Notícias de Bonito MS
Por: Cristiane Prizibisczki
A Justiça de Mato Grosso do Sul livrou, na segunda-feira (7/04), 18 empresas, entre siderúrgicas e carvoarias, da obrigatoriedade de respeitar um Termo de Compromisso de Conduta (TCC), firmado em 2006, que proibia o uso de carvão proveniente de municípios da região do Pantanal e Serra da Bodoquena. Com a decisão, a estimativa feita por um estudo da Fundação Getúlio Vargas de que o Pantanal poderá desaparecer em pouco mais de 45 anos está cada vez mais perto de se concretizar.
O acordo foi firmado após a abertura de um inquérito civil pelo Ministério Público Estadual para "apurar a regularidade da instalação do Pólo Minero-Siderúrgico, bem como eventuais danos ambientais decorrentes". Na época, a preocupação específica era com a empresa MMX, do empresário Eike Batista, que detinha a maior operação da região. A empresa assinou um Termo de Compromisso de Conduta comprometendo-se a não comprar madeira, carvão e outros subprodutos das cidades de Corumbá, Ladário, Miranda, Bodoquena, Bonito, Jardim e Guia Lopes, ainda que prévia e regularmente licenciados.
Depois disso, o Ministério Público Estadual, o Estado do MS, o município de Corumbá, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia de MS (Semac) e o Instituto de Meio Ambiente do Estado (Imasul) firmaram outro Termo de Compromisso de Conduta para as demais empresas da região, vetando a elas o direito de comprar os produtos que vinham destas sete cidades. No entanto, o respiro dado ao Pantanal durou pouco.
Conforme a defesa das empresas que foram ao TJ - a Vetorial Siderurgia Ltda, a Simasul Ltda e outros fornecedores -, o TCC foi firmado "sem o conhecimento e a anuência dos interessados, que foram diretamente atingidos pelas obrigações e vedações impostas pelo termo, onde foi impedido o livre exercício de suas atividades", diz nota divulgada pelo escritório de advocacia Vanessa Lopes, que impetrou o mandado de segurança.
Ainda segundo a defesa, o acordo limita somente o consumo interno de madeira proveniente dos municípios englobados pela medida. Outros Estados, como Minas Gerais, continuaram a consumir a madeira do Pantanal. "Além do conteúdo do TCC extrapolar qualquer conceito legal existente no ordenamento jurídico, houve uma grave ilegalidade, já que as empresas envolvidas não participaram da assinatura deste termo e somente foram notificadas sobre as vedações muito tempo após da assinatura do mesmo", continua a nota da empresa, que ainda dá um cutucão naqueles que lutam por manter o Pantanal em pé: "de uma vez por todas, é necessário ter-se em mente que o equilíbrio do meio ambiente não exclui o desenvolvimento econômico - são ambos direitos fundamentais e devem coexistir".
Nesta semana, o desembargador Paulo Alfeu Puccinelli, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, aceitou os argumentos das 18 empresas beneficiadas com a decisão liminar. Para o promotor de Justiça da comarca de Bonito e especialista em direito ambiental, Luciano Furtado Loubet, há uma incoerência da decisão do Estado, já que ele foi um dos autores do Termo de Compromisso de Conduta em 2006. "Com o TCC, o Estado se comprometeu a não deixar que as empresas comprassem o carvão [das sete cidades]. Como que agora o próprio Estado diz que o documento é ilegal?", questiona Loubet. Segundo ele, a Procuradoria de Justiça de Mato Grosso do Sul avalia entrar com recurso contra a decisão do desembargador Puccinelli.
O que virá?
Mal assumiu a superintendência do Ibama do Mato Grosso do Sul, o engenheiro agrônomo David Lourenço já tem uma batata quente nas mãos. No cargo há apenas alguns dias - ele assumiu oficialmente no dia 28 de março - Lourenço terá que lidar com a possibilidade de um boom no comércio entre as cidades do entorno do Pantanal e o Complexo Siderúrgico. Se este comércio se limitará às carvoarias licenciadas é que é o problema.
Vale lembrar que os casos de comercialização de carvão ilegal na região sempre ocorreram, facilitados pela falta de fiscalização e o desaparelhamento do Estado para a realização de medidas simples de controle - no Ibama de Corumbá, por exemplo, só existem três servidores destinados a esse trabalho, dois eles atualmente realocados para a força tarefa realizada pelo órgão para combater o desmatamento na Amazônia.
