Notícias de Bonito MS
O ministro do Turismo, Luiz Barretto, assina hoje, durante o Conotel, no Rio de Janeiro, os dois primeiros contratos da linha de financiamento ProCopa Turismo específicos para o setor hoteleiro. Serão os primeiros empresários hoteleiros a receberem os recursos do BNDES.
Segundo o ministro Barretto, já foram solicitados R$ 900 milhões em linhas de financiamento, e o BNDES poderá aumentar os recursos da linha, atualmente na ordem de R$ 1 bilhão. "Há boa vontade do BNDES nesse sentido", disse o ministro.
O presidente da ABIH Nacional, Álvaro Bezerra de Mello, criticou a lentidão nos processos de liberação das linhas de financiamento por parte do BNDES, que poderá atrapalhar o processo de renovação e ampliação do parque hoteleiro no País até o período da Copa de 2014. "Os bancos são muito inflexíveis e burocráticos. Mas o MTur está entusiasmado em ajudar o setor no sentido de facilitar esse acesso às linhas de crédito", afirmou Mello.
Um grupo de representantes do governo do Peru e técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e da Secretaria de Estado de Educação estão visitando algumas escolas da Rede Estadual de Ensino nos municípios de Anastácio, Aquidauana, Bonito, Nioaque, Amambai, Dourados e Campo Grande, para conhecer experiências na área de Alimentação Escolar.
A comitiva peruana encerrará a visita ao Estado na Secretaria de Estado de Educação na próxima semana. Em 2009, um grupo de bolivianos também esteve no Estado com intuito de conhecer o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
O objetivo do grupo é firmar um acordo técnico estabelecendo diretrizes de acordo com o processo de compra de produtos da agricultura familiar, conforme o PNAE, seguindo as recomendações nutricionais, as restrições alimentares e a atuação do controle social para a boa utilização dos recursos.
Desde o início do ano, escolas da rede estadual de ensino têm publicado chamadas públicas para os interessados em participarem da venda de gêneros alimentícios da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural destinados ao atendimento ao Programa Nacional de Alimentação Escolar.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), implantado em 1955, garante, por meio da transferência de recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos de toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas e filantrópicas.
O objetivo é atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a formação de hábitos alimentares saudáveis.
A partir de 2010, o valor repassado pela União a estados e municípios foi reajustado para R$ 0,30 por dia para cada aluno matriculado em turmas de pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos. As creches e as escolas indígenas e quilombolas passam a receber R$ 0,60. As escolas que oferecem ensino integral por meio do programa Mais Educação terão R$ 0,90 por dia. Ao todo, o PNAE beneficia cerca de 47 milhões de estudantes da educação básica.
O repasse é feito diretamente aos estados e municípios, com base no censo escolar realizado no ano anterior ao do atendimento. O programa é acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAEs), pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Secretaria Federal de Controle Interno (SFCI) e pelo Ministério Público.
O orçamento previsto do programa para 2010 é de R$ 3 bilhões, para beneficiar cerca de 47 milhões de estudantes da educação básica e de jovens e adultos. Com a Lei no 11.947, de 16/6/2009, 30% desse valor - ou seja, cerca de 900 milhões de reais - devem ser investidos na compra direta de produtos da agricultura familiar, medida que está estimulando o desenvolvimento econômico das comunidades.
Programa Copa na Mesa é lançado em Brasília.
Com o intuito de qualificar o atendimento aos turistas em bares e restaurantes da capital federal, foi lançado sexta-feira (13), em Brasília (DF), o programa Bem Receber Copa - Setor de Alimentação Fora do Lar. O programa foi apresentado aos representantes do grupo gestor de turismo de Brasília, que é a oitava cidade a receber o programa.
O Bem Receber Copa é um programa de qualificação profissional do Ministério do Turismo (MTur), em parceria com entidades do setor. O programa se divide em cinco vertentes, sendo uma delas o Copa na Mesa, em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
"Além de servir os bares e restaurantes com a qualificação para um atendimento adequado, o Copa na Mesa irá servir os turistas e a cadeia produtiva de turismo com oportunidades de negócios", disse Luciano Paixão, coordenador-geral de Qualificação e Certificação do MTur.
