Notícias de Bonito MS
A cidade, que já é conhecida como modelo de ecoturismo, agraciada por inúmeros atrativos naturais, desde rios de águas transparentes a cachoeiras e cavernas, pouco a pouco vem demonstrando sua inclinação às artes.
O paraíso ecológico já é palco de um dos mais charmosos festivais de inverno, que em 10 edições já recebeu artistas de renome nacional.
Mas dessa vez, o autor Marcelo Gil da Silva, que adotou Bonito (MS) como sua cidade, lança o livro "O Conquistador de Sonhos", através da Editora Virtual Books e, que tem como tema o interesse de Deus na realização dos nossos sonhos.
O autor, nascido na capital paulista, vive há pouco mais de 15 anos na cidade que vem recebendo o título de "Melhor Destino de Ecoturismo do Brasil (Revista Viagem & Turismo). Além de guia de turismo, possui diversas publicações em jornais impressos e eletrônicos, porém agora lança seu primeiro livro.
O lançamento será no sábado da Páscoa, 3 de abril, na Praça da Liberdade, em Bonito (MS), local que abriga uma importante obra de arte, o Monumento das Piraputangas, assinada pelo Cleir, um renomado artista plástico sul-mato-grossense.
A festa será animada pela cantora gospel Neide Sanábria, também de Bonito (MS), tendo já se apresentado em diversas cidades do Brasil, além de ter já seu primeiro CD gravado e um projeto para o segundo CD ainda em 2010.
O evento promete atrair um grande público, moradores e turistas, tendo em vista o feriado. Dessa forma, além do lançamento do livro "O Conquistador de Sonhos", será celebrada a ressurreição de Jesus Cristo.
Lançamento de "O Conquistador de Sonhos", com show de Neide Sanábria
Local: Praça da Liberdade - Bonito (MS)
Data: Sábado, 3 de abril de 2010.
Hora: 20:00
Abrigando uma parcela considerável da população ribeirinha do município de Bonito, o distrito de Águas de Miranda, tem registrado índices de co-habitações (famílias distintas que moram na mesa residência).
Com objetivo de atenuar esta realidade, o vereador Pedrinho da Marambaia esteve na noite da última quarta-feira (24), na secretaria de Estado de Habitação e das Cidades, para entregar ao secretário Carlos Marun um requerimento feito por ele e aprovado pela Câmara do município, solicitando a construção de 30 moradias no distrito de Águas de Miranda.
Segundo Pedrinho é preciso que o distrito receba a construção de casas populares, já que abriga diversas famílias de pescadores. "Realizei algumas visitas naquela região e constatei que os moradores do distrito sonham com a possibilidade de terem uma moradia digna. Em alguns casos existem 3 ou 4 famílias morando na mesma residência", explicou o Vereador.
Marun disse que irá levar o requerimento ao governador para juntos estudarem a viabilidade de garantir casas no distrito de Águas de Miranda. O secretário informou que o governo do Estado já destinou para o município de Bonito 240 unidades habitacionais, sendo 212 urbanas, 28 rurais e recentemente garantiu a construção de mais 30 moradias urbanas do Programa Minha Casa Minha Vida.
"Os recursos garantidos através de parcerias entre o governo federal, estadual e municipal, somam mais de R$ 3,8 milhões investidos em moradia no município de Bonito. O trabalho não para por aqui, ainda estamos trabalhando para buscar junto ao Ministério das Cidades recursos para construção de mais moradias em Mato Grosso do Sul", finalizou o secretário.
O vice-prefeito de Corumbá, Ricardo Eboli, conseguiu garantir junto ao deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP), a inclusão do Pantanal como área prioritária para receber compensação financeira e fiscal como contrapartida em manter a sua cobertura vegetal nativa.
Eboli, que na última quarta-feira (24) proferiu palestra, em Brasília, durante audiência pública realizada pela Comissão especial criada na Câmara Federal para estudar alterações no Código Florestal Brasileiro, considerou que a alteração no Código Florestal será oportunidade para a correção de equívocos e injustiças com a planície pantaneira. "Quando foi criado em 1965, o Código Florestal não levou em consideração as peculiaridades do Pantanal, as cheias anuais, precisamos corrigir, Pantanalizar esta lei" afirmou.
A lei não previu que as inundações fazem do pantanal uma rede hídrica interligada por corixos, baías e vazantes em uma grande área de preservação permanente - APP e, conforme o texto atual, essas áreas estariam impossibilitadas de qualquer ocupação.
