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Notícias de Bonito MS

O turismo voltado para a ciência, atividade em ascensão no país, ganha agora o primeiro site dedicado exclusivamente ao tema na internet brasileira. O blog "Turismo Científico", criado e mantido pelo biólogo, fotógrafo e guia naturalista Daniel De Granville Manço, está no ar desde o dia 3 de junho.

Como projeto de conclusão do curso de Especialização em Jornalismo Científico, oferecido pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas - SP (Labjor - Unicamp), Daniel desenvolveu o site de forma voluntária. Todas as informações foram obtidas e compiladas sem qualquer espécie de patrocínio ou contrapartida por parte das instituições mencionadas, garantindo assim a isenção e lisura dos dados apresentados.

No blog estão disponíveis informações sobre a história do turismo científico no Brasil e no Pantanal (desde os primórdios da atividade com os viajantes-naturalistas do Século XIX), os projetos em andamento atualmente, os destinos e operadoras de turismo que oferecem tais programas, entrevistas com especialistas na área (operadores e pesquisadores e turistas), depoimentos, reportagens, links e outros assuntos.

O endereço do blog Turismo Científico é www.cienciaeturismo.blogspot.com.

Na semana do meio ambiente, Mato Grosso do Sul foi destaque na televisão nacional. Desta vez foi a Rede Record que apresentou segunda-feira (2), um especial sobre o Pantanal sul-mato-grossense.

A equipe do programa Repórter Record visitou as belas paisagens do pantanal sul-mato-grossense, revelou a fauna e a flora, passeou de chalana, e saboreou um churrasco no meio da mata.

A reportagem apresentou também as cavalgadas em terras alagadas, a degustação de carne de jacaré, o trabalho das comitivas pantaneiras, o uso medicinal da flora pantaneira pelo homem local, as pesquisas científicas realizadas visando a conservação de espécies nativas.

A equipe também aproveitou para pescar com o cantor e compositor Almir Sater, renomado violeiro sul-mato-grossense, visitou as escolas pantaneiras e mostrou ao Brasil o artesanato regional.

O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), localizado na Capital, também foi visitado pela equipe de reportagem, que mostrou o tratamento e a reabilitação dado aos animais silvestres vítimas de maus-tratos e do tráfico.

De acordo com o site da rede, o pantanal sul-mato-grossense é "Uma terra de segredos. De gente única. De povo forte. E belas paisagens. Onde a natureza insiste em sobreviver".

Em duas semanas, terá início a terceira edição do Salão do Turismo - Roteiros do Brasil. O evento, que acontece de 18 a 22 de junho, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, vai levar ao grande público os principais roteiros de cada estado brasileiro e ainda oferecer pacotes com descontos, segundo informações do Ministério do Turismo.

A idéia do salão é juntar em um mesmo local a promoção e as vendas diretas ao publico final: além de operadores e agências de turismo, haverá balcões de venda de hotéis, locadoras de veículos, empresas aéreas e outros serviços. Os roteiros poderão ser visitados dentro do salão, não só por meio de vídeos, fotografias e prospectos, mas pelo contato com a gastronomia, o artesanato e a cultura de cada região.

Desde 1992, o governo de Mato Grosso do Sul desenvolve uma iniciativa exemplar na área de educação sócio-ambiental: o Projeto Florestinha, que ensina crianças e jovens de 7 a 16 anos a serem cidadãos com consciência ambiental.

O trabalho é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Trabalho, Assistência Social e Economia Solidária (Setass), Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac) e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), através da Polícia Militar Ambiental (PMA).

Os alunos, em sua maioria, são de origem humilde e em situação de vulnerabilidade social, que se candidatam voluntariamente ou são indicados pelas escolas para integrar o projeto.

Hoje (4), às 9 horas, as crianças integrantes do Projeto Florestinha receberão o prêmio Ecologia, oferecido pela Câmara Municipal de Campo Grande a instituições que se destacam na área ambiental. Na ocasião será apresentado o teatro de fantoches, utilizado em ações de educação ambiental pelo grupo.

Projeto

Em Corumbá, Três Lagoas, Bataguassu e Bonito, o projeto é desenvolvido em conjunto com as respectivas prefeituras, sendo aprovado pelas sociedades locais. Tanto que, em Bonito - principal pólo turístico do Estado - foi fundada a "Praça do Florestinha", localizada na avenida principal da cidade, onde há uma estátua de bronze de uma criança fardada. Em Três Lagoas e Bataguassu, meninas também fazem parte do projeto.

Na capital, são 50 meninos na faixa etária de 12 a 15 anos, que nas tardes de segunda a sexta-feira, saem das escolas onde estudam e se dirigem ao Parque Estadual das Matas do Segredo, unidade de conservação ambiental estadual localizada na área urbana de Campo Grande, onde fica a sede do projeto Florestinha.