A situação se agrava quando considerado o embate que o Ibama vive. Segundo fontes ligadas ao órgão, Lourenço já teria sinalizado que o Instituto deve "pegar leve" com as siderúrgicas. Por outro lado, diante da crise de identidade que o Ibama vive, estuda-se a possibilidade de o órgão eleger o Pantanal como sua bandeira de atuação. Procurado pela reportagem de O Eco, David Lourenço afirmou que "não há qualquer procedência" na informação.
Como a situação na região ficará depois de concedida a liminar às empresas do Pólo Siderúrgico ainda é uma incógnita. Segundo o Chefe do Escritório Regional do Ibama de Corumbá, Ricardo Pinheiro de Lima, ao cair o TCC, o Estado pode, por vontade própria, cobrar que empresas não comprem madeira e carvão do Pantanal. No entanto, ele não é mais obrigado. "Temo que o Estado não vá colocar essa condicionante quando renovar as licenças das empresas existentes ou conceder novas licenças para as que virão", diz. O Procurador Geral do Estado, Rafael Coldibelli Francisco, foi procurado pela reportagem de O Eco para comentar o assunto, mas disse não poder responder as questões até o fechamento da matéria.
Pesa ainda sobre o Pantanal a ameaça de que a autorização para o comércio nas cidades de seu entorno estimule outras empresas a requerer a mesma liberação. "Na minha opinião pessoal, esse fato abriu um precedente perigosíssimo. No caso da MMX, por exemplo, é bem possível que ela diga: Se não está cobrando delas [outras siderúrgicas], por que vai cobrar de mim? Se nenhuma siderúrgica tem o condicionante, temo que vamos perder o controle", lamenta Lima. A empresa MMX também foi procurada por O Eco, mas não respondeu os e-mails enviados.
De acordo com Lima, o Ibama está investigando carvoarias do Mato Grosso do Sul para averiguar possíveis clandestinidades. Nas próximas semanas, o órgão deve dar início a novas ações de fiscalização.
Agora você já pode votar através de celular no representante de Bonito para o Prêmio iBest 2008.
Além de participar pela web, agora você pode indicar o Portal Bonito mandando uma mensagem de texto do celular. Não precisa mais estar na frente do computador, nem conectado na internet.
Basta enviar uma mensagem SMS com o nome Portal Bonito para o número 49120 e eleger o site como o melhor das categorias de Turismo e Mato Grosso do Sul.
O Programa de Qualificação e Certificação em Turismo de Aventura realizou a segunda Oficina Técnica em Bonito nos dias 01, 02 e 03 de Abril de 2008.
A segunda oficina técnica ministrada pelo consultor da ABETA, Sr. Fabio Raimo de Oliveira fortaleceu o compromisso do destino Bonito em parceria com o Ministério do Turismo e SEBRAE que busca certificar os empreendimentos para as conformidades com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Uma novidade é a participação da AGTB, ATRATUR e ABAETUR (Associações regionais de Guias, Atrativos e Agências respectivamente) como parceiros no processo de conscientização junto aos seus sócios como participantes do processo.
Os atrativos participantes: Abismo Anhumas, Barra do Sucuri, Boca da Onça Ecotur, Buraco das Araras, Dive Bonito, Estância Mimosa Ecoturismo, Fazenda San Francisco, Bóia Cross e Cabanas Arvorismo do Hotel Cabanas, Recanto Ecológico Rio da Prata, Rio Sucuri, Ybira Pê e Ygarapé Tour irão disponibilizar durante o mês de abril e maio de 2008, palestras para interagir e facilitar os entendimentos de todo o Sistema de Gestão de Segurança a fim de melhorar a segurança na operação dos atrativos turísticos de Bonito e região garantindo assim a continuidade do destino.
Próximos eventos:
Oficina técnica 3 - de 09 a 11/06/08
2ª Visita Técnica - Agosto de 2008
Mato Grosso do Sul vai receber grupos de turistas estrangeiros em abril e maio para fazer roteiros agrotecnológicos, ecológicos e rurais. A vinda desses turistas é resultado das divulgações internacionais das potencialidades turísticas do Estado, ações promovidas pela Fundação de Turismo (Fundtur).
Dos dias 27 a 30 de abril, um grupo de 25 fazendeiros africanos da Namíbia vai conhecer Bonito, Miranda e o roteiro agrotecnológico na Fazenda San Francisco. Eles devem conhecer as tecnologias usadas na fazenda e o projeto Gadonça (estudo da interação entre grandes predadores carnívoros silvestres e animais domésticos), além de assistir a palestras de técnicos da agropecuária do arroz irrigado e do gado.
