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Notícias de Bonito MS

Visando preservar a espécie que é uma das preferidas dos pescadores esportivos que o consideram um peixe "brigador", está proibida por cinco anos a pesca do dourado em Corumbá, maior município do Pantanal sul-mato-grossense.

Projeto de lei do Executivo que protege o Salminus maxillousus foi aprovado por unanimidade pela câmara corumbaense no dia anterior e seguiu a sanção do prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT).

A proibição municipal só vigora a partir de março, mas na prática já está valendo pois até o dia 28 de fevereiro a pesca de todas as espécies de peixe estão proibidas em rios de Mato Grosso do Sul no período de defeso da piracema, época de reprodução das espécies, decretado pelo governo estadual.

O texto aprovado pelos vereadores proíbe a captura, embarque, transporte, comercialização, processamento e industrialização do dourado. Fica livre a pesca de subsistência com fins de consumo doméstico ou escambo sem objetivar lucro, com uso de apetrechos previstos em legislação específica.

O incêndio está destruindo áreas de reserva e pastagens na região de Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. A área, que há seis meses estava alagada, foi consumida pelo fogo e a mancha negra avança sobre a região da Barra do São Lourenço, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. As chamas, ainda que na vegetação rasteira, ameaçam a vida de animais silvestres.

A área de vegetação seca próxima ao Rio Paraguai foi consumida pelo fogo. A região é de difícil acesso. As brigadas de combate a incêndios são pequenas, têm poucos integrantes e não conseguem chegar aos locais onde o fogo destrói a vegetação.

A Brigada do Prevfogo, mantida pelo Ibama em Corumbá, tem 29 integrantes que são responsáveis por monitorar e combater os incêndios em toda região. Este ano, por causa da grande cheia do Pantanal, o registro de queimadas está aumentando exatamente no mês de dezembro, período em que termina o contrato dos brigadistas. Ainda não há previsão para que as brigadas contra incêndios cheguem ao local das queimadas.

Em nota oficial, o Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) expressou não só a sua preocupação com a possível aprovação do projeto, mas também com a falta de algumas “correções necessárias”.

“O projeto, ao manter ocupações em áreas ilegalmente desmatadas (Artigos 68 e 69) e permitir a recuperação de apenas metade do mínimo necessário para proteger os rios e a biodiversidade (Artigos 61 e 62), condena regiões inteiras do país a conviver com rios agonizantes, nascentes sepultadas e espécies em extinção. Sob o pretexto de defender os interesses dos pequenos agricultores, esta proposta define regras que estenderão a anistia a quase todos os proprietários do País que desmataram ilegalmente”, destacou num trecho.

A CNBB ainda sublinhou que o projeto, diferentemente do que vem sendo divulgado, “não representa equilíbrio entre conservação e produção, mas uma clara opção por um modelo de desenvolvimento que desrespeita limites da ação humana”. Não é só isso: “O novo Código Florestal, para ser ético, deve garantir o cuidado com os biomas e a sobrevivência dos diferentes povos, além de preservar o bom uso da água e permitir o futuro saudável à humanidade e ao ecossistema”.

Da forma que está, conclui a nota: “O projeto fragiliza a proteção das florestas hoje conservadas, permitindo o aumento do desmatamento. Os manguezais estarão abertos à criação de camarão em larga escala, prejudicando os pescadores artesanais e os pequenos extrativistas. Os morros perderão sua proteção, sujeitados a novas ocupações agropecuárias que já se mostraram equivocadas. A floresta amazônica terá sua proteção diminuída, com suas imensas várzeas abertas a qualquer tipo de ocupação, prejudicando quem hoje as utiliza de forma sustentável. Permanecendo assim, privilegiará interesses de grupos específicos contrários ao bem comum”.

O IASB -  Instituto das Águas da Serra da Bodoquena concorre ao prêmio Greenbest, que irá consagrar as melhores iniciativas referentes á sustentabilidade. A instituição é uma das pré-finalistas na Categoria ONG.
Realizado pela Greenvana, empresa de Marcos Wettreich - responsavel pelo iBest-, o prêmio tem como objetivo ressaltar as melhores iniciativas, atuações e os melhores produtos e projetos para criar exemplos capazes de guiar o mercado da sustentabilidade.

