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Notícias de Bonito MS

A Ecoa - Ecologia e Ação vêm trabalhando desde o ano de 2000 com os coletores de iscas vivas, mais conhecidos como isqueiros, na região do Pantanal no Mato Grosso do Sul. Como resultado desse trabalho a atividade de coleta de iscas tornou-se ambientalmente sustentável e promotora de inclusão social. No início dos trabalhos vários diagnósticos foram realizados para desenvolver novas técnicas e instrumentos de coleta, equipamentos de segurança e estimular formas associativas entre os grupos de isqueiros que atuam no Porto da Manga, Barra do São Lourenço (Comunidades de isqueiros no Município de Corumbá/MS) e Miranda/MS.

Várias pesquisas de campo foram realizadas, e foram firmadas parcerias com diversas instituições.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA‐Corumbá), a Embrapa Pantanal, a Embrapa Agropecuária Oeste e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul foram parceiros-chave neste processo de busca de informações junto aos isqueiros, tais como: levantamentos socioeconômicos percepção ambiental dos pescadores e aplicação do Sistema de Controle de Iscas ‐ SCIscas (na região da Estrada Parque Pantanal).

Vale ressaltar, que todo o trabalho foi elaborado de forma participativa envolvendo isqueiros, pesquisadores e técnicos ambientais da região, o que resultou em uma conclusão crucial a de que o conhecimento tradicional e científico devem ser trabalhados conjuntamente, buscando atingir os mesmos objetivos, compartilhando e inovando as estratégias, testando metodologias e valorizando o conhecimento local, principalmente em um tema tão complexo e delicado como a pesca das iscas vivas no Pantanal/MS.

Ao longo de uma série de reuniões, encontros e trocas de experiências, foram propostas ações estratégicas na busca do desenvolvimento sustentável para a região do Pantanal/MS, sendo que os resultados conquistados, nas regiões trabalhadas, se traduziram em práticas de manejo adequado das iscas vivas, priorizando as tuviras, principais iscas da região. Tais resultados contribuíram para a redução da taxa de mortalidade das iscas e do esforço de captura, assim como para a melhoria da qualidade de vida dos isqueiros, já que a coleta de iscas é uma importante alternativa de geração de renda.

As informações disponibilizadas nesta publicação foram oriundas de um trabalho fundamental para planejar ações para conservação dos recursos pesqueiros no Pantanal, definindo boas práticas de manejo para a coleta das tuviras. Assim, estas informações fazem deste trabalho um guia prático e útil para todos os interessados no assunto, sendo, portanto, uma valiosa contribuição do Programa Natureza e Pobreza, coordenada pela Ecoa e financiado pelo Comitê Holandês da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN NL), na geração de conhecimento sobre a coleta de iscas vivas no Pantanal de Mato Grosso do Sul.

De acordo com o doutor Joe Woodman, da Patient Beyond Borders, nos próximos três ou cinco anos o "centro asiático" do turismo médico serão representados na América Latina por países como Brasil, Colômbia, México e Costa Rica. "Se abordarmos, além da infraestrutura, o Brasil possui uma geografia muito privilegiada e é melhor do que o Canadá, por exemplo. Outro ponto que torna o Brasil especial é possuir o maior hospital da América Latina: o Albert Einstein. O turismo médico ainda está começando no Brasil", analisou.

Embora o Brasil seja uma potencia, o executivo salienta que é preciso mais conhecimento sobre cirurgias cosméticas, perfil do viajante de luxo e saber utilizar a imprensa e ferramentas de marketing para se divulgar. Ele também reforçou que o Brasil deve pensar em vistos específicos para turistas médicos.

Setor terá sete tipos de meios de hospedagem; matrizes foram construídas de forma participativa, após estudo de experiência em 24 países.

Em outubro, o Brasil vai conhecer seu novo sistema oficial de classificação de meios de hospedagem. O anúncio foi feito pelo diretor de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico do Ministério do Turismo (MTur), no Rio de Janeiro (RJ), durante o Congresso Nacional de Hotéis (Conotel 2010).

