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Notícias de Bonito MS

O portal IG (www.ig.com.br) trouxe ontem (22) uma reportagem intitulada "O Pantanal de verdade" com o objetivo de desmitificar algumas situações e costumes relacionados ao Pantanal. As questões foram levantadas devido à reprise da novela "Pantanal", de 1990.

Para a diretora-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Nilde Brun, a reportagem desmitifica e passa informações corretas sobre o Pantanal. Segundo o texto, é possível nadar nos rios pantaneiros, porém é preciso ter cuidado com alguns animais como jacarés, piranhas, ariranhas e arraias; explorar matas por conta própria é perigoso e não é recomendável.

É no quesito turismo que a reportagem esclarece a maior parte das dúvidas, como passeios de chalanas, comidas e festas típicas, hospedagem em hotéis-fazendas e passeios de avião. O leitor pode conferir ainda dicas do que levar em uma viagem ao Pantanal.

O governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), na 9ª edição do Festival de Inverno de Bonito, que acontece de 30 de julho a 3 de agosto, em Bonito, vai homenagear personalidades da literatura, música, artesanato e artes-plásticas sul-mato-grossenses. São elas: o poeta Bíjo, o artesão Sérgio de Sá, o artista plástico Cleír Ávila e a dupla Délio & Delinha.

Bíjo

Theodorico de Góes Falcão (1920-2008), conhecido como Bíjo, era neto do desbravador de Bonito, Luiz da Costa Leite Falcão. Poeta, narrador oral, figura popular, foi uma autêntica "memória viva" da cidade. Autodidata, gentil e receptivo, guardava orgulhosamente a carteirinha e o diploma do Instituto de Poesia Internacional de Porto Alegre, onde ocupou a cadeira 184. Também recebeu o título de historiador, pela Prefeitura Municipal de Bonito.

Morador durante décadas em uma humilde casa de madeira próxima à praça da Liberdade - onde mantinha um pequeno bar - foi armeiro militar, abria poços e foi discípulo de "Sinhozinho", figura mística que viveu na região na primeira metade do século passado, por quem teria sido curado e cuja história posteriormente registrou.

Sérgio de Sá

Nascido em Curvelo (MG), o artesão Sérgio Sá cursou marcenaria no Senai de Juiz de Fora (MG) aos 14 anos, aprimorou-se na arte da artesania e da cultura. Aos 58 anos, que vai ser comemorado durante o 9° Festival de Inverno de Bonito, e 34 anos de profissão, tem mais de mil peças expostas. Sérgio Sá vende suas peças para brasileiros e estrangeiros e desenvolve o artesanato voltado à cultura popular.

Os presidentes João Figueiredo e Lula receberam do artesão peças únicas esculpidas em madeira: o militar ganhou a escultura de girassóis em relevo vazado (com 2m20cm de altura), enquanto Lula, durante a inauguração do Aeroporto Internacional de Bonito, em 2004, levou para Brasília um pacu numa bandeja de mais de um metro de comprimento. O Banco do Brasil também adquiriu painéis do artista, que estão em exposição em agências do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Sá expôs seus trabalhos em vários Estados brasileiros, mas foi no Rio de Janeiro que foi elogiado pelo renomado crítico de arte Jaime Mauricio, na coluna de Carlos Swan, no jornal O Globo. Fora do Brasil, já expôs em Marseille (França), além de suas peças ganharem o mundo nas mãos dos turistas que visitam Bonito.

Cleir Ávila

Campo-grandense, autodidata, Cleir Ávila pinta profissionalmente desde os 10 anos. Suas obras, marcadas por temas regionais e ecológicos, estão presentes em quadros de cores fortes, vivas e na naturalidade técnica de seus monumentos. Em 1984, fundou em Campo Grande (MS) a Escola Mita'I da aldeia que desempenhou papel fundamental na formação de novos talentos e divulgação da arte. Criou a Galeria Uruarte, referencial Guaicuru de Artes Plásticas. "Minha linguagem plástica expressa a trajetória do homem Guaicuru, da aldeia à cidade, do barro ao concreto. Sintetiza formas e símbolos", explicou.

