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terça, 12 de maio de 2009

A história do trem de passageiros: 14 anos fora dos trilhos

MS Notícias

Após 14 anos fora dos trilhos o Trem do Pantanal a transportar passageiros de Campo Grande a Corumbá. De acordo com a Associação dos Ferroviários, o último trem de passageiros de Bauru com destino a Corumbá foi ao final de fevereiro de 1995 e no Estado de Mato Grosso do Sul circulou no dia (01.05.1996), no trajeto Campo Grande/Ponta Porã.

A primeira viagem de trem de passageiros, envolvendo a estrada da Noroeste, aconteceu em 1920, no trecho Bauru até Três Lagoas. O trem passou a circular de Bauru a Corumbá, no ano de 1953, com o término das obras do trecho de Porto Esperança em dezembro de 1952.

O surgimento da ferrovia simbolizou o desenvolvimento da capital. Antes da ferrovia era uma pequena vila. Em 1992, Campo Grande tinha oito mil habitantes. Nesta época começou a migração de paulistas, gaúchos, mineiros. Já em 1930, Campo Grande contava com 12 mil habitantes.

No dia 06 de fevereiro de 1914, foi construída a primeira edificação do atual complexo ferroviário, a estação de passageiros. Toda a área de embarque com estrutura de ferro e a cobertura com telhas de barro e um área ao lado, maior com bilheteria. A Estação Ferroviária foi ampliada no ano de 1924.

Conforme relato do historiador Gilmar Arruda, "os trilhos são o suporte material para a memória do trabalho de homens anônimos. Pode-se arranca-los e, construir qualquer coisa em seu lugar, e após cem anos, alguma coisa ou alguém fará lembrar que por ali passava a ferrovia e perguntará dos homens humildes e anônimos".

História da Construção da estrada de ferro

A estrada de ferro construída em Mato Grosso do Sul teve como principal mão-de-obra os japoneses. Desiludidos pelas fazendas cafeeiras, ficaram entusiasmados com os salários para construir a ferrovia. Em apenas um dia de trabalho garantia o mesmo ganho de um mês inteiro no Japão, assim vieram eles para a chamada Terra da promissão. Vieram pela Argentina, descendo o Rio Paraguai, até chegar o Porto Esperança, base das obras ferroviárias de Mato Grosso.

Os operários eram divididos em grupo de 15 homens, e eram encarregados de construir 10 quilômetros. Trabalhadores normais ganhavam três mil reis por dia, quem trabalhava na ferrovia ganhava cinco mil, cerca de três ienes, equivalente ao salário mensal de um professor no Japão.

O período foi muito difícil e provocou muitas mortes de operários. Muitos corpos de trabalhadores, mortos por doenças como a malária, em vez de serem enterrados ao longo dos trilhos, eram empilhados e incinerados em pilhas de lenha. Os ossos eram recolhidos e em sacos que eram levados de volta ao acampamento. Até que alguém se encarregasse de levar os restos mortais para o Japão, onde finalmente ganhavam em sepultamento digno.

O projeto da ferrovia começou a ser discutido em 1851. O traçado original seria da Capital do Império, ligando até a cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, em Mato Grosso, passando pelas cidades de São João Del Rei (MG), Goiás e Cuiabá.

No governo de Afonso Pena a preferência foi para o traçado Corumbá, em vez de Cuiabá. A partir de 1908 iniciava-se a obra em duas frentes, Bauru a Corumbá. Em 1910 toda a estrada era ligada ao primeiro trecho (Bauru e Itapura). Já o segundo trecho ficou pronto em 1914 até Porto Esperança. O Trecho entre Ponta Porá/Campo Grande começou em 1936 e foi concluído em 1953.

Providências para a volta do Trem

O governador André Puccinelli se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a reunião foi discutido entre o governador e o presidente a volta do Trem do Pantanal. Lula afirmou que viajaria no Trem do Pantanal. O governador voltou a Mato Grosso do Sul se reunião com secretários e prioriza o andamento do Projeto.

No dia 13/07/2007 acontece a reunião com a Serra verde, que confirma o interesse do grupo em investir no Trem do Pantanal. No dia 17/12/2007 é assinado o termo de compromisso com a ALL e a Serra Verde, para recuperação dos trilhos e a reativação do trem de passageiros.

No dia 31/01/2008 acontece a reunião onde é apresentado o projeto turístico em prol da volta do Trem do Pantanal.

A visita técnica aos pontos turísticos aconteceu no dia 13/02/2008, com a finalidade de fazer um estudo amplo das potencialidades e o que precisa para fortalecer o setor de turismo do Estado de Mato Grosso do Sul. Neste mesmo ano é iniciada a recuperação da malha ferroviária entre Campo Grande e Miranda, sendo investidos cerca de R$ 10 milhões pela ALL.

Em fevereiro de 2009, o governo do Estado de Mato Grosso do Sul, inicia a reforma das estações ferroviárias. Obras concluídas no final de abril de 2009. A execução do projeto foi fundamental para a reativação do Trem do Pantanal, e a primeira viagem aconteceu no dia 08 de Maio de 2009, contando com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além da estação do Indubrasil o governo do Estado de Mato Grosso do Sul, com o objetivo de trazer de volta o trem de passageiro para reforçar o potencial turístico de Campo Grande e de vários municípios, foram construídas obras em: Piraputanga, Aquidauana, Taunay e Miranda. Sendo que os prédios foram restaurados e os locais que estavam abandonados urbanizados.

Atualmente a estação do Indubrasil substitui a antiga, localizada no centro de Campo Grande, sob a responsabilidade da empresa Noroeste do Brasil (Nob). Após a privatização, em maio de 1996, o transporte de passageiros foi suspenso em todo o Estado de Mato Grosso do Sul ficando desativado até os dias de hoje e ativado no dia 08 de maio de 2009.

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