Notícias de Bonito MS
O novo projeto do Trem do Pantanal será apresentado hoje ao governador André Puccinelli (PMDB) pela empresa Great Brazil Express. O presidente da empresa, Adonai Aires de Arruda, vai apresentar o estudo de viabilidade, custos e prazo para a operacionalização do trem de passageiros.
A empresa, contratada pelo governo do Estado para operar o trem, atua desde 1996 no setor turístico ferroviário. O objetivo é aplicar em Mato Grosso do Sul a experiência na administração do trecho ferroviário Curitiba-Paranaguá (PR).
Segundo a assessoria de imprensa da empresa, 20% dos clientes são estrangeiros. Entre as ações para manter o serviço estão a realização de parcerias para realizar o passeio e atividades de ecoturismo e lazer no litoral paranaense.
Em dezembro, o governador André Puccinelli assinou convênio com a empresa do Paraná e com a ALL, que atualmente tem a concessão da ferrovia em Mato Grosso do Sul, para o trecho do trem turístico seja reativado em 2008.
O Trem do Pantanal utilizaria os trilhos da ALL e, em um primeiro momento, percorreria o trecho entre Porto Esperança e Corumbá - para depois ser expandido para outras cidades até Campo Grande, conforme o projeto original.
Puccinelli chegou a dizer que trem voltaria em setembro deste ano.
A nova edição do FestinBonito foi a melhor de todas as edições, na opinião da diretora-presidente da Fundação Estadual de Turismo (Fundtur), Nilde Brun. Em entrevista ao Primeira Notícia desta terça-feira (5), ela disse que o evento está se aprimorando e deve ser ainda melhor em 2009, quando completa 10 anos.
"Nós estamos extremamente realizados com o grande resultado que tivemos com um evento deste porte. O festival está melhor a cada ano. Este ano foi melhor que o ano passado e temos certeza que o ano que vem será melhor ainda. Foi muito satisfatório para a gente, para os empresários e para o município", disse.
Mais de 50 mil pessoas participaram dos eventos do festival, gerando uma movimentação na economia local superior a cinco milhões de reais, conforme dados da Secretaria Municipal de Turismo. Um dos motivos apontados para o sucesso foi a decisão do governo do Estado de anunciar, um ano antes, a data do próximo festival. "Por isso as pessoas conseguiram se organizar. Antes, o festival era para as pessoas que estavam em Bonito. Este ano as pessoas se programaram para ir para o festival. Como deu certo, o governador repetiu a estratégia. Anunciou no fim da edição desse ano que o 10º festival será entre os dias 29 de julho e 2 de agosto", completou Nilde.
Para os 10 anos de FestinBonito, a programação vai ser ainda mais elaborada. "Já começamos a trabalhar. Sempre o festival tem uma programação grande e intensa, com variedade de atrações, e no ano que vem vai ser uma grande comemoração", prometeu a diretora-presidente da Fundtur.
O Primeira Notícia é o radiojornal da FM 104,7 que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7 às 8 horas.
O Projeto GEF Rio Formoso realiza o segundo módulo do Curso de Educação Ambiental e Participação Comunitária para a Conservação da Biodiversidade. O curso acontece no período de 1º a 05 de setembro em Bonito, com foco voltado para a elaboração e gestão de projetos socioambientais. O prazo de inscrição está aberto e segue até o dia 15 de agosto.
A ação integra as atividades de educação ambiental do projeto e está sendo organizada por técnicos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Entre os temas a serem abordados, estão gestão financeira e de pessoal, comunicação, indicadores de resultados, parcerias institucionais e análise de editais de financiamento. Também será feita uma abordagem sobre a biodiversidade da região de Bonito.
O curso é a continuidade do primeiro módulo, realizado em fevereiro deste ano, que tratou de conceitos de educação ambiental, elaboração de projetos e formação de redes. Na ocasião, foi criada a Rede de Educação Ambiental de Mato Grosso do Sul (Reams).
O segundo módulo oferece 30 vagas e está aberto a todos os interessados, inclusive àqueles que não participaram do primeiro. A carga horária é de 40 horas. Os ministrantes serão os consultores em educação ambiental Samuel Protetti e Marina de Lima, ambos da Fundação Espaço Eco.
GEF Rio Formoso - O projeto financiado pelo Banco Mundial é coordenado pela Embrapa Solos e conta com a participação das unidades Gado de Corte (Campo Grande- MS, coordenadora regional), Agropecuária Oeste (Dourados- MS) e Pantanal (Corumbá-MS).
Também estão envolvidos a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Secretaria de Estado de Meio Ambiente das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac), Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Conservação Internacional (CI Brasil) e Fundação Cândido Rondon (gestora financeira).