A nova classificação prevê sete tipos de meios de hospedagem - hotel, pousada, hotel-fazenda, hotel Histórico, cama & café, flat e resort. O sistema foi construído após uma análise da experiência de 24 países e de forma participativa, durante oficinas que contaram com a participação de empresários, acadêmicos e sociedade civil.

"Entre os dias 18 de março e 23 de maio deste ano, o link da classificação hoteleira no Portal do Turismo teve 6,4 mil acessos. Além disso, mais de 300 especialistas participaram das oficinas de construção das matrizes. Isso mostra que o sistema foi elaborado da forma mais democrática possível", afirmou o diretor.

A adoção do sistema, segundo Moesch, terá caráter voluntário. No entanto, o registro no cadastro oficial de prestadores de serviços turísticos do MTur (Cadastur) é um requisito obrigatório para a classificação. "A base das matrizes são infraestrutura, serviços e sustentabilidade. Será um instrumento de comunicação com o turista e o mercado", acrescenta.

A validade será de três anos, diferente do sistema anterior, de 1990, que previa a renovação anual. O sistema também não prevê pontuação. Os meios de hospedagem classificados serão identificados por estrelas e deverão atender a itens mandatários (obrigatórios) ou eletivos (flexíveis). Para receber a classificação, o equipamento deverá cumprir 70% dos requisitos.

Próximos passos

De acordo com o Ricardo Moesch, nos próximos meses serão realizadas ações de disseminação, mobilização e sensibilização, além de cursos de formação de inspetores.

"A qualidade é uma das preocupações do MTur. Não basta ter infraestrutura e aeroportos, é necessário também oferecer um bom atendimento. Incentivar a qualificação é incentivar a qualidade dos serviços", afirmou o diretor.

O projeto de classificação hoteleira é uma parceria do MTur com o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) e a Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM).

O "Águia Verde" representa mais um avanço para a contribuição ambiental e o seu lançamento durante a Copa 2010 teve excelente repercussão. Para cada passageiro com adesão ao projeto e sua compensão, o grupo pagaria a compensão referente ao trecho de ida para a África do Sul.

Isto evoluiu para mais e o grupo Grupo resolveu arcar com o restauro ambiental correspondente ao carbono emitido, no trecho de ida, por todos os torcedores que compraram seus pacotes em agências de viagens - independentemente das iniciativas individuais.

De acordo com dados fornecidos por coordenadores do projeto, para estes deslocamentos, foram emitidas 1.710 toneladas de gás carbônico. Para compensar esse dispêndio, o Projeto Águia Verde vai plantar, a partir deste ano, 4.5 mil árvores. O plantio será feito entre os meses de novembro de 2010 a março de 2011, período de melhores condições climáticas. As áreas exatas onde árvores serão plantadas serão definidas pela Equipe de Florestas da Iniciativa Verde, parceira do Grupo Águia no projeto.

Este é apenas o primeiro passo do projeto, que tem planos ambiciosos para a sua evolução. O objetivo é que em todos os produtos, de to das as empresas do grupo, exista a possibilidade de clientes e parceiros compensarem os carbonos emitidos nas viagens realizadas através do Grupo Águia.

A Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo (ABAV/SP) vai realizar o curso "Geografia Turística: Brasil e suas Regiões" nos dias 30 e 31 de agosto, das 18h30 às 22h30, na sede da entidade. O objetivo das aulas é dar compreensão da geografia, das especificidades, histórias e curiosidades do Brasil para que os agentes de viagens aprimorem os conhecimentos relacionados à criação de roteiros turísticos. Elas serão ministradas por Eluiza Massaro.

Para participar, não associados pagam R$ 150,00; associados R$ 125,00; estudantes R$ 125,00 e associados estudantes pagam R$ 105,00. O valor inclui material didático, coffee-break e certificado. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3223-0555 ou pelo e-mail cursos@abavsp.com.br.

A ABAV/SP fica na Avenida Doutor Vieira de Carvalho, número 115, 8º andar, Metrô República.

