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sexta, 05 de março de 2010

Conselho Diretor do Geopark será definido neste mês

Notícias MS

A Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur) solicitará às entidades que compõem o Conselho Gestor do Geopark para que enviem os nomes dos seus representantes e suplentes para formação do conselho. A decisão foi tomada após a reunião do grupo de trabalho que elaborou o Geopark Bodoquena-Pantanal, realizada na segunda-feira (1º).

A reunião, a primeira de 2010, definiu ações para serem estabelecidas ainda este ano. Além da designação dos representantes para comporem o conselho gestor, foi decidido a formatação de um projeto piloto de visitação aos geosítios, chamado "Roteiro Geocultural".

De acordo com o técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/MS), Paulo Guimarães, o projeto Roteiro Geocultural deverá ser aprovado pelo conselho. "O projeto piloto de visitação será encaminhado ao conselho, após ser formado, para avaliação" afirmou Paulo.

O conselho gestor do Geopark Bodoquena - Pantanal é responsável por diagnosticar, promover e divulgar ações necessárias para o desenvolvimento sustentável da região. Será formado por representantes do governo estadual (Imasul, Fundtur e Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul); Iphan; Departamento Nacional de Produção Mineral; Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - Serviço Geológico do Brasil; Comando Militar do Oeste; e as prefeituras dos 13 municípios envolvidos. Os representantes para comporem o conselho devem ser definidos ainda em março.

Segundo a presidente da Fundação de Turismo, Nilde Brun, o conselho traçará metas para este ano. "Em sua primeira reunião, o Conselho Gestor do Parque definirá ações para 2010, entre elas a oficialização do geoparque junto à Unesco e elegerá a presidência do Conselho" afirmou Nilde.

Para definir as áreas e os roteiros que comporiam o geoparque, o governo do Estado, por meio das Fundações de Turismo, Cultura e o Imasul, em parceria com Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/MS) e as prefeituras, realizaram desde 2008, oficinas e seminários.

Nesses encontros foram discutidas estratégias de preservação e desenvolvimento com base em ações educativas e roteiros turísticos focados no patrimônio geológico, paleontológico, arqueológico e histórico da região da Serra da Bod
oquena e Corumbá. Participaram também dos estudos as universidades federais de Brasília (UnB), São Paulo (USP) e Mato Grosso do Sul (UFMS).

O Geoparque Bodoquena - Pantanal possui diversos aspectos característicos de um geoparque nos moldes da Unesco, como a presença de fósseis de preguiças-gigante, tigres-dente-de-sabre e mastodontes. Além destes, fósseis dos primeiros seres vivos surgidos no planeta - há mais de 560 milhões de anos -, sendo um deles a corumbella, em homenagem a Corumbá, onde o fóssil foi descoberto. O local também abriga diversos sítios arqueológicos e históricos relevantes que contam a história da mineração em Corumbá e a Retirada da Laguna e também um rico patrimônio cultural traduzido pelo modo de vida pantaneiro, pelas artes gráficas e cerâmicas terena e kadiwéu, entre outros.

Geoparques

A elevação à categoria de Geopark, uma chancela oficial da Unesco, é uma ferramenta de preservação para áreas dotadas de importantes testemunhos geológicos e paleontológicos da evolução da Terra, e também objetiva fomentar a educação, inclusão social, divulgação científica e o turismo. Desde a criação do Global Networks of National Geoparks, em 2004, a Unesco já chancelou 57 geoparques ao redor do mundo, sendo apenas um nas três Américas - o Geoparque do Araripe, no Ceará, em 2006.

Para Nilde Brun, o Geopark é de extrema importância para o turismo e o meio ambiente. "Ele vem fortalecer a imagem do Estado no mercado internacional e na Rede Mundial de Geoparques, promovendo o desenvolvimento da região. Ganha o turismo diferenciado, ganha a infraestrutura dos municípios e ganha o Estado" afirmou Nilde.

O geoparque favorece a elaboração de modelos alternativos de gestão territorial, não impondo regras fixas. Na verdade, ele pressupõe critérios de gestão e desenvolvimento de atividades econômicas menos restritivas. Além da visibilidade internacional proporcionada pela chancela, a implementação do selo "Unesco Geopark" favorece a possibilidades de financiamentos internacionais estimulados por uma chancela deste porte - a região do Araripe, por exemplo, já recebeu cerca de US$ 65 milhões de empréstimo do Banco Mundial para realizar ações de infraestrutura e apoio ao setor produtivo da região, entre outros projetos.

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