O Projeto possui ainda outros colaboradores e co-executores importantes como a Prefeitura Municipal de Bonito pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o IASB (Instituto das Águas da Serra da Bodoquena) e apoio técnico e institucional do Ibama.
Uma propriedade que mantém 12 jacarés em um lago, localizada na rodovia BR-262, no Pantanal do Mato Grosso do Sul, é atração para os turistas.
Segundo Luciana Oliveira, que viajou pela região na semana passada, o local é moradia de uma família que cuida dos animais, mas a residência também serve refeições ao meio-dia.
Depois do almoço, de acordo com Luciana, diversos turistas posam para fotos com um dos jacarés, que seria "o maior, mais velho e mais manso de todos". "Um garoto, filho dos donos da casa, atrai o animal fazendo um barulho específico", conta Luciana.
Ela viajou com mais duas irmãs e resolveram parar na propriedade porque um automóvel já estava estacionado. Depois delas, outros veículos teriam desembarcado para ver o jacaré, inclusive um caminhão.
Não será permitida plantação de cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal. As exceções serão as áreas de três usinas já instaladas nos estados do Acre, do Amazonas e do Pará, e uma com projeto aprovado no estado de Roraima, além das regiões do planalto pantaneiro onde já existem plantações há mais de 10 anos e em áreas degradadas.
A decisão foi tomada na noite do dia 4, após mais de duas horas de reunião entre os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Agricultura, Reinhold Stephanes. Minc considerou o resultado do encontro para tratar do zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar "bom para todo mundo".
"Estamos preservando, com esse acordo, o bioma amazônico e pantanal, não quebrando a produção já existente e colocando restrições que vão fazer com que ela se adeque à defesa do bioma, e não o contrário", afirmou, após o encontro, realizado no gabinete de Stephanes.
No planalto pantaneiro apenas será permitido o plantio direto, sem uso de máquinas ou agrotóxicos. Na planície, será proibido qualquer tipo de plantio de cana-de-açúcar. A intenção, segundo os ministros, é diminuir erosões e o assoreamento dos rios.
Segundo Minc, a fiscalização dessas áreas precisa ser feita em conjunto, "porque uma coisa é a filosofia do acordo e outra é o 'cumpra-se' do acordo".
Stephanes disse que o texto do acordo será encaminhado ao Palácio do Planalto para que seja analisado e depois tomadas as medidas necessárias a sua execução, o que pode levar até um mês.
O pantaneiro Gregório Costa Soares, de 65 anos, lutou com todas as forças, quase perdeu a vista esquerda, levou mais de 20 pontos no rosto e nos dois braços, mas escapou com vida ao ataque de uma onça-pintada, salvo por quatro dos seus cães vira-latas.
"Quando olhei a onça já estava a trinta metros de mim, com os cachorros em cima. São cachorros campeiros, vira-latas, que saem comigo direto, são acostumados a caçar", conta.
Na segunda-feira, ele deu entrada no Hospital de Caridade, depois de viajar mais de três horas - de cavalo, de voadeira e de bote, até chegar a Corumbá, onde recebeu atendimento.
"Se eu caísse, estaria morto numa hora dessas, mas tive forças para me manter em pé e segurar a fera. As garras dela passaram perto do meu olho e tive tempo de desviar", revelou Gregório ao Diário Corumbaense, no hospital.
Ele conta que a onça-pintada devora um bezerro a cada 20 dias na sua fazenda no Paiaguás. Nessa época do ano, com a cheia do Pantanal, é obrigado a mudar de casa, mais acima, na parte seca. E foi lá que encontrou a onça-pintada, que havia acabado de devorar uma porca. "A porca tinha recém dado cria a um punhado de leitãozinhos", contou Olímpia, a esposa dele.
Olímpia estava orgulhosa pela coragem e força do marido, que aos 65 anos resistiu ao ataque da onça-pintada e ainda teve energia para galopar até o porto e pilotar uma voadeira. "E olha que o Gregório estava com o rosto todo ensangüentado", observou.
O pantaneiro diz que não sabe mais o que fazer diante dos ataques de onças-pintadas, porque sabe que existe uma legislação do Ibama proibindo a matança do animal. "Antigamente eu tinha uma 22, mas só dei um tiro com ela e extraviou, nem sei onde foi parar.É complicado tirar porte de arma, mesmo assim você sai no campo sem documento da arma, encontra uma autoridade, e pode ter complicação. Além do mais, é proibido matar onça", diz.
Pai de nove filhos, sete já casados, ele vive na fazenda ao lado da esposa, Olímpia, de 66 anos, de um dos filhos e de um genro.