O programa qualificará 15 mil profissionais do setor de alimentação fora do lar nas cidades-sede do mundial de 2014. O Copa na Mesa utilizará a estrutura de bares e restaurantes para atender os visitantes com uma culinária de boa qualidade, e ao mesmo tempo ter capacidade de oferecer informações turísticas.
"Bares e restaurantes são pontos estratégicos, pois o turista necessariamente vai se alimentar durante a viagem. Por isso, esses locais devem estar preparados para, além de oferecer uma boa refeição e atendimento, poderem informar os turistas sobre pontos turísticos, dicas sobre onde irem, hospitais, postos policiais, entre outros", disse Paulo Solmucci, presidente da Abrasel Nacional.
Para preparar estes empreendimentos, o Copa na Mesa vai dividir o setor em três grupos:
MIT (Multiplicador de Informações Turísticas) - Empresas qualificadas para prestar informações aos turistas, além do bom atendimento.
TIP (Ponto de Informação ao Turista - Tourist Information Point) - Empresas qualificadas como MIT, que comprometerem-se e preencherem requisitos específicos, serão preparadas para ocupar uma posição de destaque como extensão dos pontos oficias de apoio ao turista.
PIC (Profissional Individual Cadastrado) - Empreendedores individuais, como ambulantes, que atuam no segmento de alimentação fora do lar, terão acesso às qualificações com o objetivo de aprimorar sua capacidade de atender o turista.
A ideia é disponibilizar informação de qualidade, segurança alimentar e atendimento de alto padrão para os 600 mil turistas estrangeiros esperados para a Copa e os brasileiros que circularão pelo país durante os jogos.
Os cursos abordarão competências específicas relativas às funções de gestor, gerente, maitre, recepcionista, garçom, cumim, copeiro, cozinheiro e auxiliar de cozinha. As empresas que desejarem participar não precisar estar associadas à Abrasel. O grupo gestor de turismo do DF, composto por 16 entidades, definirá as principais regiões que os cursos devem atender. Depois disso, os empresários das regiões escolhidas farão as inscrições. A previsão é que os cursos sejam iniciados em setembro deste ano.
Além da capital federal, o programa já chegou às seguintes cidades-sede da Copa do Mundo: Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Cuiabá. As próximas cidades que receberão o programa são Manaus, Natal, Rio de Janeiro e São Paulo.
Bem Receber Copa
O Bem Receber Copa qualificará 306 mil profissionais do setor turístico tendo em vista a Copa do Mundo de 2014. O programa atuará, em parceria com entidades do setor, na qualificação de profissionais de áreas específicas como hospedagem, agentes de viagem e receptivo, locadoras de veículos, companhias aéreas e o setor de alimentação fora do lar.
Para mais informações acesse www.bemrecebercopa.com.br.
Turismo de selva e de base comunitária são foco de análise desta etapa do programa.
Empresários brasileiros que atuam em atividades de turismo de selva e de base comunitária farão visitas técnicas nas cidades de Lima e Puerto Maldonado, no Peru, entre 16 e 20 de agosto. Eles participam do programa do Ministério do Turismo (MTur) Benchmarking 2010 - Excelência em Turismo - Aprendendo com as Melhores Práticas Internacionais.
O programa é executado pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) em parceria com o Sebrae e Embratur. O Benchmarking 2010 visa identificar as boas práticas na operação destes segmentos do turismo, para que possam ser adotadas no Brasil.
"Esta viagem é importante para dar referências ao Brasil quanto a programas que são embrionários aqui. No destino visitado, podemos identificar boas práticas em um país com dificuldades similares às nossas, e experiências de sucesso em sustentabilidade, inclusão social e geração de renda", disse Rosiane Rockenbach, coordenadora-geral de Serviços Turísticos do MTur.
"A escolha do Peru para essa etapa do Benchmarking se deve ao fato do país ser referência mundial em turismo de selva e de base comunitária", disse Antonio Azevedo, diretor da Abav. "Um dos focos de análise do Benchmarking será um hotel de selva que inseriu iniciativas de voluntariado e boas práticas sociais e ambientais em suas operações de turismo de luxo. Essas iniciativas poderão servir de referência para empreendimentos no Brasil", explicou Azevedo. O hotel fica às margens do Rio Madre de Dios, em uma reserva ecológica privada dentro da Amazônia.
