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quinta, 01 de outubro de 2009

Tecnologia a Serviço do Desenvolvimento

Eng. Frederico Valente

"Informação e conhecimento é a matéria prima da atualidade"

Diferente do século passado, quando era representada pela locomotiva a vapor, pelo carro, avião, telefones, e computadores, hoje a tecnologia não tem massa, não pesa, sugere softwares, inteligência artificial, engenharia genética, realidade virtual, informação, comunicação e conhecimento.

A produção e a utilização de tecnologias têm na universalização do acesso à Internet sua base de sustentação.

Segundo o Banco Mundial, para cada aumento de 10% no número de pessoas conectadas ao mundo virtual, corresponde a 1,3% no crescimento do PIB. Portanto a criação da via digital é tão importante para o desenvolvimento sócio econômico, quanto foi a abertura de rodovias na primeira metade do século passado.

Costumo citar como exemplo, Taipé a capital de Taiwan, que tem os mesmos problemas de toda cidade. Na agenda do prefeito, há projetos como a expansão do sistema de transporte público e a despoluição do Rio Danshui, que corta a cidade, além de temas corriqueiros como a gestão da rede de água, esgoto e energia. O grande diferencial da prefeitura local em relação a outras ao redor do mundo, passa despercebido aos visitantes. Está no ar. A administração municipal tem sob sua responsabilidade a maior rede pública de internet de banda larga sem fio do planeta. E para sua população ela é tão indispensável na infra-estrutura urbana quanto os postes, os bancos das praças e os canos dágua. Taiwan saiu, em 10 anos, de uma economia rural, para o maior produtor de TV LCD do mundo.

Indagado se a revolução da tecnologia digital está desacelerando, Bill Gates em recente entrevista disse "Sob vários aspectos, acredito que a revolução digital só agora esteja tomando corpo. O extraordinário progresso das últimas décadas serviu apenas para estabelecer as bases para transformações ainda mais profundas que estão por vir no decorrer dos próximos anos".

Em artigo aqui publicado no final do ano passado escrevi que o Mato Grosso do Sul com algumas exceções localizadas, estava literalmente fora do mapa brasileiro da tecnologia e mostrava isso com alguns dados da época. Evoluímos? Um pouco! Mas muito menos do que podíamos.

De qualquer forma penso que já estejam sendo criadas as condições para que essas oportunidades sejam devidamente buscadas, incessantemente, através de instrumentos disponíveis pela metodologia de ação participativa e com estratégias devidamente discutidas, organizadas e que possam contar com a cumplicidade do maior número possível de atores sociais.

A cidade de Bonito, símbolo maior da organização do eco-turismo no Brasil, vai assumir o pioneirismo da Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC, no Estado. Foi lançado formalmente seu projeto BONITO DIGITAL, inicialmente com interligação de todos os prédios públicos municipais, instalação de telecentros, abertura de sinal na praça central, e imagens ao vivo do Balneário Municipal.

Paralelamente, está sendo feita uma convocação geral para que todos os hotéis, pousadas, bares, restaurantes, e atrativos turísticos disponibilizem sinal de Internet sem fio, além de imagens ao vivo de Bonito para o mundo. Aqui está a fórmula mágica, pois para que isso fosse possível juntaram forças a Prefeitura Municipal, o Governo do Estado, parlamentares federais e o Ministério da Integração Nacional, além da iniciativa privada. O modelo está formatado.

"À medida que tornamos a tecnologia mais acessível e mais simples de usar, podemos reduzir efetivamente o abismo entre as sociedades ricas e as mais pobres e estender as oportunidades sociais e econômicas a toda a humanidade. Essas oportunidades podem ser traduzidas em maior acesso à educação, à informação, à saúde e aos mercados globais" disse Bill Gates na mesma entrevista.

Vejo o Mato Grosso do Sul com diversas facilidades comparativas para ser o modelo de "tecnologia mais acessível" no Brasil. Além dos globais atrativos turísticos naturais, a população e o número de municípios reduzidos, a qualidade de vida e a distribuição territorial das cidades, a localização da capital que facilita a irradiação, boa infra-estrutura de comunicações, universidades estruturadas e com boa capilaridade espacial, além de diversos centros de pesquisas estrategicamente instalados.

Para quem toma a iniciativa, a maior parte dos ministérios dispõe de programas que disponibilizam recursos para projetos tecnológicos setoriais. Neste instante 18 prefeituras do MS tem pronto ou estão elaborando seus projetos de Cidades Digitais, enquanto outros 20 prefeitos manifestam vontade de fazer. Por outro lado alguns parlamentares federais estão prontos a direcionar suas emendas ao orçamento da União 2009, para esses programas.

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