Há mais de 200 anos os produtores rurais da região pantaneira convivem com um modelo de sustentabilidade que confere ao município de Corumbá a condição de município com maior extensão territorial de áreas com cobertura vegetal intacta, ao mesmo tempo em que é reconhecido como o maior produtor de gado magro do País. "Estamos dando um exemplo de produção e conservação, infelizmente não permitido pelo código" disse Eboli.
Uma das preocupações apresentadas na palestra foi a transferência de propriedades dos pantaneiros para produtores de outras regiões do Brasil, "As fazendas estão sendo vendidas e os novos proprietários, com uma cultura produtiva do planalto, de alta tecnologia, não admitem uma ocupação conforme os pantaneiros fazem - com densidade de uma cabeça de gado adulto para 3 (três) hectares de capim nativo, então desmatam introduzindo pasto exótico".
A forma inicial proposta pelo Vice-Prefeito de manter os pantaneiros nas propriedades seria garantir recursos financeiros mediante o arrendamento da cobertura vegetal das áreas de pastagem nativa da planície, pelos proprietários das fazendas situadas no planalto que não possuem reserva legal e de inviável restauração, através do instituto da Servidão Florestal.
"Será uma forma de compensar os estragos feitos pelos exterminadores do passado, premiando os preservadores do presente e do futuro" disse o vice-prefeito, ao final da reunião.
A comissão da Câmara dos Deputados criada para analisar as 11 propostas de alterações ou revogação quer uma solução para agradar tanto ruralistas como ambientalistas. Até agora foram 39 audiências públicas em 18 Estados.
Pela primeira vez Mato Grosso do Sul participa da Feira Internacional de Turismo de Gotemburgo, na Suécia. O evento, que acontece dos dias 25 a 28 deste mês, levará duas técnicas da Fundação de Turismo do Estado para promover o roteiro turístico Foz do Iguaçu/Pantanal/Bonito.
No ano passado, cerca de 53,8 mil visitantes passaram pela feira, que conta com 1,9 mil empresas de 103 países. Nos dias reservados aos negócios são esperados mais de 20 mil empresários.
A Fundação de Turismo participa da feita para vender o Estado como destino turístico no mercado europeu. No início deste mês, o turismo sul-mato-grossense esteve presente na Feira Internacional de Turismo de Berlim, para divulgar a rota turística Pantanal/Bonito.
O mês de março chegou a Curitiba apresentando a melhor qualidade estético-artística em várias das exposições recentemente abertas ao público.
Entre elas, a mostra intitulada "Arte e Colecionismo - Fotografia" que, como diz o nome, apresenta seleções de cinco dos maiores e melhores fotógrafos do Brasil. São eles: Ana Regina Nogueira, Bob Wolfenson, Cristiano Mascaro, Luciano Candisani e o nosso Orlando Azevedo, que escolheu viver em Curitiba décadas atrás.
Patrocinada pela Schoeler Editions, empresa que trabalha com edições limitadas e primorosas de portfólios, livros artesanais e prints fine art, a exposição na Casa Andrade Muricy dá aos interessados na fotografia a oportunidade de constatar as diferentes linguagens destes fotógrafos de expressão internacional. (Alameda Dr. Muricy, 915 Fones: 41 3321-4798 e 3321-4786).
Agora, para a curadoria da série de portfólios chamada "Projeto Croix du Sud" os editores da Schoeler Editions Christian Maldonado e Marcelo Greco convidaram o diretor artístico Pierre Devin.
Dos cinco fotógrafos, o Museu da Fotografia Cidade de Curitiba - concebido e instituído por Orlando Azevedo quando Diretor de Artes Visuais da Fundação Cultural de Curitiba - possui em seu acervo excelentes trabalhos de Ana Regina Nogueira, Bob Wolfenson, Cristiano Mascaro e do próprio Orlando. Aliás, algumas das fotografias apresentadas agora já foram ali expostas nas diversas exposições que realizo com as obras do acervo.
Ana Regina Nogueira expõe "uma série autobiográfica que será o lugar de uma reconstrução pessoal após uma crise existencial, que chama de inferno. A Noite Escura da Alma revela este período de sofrimento e de loucura", segundo o curador.