Ecoturismo sustentável
A Amazônia peruana ocupa cerca de 60% do território do país. Puerto Maldonado está localizada no sudeste do Peru, no Estado de Madre de Deus, próxima a Cuzco, em uma região de selva exuberante e rios sinuosos. A pequena cidade de 25 mil habitantes é o ponto de partida para conhecer alguns dos parques nacionais e reservas da região com bem-sucedidas experiências de ecoturismo sustentável com apoio às comunidades locais.
Empresa e comunidade
Os participantes do Benchmarking também irão conhecer a experiência da "Rainforest Expeditions", iniciativa pioneira, mundialmente conhecida e precursora do turismo de selva e de base comunitária. Em um de seus alojamentos, a "Posada Amazonas", dentro da comunidade nativa de Infierno, foi firmado, em 1996, um acordo que garante por 20 anos a transferência de 60% do lucro da empresa para a comunidade local, como forma alternativa de desenvolvimento econômico sustentável.
Em Lima, a programação prevê reuniões de trabalho com representantes do Ministério do Turismo com a Comissão para a Promoção e Exportação do Peru (Prom Peru) e com empresários do Inkaterra e Rainforest Expedition.
Após o retorno ao Brasil, os participantes do Programa têm a tarefa de promover encontros em seus estados de origem para repassar para outros empresários do setor os conhecimentos obtidos no Peru. Esta é a terceira etapa do "Benchmarking 2010, Excelência em Turismo". A primeira foi realizada em março, na República Tcheca, e a segunda em junho, na Itália.
Em entrevista exclusiva à Agência Ambiente Energia, Elias Fajardo fala sobre a relação de consumo com a sustentabilidade ambiental e social. Seu livro Consumo consciente, comercio justo - conhecimento e cidadania como fatores de produção, lançado pela Senac Nacional, traz entrevistas com o economista, professor e consultor da Organização das Nações Unidas (ONU), Ladislau Dowbor; a socióloga Fátima Portilho; Leticia Casotti, especialista em comportamento do consumidor; Johann Schneider, consultor internacional de comércio justo, e o engenheiro Renato Regazzi, responsável pelos programas de Cadeias Produtivas e Arranjos Produtivos Locais do Sebrae Rio.
Nelas são debatidas a nova economia que busca qualidade de vida e solidariedade. O consumo já é entendido como exercício de cidadania e o comércio se reformula para reforçar seu caráter de troca e convivência. Nesse cenário, o conhecimento é um fator de produção da maior importância. O livro apresenta experiências bem-sucedidas nestas áreas no Brasil e no mundo.
Elias Fajardo é jornalista, escritor e artista visual. A partir de 1970, trabalhou na Bloch Editores, no Jornal do Brasil como subeditor de política internacional, no jornal O Globo como repórter especial do Segundo Caderno e da Editoria Geral e foi editor das revistas mensais Ecologia e Desenvolvimento e Cadernos do Terceiro Mundo durante seis anos. De 1996 a 2005, foi chefe de redação do programa de televisão Globo Ecologia. De 1998 em diante, tornou-se colaborador das revistas Diga Lá e Senac e Educação Ambiental.
Agência Ambiente Energia - O que levou a escrever o livro?
Elias Fajardo - A necessidade de me dedicar a outros temas, além do universo da ecologia que já venho tratando desde o início dos anos 90. Em discussão com a equipe do Senac Nacional, surgiu a ideia de abordar temas econômicos com um enfoque humanista e contemporâneo. O que está sendo feito para tornar o comércio, o consumo e a economia mais próximos dos anseios e do entendimento da grande maioria dos cidadãos? A partir desta pergunta surgiu o livro.
Agência Ambiente Energia - O que é consumo consciente?