Eles fazem parte do cenário do rio Paraguai. Descem mansamente o canal, rio abaixo, com destino incerto. Parecem poucos, porque flutuam isoladamente quando se desprendem das baías, mas são milhares no período do pico da cheia, entre março e junho. Agora são estudados como biomassa para biocombustível
O biólogo Ivan Bergier Tavares de Lima, pesquisador de tecnologias em bioenergia e geociências da Embrapa Pantanal (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) estima que anualmente 1 milhão e 700 mil toneladas de camalotes desçam o rio.
É um volume importante para o trabalho que apresentou no final de julho na Conferência Internacional sobre Áreas Úmidas (o 8º Intecol), que reuniu cerca de 600 pesquisadores de todo o mundo em Cuiabá, Mato Grosso. Bergier estuda a utilização do camalote como biomassa para biocombustível.
São dois tipos de plantas flutuantes que crescem nas baías do Pantanal, vão de desprendendo e tomam o canal do rio Paraguai. Levam o nome científico de eicchornia crassipes e ciperáceas, mas são popularmente conhecidas como camalotes, nome indígena que significa "levado pelo rio", e já estão incorporadas à paisagem pantaneira.
É uma planta de reprodução rápida. "As ciperáceas são diferentes porque possuem solo. Como a cada ano cresce e morre, dentro deste ciclo natural acaba formando um solo submerso, que serve de abrigo para animais, como cobras, e insetos pegam uma carona e descem o rio sobre elas. Até cervos já foram vistos viajando sobre as ciperáceas", explica o pesquisador ao Diário Corumbaense.
Com a ajuda de uma câmera colocada na margem, na chamada curva da Marinha, em Ladário, Bergier realizou longas filmagens para ter uma idéia do volume de plantas que descem o rio Paraguai - a quantidade é muito maior durante a cheia do Pantanal, inclusive com bancos maiores. Elas seguem a calha do rio na parte mais funda, onde é maior a velocidade.
"Os pilotos pantaneiros costumam dizer que basta seguir o camalote para não se ter problema, porque ele sempre desce pela parte mais funda, e mais rápida, do rio", destaca o pesquisador.
Grande parte dessas plantas fluem e vão parar em Porto Murtinho. Ainda não se sabe o que ocorre, se elas se decompõem durante o trajeto, no corpo d'água, ou se vão parando e fazem parte na circulação de matéria, de alimento ou de abrigo para algumas espécies.
"A função delas na baía nós já sabemos, é exatamente essa, têm um papel importante na dinâmica do ecossistema. Mas ainda pesquisamos sobre sua função ecológica quando ela entra no canal do rio, principalmente jusante (ao longo do curso do rio até à foz)", afirma o pesquisador. "Em Porto Murtinho, que recebe um grande volume dessas plantas aquáticas, elas chegam a fechar o canal, provocam bloqueios para a navegação", acrescenta.
Outra questão em estudo sobre a biomassa é saber se estará sempre disponível para gerar energia, porque o maior volume de camalotes que descem o rio está diretamente associada às cheias do Pantanal. "Vai depender do ciclo hidrológico", observa Bergier. Por isso o estudo inclui uma pesquisa detalhada sobre a oscilação das cheias. "Depois do período da seca na década de 60, e depois das cheias em 1974 e 1975, os níveis máximos permaceram relativamente mais altos depois do período de seca.
Com a manutenção de volume de água e a flutuação das plantas que descem o rio Paraguai, haveria uma biomassa disponível, para ser usada como fonte de energia para a indústria ou mineração, matéria-prima para o desenvolvimento sócio-econômico regional. Outro estudo importante está focado em se saber a dimensão dos impactos, segundo Bergier.
"Temos alguns cálculos que vão depender do volume e dos impactos, porque eventualmente pode haver uma fauna associada a essas plantas, como cobras, insetos, por isso tudo deve ser muito bem detalhado antes de iniciarmos a corrida ao camalote", destaca o pesquisador.
Biomassa vegetal - A biomassa formada pelo camalote vem merecendo estudos aprofundados da equipe da Embrapa, segundo o pesquisador Ivan Bergier. Futuramente pode servir como alternativa para o uso do carvão vegetal e a cana-de-açúcar como fonte de energia. "De um lado é muito úmida, mas tem mais celulose. Dependendo da finalidade de energia, pode se produzir hidrogênio, metano ou se fazer carvão de biomassa vegetal. Pode ser utilizada para gerar hidrogênio e metano, para gerar biocombustível.
Deve ser analisado o poder calorífico do camalote. Tudo é questão de demanda e sustentabilidade ambiental. Não se sabe quanto poderia suprir a energia, mas deveria minimizar o desmatamento ou minimizar o uso de carvão de eucalipto. Tudo isso vai depender da quantidade e da sustentabilidade ambiental a jusante (rio abaixo), esse é o ponto crítico.