A série inédita "Cinépolis" de Bob Wolfenson segue um caminho equivalente a "uma trama policial, uma investigação numa cidade global... A aventura começa à noite, continua na cidade esquadrinhada pelos dispositivos de segurança e de vigilância, prossegue em uma bela figa em direção à luz, ao mar, à infancia. Alice nas Cidades, Paris-Texas nos vêm à mente", nas palavras de Pierre Devin.
As fotografias de Cristiano Mascaro possuem uma característica cenográfica de quietude, ora enfatizando os eixos diagonais, reconhecidamente linhas de tensão e instabilidade - como na foto "Ouro Preto de 1991", ora destacando perspectivas que aprofundam o olhar do observador, tal qual se mostra na fotografia do Jardim Botânico, tirada em 2007. No seu portfólio, a imagem de uma fábrica intitulada "Rua Mauá, 1983" é tratada quase de uma maneira concretista, aproximando-se da pintura por este lado e sob outro aspecto, a foto possui ligações com os trabalhos dos alemães Bernd e Hilla Becher.
Sobre as fotografias de Orlando Azevedo, Maria do Carmo Serén escreve: "É evidente que Orlando Azevedo sabe do mundo e sabe da fotografia: sente a arte e a consciência da arte nesta era da mediação pela imagem, porque é mediador da escrita, da imagem e da ação... Estas são imagens envolvidas de signos, no preto e branco agressivamente histórico que declara o seu, um universo paralelo, onde a paisagem não é a realidade mas um portal que a ela nos conduz".
Confesso que não conhecia a obra de Luciano Candisani, o que me causou uma ótima surpresa. Seu trabalho no registro de animais - cada qual flagrado em seu habitat natural e nos locais mais remotos possíveis - corresponde a um grito pela natureza, hoje em dia tão ameaçada. Suas fotos têm uma qualidade de "stillness" quando os animais são flagrados e imobilizados em imagens poderosas no exato momento em que atingem sua mais instigante visualização, o que não é nada fácil de fazer devido ao constante movimento dos animais. Desta maneira, ora a tartaruguinha parece estar voando, os peixes se assemelham a um cenário de filme, a foca estendida pode ser comparada a uma modelo ou estrela de cinema posando para a foto.
Entretanto, estas são fotografias tomadas nos mais remotos lugares do planeta, como no Atol das Rocas, em Bonito no Mato Grosso do Sul e no Arquipélago das Shetland na Antártica, para citar apenas algumas.
Na luta pela sobrevivência da natureza, as fotos de Candisani complementam as fotos expostas no Museu da Fotografia Cidade de Curitiba, onde a mostra "Preservação da Natureza - O Desafio Contemporâneo" apresenta trabalhos de Araquém Alcântara, Claus Meyer e Manuel da Costa, com a mesma intenção do registro ecológico da beleza captada na plenitude das vidas dos animais. Ali também estão expostas fotos de Orlando Azevedo, Améris Paolini, João Urban, Luiz Humberto e Vilma Slomp na mostra "Formas e Arquitetura". (Rua Pres. Carlos Cavalcanti, 533 fone 41-321-3334).
A Associação dos Atrativos Turísticos de Bonito e Região - ATRATUR e o Instituto das Águas da Serra da Bodoquena - IASB, juntas, contribuem para a manutenção da biodiversidade e conservação dos recursos hídricos da região.
As emissões de gás carbônico (CO2) geradas durante a edição do Guia Ecoturístico Bonito - Serra da Bodoquena foram compensadas pelo plantio de 150 árvores nativas em uma Área de Preservação Permanente, dentro do Programa Plante Bonito da ONG. O Guia Ecoturístico é a primeira publicação local a contribuir com a redução de uma das principais causas do efeito estufa.
No Pantanal, onde a dinâmica da água dita o ritmo de vida de milhares de pessoas, a pesca, a agricultura familiar, a criação de gado e até o turismo pesqueiro estão ameaçados pela instalação de 116 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) na Bacia do Alto Paraguai - principal responsável pelo regime de inundações periódicas que fazem da região um Patrimônio da Humanidade.
O alerta é da bióloga Débora Calheiros, pesquisadora da Embrapa Pantanal. "Desmatamento e criação de gado de forma equivocada são problemas possíveis de minimizar. Os impactos das pequenas centrais não são."
Por trás da construção dessas PCHs está o interesse de grupos empresariais de segmentos como a agricultura mecanizada. As barragens impedem que os peixes subam os rios e que os nutrientes da água fluam de um local para outro. Ou seja: prejudicam tanto a desova quanto a alimentação dos peixes. Além disso, a liberação de sedimentos das barragens pode assorear os rios.
