grossense, a banda Studio 89 faz uma compilação dos mais importantes trabalhos e leva o underground para o palco Fala Bonito do 11º Festival de Inverno. "Pegamos um pouco de tudo o que nós produzimos nestes dez anos de banda para apresentar no festival. São músicas autorais e também algumas que trabalhamos com Marcelo Bofa, do Legião Urbana, e Kid Vinil, vocalista da Banda Magazine", afirma o vocalista da Studio 89, Ubiratan Borges Daniel.

"A oportunidade de poder tocar no Festival de Bonito é ímpar porque valoriza o trabalho autoral das bandas daqui e é uma resposta positiva pelo que nós já produzimos na cena do Estado", observa Ubiratan. "Estar no festival será a celebração dos dez anos de Studio 89, onde estaremos levando para o público a nossa história", diz. Para o músico, o Festival de Inverno de Bonito é como uma grande janela para os artistas sul-mato-grossenses poderem se apresentar para o grande público", ressalta Ubiratan.

De acordo com o vocalista da Studio 89, a cena do rock em Mato Grosso do Sul ainda é restrito a bares. "Então este espaço que já é restrito fica ainda mais fechado para quem faz músicas autorais, como a nossa banda. Por isso participar do festival é importante, porque é um circuito a mais no Estado que traz a valorização, o fortalecimento do músico sul-mato-grossense", afirma.

Durante o show de Bonito a Studio 89 faz também gravações para um trabalho em vídeo que marca os dez anos da banda. "Primeiro nós estaremos gravando um clipe para a música 'All Star Sujo' e mais tarde faremos uma compilação para um vídeo dos dez anos da banda", diz Ubiratan.

A banda também é formada pelos músicos Ubirajara Borges Daniel, Helton Gomes, Helington Poncio, Alexander Delmondes e Waldinei Delmondes. A apresentação no Festival de Inverno acontece hoje (29), às 19 horas no Palco Fala Bonito, da Praça da Liberdade.

Acontece hoje (29), o I Encontro Estadual do Geopark Bodoquena-Pantanal. O evento faz parte da programação do Festival de Inverno de Bonito. O principal objetivo do encontro é divulgar o Decreto Estadual Normativo que criou o Geopark Bodoquena- Pantanal em 22 de dezembro; democratizar o conceito de Geopark no Estado e suas ações; disseminar os aspectos sobre os impactos positivos para a cadeia produtiva do turismo, além de aprofundar as discussões com os membros do Conselho Gestor do Geopark sobre as etapas a serem cumpridas até o envio do dossiê para a Unesco.

A programação começa pela manhã, das 9h ao 12h, serão ministradas duas palestras, por Carlos Fernando de Moura Delphim, Coordenador da Paisagem Cultural da Diretoria de Patrimônio Material do IPHAN e Nivaldo Vitorino, arquiteto do Estúdio Votupoca de São Paulo. À tarde, das 14h às 17h acontecerá reunião do Conselho Gestor do Geopark Bodoquena -Pantanal, que é composto por Nilde Brun presidente da Fundação de Turismo de MS e presidente do Conselho Gestor do Geopark, Margareth Escobar Ribas, Superintendente do IPHAN/MS e conselheiros dos municípios e entidades envolvidas.

O Geopark é uma modalidade de preservação que alia desenvolvimento econômico à sustentabilidade de um território. Para Nilde Brun, diretora presidente da Fundação de Turismo de MS, é preciso difundir o conceito do Geopark junto à comunidade, para que haja um entendimento e participação, "É importante que os atrativos que estão em propriedades particulares sejam inseridos como geosítios, para que possam, a partir do momento que o Geopark Bodoquena-Pantanal receber a Chancela da Unesco, receber investimentos e promoções", explica Nilde Brun.

Treze municípios que fazem parte do Geopark Bodoquena - Pantanal: Anastácio, Aquidauana, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol, Corumbá, Guia Lopes da Laguna, Jardim, Ladário, Miranda, Nioaque e Porto Murtinho.

Se você tem a impressão de que a foto que ilustra essa matéria lembra alguma coisa, então o fotógrafo Flavio Lamenha cumpriu o objetivo da obra. Chamada "Ceia", a produção é uma recriação livre do fotógrafo pernambucano e integra a mostra Força da Expansão, que estará em exposição no 11º Festival de Inverno de Bonito.

Lamenha fará parte, com mais três convidados nacionais, da exposição de artes plásticas "O Sentido das Coisas", que tem curadoria de Rafael Maldonado. Os trabalhos estarão expostos na Galeria do Festival, na Praça da Liberdade.