Lançou em Campo Grande o projeto da construção de painéis artísticos nas paredes laterais de prédios, inserindo na paisagem urbana da Capital e de outras cidades de Mato Grosso do Sul diversos personagens da fauna pantaneira, como a onça, a garça e o tuiuiú.

Criou ainda monumentos significativos como o Monumento das Araras, na praça Cuiabá, o Monumento dos Tuiuiús no Aeroporto de Campo Grande, Monumento do Dourado na entrada de Ladário e o Monumento das Piraputangas na praça Liberdade, em Bonito.

Délio e Delinha

José Pompeu e Delanira Gonçalves entraram para a história da música sul-mato-grossense como Délio & Delinha, unidos pela música e pelo matrimônio. Iniciaram a carreira em Campo Grande, nos anos 50, cantando em festas. Foram para São Paulo e fecharam um contrato exclusivo com a rádio Bandeirantes e outro com a gravadora Califórnia. O primeiro disco, em 78 rotações, é gravado em 59, e tornou-se sucesso imediato, levando-os ao primeiro LP, pelo qual obtiveram uma carreira fonográfica recorde, entre artistas do Centro-Oeste.

Receberam do público o carinhoso apelido de "Casal de Onças" de Mato Grosso ainda uno, terra que divulgaram com orgulho, em canções quase sempre de sua autoria, e para onde decidiram voltar, nos anos 60, vencidos pela saudade, mas realizados artisticamente.

Desfeita, logo após o divórcio, a dupla reúne-se apenas em 1978, lançando uma produção independente "O Sol e a Lua". Juntos novamente desde 2000, acompanhados do filho João Paulo, retomaram a carreira fazendo shows e participando de diversos festivais no Estado. Sob a direção musical do cantor e compositor Paulo Simões, foi produzido, 24 anos depois, um disco com canções inéditas e regravações da dupla que marcaram história na música brasileira e sul-mato-grossense: o título "Délio & Delinha - É sempre assim", cujo lançamento está sendo planejado para o final deste ano.

Estão abertas as inscrições para o 3º Prêmio Brasil de Meio Ambiente. O objetivo é premiar e divulgar as ações na área de meio ambiente e desenvolvimento sustentável que se destacam no país. Podem participar empresas, organizações não-governamentais, agências de publicidade, agências de comunicação social e o poder público.

Os prêmios estão divididos nas seguintes categorias: "Melhor trabalho", em ar; em água; em fauna e flora; em educação ambiental; em resíduos; em eficiência energética; em eco-turismo; e "Melhor trabalho de meio ambiente" em âmbito municipal; estadual e federal, além de "Melhor ação de comunicação social em meio ambiente"; e "Melhor campanha publicitária sobre meio ambiente".

Além das premiações, serão conhecidos, no momento da festa de premiação, os homenageados nas seguintes categorias, escolhidos pela Editora JB: Melhor Empresa do Ano; Melhor Empresário do Ano; Personalidade Brasil de Meio Ambiente; Destaque Terceiro Setor; Destaque Latino-Americano; Destaque Federal; Destaque Estadual; e Destaque Municipal.

As inscrições deverão ser feitas através de formulário eletrônico disponível no site do prêmio (veja abaixo) e serão consideradas concretizadas mediante o envio do trabalho concorrente à premiação até o dia 30 de setembro de 2008.

O Prêmio é uma iniciativa da Editora JB, através de seus veículos Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Forbes Brasil e organização institucional da Casa Brasil. Para mais informações, acesse http://jbonline.terra.com.br/especiais/premiobrasil3.

Almir Sater faz show com sua nova banda no dia da abertura do 9º Festival de Inverno de Bonito, 30 de julho. A apresentação acontece na Grande Tenda, que fica na rua Cel Pilad Rebuá, às 22h30. A entrada é franca.

Almir Sater nasceu em Campo Grande, em 14 de novembro de 1956. Seu contato com a cidade grande veio muitos anos depois, quando, já adulto, foi para o Rio de Janeiro, estudar Direito na Faculdade Cândido Mendes. Em menos de três anos, Almir descobriu que, definitivamente, não seria um advogado. Na solidão que a cidade grande lhe impôs, descobriu na viola sua grande amiga e companheira, dedicando-se completamente ao instrumento.

