Notícias de Bonito MS
Gestores de museus do Estado vão se reunir nos dias 30 e 31 deste mês, durante o Festival de Inverno de Bonito, para o I Encontro do Sistema Estadual de Museus de Mato Grosso do Sul.
O encontro terá a participação de dois representantes do Instituto Brasileiro de Museus e tem como objetivo discutir a criação da Rede de Museus do Estado e promover a interação entre as instituições, centros de documentação, memória e profissionais ligados a área de patrimônio cultural.
De acordo com a gerente do Patrimônio Histórico da Fundação de Cultura do Estado (FCMS) Neuza Arashiro o governo estadual tem priorizado a capacitação dos profissionais da área e durante o evento será possível a troca de conhecimento entre os participantes, além da elaboração de diretrizes para a preservação, pesquisa e divulgação dos bens histórico-culturais existentes.
Em Mato Grosso do Sul existem cerca de 24 museus na Capital e em municípios do interior entre eles Corumbá, Aquidauana, São Gabriel do Oeste, Bela Vista, Antônio João e Ponta Porã. Os espaços de preservação da memória são mantidos pelos municípios, empresas e instituições educacionais.
A pedagoga Lori Alice Gressler é uma das cinco personalidades homenageadas nessa edição do Festival de Inverno de Bonito. Com 45 anos dedicados à Educação, ela veio para o então Estado de Mato Grosso, em 1971, deixando a Universidade Federal de Santa Maria (RS) e trocando o conforto de uma região desenvolvida pela oportunidade de pioneirismo em um local com muito potencial e muito por fazer.
Além de receber o certificado de homenagem na cerimônia de abertura do Festin, na noite do dia 28, a educadora terá um pouco de sua vida e obra contada na Galeria dos Homenageados, pavilhão montado na Praça da Liberdade.
Doutorada em Educação pela Mississippi State University (EUA), mestre em Educação pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Santa Maria, Lori Alice é professora na universidade gaúcha e na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
A educadora é autora e coautora de vários livros que se destacam nos meios universitários brasileiros, como "Pesquisa Educacional" e "Introdução à Pesquisa", e de livros de História e de Geografia de Mato Grosso do Sul, que recentemente foram adquiridos pelo Programa Nacional do Livro Didático e distribuídos pelo Ministério da Educação para a Rede de escolas públicas do Estado. Também tem em sua coautoria os livros "Aspectos históricos do povoamento e da colonização de Mato Grosso do Sul" e "Mato Grosso do Sul: aspectos históricos e geográficos", que servem de referências para disciplinas de Estudos Regionais.
Atualmente tem se dedicado a escrever livros infanto-juvenis, como: "O monstro que comia números"; "As lições da natureza"; "O dia em que as crianças perderam a memória"; "Se os objetos falassem", "O amigo quase invisível" e "O gigante e as sementes". A professora Lori jamais deixou de exercer suas atividades educacionais. Nesses 45 anos, foi secretária de Educação de Dourados, membro do Conselho Estadual de Educação; conselheira universitária; coordenadora de inúmeros projetos comunitários e de projetos de pesquisas.
Um dos maiores recordistas em vendas de discos do Brasil, com mais de cinco milhões de discos vendidos em 25 anos de carreira, Lulu Santos fará show no 11º Festival de Bonito, na Grande Tenda, no dia 30, sexta-feira.
Lulu Santos reassume o formato acústico em seu novo show, denominado "Lulu Santos Acústico II". Sucessos como "Tudo azul", "Já é!" e "Tempos modernos" estão entre os sucessos do repertório.
A abertura dos portões será às 22 horas. Serão disponibilizados 10 mil ingressos, sendo R$ 12 (pista inteira), R$ 6 (meia) e camarote R$ 30.
Lulu
Luiz Maurício Pragana dos Santos escolheu como nome artístico Lulu Santos. Filho de pai militar, começou a tocar aos 12 anos de idade, formando uma banda inspirada nos Beatles chamada de Cave Man.