A Fundação de Turismo incentiva e divulga às operadoras o roteiro agrotecnolócio científico. "Estamos começando a trabalhar esse segmento e há muita chance de crescimento. A idéia é juntar conhecimento com turismo", disse Matheus Dauzacker Neto, técnico da Fundtur.
Divulgação em feiras
A vinda de seis grupos de 21 italianos é fruto da participação do Estado na Bolsa Internacional de Turismo (BIT) em Milão, Itália, dos dias 21 a 24 de fevereiro deste ano. "A participação em todas as feiras incentiva muito a vinda de turistas estrangeiros. Foi a Fundação que levou o material da operadora e eles se interessaram", afirma Fátima Cordella, diretora da operadora que vai trazer os turistas. Os grupos devem fazer turismo ecológico e rural em Bonito no mês de maio.
Pesquisadores da Embrapa Pantanal e a Área de Comunicação e Negócios da unidade estão envolvidos no projeto GEF Rio Formoso, no município de Bonito, e iniciam suas atividades no município. O projeto começou em 1997, passou por amplo processo participativo da comunidade e de capacitação do corpo técnico. As primeiras ações começaram a mostrar resultados no ano passado.
Financiado pelo Banco Mundial, o GEF (Gestão Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio Formoso) tem como objetivo o uso racional dos recursos naturais. Para isso, realiza ações em áreas demonstrativas para entregar a produtores locais tecnologias de geração de renda com proteção ambiental das propriedades.
Importante pólo de ecoturismo de Mato Grosso do Sul, a cidade de Bonito é famosa por seus rios transparentes, cachoeiras e grutas. A maioria dos passeios turísticos fica em propriedades particulares. O projeto prevê, inclusive, a recuperação de áreas degradadas.
Três pesquisadores da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, já participaram de cursos oferecidos pelo projeto e vão iniciar suas atividades ainda neste semestre. São eles o zootecnista Frederico Lisita e os agrônomos Alberto Feiden e Márcia Toffani.
Lisita já participou de três cursos oferecidos pelo projeto. Ele vai trabalhar com sistema agrosilvopastoril (uso de árvores em faixas nas áreas agrícolas e plantio no meio de pastagens). "Também vamos atuar na recuperação de áreas de preservação permanente e de outras matas, além do uso de espécies forrageiras", disse ele. Segundo o pesquisador, a Embrapa Pantanal já enviou a Bonito sementes de melancia forrageira.
Os agrônomos Alberto Feiden e Márcia Toffani também participaram de um curso do projeto. Ela vai atuar no uso e aproveitamento de resíduos de esgoto, e ele, na produção agroecológica dos assentamentos. "Vamos acompanhar a transição para a produção orgânica e o uso de adubos verdes", afirmou Alberto. O pesquisador disse que pretende implantar uma unidade de observação em Bonito ainda neste mês, com o apoio do zootecnista.
Visita
Na semana passada, comunicadores das três Unidades da Embrapa em Mato Grosso do Sul (Corumbá, Campo Grande e Dourados), da Fundação Cândido Rondon, da Conservação Internacional e do próprio projeto se reuniram em Bonito para conhecer as atividades.
O grupo conheceu os SAFs (Sistemas Agroflorestais) de diversas propriedades, a Usina de Processamento de Lixo, o Viveiro Municipal, nascentes de rios e o assentamento Santa Lúcia. O coordenador técnico local, Airton Garcez, mostrou os primeiros resultados práticos do GEF em Bonito.
SAFs são áreas dentro das propriedades reservadas a um plantio diferenciado, onde ocorre a exploração vertical do espaço. Nessa área é feita uma verdadeira mistura de espécies: mandioca, angico, mamão, café, cana, melancia, abacaxi, guandu, abóbora, pimenta, guariroba, aroeira, amora, bocaiúva, embaúba, flor de mel, entre outras.
Airton explicou que, no início, todas as espécies se desenvolvem bem. Com o tempo, sobrevivem apenas as mais altas e as que suportam sombreamento. As plantas que morrem acabam servindo de matéria orgânica para ajudar no desenvolvimento das outras.
A vantagem do sistema é a possibilidade de recompor matas com a exploração simultânea de algumas espécies. Pela diversidade de plantas, o SAF atrai animais silvestres e pássaros (que dispersam sementes), altera a relação entre umidade e temperatura, principalmente a do solo, e melhora a qualidade do ambiente. "Com o SAF, o proprietário produz o ano inteiro", lembra Airton.
A desvantagem, segundo ele, é a necessidade de mão-de-obra. "Mas o SAF é importante para fixar o homem no campo."
