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Notícias de Bonito MS

O ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto e o deputado federal João Eduardo Dado (SP) proferem palestra hoje, sobre Reforma Tributária, no Zagaia Eco-Resort Hotel, na cidade de Bonito. Os dois foram convidados pela Associação dos Fiscais de Rendas de Mato Grosso do Sul (Fiscosul) e pelo Sindicato dos Fiscais de Rendas de MS (Sindifisca).

As duas palestras fazem parte da programação do quinto Encontro Estadual dos Fiscais de Rendas do Estado, que acontece a cada dois anos com objetivo de integrar a categoria e discutir assuntos de interesse em nível estadual e nacional.

A abertura oficial do evento será às 19h, com a presença de autoridades convidadas e em seguida acontece palestra sobre Reforma Tributária. A primeira noite encerra com jantar e show do instrumentista Marcelo Loureiro.

Rigotto criou um instituto de estudos tributários que leva seu nome que tem por objetivo fomentar o debate entre formadores de opinião e sociedade em torno das grandes questões da política e da economia nacionais e das reformas estruturais do País.

João Eduardo Dado é agente fiscal de rendas e deputado federal eleito pelo estado de São Paulo. É formado em engenharia civil e ciências contábeis, com especialização em cálculos atuariais e previdenciários.

Por: Fernando Fernandez

Se você fosse uma arara azul e morasse no Pantanal, você provavelmente não gostaria muito dos tucanos-toco. Tucanos-toco são os maiores predadores de ninhos de araras azuis no Pantanal. No entanto, para a sobrevivência da sua espécie, você dependeria de seu maior inimigo.

Esta fascinante história de uma ironia da conservação foi contada em um artigo que saiu no número de março de 2008 na influente revista Biological Conservation1. Os autores do estudo, realizado na Fazenda Rio Negro, em pleno coração do Pantanal, são quatro pesquisadores brasileiros, Marco Aurélio Pizo, Camila Donatti, Neiva Maria Guedes e Mauro Galetti. O artigo é uma pequena jóia, que não só ajuda a entender o que precisamos fazer para ajudar as araras azuis, mas também fornece um excelente exemplo da importância da pesquisa científica para a conservação em geral.

As araras precisam de muita ajuda. A arara azul, Anodorhynchus hyacinthinus, é o maior psitacídeo do Mundo, ou seja, a maior de todas as espécies de arara, papagaio e seus aparentados. São animais imponentes e majestosos, cujos gritos enchem os grandes espaços do céu do Pantanal - onde existe a maior população remanescente da espécie. Mas os espaços estão encolhendo a cada dia para as araras azuis. Cobiçadas pelo tráfico de animais como bichos decorativos, ilhadas pela perda de seu habitat, elas são consideradas ameaçadas e estão se tornando rapidamente cada vez mais raras.

Araras azuis são bichos muito exigentes, o que não ajuda nem um pouco as perspectivas da espécie no mundo de hoje. Elas se alimentam exclusivamente dos frutos de apenas duas espécies de palmeiras. Além disso, nidificam em árvores, mas não são capazes de cavar as cavidades para fazer seus ninhos. Necessitam de grandes cavidades pré-existentes, que só existem em árvores de grande porte e velhas - com mais de 60 anos de idade. Árvores assim, por sua vez, são cada vez mais escassas, em meio às transformações pelas quais passa o Pantanal. Pior ainda, uma pesquisa anterior feita em parte por uma das autoras do artigo - Neiva Guedes - mostrou que 95% dos ninhos de araras azuis no Pantanal são feitos em uma única espécie de árvore: o manduvi, Sterculia apetala. O manduvi, uma imponente árvore que pode alcançar 35 metros de altura, produz grandes frutos, cada um com três a oito grandes sementes dispersadas por aves. O próprio manduvi está fortemente pressionado no Pantanal, pela transformação de regimes de pecuária extensiva em intensiva.