Elias Fajardo - O consumo está no centro da sociedade contemporânea. Todos os seres vivos consomem, pois se alimentam e usam recursos naturais. Daí a ligação forte entre o ato de consumir e a preocupação com o meio ambiente. Não é possível falar em sustentabilidade sem trabalhar com estas duas realidades. Para viver, o ser humano precisa, basicamente, de alimento, abrigo, afeto e alegria. Mas a vida em sociedade se tornou cada vez mais complexa, surgiram necessidades baseadas em desejos e fantasias nunca totalmente satisfeitos e que variam de uma pessoa para outra e também no tempo e no espaço. Isto levou ao surgimento da sociedade de consumo, ou seja, um grupo social vivendo em estágio avançado de desenvolvimento industrial. Tal sociedade está ligada à economia de mercado, que busca equilibrar a oferta e a demanda por meio da circulação de capitais e produtos, sem intervenção direta do Estado. E o ato de consumir passou a ter tal importância que, no nosso mundo fragmentado, o principal terreno da atividade social deixa de ser a produção e passa a ser o consumo. E os produtos têm uma capacidade de significação que os consumidores transferem para dentro de si por intermédio da manipulação de diferentes códigos criados pelos profissionais de marketing.
Atualmente, o crescimento da consciência de quem compra e usa mercadorias e serviços está mudando o cenário. O ato de consumir tende agora a deixar de ser visto como sinônimo de atitude alienada e passa por novas interpretações. Uma delas considera que exercitar o consumo faz parte da cidadania e pode ser até uma forma de protesto, pois nele está embutido um desafio. Escolher mercadorias significa orientar-se com base em um conjunto de valores; eleger um bem ou um objeto implica rejeitar outros cujas maneiras de produção eu não aprovo. Sou contra trabalho escravo e o desmatamento indiscriminado da Amazônia. Por isso, me recuso a comprar produtos de empresas envolvidas com estas questões. Assim, desenvolvem-se formas colaborativas e conscientes de discutir e atuar.
Agência Ambiente Energia - O que é comércio justo?
Elias Fajardo - É um segmento comercial que se baseia na solidariedade econômica e financeira. Nele não existem vencidos nem vencedores, pois se procura evitar que uma parte perca para que a outra possa ganhar. Quando todas as partes envolvidas ganham, a atividade comercial adquire caráter mais igualitário e estimulante para quem a pratica. É algo relativamente novo e em evolução no cenário mundial: uma relação baseada na interação entre fornecedores e empresários que vendem, em geral, para consumidores de países desenvolvidos, mercadorias elaboradas por produtores de países em desenvolvimento organizados em associações e cooperativas.
A palavra inglesa fair trade (comércio justo) é empregada internacionalmente para identificá-lo. Segundo a International Federation of Alternative Trade, Federação Internacional de Comércio Alternativo (IFAT), o comércio justo é uma parceria comercial baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior equidade no comércio internacional. Contribui para o desenvolvimento sustentável por meio de melhores condições de troca e da garantia de direitos para produtores e trabalhadores marginalizados, principalmente nos países em desenvolvimento.
O comércio justo não se restringe às relações comerciais; inclui também iniciativas de cooperação entre produtores, importadores e consumidores, que podem inclusive se desdobrar em atividades paralelas ligadas à gestão, ao treinamento de pessoal especializado e ao associativismo.
Quem produz procura valorizar aquilo que oferece ao mercado, mas também sua própria identidade pessoal e coletiva. Quem compra e importa com ética comercial e ambiental pode, por exemplo, financiar previamente o plantio de um produto agrícola para garantir a continuidade de seu fornecimento. E quem consome estabelece um compromisso com os produtores e procura se informar sobre a origem e as condições em que são produzidas as mercadorias.
Agência Ambiente Energia - Como estes dois segmentos interagem?
Elias Fajardo - São duas faces de uma mesma moeda. Não existe comércio justo sem consumidor consciente e vice-versa. Esta é uma tendência em crescimento em todo o mundo. Quanto mais consumidores, comerciantes e prestadores de serviço se organizarem e passarem a cooperar, buscando formas mais eficientes e voltadas para o interesse comum, mais estes segmentos estarão unidos e tenderão a se desenvolver.
Agência Ambiente Energia - Está provado que o modelo de produção e consumo utilizado hoje contribuiu para aprofundar alguns aspectos da desigualdade social e do desequilíbrio ambiental. Como reverter este quadro no Brasil no curto, médio e longo prazos?
