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sábado, 24 de julho de 2010

Observação noturna com telescópio no Festival de Bonito

Guilherme Baroli - Festinbonito

O Festival de Inverno de Bonito terá atrações que vão além da cultura. Nesse caso, muito além do que se pode enxergar a olho nu. A programação desta 11ª edição também dá espaço à astronomia.

O ano de 2009 foi nomeado o Ano Internacional da Astronomia pela ONU. Uma comemoração aos 400 anos desde que Galileu Galilei fez grandes descobertas com sua luneta. Mas é neste ano que o tema será amplamente difundido no Estado.

Professores e alunos da universidade federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) estarão na praça central de Bonito, equipados com dois telescópios. Com a ajuda de cinco monitores, o público que estiver no local poderá conhecer um pouco mais sobre o universo, por meio de observações noturnas.

Um dos telescópios é o newtoniano, que não utiliza um espelho esférico ou parabólico para captar a luz. A imagem refletida pelo espelho é captada por uma lente objetiva, que é responsável pelo foco. O nome é uma homenagem ao cientista inglês Isaac Newton, criador do instrumento.

Já o segundo telescópio, que também leva o sobrenome de quem o construiu - o francês Guillaume Cassegrain - proporciona uma observação de modo semelhante a uma luneta. "Será possível ver com detalhes as crateras da lua, o planeta Júpiter e suas luas, os anéis de Saturno com suas luas, Marte, Vênus e aglomerados estrelares", afirma o professor do departamento de física da UFMS, Hamilton Perez Soares Corrêa.

Época de poucas nuvens e a baixa concentração de luzes da cidade favorece a observação noturna com os telescópios. A data permitirá também um ótimo momento para observar a lua, que estará na fase cheia.

"A ideia não é apenas entretenimento, mas passar informação de forma lúdica. Temos o compromisso com a ciência, mas o intuito é atrair as pessoas de uma forma mais receptiva. Queremos que a ciência faça parte do cotidiano das pessoas", completa.

Com a descontração que um evento cultural oferece, espera-se que as pessoas estejam abertas ao conhecimento. Segundo Corrêa, a astronomia tenta explicar onde estamos e pode ser a porta de entrada para ciências e tecnologia.

O acesso da população a projetos ligados a este assunto visa difundir uma mentalidade científica na sociedade e atrair vocações para a carreira de pesquisa em astronomia.
"Tentamos com isso atrair jovens talentos para essa área. Nosso Estado tem um grande potencial porque é formado por jovens. Temos um berço de potenciais cientistas, que é aquele que produz conhecimento. Porque vivemos no século 21, o século da informação", explica Corrêa.

Astronomia no ensino

A participação no Festival de Bonito é apenas uma das ações que o Programa Casa da Ciência da UFMS desenvolve. Todas as atividades vão culminar no 10º Encontro Regional de Ensino da Astronomia (EREA), que acontece em Campo Grande, no mês de outubro deste ano. O evento conta com o apoio da Fundação de Cultura do Estado e tem como público alvo os professores.

O objetivo é contribuir para uma melhor formação do professor, para que ele consiga passar os conteúdos de cunho científico de forma mais clara em sala de aula. "Pesquisas apontam falhas na formação dos professores, tanto no Brasil quanto em outros países, não só quanto a astronomia, mas na concepção de mundo do ponto de vista científico de um modo geral", destaca o professor do departamento de física da UFMS, Rodolfo Langhi.

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