Os autores investiram muitas horas observando que aves visitavam os manduvis frutificando. Quatorze diferentes espécies de aves vieram comer os frutos dos manduvis, mas os visitantes mais freqüentes, de longe, eram os tucanos-toco, Ramphastos toco - aqueles que são nosso estereótipo de tucano, com seu grande bico amarelo. Eles respondiam por quase dois terços de todas as visitas. Tucanos-toco e seus parentes menores, os araçaris, eram os únicos legítimos dispersores de sementes dos manduvis: aves com grande bicos, capazes de engolir as sementes inteiras, sem quebrá-las, e levá-las para longe da árvore-mãe. Porém, os araçaris, com menos de 8% das visitas, eram apenas dispersores de importância secundária, enquanto os tucanos-toco eram sem dúvida os dispersores principais do manduvi.

Outra análise mostrou que embora a abundância de plântulas de manduvi diminuísse à medida que aumentava a distância da planta mãe, a maioria dos adultos de manduvi estavam espaçados mais de trinta metros do adulto mais próximo. Daí, Pizo e seus colaboradores inferiram que a dispersão para longe da planta mãe - a qual as cutias e os porcos do mato usam para localizar e predar as sementes - era importante para a sobrevivência e o estabelecimento dos adultos de manduvi. Ou seja, os tucanos, ao dispersarem suas sementes, estavam prestando um serviço crucial para a árvore.

Os tucanos-toco, porém, estão longe de serem apenas pacíficos comedores de frutos; são bichos vorazes que não ficam só nisso quando visitam os manduvis. Neiva Guedes, num trabalho laborioso, subiu em centenas de árvores e visitou um total de nada menos que 346 ninhos de araras, em seis diferentes anos, observando a situação dos ninhos. Em muitos casos, ela encontrou que os ninhos haviam sido predados e os ovos das araras azuis haviam sido devorados. O suspeito do "crime" podia ser identificado, na grande maioria dos casos, por uma série de evidências, incluindo observação direta do predador, indícios tais como pelos, penas e marcas deixadas nas cascas dos ovos, ou um predador ter se instalado no ninho. Vários predadores foram identificados, incluindo gralhas, gambás e quatis. No entanto, um mesmo suspeito foi indiciado na maior parte dos casos. Com uma média de 53,5% de todos os ovos predados anualmente, o maior predador de ovos de araras azuis foi... você adivinhou, o tucano-toco.

Ou seja, para ter lugares adequados para fazer seus ninhos, as araras azuis necessitam de manduvis. Os manduvis, para sua reprodução, necessitam de tucanos-toco, que são também os maiores predadores de ninhos das araras. Portanto, as araras, para sua própria reprodução, necessitam de um de seus maiores inimigos.

A história toda encerra algumas importantes lições, sobre a sutileza das intrincadas relações ecológicas, e sobre a importância da pesquisa científica para a conservação. Conservar os bichos e as plantas? Sim, claro, é para isso que nós estamos aqui. Mas bichos e plantas dependem de processos ecológicos, de interações com outras espécies. Conserve funcionando bem os processos ecológicos dos quais o bicho depende, e você conservará o bicho. Na ausência da pesquisa de Pizo e seus colegas, quem teria ousado propor, em sã consciência, que se tomasse medidas para conservar o tucano-toco, ave ainda relativamente comum, e conhecida como voraz predador? No entanto, proteger o tucano-toco pode hoje parecer uma medida crucial para garantir às araras o suprimento de manduvis para nidificação.

Claro que, como sempre em ciência, ainda há muito a aprender - o que só torna a história toda ainda mais interessante. Por exemplo, toda esta situação encontrada hoje já é, até certo ponto, artificial. Será que a dependência das araras sobre os manduvis seria tão grande se outras árvores de grande porte do pantanal, que talvez também pudessem fornecer ninhos adequados, já não tivessem tido suas populações reduzidas? Será que na situação atual os prejuízos diretos causados pelos tucanos às araras, pela morte de seus filhotes, não superam os seus benefícios via manduvi, do qual afinal não são os únicos dispersores? Estas são questões fascinantes de uma tal de ecologia, uma ciência que é confundida com suas próprias aplicações. As respostas são fundamentais para que saibamos fazer as coisas certas para conservar as araras azuis na difícil situação em que essas magníficas aves se encontram.