Rotina disciplinar

Ao chegarem à sede, os "soldados" entram em formação, hasteiam a bandeira nacional e almoçam. Em seguida, têm aulas de reforço escolar com três professores da rede estadual de ensino. Depois fazem um lanche e seguem para aulas práticas de educação ambiental com os guardas-parque. O coordenador do projeto Patrulha Florestinha, soldado Éder Dias Cassani, da PMA, conta que os alunos novos chegam imaginando que tudo é uma grande brincadeira mas, aos poucos, vão tomando consciência do valor do aprendizado que adquirem no local.

"Eles passam por um regime disciplinar militar, aprendendo os valores morais e éticos da sociedade e, de acordo com o comportamento, adquirem patentes militares tal como nas corporações militares", diz o coordenador dos "florestinhas", como são carinhosamente chamados.

Elvis Rodrigues Trelha, de 15 anos, é um exemplo. O jovem está no projeto há três anos e já alcançou o posto de sargento, dando ordens de formação e estabelecendo normas para determinadas atividades, tudo sob a supervisão do soldado Cassani, da PMA. "Um amigo me chamou para participar há alguns anos, dizendo que era muito legal. Eu vim e gostei muito, enquanto ele desistiu. Acho muito importante o projeto, pois aprendemos sobre a biodiversidade, temos noções de preservação ambiental, aulas de espanhol e de educação física. Se não estivesse aqui, estaria em casa assistindo televisão, de pernas pro ar", relata o sargento de 15 anos.

As aulas de educação ambiental são as preferidas dos garotos. Eles entram em formação de fila indiana e têm as normas na ponta da língua: ao adentrar na mata, o silêncio deve predominar, por respeito ao habitat dos animais e para os avistamentos da fauna, que não são raros, muitas vezes de ofídios, mamíferos e aves.

A flora do cerrado também é velha conhecida dos garotos, que sabem muito bem a localização de jequitibás, aroeiras, jatobás e copaíbas, além de revelarem conhecimento sobre ervas medicinais. Nos 180 hectares do parque, existem 33 vertentes que formam a nascente do córrego Segredo - um dos principais que cortam a capital sul-mato-grossense - e que não são visitadas sempre, por serem trechos de conservação permanente.

Muitas vezes, devido à idade dos meninos, as ordens não são obedecidas e, nesses casos, as advertências não podem ocorrer freqüentemente. "Temos psicólogas e assistentes sociais que conversam com todos os integrantes, além de reuniões periódicas com os pais deles. Existe também um contato direto com as escolas onde eles estudam, de forma que o boletim escolar com notas boas é fundamental para a permanência dos meninos no projeto", explica Cassani.

Ao atingirem 16 anos, os rapazes são encaminhados ao mercado de trabalho através de outros projetos de integração social do governo e das prefeituras, além de parcerias com empresas privadas.

Ações educativas

Ao longo do ano, os alunos participam de atividades de divulgação das noções de preservação ambiental, realizando panfletagem, participando de blitze educativas e apresentando teatro de fantoches, com uma peça teatral que trata dos perigos causados pelo fogo em áreas de floresta.

Nos meses alusivos a datas ambientais, como o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) e o Dia da Árvore (21 de setembro), os jovens difundem o aprendizado para alunos de outras escolas, através de plantios de mudas nativas e palestras.

O capitão Ednilson Queiroz, chefe de comunicação da PMA, relata que o trabalho de difusão do aprendizado tem tido grande retorno junto à população, pela sensibilização da causa do meio ambiente. "Temos percebido uma diminuição considerável das infrações ambientais, que é nosso principal objetivo", declara.

"A sensibilização das gerações futuras é a melhor forma de se evitar a degradação dos recursos naturais e os florestinhas serão agentes difusores de tudo o que aprenderam ao longo de suas vidas", finaliza o capitão Ednilson.

Embrapa Pantanal e Conservação Internacional lançam jogos interativos nesta semana.

A Embrapa Pantanal e a Conservação Internacional (CI ) estão lançando o CD "Nossos Bichos" - Mamíferos do Pantanal, elaborado pelo pesquisador Guilherme Mourão e sua orientanda Ísis Medri. Dois lançamentos foram programados: um em Campo Grande, no dia 4 de junho, e outro em Corumbá, no dia 10.

O material estará disponível para download no site www.cpap.embrapa.br a partir das 18h desta quarta-feira, dia 4. Basta o internauta acessar o link CD Nossos Bichos, no site da Embrapa Pantanal, e preencher os dados solicitados. Após este preenchimento, o internauta receberá em seu email o link para download.

Em Corumbá, Guilherme fará uma demonstração do CD e prepara a distribuição de um exemplar para cada escola presente no encontro mensal com todos os professores e diretores de escolas municipais. Será às 14h, na escola Rachid Bardauil.