No dia 14 de agosto, o projeto da Sociedade Brasileira de Espeleologia - SBE de Portas Abertas apresentou a palestra "Mergulho em Cavernas no Brasil: cenário atual" ministrada pela coordenadora da Seção de Espeleo Sub da SBE (SES/SBE), Drica de Castro (SBE 1524).
Foram abordados temas como mapeamento e planos de manejo para cavernas submersas, além de expedições ao Buraco das Abelhas, Lagoa Misteriosa e Gruta do Mimoso, na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul.

Relato da SBE:

Licença Prévia da Lagoa Misteriosa foi citada em palestra sobre mergulho em cavernas

No dia 14 de agosto, o projeto da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) "De Portas Abertas" apresentou em Campinas (SP), a palestra "Mergulho em Cavernas no Brasil: cenário atual" ministrada pela coordenadora da Seção de Espeleo Sub da SBE (SES/SBE), Drica de Castro (SBE 1524).

Foram abordados temas como mapeamento e planos de manejo para cavernas submersas, além de expedições ao Buraco das Abelhas, Lagoa Misteriosa e Gruta do Mimoso, na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul.

Após um breve relato do histórico do mergulho em cavernas no Brasil, Drica fez um esclarecimento do processo de regulamentação da atividade e do importante papel do Conselho Especializado de Mergulho em Cavernas (CEMEC), um conselho consultivo criado em 2001 com representantes das entidades certificadoras de mergulho em cavernas, do ICMBio/CECAV e da SES/SBE.

Foram abordados aspectos legais da atividade no Brasil e do Termo de Referência (TR) para Cavernas Alagadas que será publicado em breve. O novo TR foi redigido com base nos resultados da Expedição Buraco das Abelhas, atividade realizada pelo CECAV em agosto de 2006 com o objetivo de se estabelecer os parâmetros para Plano de Manejo de Cavernas Submersas.

Durante a expedição foram feitos os trabalhos de campo de biologia, infraestrutura para operação de mergulho e topografia da cavidade. O mapa da cavidade se tornou referência para planos de manejo de cavernas alagadas.

O TR vem sendo utilizado nos processos de licenciamento que estão hoje em andamento como a Lagoa Misteriosa que já obteve a licença prévia e o da Gruta do Mimoso ainda em fase de estudo. Drica falou também sobre o Programa Nacional de Conservação do Patrimônio Espeleológico que, dentre outras medidas, prevê a inserção do Brasil no cenário mundial da prática de espeleomergulho com abertura de um circuito nacional.

Após a palestra houve um debate entre todos os presentes acerca dos assuntos abordados.

Depois do mico-leão dourado, do panda, da baleia, chegou a vez da onça-pintada. Maior felino das Américas e rainha das florestas brasileiras, a onça-pintada se tornou símbolo de campanhas pela preservação da biodiversidade. Ela consta como "vulnerável" na lista de animais ameaçados de extinção do Ministério do Meio Ambiente. Mas na Caatinga e na Mata Atlântica está à beira da extinção. No Pantanal, a onça é vítima de caçadores e da expansão das pastagens. Só na Amazônia a população é razoável, mas pouco estudada. Aliás, a onça-pintada, um animal naturalmente esquivo e misterioso, ainda tem muitos de seus hábitos desconhecidos. Sem medidas emergenciais, a espécie poderia desaparecer de todo o país - à exceção da Amazônia - nos próximos 100 anos.

O estado crítico da onça-pintada mobilizou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que lançará, ainda este ano, um livro com mais de 200 ações de socorro à espécie, entre medidas de curto e longo prazo. As propostas foram esboçadas desde o fim do ano passado, quando o animal foi tema de um workshop em Atibaia, em São Paulo. A cidade sedia o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), órgão do ICMBio responsável pelo estudo de grandes felinos brasileiros.

Salvar a onça-pintada custará R$ 12 milhões, entre o investimento em pesquisas, criação de novas unidades de conservação e educação ambiental. Outra medida cobrada pelo Cenap é o reconhecimento, em até três anos, do animal como símbolo da conservação da biodiversidade brasileira.