O prêmio elege as melhores iniciativas em 19 categorias por meio de votação popular e da Academia Greenbest, composta por profissionais e personalidades influentes do setor. Os votos da Academia serão auditados, pelo segundo ano consecutivo, pela Ernst & Young Terco.

Ajude-nos a divulgar o trabalho que a instituição vem desenvolvendo na região da Serra da Bodoquena.

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Criado por decreto em 2000, o Parque Nacional da Serra da Bodoquena ainda não cumpriu ao seu objetivo maior, de promover o turismo ecológico, a educação ambiental e a reaproximação do homem com a natureza. Dos 76.481 hectares do Parque, apenas 17% foram desapropriados e têm proteção legal. O restante da área, no entanto, pode continuar sendo explorada, desde que não haja supressão, desmate ou intervenção que violem a legislação ambiental. Dentro da área há 68 propriedades.

Apenas uma pequena área foi desapropriada, mais ainda assim não existe plano de manejo, definindo os locais de uso público ou de visitação. As únicas áreas visitadas, na verdade, são as porções que se tornaram pontos turísticos nas cidades situadas dentro, nos limites e no entorno do Parque – Bonito, Jardim, Bodoquena e Porto Murtinho.

Com extensão de 220 quilômetros e largura máxima de 40 quilômetros, a Serra da Bodoquena se constitui num planalto com escarpa voltada para o Pantanal, o que proporciona a magnífica vista da região alagada, uma das mais fotografadas por causa do seu desnível de 200 metros.

O que diferencia o Parque da Serra da Bodoquena de outras formações geográficas e ecossistemas, são as inúmeras cavernas, rios subterrâneos e dolinas. O calcário, rocha sedimentar que apresenta minerais solúveis, principalmente a calcita, deixa as águas cristalinas.

Das 16 áreas de proteção e conservação tornadas públicas em Mato Grosso do Sul, num total de 86.766 hectares, o Parque da Bodoquena é a maior delas e a que está mais exposta à degradação. O processo de regularização fundiária está em curso, mas não há prazo para conclusão, segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). A regularização só é efetivada a partir da desapropriação e posterior elaboração do Plano de Manejo. Sem essas duas medidas, o parque sequer pode ter suas belezas contempladas.

“O Parque foi criado para preservação dos ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitar a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico”, diz o decreto de 21 de setembro de 2000.

Para a Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul) o decreto perdeu a vigência, pois não atendeu a nem 50% do objetivo a que foi proposto. O ICMBio, no entanto,diz que não há caducidade em dispositivo legal, que só pode ser revogado por outra lei.

Na prática, o Parque Nacional da Serra da Bodoquena só existe no papel. Há dois acordos de cooperação com a Polícia Militar Ambiental e com o Corpo de Bombeiros. A estrutura administrativa é composta de duas salas e três funcionários em endereço central na cidade de  Bonito.

Degradação - A preocupação com a demora na efetivação do Parque Nacional é quanto a ocupação desordenada e degradação ambiental, a partir do desmate e instalação de atividades que agridam seus ecossistemas e ameacem a fauna, constituída por uma diversidade de animais - araras azul, vermelha e canindé, gavião real; raposa, o lobinho, lobo guará, jaguatirica, suçuarana e onça pintada; paca, capivara, cutia, anta, queixada, cateto, além de riquíssima fauna de invertebrados.

De acordo com o ICMBio, não há informações sobre desmatamento de grandes áreas, diante da conscientização de que as ações de proteção beneficiam também fazendas do entorno e comércio das cidades próximas. Mas não se vislumbra nenhum lucro com atividade sustentável porque não há visitação turística. Somente agora é que a parte regularizada (17%) terá um plano de manejo que vai ajudar os fazendeiros no uso mais adequado do solo. Outras atividades na área não indenizada podem ser desenvolvidos desde que não incorram em crimes ambientais.

