quinta, 14 de maio de 2009
Do ponto de vista ecológico, a bióloga Mariana Coelho Miraulti, do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), não titubeia ao afirmar que para o Pantanal, santuário de preservação ambiental, o melhor transporte é o trem. Pela vagarosidade (anda de 20 a 35 quilômetros por hora) e o barulho, que chama a atenção dos animais.
"O trilho faz barulho. O trem vem devagar e os vagões passam todos de uma só vez até chegar aonde querem. É o transporte mais eficiente, ecológico para aquela região [Pantanal]".
Para 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prometeu ativar o Trem do Pantanal, neste trecho de Miranda até Corumbá. No dia 8, ele inaugurou a volta do trem no trecho Campo Grande até Miranda. Desativado na década de 90, quando os trilhos perderam espaço pela rapidez e viabilidade econômica impostos pelas rodovias, toda a linha férrea em Mato Grosso do Sul foi sucateada e, agora, são necessários a aplicação de milhões em cifras para recuperar os trilhos que chegam até a fronteira com a Bolívia.
No trecho de 240 quilômetros de Corumbá até Miranda, na região do Rio Paraguai, o Midiamax flagrou 20 animais mortos, sendo ao menos cinco tamanduás e os outros, pássaros, jacarés, gambás.
A legislação ambiental não é rigorosa. Só pune com multa de até R$ 5 mil e prisão de 1 ano e meio [menos de 6 anos são medidas fora das grades] os motoristas flagrados em alta velocidade e que atropelam de propósito os bichos ao jogar o veículo na direção deles na pista. "Mas, isso é muito difícil de ser flagrado. A não ser que haja testemunhas", explica o capitão da PMA (Polícia Militar Ambiental) Edmilson Queiroz.