Lixo
A usina de lixo receberá investimentos do GEF ainda neste semestre e passará a processar o lixo orgânico (úmido). O resíduo obtido será reaproveitado na produção de substrato para o viveiro de mudas e como fertilizante natural para os assentamentos de Bonito. "Haverá um retorno econômico indireto", explicou o agrônomo Paulo Sérgio Gimenes, da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) de Bonito. Além disso, o chorume (resíduo líquido do lixo orgânico) poderá ser utilizado para desentupimento de bicos de irrigação.
De acordo com Gimenes, também está prevista a implantação de um biodigestor na usina. Um triturador de galhos será instalado e vai reduzir a quantidade de queima de galhos na área urbana.
Todo esse trabalho será acompanhado de ampla atuação da equipe de educação ambiental do GEF, que já desenvolve atividades em Bonito. "É fundamental que a população colabore com a separação do lixo antes da coleta", afirmou o agrônomo.
Por: Valéria Dias
valdias@usp.br
Os rios, os lagos e as inúmeras cachoeiras da cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul (MS), fizeram do lugar um dos mais importantes pólos de ecoturismo do Brasil. Porém, algumas atividades turísticas realizadas no Rio Formoso, um dos principais da região, podem causar danos ao ambiente, como aponta uma pesquisa de doutorado apresentada na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP em dezembro de 2007.
Pesquisador avaliando a integridade do fundo do Rio Formoso
"Os passeios de bote e o pisoteio por parte dos banhistas podem danificar as tufas, formações calcárias encontradas ao longo do rio, e que são semelhantes a pequenas cachoeiras. Elas levam centenas de anos para se formarem a partir da sedimentação do calcário", explica o autor da pesquisa, o biólogo Paulino Barroso Medina Júnior.
O pesquisador sugere que a avaliação da integridade física e biológica dos ecossistemas utilizados para o turismo em Bonito passe a ser usada como ferramenta de monitoramento e gestão ambiental do lugar. "Para avaliar e monitorar o impacto ambiental causado pelo turismo na região, percebemos que a erosão nas tufas e nas margens do rio, bem como a riqueza de invertebrados bentônicos - pequenos organismos que vivem no fundo do rio - são os indicadores ambientais mais adequados do que a simples medição da qualidade da água", informa.
Tufas são formações calcárias que levam centenas de anos para se formarem
A cidade de Bonito está localizada no Planalto da Bodoquena, a sudoeste do estado de MS, distante 300 quilômetros da capital, Campo Grande. Por ter formação calcária, a região apresenta rios de águas transparentes que oferecem grande visibilidade ao visitante e são muito procuradas para atividades aquáticas, como mergulho e flutuação.
A coleta de dados ocorreu em fevereiro de 2006, no período do Carnaval. Medina Junior analisou 16 empreendimentos localizados ao longo do rio Formoso que oferecem atividades como passeios de bote, arvorismo, trilhas, mergulho, flutuação, banhos no rio e bóiacross, entre outros. "O Rio Formoso tem cerca de 100 quilômetros de extensão. Alguns empreendimentos ocupam 40 metros do rio, outros, dois quilômetros", informa o biólogo, que é professor da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (UNIDERP) e fiscal ambiental do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), órgão ligado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac) do MS.
"A maioria desses empreendimentos está operando sem se adequar às licenças ambientais", informa o pesquisador. De acordo com Medina, eles deveriam apresentar estudos ambientais apropriados e propostas de controle e monitoramento ambiental junto ao IMASUL. "Também é recomendável a realização de uma avaliação específica dos impactos ambientais já gerados pelas atividades em funcionamento e sem a devida licença ambiental."
Erosão nas margens: um dos indicadores ambientais mais adequados para a gestão ambiental
Indicadores adequados
Em cada trecho do rio onde havia atividade turística, o pesquisador recolheu material e analisou as características físicas e químicas da água, os sedimentos (fundo do rio), as tufas, os organismos bentônicos e realizou a caracterização visual do ambiente (presença de erosão, vegetação, condição das margens, ocorrência de habitats para organismos aquáticos ao longo do rio, etc). O biólogo pesquisou também a mata ribeirinha ao longo das duas margens, em uma extensão de 100 metros e a infra-estrutura e as atividades oferecidas pelos empreendimentos.
As análises também permitiram identificar que as atividades em que o visitante apresenta maior contato com o fundo do rio e com as tufas calcárias são as que podem causar maior dano ao ambiente. O arvorismo, no qual o turista tem menor contato com o ambiente aquático, é a atividade que causa menor dano ao rio.