Licenciamento - O que impede o desenvolvimento de atividades sustentáveis, segundo a Famasul, que está preocupada com o clima de incerteza, é a falta de licenciamento ambiental, mesmo sem plano de manejo. De acordo com a lei que institui o parque, em 2005 deveria ser regularizada toda área. Como no prazo não houve sequer a regularização, com desapropriação e remuneração, a Famasul entende que a medida prescreveu.

No mês passado o presidente da Famasul, Eduardo Riedel, se reuniu em Brasília com o presidente do ICMBio, Rômulo José Fernandes Barreto Mello, junto com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos (PMDB) para cobrar o plano de manejo e conclusão do processo de indenização. Para a Assessoria Jurídica da Famasul, além de não estar pronto, o plano de manejo anteriormente proposto tinha falhas graves como a falta da chamada ‘zona de amortecimento’, além de divergências sobre o tamanho da área e as restrições.

A Famasul propôs que as áreas dentro do parque sejam exploradas como compensação de reserva legal e insiste na ação declaratória de caducidade cinco anos após o ato de criação do Parque porque não houve nenhuma desapropriação nesse período.

Na ação em que pede a caducidade, a Famasul destaca que ‘criar parque na prancheta, não indenizar seus proprietários, tomando na mão grande os bens particulares, não é jurídico e nem moral fazê-lo. A defesa desse estado de direito não constitui ação contra a proteção ambiental. Nunca é demais repetir que as belezas cênicas e demais ambientes naturais hoje existentes na Serra da Bodoquena são frutos da abnegação dos próprios produtores rurais que as mantêm’.

Além dos parques nacionais da Bodoquena e das Emas (Costa Rica), Mato Grosso do Sul abriga ainda 190 mil hectares protegidos por parques estaduais, além de reservas particulares.


Os cientistas da Amazônia estão numa corrida contra o tempo: conhecer as espécies em seus habitats naturais antes que eles sejam transformados pela chegada das hidrelétricas nos rios da região.

No maravilhoso rio Tapajós, formado da confluência dos rios Juruena e Teles Pires não é diferente. Ali está em processo de licenciamento a usina de São Luiz do Tapajós, com capacidade de geração de cerca de 6,1 mil MW.

Entre os dias dias 19 de setembro e 9 de outubro, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou uma expedição bem nas corredeiras São Luiz do Tapajós, próximo a Itaituba, estado do Pará.

Ali está o maior mosaico de unidades de conservação da Amazônia. A expedição fez o primeiro levantamento dos peixes e seus parasitas na região.

A diversidade da ictiofauna é incrível: foram capturadas e identificadas 160 espécies. Mas o total deve passar de 250 espécies já que muitas foram levadas para identificação posterior .

Uma pesquisa realizada no Instituto de Biociências (IB) da USP, acaba de determinar: existem pelo menos três populações geneticamente distintas de araras-azuis (Anodorhynchus hyacinthinus) em território brasileiro. O que isso significa? Além de possibilitar o manejo adequado da espécie, a descoberta pode dificultar a ação de traficantes desses animais.

“Se uma ave for apreendida nas mãos de traficantes, será possível, com base no estudo, determinar qual a probabilidade de a ave ter sido retirada de um desses locais e, com isso, fornecer elementos que ajudem a estabelecer a rota de tráfico”, aponta a bióloga Flávia Torres Presti, que realizou sua pesquisa de doutorado sobre o tema.

Segundo ela, no Pantanal há dois grupos: Norte e Sul. O terceiro fica na região que compreende o Norte do Brasil (Sul do Pará) e o Nordeste (região das Gerais: Piauí, Maranhão, Tocantins, Bahia).

A bióloga cita o exemplo de uma arara-azul apreendida com um traficante que relatou à polícia que trouxe a ave do Pantanal. “Pelas nossas análises verificamos que a probabilidade de arara-azul ter sido trazido do Pantanal era muito pequena. Os resultados da análise indicavam uma maior probabilidade de ela ter sido trazida de uma das duas outras áreas. Neste caso, a rota de tráfico utilizou os Estados do Norte e Nordeste e depois se espalhou pelo Brasil”, conta Flávia. Esse traficante já havia sido preso em várias regiões do país.

