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terça, 08 de novembro de 2011

A palavra é... Sustentabilidade.

Revista Terra da Gente n.90 por Valdemar Sibinelli

(Foto: divulgação)

A palavra é...

Sustentabilidade. Nem adianta procurar no dicionário. Ela está lá – palavra velha que é –, mas não com o conceito ecológico com que foi usada na primeira conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, em 1972, na Suécia. O conceito foi mais bem definido em 1987, no documento Nosso Futuro Comum – o Relatório Brundtland, da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU. Em resumo, o uso sustentável dos recursos naturais deve suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas. Ou seja, é como se nos servísemos primeiro, da mesa posta, o suficiente para matar a fome, sem gulodice nem desperdício, de modo a não faltar comida para os demais convidados.

Não é o que acontece. Os comensais de hoje não só não estão preocupados com os de amanhã como também não estão repartindo igualmente o pão. Um quarto da população mundial que vive nos países ricos consome três quartos dos recursos naturais do Planeta, deixando quase nada para quem vive nos países pobres. Imagine quatro pessas famintas, quatro pedaços de pão, e uma delas come sozinha três pedaços.

Estamos consumindo demais e delapidando a fonte primária de todos os nossos bens de consumo, os recursos da natureza. O progresso com sustentabilidade – ou, para usar o termo da moda, desenvolvimento sustentável – é o desafio do Século 21. Um desafio que passa pelos nossos atos do dia a dia, como mostra o Festival SWU (veja a reportagem Na onda da sustentabilidade), mas que depende também de políticas públicas. Ninguém espere, entretanto, consciência ambiental de nossos governantes. Até na Alemanha, onde o Partido Verde é uma das seis maiores forças políticas há trinta anos, os governantes tomam medidas ambientalmente corretas de olho no voto dos eleitores, cada vez mais conscientes e ativos ecologicamente (veja reportagem Os Selvagens estão de volta).

Entre nós, brasileiros, a consciência ecológica ainda é uma plantinha tenra e o ativismo se resume a manifestações esparsas e pontuais, longe da força das manifestações de massa nas ruas ou pela internet. Ainda estamos nos tempos da “farinha pouca, meu pirão primeiro” e longe de um dos pilares da sustentabilidade, a justiça social.

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