Elias Fajardo - Não existem fórmulas prontas nem é fácil reverter um quadro que vem desde a colonização. O Brasil foi construído como uma terra de exploração ilimitada de seus fartos recursos naturais e humanos. E isto levou a um quadro de desigualdade considerado dos maiores do mundo. Mas acredito que o caminho se faz ao caminhar. Os primeiros passos já foram dados e indicam a potencialidade das mudanças. Somos um país em que um pedreiro nordestino inventou uma cisterna de placas de cimento que permite armazenar água sem desperdiçar e que está sendo implantada em massa no Nordeste. Somos o país em que o trabalho voluntário realizado pela Pastoral do Menor diminuiu drasticamente a desnutrição infantil. E assim por diante.
Programas de redistribuição de renda brasileiros estão mudando este quadro no plano econômico, e uma maior conscientização com relação à conservação do meio ambiente também ajuda a compor um bom cenário. Mas há, no entanto, alguns equívocos: um deles, por exemplo, é acreditar que nossas reservas de petróleo do pré-sal são a salvação da lavoura energética. Eventos como o vazamento do Golfo do México - a maior catástrofe ambiental americana - mostram que, tão ou mais importante quanto garantir a tecnologia para extrair petróleo, é gerar e implantar uma tecnologia de prevenção de acidentes. É preciso falar também na necessidade premente de incrementar o uso e a difusão de energias alternativas.
Agência Ambiente Energia - Como está sendo desenvolvido o programa do Sebrae Rio de Cadeias Produtivas e Arranjos Produtivos Locais?
Elias Fajardo - O Sebrae participa da construção de Arranjos Produtivos Locais (APLs), cuja tônica é a seguinte: nos setores em que a produção é frágil e precisa otimizar recursos, créditos e bens de capital, é possível cooperar com o concorrente. Por outro lado, compete-se em outras áreas, e isso aumenta a produtividade. O APL tem uma atividade econômica industrial predominante, mas nele também podem existir outras, como o turismo. Empresas cooperam e uma complementa a atividade da outra. Nas confecções, uma firma corta, outra costura, uma terceira embala e, juntas, fazem a manutenção das máquinas e a gestão. Nesse arranjo, todo mundo pode ser empregado ou empreendedor, vai depender do perfil e da visão de futuro da comunidade. Não se pensa mais só em mão de obra, mas em "cabeça de obra", ou seja, em quem ajuda a elaborar e a fazer. O empregado pode se tornar quase um sócio do empreendedor e crescer profissionalmente. Já o patrão pode se compor com a capacidade produtiva do empregado. E o lucro, assim como o risco, é compartilhado por todos. Se houver mudanças repentinas e inesperadas, uma parte do empreendimento pode morrer e a outra parte se compõe com outros parceiros.
O modelo APL brasileiro é híbrido, composto pelas figuras do empreendedor, do governo e de entidades de fomento e tecnológicas. Alguns exemplos são o pólo de moda íntima de Nova Friburgo e o pólo de moda praia em Cabo Frio. Segundo Renato Regazzi, gerente da Área de Desenvolvimento Industrial e de Setores de Base Tecnológica do Sebrae-RJ, já existem mais de 600 casos no Brasil. Minas Gerais se tornou referência no setor moveleiro, Campina Grande (PB) se destaca em calçados, há um setor de móveis em Paragominas (PA) alimentado com sobras de madeira. Temos também a cachaça de Paraty, a pinga mineira etc. O importante é ser solidário, singular e universal.
Agência Ambiente Energia - Em termos gerais é possível ter esperanças? Está surgindo uma nova economia?
Elias Fajardo - No final do século XX e no início do século XXI, começou a se consolidar uma nova economia, mais ágil e adequada às realidades e aos tempos contemporâneos, mais preocupada com o ser humano do que com índices e números abstratos. Ela se propõe a levar em conta não apenas o interesse dos indivíduos, mas a colaboração e a solidariedade entre pessoas e grupos. E enfatiza muito mais a distribuição da riqueza e da renda do que o crescimento da produção.
Conforme as pessoas adotam novas formas de vida, assim como novos valores, crenças, estruturas familiares, sistemas políticos, expressões de arte e cultura, também vão sendo engendradas novas expressões de riquezas e de sistemas econômicos. Passamos da economia do arado para a da linha de montagem e, agora, estamos adentrando a economia da era do computador, caracterizada pela supremacia do conhecimento.