O estudo também possibilita a realização do manejo adequado das araras-azuis, visto que essas populações têm algumas características, como hábitos alimentares bem distintos. Apesar de a diferença genética não ser tão acentuada, colocar uma ave em uma região diferente do seu habitat natural pode comprometer a sua sobrevivência. “A arara-azul é considerada vulnerável e poderá, no futuro, se tornar ameaçada de extinção em consequência do intenso tráfico ilegal e perda de habitat”, alerta Flávia.

No Pantanal, por exemplo, a alimentação da arara-azul é baseada no fruto de duas palmeiras: a bocaiuva e o acuri. Nas Gerais, elas se alimentam de frutos da piaçava e do catolé. Já na região do Sul do Pará, as aves se alimentam de inajá, babaçu, tucum, gueroba, de alguns frutos de acuri ou bacuri e de macaúba ou bocaiuva.

“Esses frutos de palmeiras apresentam características físicas distintas. Por exemplo, a consistência dos frutos ou presença de espinhos, que pode levar as aves a se adaptarem a essas diferenças. Por isso, a alimentação, entre outros aspectos, pode acentuar as diferenças genéticas entre os grupos”, esclarece.

Para realizar o estudo, a pesquisadora foi a campo a fim de coletar sangue dos filhotes. Flávia Torres Presti precisou utilizar técnicas de escalada, pois as aves vivem em áreas de difícil acesso. No Pará as araras-azuis fazem o ninho no interior de árvores a uma altura de 20 a 25 metros do solo. Nas Gerais, os paredões rochosos são o local escolhido para a chocagem de ovos.

A coleta de amostras de sangue de filhotes ocorreu na região das Gerais e do Sul do Pará. Para as análises das aves do Pantanal, utilizou-se amostras disponibilizadas pelo Instituto Arara Azul. Além de Flávia, outra pesquisadora do IB também fez parte da empreitada: Adriana Ribeiro de Oliveira-Marques, que coletou material para uma pesquisa envolvendo araras-vermelhas. Flávia realizou dois tipos de análise de DNA: a mitocondrial (genes herdados da mãe), e a nuclear (microssatélites), que mostra os genes herdados de ambos os pais.

A pesquisa baseou-se na hipótese da existência de três populações geneticamente distintas de araras-azuis que ocupariam as regiões do Pantanal, das Gerais e o sul do Pará. “Como são isoladas geograficamente, as aves de uma região não teriam como acasalar com as outras e, assim, cada um desses grupos evoluiria de maneira distinta”, explica. Segundo a bióloga, pensava-se também que as aves do Pantanal eram geneticamente idênticas.

O trabalho de Flávia revelou que as araras-azuis do pantanal se dividem em dois grupos: norte e sul. A análise mitocondrial revelou a existência de três grupos distintos: Pantanal norte, Pantanal sul, norte / nordeste. Já a análise de microssatélites apontou a existência de quatro grupos: Pantanal norte, Pantanal sul, norte, nordeste. “A existência dessas populações aumenta as chances de sobrevivência da espécie. Se todas fossem geneticamente iguais, e ocorresse algum tipo de mudança ambiental ou doença, todos os grupos poderiam se extinguir rapidamente devido a pouca variabilidade genética. Por isso, é importante conservar essas diferenças”, explica.

Flávia também constatou um índice de aproximadamente 81% de monogamia dos casais de araras-azuis. A constatação ocorreu a partir da análise de amostras coletadas de aves nascidas no mesmo ninho do Pantanal sul fornecidas pelo Instituto Arara Azul e do Pantanal norte com colaboração do biólogo Paulo Antas. Cada casal cria um ou dois filhotes em um mesmo ninho. “Geralmente as aves encontram um par e permanecem com ele por toda a vida ou até a morte de um deles. Por isso, existe uma probabilidade maior de duas aves serem irmãs se forem coletadas no mesmo ninho. Isso indica a monogamia do casal”, explica.