Um dia, por acaso, passando pelo Largo do Machado, reduto nordestino do Rio de Janeiro, Almir, ao ouvir as duplas regionalistas que se apresentavam, percebeu o que realmente importava na sua vida. Não teve outra atitude, a não ser voltar para Campo Grande. O contato com a gente da terra favoreceu a pesquisa de novos ritmos, novo sons da viola. Almir tornou-se um dos responsáveis pelo resgate da viola de 10 cordas, mais conhecida como viola caipira, base de criação da música caipira. Suas composições refletem o popular e o erudito de maneira ímpar, como jamais se ouviu na MPB.

Sua produção é intensa e apaixonada. A música flui de dentro do coração, do interior da alma. Mesmo tendo chegado à excelência técnica, Almir é um dos poucos que não deixou a emoção de lado. Por isso, o público, ao sair do seu show, tem a impressão de ter estado na sala de visitas do cantor, completamente à vontade. Almir Sater não despreza a técnica que se obtém com a eletrônica moderna e os efeitos dos sons de laboratório. Mas quando sobe ao palco, não existem montagens. Almir pega na viola e o som flui suave e naturalmente.

Almir ganhou dois prêmios Sharp, com as canções "Moura" e "Tocando em Frente", gravadas por Maria Bethânia. Em 1990, seu desempenho na novela "Pantanal" (em reprise no SBT), da Rede Manchete, fez aumentar a publicidade em torno do já reconhecido músico Almir Sater.

O grande sucesso o fez voltar à telinha em 1991, como protagonista da novela "A História de Ana Raio e Zé Trovão". Em 1996, estrelou ao lado de Antônio Fagundes, na novela "O Rei do Gado", exibida pela Rede Globo de Televisão, como Pirilampo, convidado pelo próprio autor Benedito Rui Barbosa. Em 2006, Almir Sater lançou o seu CD "7 Sinais", e fez parte do elenco da novela "Bicho do Mato", da Rede Record.

Criado em 1988 pelo governo estadual, vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, das Ciências e Tecnologia (Semac) e pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) realiza a recepção, triagem e destinação de animais silvestres apreendidos durante operações de fiscalização efetuadas pela Polícia Militar Ambiental, Ibama e Corpo de Bombeiros.

Atualmente o centro é visto como referência positiva na preservação de espécies da fauna brasileira que se encontram sob risco de extinção. Desde a criação, já recebeu mais de 22 mil animais oriundos do tráfico, doações da população, casos de atropelamentos e acidentes nas estradas. Desse total, 68% são aves, 20% mamíferos e 12% répteis. As espécies que mais aparecem por lá são: o papagaio-verdadeiro, curió, canário-da-terra, tucano, arara-canindé, pássaro-preto, macaco-prego, gambá-de-orelha-branca, quati, sagüi-de-tufo-preto, veado-catingueiro, jabuti, jibóia, cágado, caiçaca, sucuri e falsa-coral.

O biólogo Vinicius Andrade Lopes, fiscal ambiental e coordenador do Cras, explica que muitas pessoas ganham esses animais de amigos ou parentes e não sabem como tratá-los. "Elas então percebem que um animal silvestre não é um animal de estimação e decidem entrar em contato conosco, solicitando nossa ajuda. Há também inúmeros casos de aparições em residências, devido ao desmatamento.", conta.

O coordenador alerta que a compra de animais silvestres sem nota fiscal, autorização e garantia de procedência é crime ambiental. "A pessoa é multada em R$ 500 e se o animal estiver em risco de extinção, são mais R$ 2.000. O infrator pode pegar de um a quatro anos de prisão ou pena alternativa. Mas não é só por causa disso; um animal silvestre pode transmitir doenças. Então quem quiser ter um animal diferente em casa, procure criadouros autorizados pelo Ibama e o adquira de forma legalizada", aconselha.

O Cras está localizado no Parque Estadual do Prosa, na Capital, e conta com 24 recintos para aves, mamíferos e répteis; cozinha acoplada a um biotério; área para filhotes e animais em observação; recinto pra treinamento de vôo de aves; cercado e piquetes para mamíferos de médio porte e sede administrativa. Conta também com uma equipe composta por três médicos veterinários, três biólogos, uma zootecnista, além de sete pessoas de apoio e limpeza.