Até agora, porém, a espécie está em risco. Estima-se que restem menos de 13 mil onças-pintadas no país - a conta não inclui o Pantanal. Os pesquisadores são cautelosos ao analisar esta contagem, considerando as dificuldades em estudar um animal que percorre áreas tão grandes e embrenha-se na mata virgem da Amazônia. De certo se sabe mesmo que a onça, de predadora temida, tornou-se caça, perseguida por fazendeiros.

- As pesquisas mais recentes mostram que, no Pantanal e na Amazônia, a situação da espécie não é favorável como se imaginava - alerta Rogério Cunha de Paula, chefe-substituto do Cenap. - Sem esses biomas, portanto, a onça-pintada ocuparia um estágio ainda pior do que vulnerável. Se não agirmos, vamos seguir o caminho de Uruguai e Argentina, onde este animal já desapareceu.

Predador não é páreo para cidades e pastagens

Um dos maiores problemas da onça-pintada é a falta de um lugar para chamar de seu. Mais da metade (54%) das áreas de habitat desses felinos não existe mais. O desmatamento pode fazer com que a espécie desapareça, em até cinco anos, de algumas regiões. Segundo os pesquisadores, uma maneira de garantir a sobrevivência das pequenas populações do animal, cada vez mais isoladas pela expansão de centros urbanos e outras atividades econômicas, seria interligar as unidades de conservação. O Cenap dedica-se há três anos à construção do Corredor da Onça, uma estrutura que cumpriria este papel na Caatinga.

- É um projeto que precisa ser negociado cuidadosamente, porque a proteção da onça-pintada não pode restringir o desenvolvimento da população humana que vive entre as unidades de conservação - pondera Rogério Cunha de Paula, do Cenap. - Precisamos do apoio de outros ministérios. Com o projeto, teremos garantida a conservação do felino em uma área de 133 mil de km², que abrange quatro parques nacionais, além de outro ainda em desenvolvimento.

O escudo para a onça seria mais do que bem-vindo. Das 17 unidades de conservação existentes na Caatinga, apenas três têm manejo apropriado para proteger espécies ameaçadas. Nas outras, portanto, o animal está em risco. A consequência imediata é a fragmentação das populações, o que a expõe ainda mais à caça. Na região de Bom Jesus da Lapa (BA), por exemplo, sobraram apenas três felinos.

O Cerrado tampouco é seguro. Neste bioma, a população de onças-pintadas caiu pela metade em apenas 25 anos - sobraram 949, de acordo com o Cenap. Em poucas décadas, 2 milhões de km² desta região (uma área quatro vezes maior do que a Espanha) foram adaptados à agropecuária. Uma baixa significativa para os felinos e suas presas.

As pastagens já chegaram ao extremo sul e ao leste da Amazônia, onde o número de onças-pintadas é uma incógnita. Como toda a floresta ainda de pé serve de habitat para a espécie, estima-se que mais de 10 mil indivíduos adultos vivam por lá. Mas o relatório da Cenap faz um alerta: se o cenário de degradação ambiental continuar, os felinos ficarão praticamente restritos à área ocupada por cinco unidades de conservação. Neste cenário pessimista, a população de onças-pintadas poderia cair para menos de 3 mil indivíduos.

- A Amazônia é uma incógnita - define Ricardo Boulhosa, coordenador-executivo do Instituto Pró-Carnívoros, ONG que participa, com o Cenap, de levantamentos relacionados às onças. - Ainda não sabemos os territórios em que vive a espécie, nem a sua densidade. Estamos preocupados com o Arco do Desmatamento, como é chamada a borda da floresta, uma área muito conflituosa. Ainda sabemos pouco sobre as onças, mas é muito provável que sua situação nunca tenha sido tão arriscada.

No Pantanal, as onças, não raro, são recebidas a tiros. Em pesquisas realizadas ao longo da década, fazendeiros e peões afirmaram que o número de felinos teria aumentado. No embalo dessa impressão popular (e com a revolta aos ataques dos predadores a animais domésticos), jornais locais sugeriram que os animais fossem caçados.