Contrariando o desejo de seu pai, de que também se tornasse militar, foge de casa antes de completar o colegial, percorrendo o Brasil com hippies. Aos 19 anos tocava no grupo Veludo Elétrico com Fernando Gama e Paul de Castro.
Um ano depois, Lulu formou a banda Vímana, da qual saiu por não concordar com os rumos que a banda acabou seguindo. Após trabalhar como músico freelancer, Lulu Santos resolveu seguir carreira solo.
O cantor, antes de virar músico, trabalhou como colunista em revistas como a Som Três, escrevendo comentários sobre os álbuns da época. Em 1981, assinou com a gravadora WEA e assumiu o nome de Lulu Santos, gravando "Tesouros da Juventude" em parceria com o jornalista Nelson Motta. Seguiram-se outras músicas de sucesso: em 1982, "Tempos Modernos", "O Ritmo do Momento" (1983), "O Último Romântico" (1984) (cujo arranjo músical foi fortemente influenciado por uma música de George Harrison, "Greece", do álbum Gone Troppo de 1982, "Tudo Azul" (1984), "Normal" (1985), "Lulu" (1986) e "Toda Forma de Amor".
Em 1985, Lulu participa do Rock in Rio e dois anos depois é premiado com o disco de platina. O cantor recusa o prêmio na cerimônia de entrega por não ter atingido o limite mínimo de vendas de 250 mil cópias.
Entrou em um período de crise a seguir, quando tentou aproximar o pop com os ritmos brasileiros, através dos trabalhos "Popsambalanço", "Outras levadas", "Honolulu" e "Mondo Cane". Mas, a parceria com o DJ Memê, iniciada na sequência, alavancou novamente sua carreira com discos como "Assim Caminha a Humanidade" (1994). Com o gênero disco trabalhou com o produtor Marcelo Mansur em 'Eu e Memê, Memê e Eu" ( 1995).
Seguiram-se "Anticiclone Tropical" ( 1996), "Liga Lá", assumindo a produção, e o álbum foi mestrado pelo tropicalista Rogério Duprá em (1997), "Calendário" (1999) e o " Acústico MTV ( 2000) em dois volumes. Em 2002, lança o disco "Programa". Em 2003, foi lançado "Bugalu" novamente em parceria com o DJ Memê. Em 2004 é lançado o "MTV ao Vivo". No ano de 2005, como lançamento de seu disco, segue "Letra e Música", com a turnê "Popstar".
Em 2007, com "Longplay", ficou três anos em turnê pelo Brasil e outros países. O show foi visto por mais de 5 milhões de pessoas, acompanhado de sua banda e se utilizando do que há de mais moderno em tecnologia com paredes de led, iluminação e projeções feitas especialmente para o show, com clipes interativos. No final de 2009 flerta com o samba novamente no álbum "Singular", recheado de canções pop no melhor estilo que o consagrou.
O trabalho teatral e de dança já reconhecido de três municípios do Estado marcam presença durante o 11º Festival de Inverno de Bonito, que acontece de 28 de julho a 1º de agosto. A Companhia Dançar Bonito (Bonito/MS), Estúdio Blance Torres (Dourados) e CTG Chama Crioula (São Gabriel do Oeste) são as atrações de dança do Palco das Águas, instalado na Praça da Liberdade.
Abrindo os espetáculos, na quarta-feira (28), às 18h30, o grupo "da casa" - Companhia Dançar Bonito - apresenta coreografias de dança de salão, estilo regional e street dance. Os dançarinos são pessoas da própria comunidade que participam do projeto que existe desde 2007 e que hoje atende 80 alunos, com idade mínima de cinco anos. Na Academia Dançar Bonito, crianças e adultos participam das oficinas de baby-class, ballet clássico para adultos, street dance, dança de salão e teatro, dirigidas pela coreógrafa Rosana Gabriel.