Pesquisa e cuidados especiais

Durante a recepção, os especialistas buscam coletar o maior número de informações que possam determinar, posteriormente, o destino do animal: espécie, origem, tempo de cativeiro, alimentação, contato com outros animais silvestres ou domésticos, estado de saúde, histórico, idade, sexo e marcação. O indivíduo recebe um número de cadastro e suas informações são armazenadas num banco de dados específico, em funcionamento desde 1994.

No ato da entrega, é preenchido um termo de depósito e guarda de animal doado ou apreendido, oficializando a entrada do animal no centro. Após um exame clínico, o animal é encaminhado à quarentena ou ao centro de atendimento veterinário para cuidados especiais. Em seguida, o animal é alojado em recintos compatíveis com as características biológicas.

Durante a permanência no Cras, os animais são acompanhados individualmente quanto aos aspectos sanitários, nutricionais e comportamentais. Cada indivíduo é analisado isoladamente, já que diferenças de origem, tempo de cativeiro, estado de mansidão, estado físico e idade são fatores que podem gerar problemas. Há casos de filhotes que necessitam de cuidados especiais, incluindo alimentação, temperatura e umidade controlada.

Os primatas, por exemplo, são alojados em recintos coletivos, onde são observadas a estrutura do grupo, formação de hierarquia e dominâncias temporárias. Neste período, são alimentados com base em dieta específica, de acordo com os hábitos alimentares, incluindo o fornecimento de presas vivas aos carnívoros, proporcionando o exercício da caça instintiva.

Cardápio saudável

No cardápio dos animais, frutas frescas, ração, sementes, legumes, verduras e carne. "O mais pesado do nosso orçamento é a carne. São 300 a 400 quilos de carne por mês, dependendo da situação. Atualmente estamos com sete onças pardas aqui e elas dão conta dessa quase meia tonelada de carne", brinca Vinicius.

Os alimentos são preparados cuidadosamente e servidos diariamente, toda manhã e fim de tarde. São fornecidos também pequenos animais, como camundongos vivos, que são servidos às onças, serpentes, lobinhos e macacos, que complementam a nutrição e ajudam no treinamento à caça dos animais em reabilitação.

Soltura

A maioria dos animais que chegam ao Cras não ficam lá para sempre. A prioridade é a devolução para a natureza. Em alguns casos são enviados a zoológicos e criadores de outros estados. Apesar de muitos pesquisadores serem contrários à soltura dos animais, a legislação brasileira diz que a prioridade é o retorno dos animais à natureza. "As solturas são feitas com o maior rigor técnico e estamos provando, através de intensas pesquisas, que a soltura dá certo", explica o coordenador do centro. As solturas se dão em fazendas no pantanal ou em áreas de proteção ambiental. São 150 pontos cadastrados, sendo que 20 desses lugares são efetivamente destinados a alguns animais.

As destinações seguem princípios básicos pré-estabelecidos com os consultores de manejo e gerenciamento de vida selvagem: espécies raras devem atender a projetos de conservação, realizados por instituições ou pesquisadores idôneos, previamente identificados e devidamente autorizados pelo Ibama e os comitês das espécies; espécimes comuns, recém capturadas na natureza, são preferencialmente soltas em habitat natural após pequeno período de tempo no Cras; já os animais comuns oriundos de cativeiros são encaminhados a instituições ou utilizados em casos de repovoamentos, de acordo com as condições do animal. Exemplo disso é um grupo de 15 macacos-prego que passaram por um minucioso estudo comportamental e serão soltos no Pantanal.

Desde 1992, muitas solturas são realizadas em hotéis-fazenda no Pantanal, onde o repovoamento revela grande sucesso na sobrevivência dos indivíduos. Essas empresas atendem todas as normas e exigências pré-estabelecidas pelo Cras, de olho no exigente público, em boa parte turistas estrangeiros ávidos pela fauna pantaneira.

Após a liberação dos animais na natureza, eles são monitorados diariamente ao longo de cinco dias. Em seguida, técnicos ambientais fazem visitas mensais às fazendas, realizando um monitoramento periódico e colhendo informações.

