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quarta, 13 de maio de 2009

Deputados criticam, em coro, retorno do Trem do Pantanal

MidiaMax News

A volta do Trem do Pantanal ecoou hoje na sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. O coro de críticas partiu desde deputados da oposição até parlamentares da bancada de sustentação do governo de André Puccinelli (PMDB). O líder do PT na Casa, Paulo Duarte deu início aos apontamentos ressaltando que a concessionária da malha ferroviária oeste no Estado, a América Latina Logística (ALL), "sucateou a malha e acabou com o patrimônio".

Duarte, que no ano passado fez uma representação contra a empresa no Ministério Público Federal (MPF), disse que vai novamente acionar a procuradoria, pois o contrato de concessão do serviço deve ser revisado, já que compromissos firmados não foram cumpridos, como o aumento da malha ferroviária no Estado e a conservação dos trilhos.

A utilização do nome "Trem do Pantanal" também é considerada, pelos deputados, um engodo. "Ele não é o Trem do Pantanal, que só começa mesmo em Miranda. Antes disso, você não tem a vegetação [típica] e ainda não tem a fauna", disse Duarte. Ele ainda completou que o prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha (PT), fez o trajeto inaugural e lamentou que tudo o que viu foram "dois jegues e quatro pardais". "É mais uma concessionária que veio aqui para o Mato Grosso do Sul para ganhar dinheiro. Nós não podemos enganar a população", declarou.

Para Antonio Braga (PDT), "não dá nem pra chamar aquilo de trem". O parlamentar fez críticas à segurança do transporte e destacou que não houve qualquer reformulação da via permanente. "O retorno do trem é uma grande panacéia, apenas para justificar os investimentos que a empresa não fez", afirmou.

O companheiro de bancada pedetista Onevan de Matos também considerou absurda a velocidade do trem. Apesar do argumento da empresa de que seriam 30 quilômetros por hora, por se tratar de uma viagem contemplativa, Onevan afirma que o trem viajou a 10 quilômetros por hora. De fato, na viagem inauguração, o percurso entre Aquidauana e o distrito de Palmeiras, que deveria levar 1h30, demorou pouco mais de 2 horas.

Segundo os deputados, a velocidade inferior a 30 quilômetros por hora é necessária porque os dormente da via não comportariam "aceleração" maior.

Pedro Kemp (PT) afirmou ainda que nunca viu tanta propaganda na televisão e considerou uma falta de respeito do governo do Estado convidar o presidente Lula para viajar em um trem que nem mesmo chega ao Pantanal.

A única voz a defender o Trem do Pantanal foi a do deputado Antonio Carlos Arroyo (PR). Ele considerou os apontamentos quanto à falta de segurança uma inverdade, pois os trilhos foram inspecionados por técnicos do governo Federal, que não colocariam o presidente Lula no trem se ele não fosse seguro. "É lógico que ainda falta muito para o Trem do Pantanal ser ideal", ressalvou, mas destacou que a enxurrada de críticas não passava de demagogia.

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