A pesquisadora analisou aves do mesmo ninho em anos consecutivos e alternados, ao longo de 9 anos de amostragem no Pantanal sul e de três anos no Pantanal norte. Partindo do pressuposto de que se o casal volta ao mesmo ninho, Flávia pode confirmar que as aves de anos diferentes do mesmo ninho devem ser irmãs.

As araras-azuis procriam uma vez ao ano, gerando um ou dois filhotes, no máximo. Se colocarem três ovos, apenas dois sobreviverão. “Os filhotes, ao nascerem, ficam cerca de três meses no ninho e, após saírem, ainda são dependentes dos pais para a alimentação. A separação total ocorre geralmente após 12 a 18 meses”, diz. Essas aves praticamente não migram e sempre ficam no local onde nasceram.

Projeto Arara Azul completa 22 anos

Neste mês, que já chega ao fim, o projeto Arara Azul comemora 22 anos de atividades contra a extinção da espécie no Pantanal Sul Mato-Grossense. Em 1990 eram contabilizadas apenas 1.500 araras-azuis na região. Hoje este número passa de 5.000 indivíduos graças aos esforços do projeto. Na estação reprodutiva deste ano, que teve início no final de julho, até o momento foram monitorados 110 ninhos, 57 naturais e 53 artificiais.

Deste total, 45 ninhos apresentaram postura de ovos e o nascimento de filhotes, sendo 42 ninhos de araras-azuis e três de araras-vermelhas. As perdas de ovos e filhotes ocorreram tanto por condições naturais (predação) como por alterações ambientais, como mudanças climáticas bruscas, altas temperaturas e fortes chuvas.

Segundo Neiva Guedes, bióloga, professora do Curso de Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidade Anhanguera-Uniderp e idealizadora do projeto, um fato interessante registrado pela equipe de campo neste período foi a predação de um ninho com ovos por um tucano, que foi flagrado pelas araras-azuis e morto por bicadas. “A fúria foi tão grande, que elas arrancaram a parte superior do bico do tucano, que ficou encurralado dentro do ninho”, afirma a bióloga.

Dos filhotes sobreviventes, 59% irão voar de ninhos artificiais, ou seja, desenvolvidos e instalados por profissionais do projeto Arara Azul, demonstrando a eficácia das ações. Os ninhos são constantemente monitorados durante o ano todo, graças à capacidade off-road das três Hilux (patrocinadas pela Toyota), utilizadas para realizar essa atividade, pois possibilita à equipe do projeto chegar a locais de difícil acesso ou alagados. Somente nesta estação reprodutiva, foram realizadas cerca de 590 escaladas (subidas aos ninhos) até o momento.

Ainda, visando contribuir com a continuidade das pesquisas, o turismo de observação vem sendo praticado no Refúgio Ecológico Caiman, onde está localizada a maioria dos ninhos (87%) e também a sede do projeto Arara Azul.

Nestas visitas, as pessoas podem acompanhar um dia de campo da equipe e observar as araras em seu habitat. Este ano, o local já recebeu as visitas do diretor do filme Rio, Carlos Saldanha, e o premiado fotógrafo, Sebastião Salgado.

Para reforçar as atividades de preservação da espécie, a equipe realiza trabalhos de conscientização, engajamento e educação ambiental com a população local nas fazendas que possuem ninhos naturais cadastrados ou artificiais instalados, bem como em Campo Grande e outras cidades do entorno do Pantanal. Outros projetos relacionados à proteção do Meio Ambiente também são realizados na região, como o Arte de Fazer e Reciclar.

Mais informações a respeito da Araras Azuis: Projeto Arara Azul.


“O projeto Arara Azul representa uma vitória para a preservação da espécie, que estava na iminência da total extinção há vinte anos. As ações de campo combinadas com a conscientização ambiental estão cooperando para a proteção da espécie e redução do tráfico de animais na região”, afirma Ricardo Bastos, presidente da Fundação Toyota do Brasil