Educação ambiental

Como a maior parte dos animais que chegam ao centro são vitimas do tráfico e da criação em cativeiros clandestinos, o Cras realiza um programa de visitação aberta ao público, principalmente estudantes, visando a conscientização da população em relação aos crimes ambientais e educação ambiental. As visitas são monitoradas por guias treinados, que expõem aos visitantes as conseqüências negativas do tráfico e dos cativeiros clandestinos, além do trabalho de reabilitação realizado.

Em abril de 2007, um grupo de estudantes secundaristas norte-americanos visitou o Cras. Os estudantes, com idade média de 16 anos, se mostraram encantados com a biodiversidade de Mato Grosso do Sul. "Fiquei mais impressionada com os macacos. Eles parecem tanto com os seres humanos. Nos Estados Unidos só costumamos ver esses animais em zoológicos, mas não se compara ao trabalho de reabilitação desenvolvido aqui", disse a estudante Kelly Parker.

O professor da disciplina de Ciências e Meio Ambiente da Hudson High School, Peter Vacchina, explica que esta é a segunda vez que ele traz um grupo de estudantes ao Cras: "Nossa vinda a Mato Grosso do Sul tem objetivo científico, já que os alunos não devem ficar aprendendo somente com os livros. As aulas práticas são fundamentais para que eles conheçam a realidade do meio ambiente no mundo, pois a preservação do planeta estará nas mãos desta geração em poucos anos", relata o professor.

Visite o CRAS

As visitações são realizadas às terças-feiras, quintas-feiras e sábados, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas, por grupos de até 15 pessoas. Os visitantes são acompanhados por um guia capacitado, que fala sobre noções de educação ambiental, as conseqüências negativas do tráfico de animais silvestres, assim como o trabalho desenvolvido.

É necessário agendar o passeio com antecedência pelo telefone (67) 3326-1370. Recomenda-se o uso de calças compridas e tênis fechado. É cobrada uma taxa de R$ 8,00 por pessoa, sendo que estudantes pagam metade do preço. O valor é revertido para a preservação e manutenção da área, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), já que o centro encontra-se dentro do Parque Estadual do Prosa. Escolas públicas são isentas da taxa.

A 9ª edição do Festival de Inverno de Bonito traz como novidade o EcoEspaço, que vai funcionar como a sede do projeto Reciclando Cultura, que pretende, através da arte, levantar questões como a deteriorização do planeta sob a ótica do desperdício, o não aproveitamento máximo dos produtos que a sociedade produz, o impacto do lixo no dia-a-dia e a mudança de atitude para a ação ecológica.

No Eco Espaço estarão expostas obras do fotógrafo e documentarista Marcos Prado. Ele foi diretor dos filmes "Estamira" como "Os Carvoeiros" e atuou como produtor de "Ônibus 174" e "Tropa de Elite".

Marcos Prado recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, entre eles o Focus on Your World 92, da ONU. As imagens que compõem a exposição fazem parte de seu segundo livro, Jardim Gramacho, resultado de um ensaio fotográfico de 11 anos no lixão de Caxias. Premiado, em 1996, com o IX Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, o livro teve seu lançamento em março de 2005.

Em todos os dias do festival, irão acontecer no EcoEspaço as oficinas de reciclagem de lixo "O Lixo e o Lúdico" e "Caminhos do Papelão", das 10 às 22 horas.

Na oficina "O Lixo e o Lúdico, o instrumentista Décio Rocha usa o lixo e o transforma. Os brinquedos de Décio Rocha usam a matéria-prima negada para criar elementos simples, como a própria inocência da brincadeira. Carrinhos, bonecos, naves espaciais surgem das latas, das garrafas, de um fio, do imaginário.

Instrumentista e compositor, Décio Rocha, que tem como diferencial maior na sua obra a construção de seus próprios instrumentos, vai promover a oficina "Instrumentos Reciclados", dia 31 de julho, às 14 horas. Na ocasião, o lixo vai ser utilizado como matéria prima na composição de novos instrumentos e por meio deles é que são criadas sonoridades originais. Metrola, Rochimbau e Bâima são alguns dos nomes inusitados com que Décio batizou os instrumentos que, ao longo de sua carreira, foram incorporados aos shows e discos do artista.