Vivendo em São Paulo e há aproximadamente dez anos trabalhando com registro fotográfico de obras de arte, Flávio conta que nos últimos três anos cresceu seu interesse por produção artística autoral. "Misturo minha experiência profissional aos recursos tecnológicos, em que estou cada vez mais interessado", conta ele.

As fotografias que vão ser apresentadas no Festival fazem parte da série que ele está desenvolvendo atualmente, chamada Força de Expansão, apresentada pela primeira vez em 2008, no Salão da Bahia. Os múltiplos retratos do artista (na série ele se torna personagem da obra) incorporados nos cenários desafiam nossa capacidade de observador. A junção dos retratos é realizada com tal precisão que proporciona uma sensação de perfeita continuidade na cena, sem vestígios da manipulação digital.

Confessadamente acanhado, Flávio diz que a experiência de estar sendo ele mesmo retratado tem sido agradável. "Eu sou muito tímido. Como fotógrafo a gente está sempre atrás da máquina, não na frente. Mas eu gostei da experiência", ele diz, revelando que o uso de temporizador e a colaboração de amigos fizeram parte da técnica para o autorretrato.

Curador da mostra "O Sentido das Coisas" no Festin, Rafael Maldonado define que "no trabalho fotográfico de Flávio Lamenha a repetição cria um embate entre o real e a ficção, propondo ao observador um jogo de interpretação onde o posicionamento estrutural dos retratos do artista é minuciosamente incorporado na cena proposta, oferecendo possibilidades de reinvenção de imagens. Histórias e lugares aleatórios servem de interesse para a intervenção do artista".

De acordo com Flávio, os cenários são mesmo escolhidos de improviso, no momento da inspiração. Um bar, uma casa, uma rua, pode repentinamente se tornar moldura. "Eu passo, vejo um lugar, vou e uso. Com a roupa do dia".

Em Bonito, ele chega com grande expectativa e boas referências. "Eu não conheço a cidade, mas já ouvi falar muito bem, das paisagens, sua beleza natural e do festival. Alguns amigos já participaram dessa exposição durante o festival de Inverno. Acho que será um momento rico em trocas de idéias, cultura e experiências", anima-se.

A mostra "O Sentido das Coisas" está aberta ao público. Além de Flávio Lamenha, a Galeria do Festival terá exposições dos artistas plásticos Angella Conte (SP), Raul Leal (RJ) e Rodrigo Mogiz (BH).

Quatro artistas plásticos convidados nacionais vão expor na Galeria do Festival, durante o 11º Festival de Inverno de Bonito. A mostra "O Sentido das Coisas" apresenta alguns dos caminhos da produção da arte brasileira atual, reunindo trabalhos em diferentes suportes e linguagens que traduzem as inquietações de Angella Conte, Flávio Lamenha, Raul Leal e Rodrigo Mogiz, tratando de temas como tempo, lugar, memória, fantasia e realidade.

O mineiro Mogiz apresenta trabalhos em desenhos bordados. Tesoura, máquina de costura, linhas em carretéis, ferro de passar são figuras que, combinadas aos personagens em situações triviais que aparentemente não se relacionam com a funcionalidade do objeto representado, compõem as cenas desta série produzida pelo artista.

"Há uma nítida menção nestas obras do ofício da costura, sendo que a incorporação de alfinete, botão e alguns apliques decorativos reafirmam o interesse em transformar elementos dessa prática em linguagem visual, elaborando imagens em camadas de tecido transparente que, ora recortado, apresenta com maior nitidez algum detalhe selecionado da imagem", explica o curador da mostra, Rafael Maldonado.

O caráter literário neste conjunto de desenhos consiste na incorporação de frases que além de servirem como títulos das obras, proporcionam através de narrativas simples interpretações poéticas na junção de texto e imagem, e na relação entre o que é óbvio e o que é fantasia. O expectador é levado a questionar se são fábulas cotidianas do mundo contemporâneo.

Rodrigo Mogiz nasceu em Belo Horizonte e é graduado em Desenho e Pintura pela Escola de Belas Artes da UFMG. Seu trabalho apresenta relações com o literário, a escrita e a poesia.

Natural de Jaboticabal, a artista plástica Angela Conte traz para o 11º Festival de Bonito a videoinstalação "Da Nascente à Foz", dois objetos "Planeta Água Planeta Terra", e os vídeos "EntreLíquidos" e "Environment I". Estas obras serão expostas na mostra de artes plásticas "O sentido das coisas", no espaço Praça da Liberdade, entre os dias 28 de julho e 1º de agosto.