Mas será que não há uma ironia ainda maior nisso tudo? Será que o dilema da arara azul dependendo do tucano não é, de certo modo, simbólico da situação da natureza como um todo? Os problemas que a conservação da natureza enfrenta são causados pela nossa própria espécie. Nós deixamos os bichos e as plantas nas situações dramáticas em que hoje estão. Ao mesmo tempo, só nós, com conscientização, com vontade política e com boa ciência aplicada, podemos virar este jogo. A natureza como um todo, assim como as araras azuis, depende daquele que tem sido o seu maior inimigo.

Referência:
1 - Pizo, M. A., Donatti, C. I., Guedes, N. M. R. & Galetti, M. (2008). Conservation puzzle: endangered hyacinth macaw depends on its nest predator for reproduction. Biological Conservation, 141: 792-796.

Fernando Fernandez - Biólogo, PhD em Ecologia pela Universidade de Durham (Inglaterra). Professor do Departamento de Ecologia da UFRJ, seu principal interesse em ensino e pesquisa é a Biologia da Conservação.

A informação do Banco Central do Brasil indica que em Março as receitas geradas pelos turistas estrangeiros que visitaram o País cresceram 19,4%, o que equivale a mais 84 milhões que no mês homólogo de 2007, para 518 milhões de dólares (cerca de 331,6 milhões de euros).
Este montante é o segundo mais elevado desde Janeiro de 2006, só ficando aquém dos 595 milhões de dólares registados em Janeiro passado.

O aumento médio homólogo das receitas no primeiro trimestre está em 20,7%, o que equivale a mais 276 milhões de dólares, para 1.608 milhões de dólares (cerca de 1,03 mil milhões de euros).
Face a 2006, o crescimento das receitas é de 32,5% ou 394 milhões de dólares.

A Bolívia deverá criar o período de defeso na sua área de Pantanal, coincidindo com a época de proibição da pesca nos rios de Mato Grosso do Sul, em especial o Paraguai, de novembro a fevereiro. A medida está sendo articulada pela Secretaria-Executiva de Meio Ambiente com os organismos ambientais do governo boliviano.

O fechamento da pesca em ambos os lados da fronteira é resultante das discussões e acordos firmados durante o encontro transfronteiriço dos municípios pantaneiros de Mato Grosso do Sul e da Bolívia, realizado nos dias 18 e 19 em Puerto Quijarro. No evento também se discutiu outros temas comuns, como segurança e saúde.

Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Ricardo Eboli, o envolvimento da Bolívia nas políticas de controle e redução da pressão ao estoque pesqueiros do Pantanal é fundamental para a garantia das espécies que sofrem maior impacto com a pesca esportiva. Quinze por cento do território pantaneiro fica na Bolívia.

O acordo a ser firmado abrange a área de planície que faz fronteira e situa-se na influência das lagoas Gaíva, Uberaba e Mandioré, ao norte de Corumbá. Na reunião em Puerto Quijarro, o secretário propôs a implantação do defeso pela Bolívia para permitir um maior controle do acesso de pescadores em toda a faixa de fronteira interligada pelas lagoas.

A cidade de Três Lagoas sediou dias 23 e 24/04, o Fórum de Secretários e Dirigentes de Turismo de Mato Grosso do Sul. O evento aconteceu no saguão do Hotel OT.

A reunião ordinária contou com a presença da Prefeita Simne Tebet e dos representantes dos municípios de Sidrôlandia, Iguatemi, Rochedo, Corguinho, Aparecida do Tabuado, Nova Andradina, São Gabriel do Oeste, Campo Grande, Brasilândia, Naviraí, Ribas do Rio Pardo, Nioaque, Bonito, Miranda, Corumbá, Três Lagoas, entre outras cidades.