O pesquisador lembra que as áreas visitadas na região são muito sensíveis e que atividades agressivas podem trazer prejuízos. "Usar os indicadores ambientais errados, como o ph e a temperatura da água, por exemplo, para avaliar o impacto ambiental do turismo sobre esses ecossistemas aquáticos pode ser uma estratégia equivocada para monitorar e conservar os ambientes naturais da região. Conseqüentemente, a gestão ambiental da atividade fica comprometida", adverte.
Apesar de ser proibido e de haver placas alertando, turistas sobem nas tufas
Turistas
Medina Junior aplicou um questionário a 373 visitantes dos empreendimentos de turismo situados às margens do Rio Formoso e constatou que quanto menor o grau de exigência ambiental do visitante, maior a tolerância deste com os impactos ambientais provocados pelo turismo nas áreas visitadas. "A maior parte dos turistas possuía nível universitário e, mesmo tendo acesso a informações ambientais, apresentavam um mau comportamento ao utilizarem o rio em suas atividades turísticas", afirma o pesquisador. "Há placas indicando para as pessoas não subirem nas tufas, mas muitas subiam mesmo assim", exemplifica.
De acordo com o pesquisador, o interesse em estudar o tema surgiu ao constatar que haviam poucas pesquisas sobre o impacto ambiental causado por atividades turísticas em ecossistemas aquáticos. "Estudos científicos que subsidiem a correta avaliação e monitoramento ambiental dos impactos da visitação pública sobre os ecossistemas do Planalto da Bodoquena são indispensáveis para a correta Gestão Ambiental do turismo na região", afirma o biólogo.
Imagens cedidadas pelo pesquisador Paulino Barroso Medina Junior
Mais informações: (0XX67) 3355-5063, (0XX67) 8407-7101 ou e-mail medinajr@bol.com.br. Pesquisa orientada pelo professor Evaldo Luíz Gaeta Espíndola
Quer mergulhar em cavernas e nadar com cardumes em rios de águas cristalinas? Vá para Bonito. São mais de 30 opções de passeio. E anote: as belezas naturais da cidade, no sudoeste do Estado de Mato Grosso do Sul, ficam ainda mais exuberantes entre os meses de dezembro e março, época de chuvas na região. A temporada das águas deixa a vegetação muito mais verde, os animais aparecem, porque sobra alimento nas matas, o nível dos rios está alto e as cachoeiras, com quedas volumosas.
Com tanta água transparente, a grande vedete dos roteiros em Bonito (www.bonito-ms.com.br) é a flutuação. Com roupa especial de neoprene, máscara e snorkel, é possível flutuar em rios sem correnteza e observar tanto a flora subaquática quanto peixes pantaneiros, como pintados, pacus e dourados.
Há vários rios recomendados para esse tipo de atividade. O da Prata, Formoso, Sucuri e do Peixe são alguns deles. O primeiro passeio começa com caminhada em trilha de mata nativa por uma hora. Depois, é só relaxar e flutuar por 2 quilômetros nos Rios Olho dÁgua e da Prata, um dos mais cristalinos da região.
Já o Rio Formoso faz parte de uma atração chamada Bonito Aventura. Depois de caminhar por 2 quilômetros, o viajante pode praticar mergulho livre por 2.200 metros. O Formoso tem cavidades e troncos submersos. Em um trecho mais à frente, há corredeiras, que dão um toque de adrenalina no passeio.
O Sucuri tem águas tranqüilas. Cardumes não faltam. A flutuação é feita em percurso de 2 km, que dura 45 minutos. O rio fica na Fazenda São Geraldo. Lá há trilhas na mata que podem ser feitas a cavalo, de bicicleta ou quadriciclo.
O Rio do Peixe é outro bom passeio. Uma trilha leva a 11 cachoeiras e piscinas naturais de águas transparentes. Pode-se fazer, além da flutuação, mergulho e observação de peixes. Para quem quer deixar o snorkel de lado e curtir correnteza, uma opção é encarar o bóia cross nas cachoeiras do Rio Formosinho. Há mais de sete corredeiras no trajeto.
As grutas também não podem ficar de fora. A do Lago Azul tem de estar no topo da lista. Trata-se de uma formação geológica de rochas calcárias, com 100 m de largura e 70 de profundidade, cheia de espeleotemas (estalactite e estalagmite). No fundo, há um lago de águas transparentes, que parece um espelho azulado.
Para os amantes da aventura, o desafio é encarar o Abismo Anhumas, uma fenda no chão que mostra a entrada de uma caverna. Para descer os 72 m até o fundo só de rapel.