Em Campo Grande o lançamento do CD foi organizado pela CI e será na Lalai Doces, às 18h30, junto com outras duas publicações da Conservação Internacional: o livro Fazenda Rio Negro: Tradição e Conservação no Pantanal Mato-Grossense e a revista Biô.

Segundo Guilherme, o CD foi concebido a partir de palestra interativa que o pesquisador da Embrapa Pantanal preparou para um fórum em um colégio de Corumbá. O material foi adaptado e se transformou em dois jogos educativos para crianças do ensino fundamental. Pelo CD, crianças aprendem muito sobre a fauna do Pantanal: os nomes dos bichos, o que comem, seus hábitos, pegadas e sons.

"É preciso conhecer para conservar. A educação ambiental é fundamental para que as crianças aprendam desde cedo sobre a importância da conservação da biodiversidade", diz o pesquisador da Embrapa-Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O CD contém ainda um arquivo com informações adicionais de cada animal citado com o objetivo de apoiar os professores na sala de aula, além de uma bibliografia adicional para aquele que desejar se aprofundar no conteúdo.

"O material oferece às crianças a possibilidade de aprender brincando sobre biologia e conservação de espécies", diz Mariza Silva, especialista em articulação ambiental da CI-Brasil e coordenadora geral do projeto do CD.

A Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) está executando, por meio do Centro de Pesquisa e Capacitação (Cepaer), um experimento que avalia as melhores condições para o desenvolvimento de mudas de guavira - espécie nativa do cerrado utilizada na alimentação e com fins medicinais no tratamento de alguns sintomas, como por exemplo, a diarréia.

Desenvolvido em parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), o experimento concentra-se no teste de seis diferentes tipos de substratos e de três níveis de luminosidade. Para realização da pesquisa foram plantadas 570 mudas.

De acordo com a pesquisadora responsável pelo projeto, Ana Cristina Ajalla, a avaliação no desenvolvimento das mudas está sendo feita a cada trinta dias. "O que se leva em conta nestas avaliações periódicas são características como a altura das plantas, o número de folhas, o tamanho das folhas e o diâmetro do coleto. No final das avaliações pretende-se identificar em qual tipo de substrato e com quais condições de luminosidade a planta se desenvolve melhor", explica Ajalla.

Um dos principais objetivos do projeto, segundo a pesquisadora, é estimular a preservação da espécie, que atualmente vem sendo aproveitada somente por meio do extrativismo. "Para que não entre em extinção é necessário que a guavira saia da condição de extrativismo e passe a ser produzida comercialmente", ressalta.

A previsão é de que o projeto seja concluído num período de três anos e que o resultado seja divulgado por meio de artigo científico publicado em revistas especializadas e também através de boletins técnicos produzidos pela Agraer.

Após a conclusão deste experimento, a pesquisadora pretende iniciar novos estudos com a guavira. Um deles será feito por meio da coleta do fruto nas regiões de Campo Grande, Dourados e Bonito, com o objetivo de identificar as diferenças encontradas no desenvolvimento do fruto de uma região para outra.

Outro estudo que deverá ser realizado pela pesquisadora se concentrará na análise das condições de germinação da guavira. "A guavira é uma espécie que apresenta um alto nível de perda na etapa da germinação. O objetivo, com este estudo, será o de analisar se a espécie é suscetível a doenças e criar mecanismos para diminuir esta perda", conclui Ajalla.

Começou ontem, em Bonito, a 14ª edição da RELARE -- Rede de Laboratórios para a Recomendação, Padronização e Difusão de Tecnologia de Inoculantes Microbianos de Interesse Agrícola.

A RELARE tem como objetivo apoiar e estimular o trabalho técnico, científico e industrial na área de inoculantes microbiológicos de interesse agrícola, além de estabelecer as normas técnicas para
recomendação. A 14ª edição da RELARE é uma realização da Embrapa Agropecuário Oeste, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -- Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e conta com o apoio da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes-ANPII.

A RELARE é constituída por representantes de instituições que exercem trabalhos de pesquisa, divulgação ou análises de inoculantes microbiológicos de interesse agrícola e empresas que estejam registradas no MAPA como produtoras e/ou importadoras de inoculantes. A Assembléia Geral da RELARE é o órgão máximo da associação, que se reúne em caráter ordinário de dois em dois anos, sendo composta por representantes institucionais devidamente credenciados. Além desses representantes, a participação na Assembléia Geral da RELARE é facultada a todos os interessados na temática do evento.

Segundo o atual presidente da RELARE e pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Fábio Martins Mercante, "o paradigma para a sustentabilidade dos agroecossistemas reside na otimização da eficiência biológica, daí a grande importância da RELARE, no sentido de se obter uma produção sustentada associada à melhoria ou manutenção da qualidade ambiental, promovendo avanços tecnológicos significativos para o país".