Décio fará ainda um show instrumental, no local, no dia 30 de julho, às 21 horas. Após iniciar carreira em Olinda, Décio Rocha solidificou seu nome até chegar à "Banda de Pau e Corda", uma das mais importantes da cena pernambucana. Em São Paulo, atuou como baixista junto a nomes como Zeca Baleiro, Suba, Chico César, Rita Ribeiro, entre outros. Partiu para seu trabalho autoral e a criação de seus instrumentos. Em seu show, Décio apresenta composições instrumentais levando o público a experimentar diferentes sensações, transmitindo a emoção de cada composição com uma sonoridade muito especial.

A oficina Caminhos do Papelão será ministrada pelo escultor carioca Sérgio Cezar. Filho de porteiro e empregada doméstica, Sérgio começou a transformar sucata ainda moleque. Com o tempo, desenvolveu uma técnica toda especial que hoje encanta muita gente. Sérgio revela poesia e brasilidade, além de originalidade e talento.

A matéria prima de suas instalações e esculturas é o lixo. De entulhos e sucatas, ele é capaz de reconstruir artisticamente casinhas, sobrados, morros inteiros. Suas obras ricas em detalhes contam histórias, revelam o que muitas vezes nossos olhos já não podem ver. As esculturas são vivas, iluminadas e com vozes. Pura transformação.

Para promover a conscientização ambiental, no EcoEspaço serão promovidas palestras em parceria com a Fundação Neotrópica do Brasil.

Quem quiser conferir alguma das atrações da 9ª edição do Festival de Inverno de Bonito, que acontece na cidade de mesmo nome localizada a 247 quilômetros de Campo Grande, tem que se apressar para garantir pelo menos a estadia de uma noite. É que os hotéis e pousadas da cidade estão praticamente lotados.

Quem trabalha no ramo já comemora sucesso maior do que a edição do ano anterior. E não é só a rede hoteleira que já está com saldo positivo. Comerciantes e é claro, agências de viagem, donos das atrações turísticas e guias, já estão com lucro garantido.

De acordo com o secretário municipal de turismo, Augusto Barbosa Mariano, ainda há vagas na rede hoteleira. "Restam poucas vagas nos hotéis, pousadas e camping", afirma o secretário.

Um exemplo é o Hotel Araúna. Segundo o sub-gerente, Júlio Cezar Gaúna Machado, só há apartamentos disponíveis para entrada dia 1º e saída no dia seguinte. Para os dias 30,31 e 2 para 3, não há mais.

Ele explica que o hotel acomoda confortavelmente 80 hóspedes, distribuídos em 25 apartamentos, com ar-condicionado, telefone, televisão e estacionamento privativo.

Segundo Júlio, durante a semana do festival o movimento no hotel costuma aumentar 80%. Neste ano a expectativa é maior, pois a procura aumentou. São turistas que telefonam, mandam e-mail, em busca de informações sobre hospedagem e da cidade em geral.

Por conta da maior quantidade de hóspedes, o hotel teve que contratar trabalhadores temporários, contribuindo assim para o movimento da economia da cidade.

De acordo com Júlio, a procura maior é de turistas regionais. Já na Pousada Arizona, não há mais nenhum apartamento disponível durante os cinco dias do Festival. Além de turistas do Estado, a pousada vai receber também visitantes de Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo. A maioria, casal.

Conforme o secretário de turismo, as 50 mil pessoas que devem visitar Bonito durante os cinco dias do Festival, devem deixar na cidade R$ 5 milhões. Ele explica que os turistas gastam com hospedagem, comida, deslocamento e com os passeios.

A cidade conta com mais de 70 locais de hospedagem - entre hotéis, pousadas e campings -com preços que variam de R$ 10 a R$ 700, a diária.

Quem passar ou estiver na cidade em pelo menos um dos cinco dias de Festival, poderá conferir arte, cultura, música e ainda conhecer um dos mais de 30 atrativos turísticos.

Além de teatro, música regional, artesanato e artes plásticas, o 9º Festival de Bonito terá shows de Almir Sater na abertura; Maria Bethânia (31); Ana Carolina (1º) e Zé Ramalho (2). Os ingressos para os shows nacionais custam R$ 12.