O resultado disso tudo é uma mudança expressiva e profunda. Manuel Castells, em seu livro A sociedade em rede, define essa nova etapa da economia capitalista como "informacional". Nela a produtividade das empresas, das regiões ou mesmo das nações depende basicamente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar de forma eficiente a informação baseada em conhecimentos.
Portanto, a tecnologia da informação e da comunicação está na base da economia do conhecimento, à medida que permite armazenar, processar e fazer circular rapidamente e com baixo custo um número de dados cada vez maior. Com isso, vem se desenvolvendo uma tendência a empregar a tecnologia como instrumento de inclusão social. Neste caso, talvez se possa falar até num casamento entre os conceitos de economia do conhecimento e de economia da solidariedade.
No Brasil, o ritmo para receber a Copa do Mundo de 2014 está sendo intensificado gradativamente. No Rio Grande do Sul, várias ações acontecem principalmente na área de projetos. Neste mês, iniciam-se as obras de duplicação Avenida Beira-Rio e as obras de revitalização do estádio Beira-Rio, sede gaúcha na Copa do Mundo de 2014.
O Festival do Turismo de Gramado participa desse momento histórico para o país. Já na edição do ano passado, a África do Sul que sediou a Copa de 2010, esteve presente no espaço Destinos em Destaque. A expectativa do Ministério do turismo é que a Copa de 2014 consiga atrair de 500 a 700 mil turistas estrangeiros para o Brasil. Esse número representa 10% a mais que o atual número de visitantes anuais em território nacional.
Gramado, Canela e Bento Gonçalves, são candidatas à base de seleções durante o Mundial. A Secretaria da Copa 2014 realizará, ainda este mês, um seminário com a empresa Match Service, contratada pela FIFA para pré-selecionar os campos base. A previsão é de que os nomes destas cidades sejam divulgados até dezembro.
Os diretores do Festival do Turismo se Gramado sabem que, com a Copa no Brasil, o mundo volta seus os olhos para o país. E isso provavelmente terá reflexos na feira ainda este ano, trazendo um maior número de agentes de viagens internacionais ao evento. "Com certeza a atividade turística será bastante aquecida já a partir deste ano", observa Marcus Rossi. "Acreditamos que, nas próximas edições, a tendência de participação internacional á medida que se aproxima a data, será ainda maior", complementa Eduardo Zorzanello.
O 22º Festival do Turismo de Gramado se realiza de 18 a 21 de novembro, no Serra Park. Considerada a feira de negócios de resultados mais efetivos para o trade brasileiro e sul-americano, o Festival é voltado exclusivamente a profissionais do trade turístico. Em sua última edição, recebeu cerca de 13 mil profissionais com poder de decisão e agentes de viagem da América do Sul.
"Se antes ouvíamos dizer que o Nordeste era o problema, hoje podemos afirmar que é a solução. O futuro para a indústria do turismo." Com essas palavras o ministro do Turismo, Luiz Barretto, saudou o público presente ao 6º Workshoping Trade Brasil, que pela primeira vez é realizado no Nordeste. O evento itinerante reuniu, no Recife (PE), agentes e operadores de turismo dos estados da região.
Em discurso, o ministro falou da importância do Recife no cenário turístico nacional. Cidade que, de 2007 até 2010, recebeu investimentos de R$ 59,73 milhões do MTur para obras de infraestrutura turística. Ao dirigir-se aos agentes e operadores de viagem, Barretto disse que eles são peças fundamentais no processo de preparação do país para a Copa do Mundo de 2014.
O presidente da Trend Operadora, Luis Paulo Luppa, falou da estrutura do evento, onde cerca de 4 mil agentes puderam conhecer produtos da hotelaria apresentados por 150 expositores. E disse que é um espaço importante para a troca de informações entre profissionais de todo o país.
A Trend Operadora,que promove dois workshops por ano, realiza cerca de 4 mil reservas de hotéis por dia para mais de 6 mil agências de viagem. Na sua carteira estão fornecedores 120 mil hotéis no exterior e 2 mil no Brasil, segundo a assessoria de comunicação da empresa.