Os assuntos a serem debatidos pelo Fórum foram divididos por regiões (Campo Grande e Região, Pantanal, Rota Norte, Nova Andradina e Região, Serra da Bodoquena e Região). Vários assuntos entraram na pauta como a implantação do Projeto de Sinalização do Corredor Turístico MS- 080, elaboração do Calendário de Eventos Turísticos e Culturais de MS, Projeto para a Segurança da BR 163, implantação do Concurso para escolher as 14 maravilhas de Mato Grosso do Sul, entre outros assuntos.

O assunto de maior destaque é o "3º Salão de Turismo - Roteiros do Brasil", que ocorre entre os dias 18 a 22 de junho, que será realizado em São Paulo. O prato típico de Três Lagoas - Tilápia com Provolone de Arapuá será o grande representante do Mato Grosso do Sul.

Segundo o assessor de Turismo de Três Lagoas, Idevaldo Garcia Leal Junior, o Fórum proporciona aos dirigentes uma série de benefícios, dentre eles a troca de experiências e a avaliação de novas tendências.

De acordo com dados divulgados ontem, dia 28, pelo Banco Central (BC), US$ 518 milhões ingressaram na economia do país no último mês por meio do gasto de turistas estrangeiros. O valor, 19,44% superior aos US$ 434 milhões registrados em marco de 2007, rende ao mês o posto de melhor março de todos os tempos e o de segundo melhor mês de toda a série histórica, iniciada em 1969. Março fica atrás apenas de janeiro deste ano (US$ 595 milhões). Com o último resultado, o acumulado do ano chega a US$ 1,608 bilhão - sendo esta a primeira vez em que a barreira de um bilhão e meio de dólares é ultrapassada logo no primeiro trimestre do ano.

O desempenho do trimestre é 20,72% maior que o mesmo período de 2007 (US$ 1,332 bilhão) e já se aproxima das receitas geradas em todo o ano de 2001 (quando os estrangeiros desembolsaram US$ 1,731 bilhão no Brasil) e também de 2002 (US$ 1,998 bilhão). Para a ministra do Turismo, Marta Suplicy, o volume de recursos alcançados no primeiro trimestre deste ano demonstra a força da atividade turística: "Os dados confirmam a consistência do trabalho de promoção internacional do país, desenvolvido pela Embratur [Instituto Brasileiro de Turismo] junto aos esforços da iniciativa privada. Temos trabalhado para fazer do turismo um dos principais itens da nossa pauta de exportações. Na pauta de serviços, turismo figura no primeiro lugar da lista, com 24% das exportações", avaliou.

A presidente da Embratur, Jeanine Pires, reforça que o turismo é um dos grandes setores indutores da economia nacional. "Se fizermos o exercício de comparar o setor com os principais bens exportados pelo Brasil, o turismo fica na quarta posição, à frente dos automóveis. Na pauta de serviços, é seguido por transportes [19,2%] e serviços prestados às empresas [12%]."

Recorde de 2007 - Números do BC divulgados em janeiro também atestaram que o ano passado foi o melhor da história do turismo brasileiro em relação ao ingresso de divisas por meio do gasto de turistas estrangeiros. O Brasil fechou o ano com US$ 4,953 bilhões recebidos com a atividade, valor que superou em 14,75% os US$ 4,316 bilhões registrados em 2006 - até então a melhor marca da série histórica.

O constante crescimento do comércio eletrônico está fazendo as vendas de passagens aéreas, pacotes de turismo, estadias em hotéis e aluguéis de carro ir às alturas. O site Decolar.com aumentou em 155% o seu faturamento em 2007.

A agência de viagens on-line superou as agências e operadoras tradicionais que cresceram 14,8% no mesmo período. Para continuar crescendo, o portal terá um investimento de cerca de R$ 10 milhões neste ano.