De Dourados, o Grupo Dome - Estúdio Blanche Torres mostra o espetáculo "Coregeografia MS" no terceiro dia do festival, sexta-feira (30), às 18 horas. Segundo a diretora e coreógrafa do grupo, Blanche Torres, os movimentos dos bailarinos foram criados a partir dos poemas do escritor sul-mato-grossense Manoel de Barros e serão embalados por músicas de artistas regionais.
No dia 31 é a vez do Centro de Tradições Gaúchas Chama Crioula de São Gabriel do Oeste apresentar as "Raízes da Amizade Pantaneira", às 18 horas. O espetáculo evidencia a cultura dos colonizadores sulistas que fundaram o município por meio das danças típicas do folclore latino e gaúcho, sob a orientação coreográfica do professor Giovani Cariolato.
Cultura e preservação ambiental são o foco do Festival de Inverno de Bonito, por isso a décima primeira edição do evento terá o I Encontro do Geopark Bodoquena-Pantanal. "A ideia é difundir o tema, apresentar a proposta para proprietários, comunidade e turistas sobre a fragilidade das riquezas geológicas e a importância da preservação delas aqui no Estado", afirma a superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Maria Margareth Ribas.
"O Festival de Bonito é uma festa ligada às atividades culturais e tratar do tema Geopark é tratar da cultura local sob o ponto de vista turístico, científico e cultural", observa a superintendente. O encontro acontece no dia 29, no Centro de Convenções de Bonito e vai reunir especialistas no tema que irão apresentar a proposta de Geopark para a comunidade e turistas que estarão na cidade durante o Festival.
Duas palestras estão programadas durante a manhã: Paisagem Cultural - conceitos e perspectivas como vetor de desenvolvimento local, com o coordenador da Paisagem Cultural da Diretoria de Patrimônio Material do Iphan, Carlos Fernando de Moura Delphim. A segunda palestra trata da implantação do Centro de Referência Geo-história em Bonito, e será ministrada pelo arquiteto do Estúdio Votupoca de São Paulo, Nivaldo Vitorino.
"Nós queremos a participação do público porque é importante difundir o tema, divulgar o conceito de Geopark em Mato Grosso do Sul", afirma a gerente do Patrimônio Histórico da Fundação de Cultura do Estado, Neusa Arashiro. "A proposta do Geopark Bodoquena-Pantanal já é decreto no Estado e o que se busca agora é a chancela da Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura]. O encontro em Bonito é um momento em que se discute o potencial geológico e turístico na região e onde apresentamos este tema novo para a população", diz a superintendente regional do Iphan.
Segundo Margareth, o decreto do governo do Estado que reconhece como Geopark as regiões da Serra da Bodoquena e Pantanal mostra o interesse em manter preservadas as áreas de riquezas geológicas. "Então é importante ter esta discussão porque assim podemos criar outros geoparques onde também há muita riqueza geológica e não está inserida no Geopark Bodoquena-Pantanal", explica. "Esta iniciativa valoriza e faz incrementar as políticas para geoparques em Mato Grosso do Sul", avalia.
Reunião
O encontro também vai reunir o Conselho Gestor do Geopark Bodoquena-Pantanal, presidido por Nilde Brun - presidente da Fundação de Turismo do Estado. A reunião de trabalho deve discutir a minuta formatada sobre o Geopark do Estado. O documento será traduzido para a língua inglesa e enviado em outubro para a Unesco. A medida busca a chancela oficial que torna do Geopark Bodoquena-Pantanal o segundo geoparque das Américas.
Também entra em pauta a capacitação de guias que devem atuar no Geopark estadual e a implantação do Centro de Referência da Geo-História de Bonito, que tem a parceria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
A 11ª edição do Festival de Inverno de Bonito vai homenagear personalidades da música, artesanato, meio ambiente, educação e história com contribuições relevantes para Mato Grosso do Sul. O historiador Gilson Rodolfo Martins é um dos homenageados deste ano. Com importante trabalho arqueológico em Mato Grosso do Sul, é um dos responsáveis pela reedição de obras raras que contam a história do Estado.