Segundo Débora, outro agravante é o fato de 70% das PCHs estarem previstas para o mesmo local: a região norte da Bacia do Alto Paraguai.
Das 116 previstas, já existem 29 em operação. O restante está em fase de construção, licenciamento ou estudo. "Os projetos estão sendo licenciados separadamente, ao invés de se realizar uma avaliação ambiental integrada, que dá conta dos impactos das obras para toda a bacia", afirma a bióloga, ressaltando que o excesso de PCHs pode modificar o pulso de inundação natural da região.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, é a responsável pela realização da avaliação integrada. No entanto, o estudo ainda não foi realizado mesmo com as obras em andamento. O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, afirmou que a empresa iniciará este ano o levantamento.
"Às vezes, no mesmo rio, há duas, três PCHs projetadas", explica Débora. Um bom exemplo é o Rio Coxim, que banha a cidade de mesmo nome, no Mato Grosso do Sul, a um passo da planície pantaneira. Só ali estão previstas três barragens. Já no município de São Gabriel do Oeste, a poucos quilômetros de Coxim, já existe uma em operação: a PCH Ponte Alta.
"No ano passado, a liberação dos sedimentos de Ponte Alta provocou a morte de milhares de peixes. Os ribeirinhos ficaram muito preocupados", diz Nilo Peçanha Coelho Filho, do Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Taquari (Cointa).
Segundo ele, cerca de 5 mil pessoas vivem do turismo ligado à pesca em Coxim. "Todo mundo vai sofrer as consequências das barragens", prevê.
Pesadelo
O impasse que cerca a instalação de PCHs no Pantanal não é privilégio daquela região. Em Roraima, índios que habitam a polêmica reserva Raposa Serra do Sol protestaram recentemente contra a instalação de pequenas centrais hidrelétricas em suas terras. Em São Paulo, na bacia Sorocaba-Médio Tietê, há previsão de instalação de duas PCHs, nos municípios de Itu e Cabreúva. O projeto está tirando o sono de ambientalistas e até de políticos locais.
"É uma questão de escolha: se quisermos preservar a o potencial pesqueiro e paisagístico do Pantanal, não podemos instalar 116 hidrelétricas indiscriminadamente. Agora, se a escolha for pelo fornecimento de energia, a sociedade deve saber o preço dessa opção", conclui Débora, acrescentando que a mesma lógica se aplica também a outras regiões ameaçadas por essas barragens.
Pelé
O temor da pesquisadora sobre a situação que se desenha no Pantanal também está presente no depoimento de Osmar Nunes de Souza, de 49 anos, pescador desde os nove. Conhecido como Pelé, ele é morador dos arredores de Coxim. "O rio tem vida igual a gente. Se você mexe de um lado, ele corre pro outro. Ele não vai mais andar solto como anda hoje, vai ter muita água presa, e a gente tem medo de assorear muito e não ter mais como transitar, nem pescar."
O problema é que o assoreamento já é uma ameaça para a região, sobretudo para a planície. "A planície pantaneira é um 'fundo de prato'. Nas beiradas - o planalto - estão os rios que nascem e desembocam na região", explica didaticamente a pesquisadora Emiko Rezende, da Embrapa Pantanal.
Ela trabalha há anos com a bacia do rio Taquari, também um afluente do Paraguai. "O assoreamento do Taquari é um processo antigo e, até certo ponto, natural. Mas a intervenção humana está acelerando o processo, e algo que aconteceria em 30 anos agora acontece em cinco."
Resultado: o leito do rio subiu muito e algumas áreas da planície pantaneira não secam mais. "Isso impossibilita culturas como banana, laranja e arroz", afirma Emiko. Ela explica ainda que o assoreamento reduz os estoques pesqueiros.
"Se a área não seca, não cresce a vegetação terrestre que, na época da inundação, vira comida para os peixes".
Caseira de um rancho à beira do rio Coxim, Maria Aparecida de Moraes, de 62 anos, critica a construção de hidrelétricas. "Isso aqui é a nossa história. É o rio que a gente vive." Para ela, represar o rio significa perder seu emprego e impedir que seus filhos continuem vivendo da pesca.
"O pior é que a maioria das pessoas só vai sentir e perceber o impacto daqui uns 10 anos e aí já vai ser tarde demais", diz Nilo Peçanha, do Cointa.