- O suposto aumento populacional não tem comprovação científica - ressalta Sandra Cavalcanti, que coordenou estudos com onças-pintadas do Pantanal para o Instituto Pró-Carnívoros. - Naquele bioma, as grandes propriedades têm sido divididas entre membros da mesma família. Áreas antes remotas, onde não era possível chegar de carro, estão sendo mais exploradas. Hoje, porém, há mais contato do homem com estes animais. Isso pode explicar a crença de que existem mais felinos por ali.

Não há estimativas sobre a quantidade de onças-pintadas em todo o Pantanal. Na área de estudos de Sandra, há, em média, seis delas a cada 100 quilômetros quadrados. Além de monitorá-las, a pesquisadora lidava com julgamentos praticamente imutáveis sobre os felinos.

- Uma questão fortemente arraigada na cultura pantaneira é dar status para quem caça onças - lamenta. - E ainda temos de nos preocupar com a caça comercial e a esportiva, claramente proibidas e feitas às escondidas .

A matança clandestina de onças-pintadas atrai até estrangeiros. No início do mês, o Ibama e a Polícia Federal desmantelaram uma quadrilha que organizava safáris clandestinos no Pantanal. O abate a um indivíduo da espécie custava até US$ 1.500. O número de animais mortos pelo grupo e seus clientes ainda é desconhecido.

Mata Atlântica é campo minado para o felino

A Mata Atlântica não traz qualquer expectativa para os felinos que ainda a habitam. Este é o mais isolado dos grandes biomas e o que sofre maior pressão dos centros urbanos. A perda de habitat é tamanha que não há mais de 170 onças-pintadas adultas em toda a Mata Atlântica.

- Se não promovermos conexões dos locais onde há mais onças para aqueles em que sobraram poucas, há grande chance de acelerarmos o desaparecimento da espécie - alerta Rogério Cunha de Paula, do Cenap. - A Mata Atlântica está isolada, por isso sua situação é bem pior do que a observada nos outros biomas.

A ocupação humana, as queimadas e algumas atividades econômicas produziram efeitos irreversíveis na Mata Atlântica. Apenas 20,4% deste bioma seriam adequados hoje para servir de habitat a uma onça-pintada. É um índice bem menor do que o registrado na Amazônia (84,9%) ou no Cerrado (40,7%), por exemplo.

Uma das regiões mais emblemáticas do bioma é o Alto Paraná, onde a população de felinos caiu 90% em 15 anos. As várzeas do Rio Paraná, habitat mais propício para as onças-pintadas por lá, estão dando lugar a usinas hidrelétricas. Já são 26 represas, com reservatórios de mais de 100 quilômetros quadrados cada.

O Cenap, junto à ONG americana Panthera e ao Instituto Pró-Carnívoros, desenvolveu um software para calcular a longevidade das diversas populações de onças-pintadas do Brasil. Para estimar as chances de sobrevivência da onça, considerou fatores como o número de filhotes, a quantidade de animais caçados e o índice de atropelamentos.

O estudo qualificou como urgentes as áreas que, se não receberem operações substanciais, podem perder suas onças em cinco anos. Uma delas vai da Costa Verde fluminense ao norte de Santa Catarina.

- Essas simulações facilitam a tomada de algumas medidas - explica Ricardo Boulhosa, coordenador-executivo do Instituto Pró-Carnívoros. - Se constatarmos, por exemplo, que atropelamentos são frequentes, podemos reivindicar maior sinalização nas estradas.

Outra alternativa, segundo Rogério, seria a construção de passagens subterrâneas sob rodovias, solução já adotada nos EUA.

- É uma forma de interferirmos na vegetação natural e em estruturas já existentes sem trazer risco aos animais - ressalta. - Precisamos lembrar que as medidas discutidas têm a vantagem de não proteger unicamente as onças-pintadas, e sim todo o meio em que ela está inserida.