Angella começou trabalhando com escultura em mármore e, a partir de 2004 começa a experimentar novos materiais, por causa de um problema que teve nos dois cotovelos e também pela dificuldade no transporte e espaço físico que esse material exige. Passou a utilizar em suas obras materiais em desuso, provenientes de depósitos de lixo, bem como outros abandonados nas ruas.

Também experimentou novas linguagens, como a fotografia e o vídeo. "Minha visão é tridimensional. O vídeo tem muito a ver com escultura, pois nesta, o artista trabalha um bloco compacto e vai lapidando o material até transformá-lo em obra de arte. No vídeo, também há um vasto material bruto que vai sendo lapidado pelo processo de edição", explica.

A videoinstalação "Da Nascente à Foz" é parte do projeto desenvolvido sobre o tema água. Com duração de dois minutos e meio e edição de Felipe Barros, este trabalho de 2009 mostra o rio de Piracicaba e sua força, volume e imensidão. O vídeo é mostrado como parte de uma videoinstalação em que foram utilizados espelhos, cabos elétricos e lâmpadas. Angella realizou exposição individual em 2009 com o mesmo título, no Museu Octávio Vecchi (SP), com curadoria de Andrés Hernández.

"Environment I", vídeo de 3,36 minutos, mostra cenas urbanas obtidas em uma movimentada avenida em Manhattan e paralelamente exibe cenas solitárias em ambiente fechado. O objetivo é fazer uma comparação entre o volume de pessoas que transitam por esta avenida e o volume de água desperdiçado constantemente, todos os dias. Este trabalho foi realizado em 2008, em Nova Iorque e São Paulo.

"EntreLíquidos", vídeo com participação técnica de André Gonçalo, é parte do projeto "Da Nascente à Foz" desenvolvido sobre o tema água. Durante dois minutos, a artista permite que lhe escorra pelo corpo, da cabeça aos pés, o volume de 120 litros de água, em temperatura ambiente. Este projeto trata de várias questões como: acúmulo, movimento, massa, excesso, desperdício, tolerância, limite e uso consciente (da água).

Angella participou de diversas exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior (Cuba, Irlanda, Portugal, Espanha). Por seu trabalho, recebeu diversos prêmios, entre eles o prêmio aquisição Atibaia -SP-Brasil, no 18º Encontro de Artes Plásticas de Atibaia (2009); o prêmio aquisição Secretaria da Cultura de SP, no 12º Salão Paulista de Arte Contemporânea (2008) e foi premiada no 31º Salão de Arte Contemporânea Pinacoteca Miguel Ângelo Pucci -Franca-SP (2007).

Os trabalhos que serão apresentados em Bonito, entre outros, podem ser visualizados no site www.angellaconte.com.

O 11º Festival de Inverno de Bonito vai ser realizado entre os dias 28 de julho e 1º de agosto, na cidade de Bonito - a 330 quilômetros da capital sul-mato-grossense. Para quem participar da programação do festival, a previsão nos primeiros dias do evento é de sol com céu azul, para a região, segundo a meteorologista Cátia Braga, do Centro Estadual de Monitoramento do Tempo, Clima e Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul (Cemtec).

De acordo com o Cemtec, a quarta-feira (28) será de sol. A temperatura mínima (pela manhã) estará baixa, em torno de 15°C, e à tarde o ar seco deixará o céu azul, sem nuvens e com umidade relativa do ar baixa, aproximadamente 36%. A temperatura máxima será de 30°C.

A quinta-feira (29) também será de sol. A tendência é que o tempo fique como no dia anterior, sol e calor à tarde; entretanto, poderá ter alguma nebulosidade. A temperatura mínima prevista é de 16°C e a máxima de 30°C. Umidade relativa do ar: 36%. A sexta-feira (30) térá sol - amanhece com temperatura agradável, 18°C, e à tarde a temperatura máxima de 30°C. A tendência é que a umidade relativa do ar baixe para 35%.

Chuva

O Cemtec prevê que no sábado (31) deve chover em Bonito. Devido à entrada de uma frente fria, as temperaturas máximas ficarão mais baixas, em torno de 24°C. A manhã terá temperatura mínima de 15°C. As chuvas deverão ser fracas, com volume estimado de apenas 10 mm. A umidade relativa sobe: 57%.

Domingo (1º/08) de chuva. Seguem as chuvas fracas e isoladas. A temperatura mínima diminui (12ºC), devido à massa de ar frio que estará no Estado. Temperatura máxima 20°C e umidade relativa do ar: 60%.