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segunda, 15 de abril de 2013

Poloneses usam bicicleta para viajar de Istambul ao Pantanal de MS

Casal de namorados poloneses estão em Campo Grande MS e somam 29.801 km de estrada.

Com Informações - Campo Grande News

(Foto: Site biketheworld.pl)

O casal de namorados poloneses Kris Jozefowski e Adela Tarkowska, ambos de 30 anos, decidiu, há três anos, que iria conhecer a realidade de diversos países apenas de bicicleta. Com este objetivo passaram por 19 locais e chegaram a Mato Grosso do Sul, onde pretendem ver de perto o Pantanal.

A viagem em volta ao mundo começou em Istambul, na Turquia. Passaram pela Síria, Líbano, Jordânia, Egito, África do Sul, Argentina, Chile e hoje somam 29.801 km de estradas. No Brasil já são quatro meses pedalando. Tempo suficiente para entender e arriscar o português.

Adela conta que o casal tinha uma visão positiva do Brasil. “A gente acha que cada brasileiro faz capoeira, joga futebol, baila e canta. A imagem é de um país com sol, floresta, mulheres bonitas e Carnaval”. Mas, ainda na Polônia, descobriram um lado mais obscuro assistindo ao filme Cidade de Deus.

A passagem pelo Brasil começou em Foz do Iguaçu (PR). No mapa do casal o traçado já passou por Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo. Porém, o litoral e as grandes cidades são ignorados. “Achamos que essa é a melhor parte do Brasil, gostamos mais de natureza”, diz Adela.

O casal permanece em Campo Grande até hoje, quando começa a pedalar com os 40 kg de bagagem em cada bicicleta. Corumbá será o destino antes de saírem do Brasil.

A hospitalidade brasileira impressionou os poloneses. Hoje eles estão numa residência no bairro São Francisco. “Em Goiás nunca pagamos nossa comida”, contam. Aliás, o estado goiano é o preferido pelo casal.

As comidas típicas também chamaram a atenção. “Feijão, abobrinha, farofa, doce de leite, rapadura, chimarrão, tereré. Comi uma jaca sozinha, não existe na Europa”, conta Adele aos risos. “O feijão é feito de outra maneira”, acrescenta Kris.

Entretanto nem tudo agrada ao casal. Os poloneses se espantam com a degradação da natureza. “Vimos condomínios novos no lugar da Mata Atlântica. No Cerrado, cada dia vemos mais animais mortos nas estradas. Sobre isso não se fala na Europa”, acrescente Adela.

Longe de casa


Antes de se arriscar em aventuras, Adela trabalhava como domadora e se formou em turismo. Kris era ator de teatro. Deixaram Varsóvia, onde Adela morava, e Wroclan, cidade do namorado, para encarar a realidade de cada país. Noticias do país de origem, nem pela internet. “Hoje somos do mundo. Não temos nostalgia”, diz a mulher.

“Saímos sem saber se ia aguentar. Estamos gostando, mas não sabemos o que vamos fazer nesses sete anos, pode ser que no final a gente escreva um livro”, acrescenta.

Voltar para casa não entra nos planos do casal. Morar em algum dos locais visitados ao longo destes três anos, sim.

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