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segunda, 02 de agosto de 2010

Nativismo do Grupo Alma Riograndense encerra 11º festival

Karina Lima - Festinbonito

Com forte influência da região das Missões, no Rio Grande do Sul, o Grupo Alma Riograndense apresentou no 11º Festival de Inverno de Bonito um repertório de músicas do folclore sul-americano, além do chamamé e das milongas, de influência argentina. As músicas têm arranjo próprio feito pelo grupo, que se caracteriza pelo "nativismo". O show de encerramento do festival, com o Grupo Alma Riograndense, aconteceu ontem (1º), às 11 horas, no Palco Fala Bonito.

O grupo foi criado ano passado, quando os irmãos gêmeos Erick e Roger Medeiros Batista conheceram Maurício Gehlen. Os irmãos vieram de Bossoroca (RS) para Campo Grande (MS) na metade do ano passado para cursar Direito na UCDB. Os gêmeos conheceram Maurício num churrasco na casa do seu pai, Cacildo Tadeu Gehlen. Formaram o grupo, com dois violões de sete cordas (Erick e Roger) e gaita pianada (Maurício), que se apresentou informalmente em churrascos e festas promovidas por amigos, em Campo Grande.

Para formar o grupo, os três trocaram repertórios e experiências em ensaios e apresentações, pois Maurício dominava mais o solado de baile, e os gêmeos, a música folclórica riograndense. Em dezembro de 2009, o Alma Riograndense fez seu primeiro show oficial no Teatro Aracy Balabanian, pelo projeto Cena Som, da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

Erick e Roger começaram a tocar violão com dez anos, com o professor Mário Caniço, de Bossoroca. O gosto pela música foi incentivado pelo pai, Iberê Bonfim Batista, que escutava bastante música gaúcha, da argentina, e folclórica do Rio Grande do Sul. Mais tarde, com 15 anos, passaram a tocar o violão de sete cordas. Estudaram com João Máximo, professor que ia a Bossoroca semanalmente dar aulas, e com Anderson Costa, da cidade vizinha de São Luiz Gonzaga.

Roger acredita que a pessoa já nasce gostando de um instrumento, e a ele se dedica. Erick diz que o músico escolhe o instrumento com o qual mais se identifica. Para ele, o violão é o mais completo. Os gêmeos já se apresentaram como dupla no Festival América do Sul, ano passado.

Maurício Gehlen começou a tocar gaita pianada com 12 anos, por influência de seu pai, Cacildo. No início, não se familiarizava muito com o instrumento, mas aos poucos, com a prática, passou a gostar. Natural de Passo Fundo (RS), Maurício veio para Campo Grande com dois anos, e desde então, reside na Capital. Seu principal professor de gaita foi Darci Carvalho, atual gaiteiro do grupo Surungo, de Campo Grande, com quem já tocou. Maurício também já se apresentou com o grupo Bailanta, do Paraná, e com Renato Borghetti, há seis anos, no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Farroupilha, na Capital.

O grupo faz parcerias com artistas riograndenses, uruguaios e argentinos para compor suas músicas. Essas parcerias acontecem graças à participação dos músicos em Festivais de Barranca, em que artistas se reúnem em barrancas de rios no sul do País para executar músicas típicas da região.

Alma Riograndense apresentou no Festival de Bonito algumas músicas de sua autoria, como "Elegia a um poeta", que foi escrita pelo poeta Jairo Velloso para homenagear o também poeta João Luiz Bandeira. Os dois foram amigos de infância em Bossoroca (RS), sendo que Bandeira viveu cerca de 30 anos em Campo Grande.

Outra composição própria que será apresentada é "Prece esperando a chuva", com letra de Amilton de Lourenço Notargiacomo e música de Erick e Roger, e também "Chacarera del Perdiguero", música instrumental composta por Erick e Roger para violão com esse ritmo (chacarera) típico da Argentina.

Por meio das músicas, do ritmo, da melodia, da poesia e das letras, mesclado ao sentimento telúrico de amor à terra, Alma Riograndense declara seu amor ao povo do Sul do Brasil, bem como ao da América do Sul e, agora, ao da sua nova casa, Mato Grosso do Sul.

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