Bacharel em História e doutor em Arqueologia Brasileira pela Universidade de São Paulo (USP), realizou estágio como convidado no Museu do Homem em Paris, na França. Também foi conferencista e palestrante em eventos científicos nacionais, na França e no Paraguai. Como professor titular de Arqueologia Pré-Histórica Brasileira na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), coordenou projetos e escavações arqueológicas com importantes descobertas de fragmentos e objetos pertencentes a povos primitivos que habitaram a região.
Gilson Martins também é o responsável pelo Museu de Arqueologia do Memorial da Cultura e um dos integrantes da comissão organizadora da coleção "Documentos para a História de Mato Grosso do Sul". A reedição dos livros, organizados em caixas contendo três volumes de títulos variados, está sendo custeada pelo governo do Estado.
A primeira caixa foi lançada no final de maio e contém os títulos "Anais do Descobrimento, Povoação e Conquista do Rio de La Plata", do espanhol Ruy Diaz de Guzman; "Oeste - Ensaio sobre a grande propriedade pastoril", de Nélson Werneck Sodré e "Pantanais Mato-Grossenses", do cuiabano Virgílio Correa Filho.
O segundo lançamento, ocorrido no mês de junho, é composto pelos livros "Jesuítas e Bandeirantes no Itatim", de Jaime Cortesão; "Oeste de São Paulo, Sul de Mato-Grosso", de autoria de Miguel Arrojado Ribeiro Lisboa e "Episódios históricos da formação geográfica do Brasil", escrito por Mário Monteiro de Almeida.
De acordo com o professor, a disponibilidade bibliográfica existente sobre a história de Mato Grosso do Sul foi feita sob o olhar paulista e mato-grossense. A coleção de livros reeditada pelo governo estadual se propõem a mostrar um outro contexto dos acontecimentos no sul de Mato Grosso.
A terceira caixa de livros deve ser editada ainda este ano e também um volume especial com mapas históricos que vão apresentar delimitações territoriais de Mato Grosso do Sul, a partir de representações cartográficas. "A intenção é fazer um atlas histórico", diz o professor, com a recuperação de mapas antigos e a inclusão de outros mais novos, que serão editados em ordem cronológica. "Os mapas mostram as mudanças de nome dos territórios e mudanças demográficas dos índios das antigas aldeias para as cidades atuais", completa Martins.
Festival
O Festival de Inverno de Bonito é um dos maiores do Centro-Oeste e este ano apresenta a 11ª edição. O encontro, que acontece entre os dias 28 de julho e 1° de agosto, vai reunir visitantes de vários Estados do País, em busca de cultura e entretenimento. Durante os quatro dias serão realizados shows com artistas nacionais renomados e grupos regionais, apresentações de teatro, dança; mostras de artes plásticas, cinema e vídeo; circo, teatro de rua, fotografia, artesanato e palestras.
Além do historiador Gilson Rodolfo Martins, também serão homenageados o artesão David Rogério Ojeda, a musicista Clarice Maciel Chaves, a professora Lori Alice Gressler e a bióloga Neiva Guedes.
Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com 80 companhias no Brasil revela que o turismo vai crescer 14,6% este ano, em relação a 2009, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 7%. Portanto, o crescimento da indústria será superior ao dobro do PIB anual. O ritmo acelerado se deve ao volume de negócios ligados ao turismo e às facilidades de parcelamentos que chegam até dois anos.
Segundo o ministro do Turismo, Luiz Barretto, a taxa de crescimento no setor será recorde em 2010, ponderando que a atividade ainda responde por pequena fatia do PIB, 2,8%, mas que tem grande potencial de crescimento. Os setores que projetam os maiores acréscimos no volume de negócios são os de transporte aéreo (21,2%), operadoras de viagem (18,3%), turismo receptivo - como bares e restaurantes (17,9%) e locadoras de automóveis (15%).