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terça, 11 de novembro de 2008

Sul-mato-grossense dá show a parte em rodeio de Bonito

MS Notícias

Perigoso, mas nem tanto. Porém, com muita emoção e adrenalina a cada segundo de uma montaria. É como o sul-mato-grossense de Naviraí, Márcio Alexandre, define o seu ofício de narrador de rodeios. Reconhecido como uma das estrelas da tradicional Festa do Peão de Barretos, ele é um dos locutores mais requisitados no rodeio brasileiro, e neste final de semana foi um show a parte no primeiro Rodeio Internacional de Bonito, realizado de sexta-feira a domingo no Clube de Laço Nabileque.

Entre rimas e o som de musicas sertanejas conhecidas que ecoam por alto-falantes de alta potência, a partir de um caminhão adaptado em forma de cabine e equipado de tecnologia de ponta, onde ficam o sonoplasta DJ Fofão e o locutor comercial da voz padrão de rodeio, Siderley Clain, o carismático Márcio Alexandre encanta o público do primeiro ao último minuto. Os três, mais o palhaço Douradinho, tudo em perfeita sintonia, fazem todo mundo rir e dançar nas arquibancadas.

"O narrador tem a função de animar o público, manter as pessoas ligadas e bem informadas sobre tudo o que se passa na arena. E é isso que eu procuro fazer no meu trabalho. Chego a perder de um a dois quilos cada vez que entro na pista, e normalmente um rodeio vai de três a quatro dias. No final volto para casa pelo menos três quilos mais magro", disse Márcio Alexandre.

Animação e coreografias

No auge dos seus 32 anos, Márcio Alexandre só não participa das montarias. De resto, vive intensamente cada momento da ansiedade e do desafio vivido pelos peões. Corre, comanda coreografias de músicas agitadas, sobe na grade do alambrado e fala o tempo todo em altíssimo volume desde o momento em que entra na pista em meio a uma chuva de fogos de artifícios que lembra as grandes festas de passagem de ano.

Por ser visto como estrela do espetáculo, ele está sempre cercado de homenagens de fãs e de autoridades, mas é no meio da peonada onde parece se sentir mais a vontade. É um dos primeiros a chegar a arena, colhe informações que serão úteis na sua narração e depois vai direto para onde ficam os peões, os chamados ginetes, num local com bois brabos e violentos por todos os lados, separados apenas por grandes de ferro, sob forte cheiro de fezes e urina dos animais. "É ali, conversando com os ginetes, que o narrador começa a entrar no clima. É onde ele faz os últimos preparativos, aquece a voz e já sai embalado para animar a festa", explica Márcio.

A emoção de Barretos

Em 2003, Márcio Alexandre chegou ao ápice da carreira ao entrar para o restrito mundo do Rodeio Internacional de Barretos, considerada a segunda maior festa sertaneja do planeta, atrás apenas da que é realizada todos os anos no Texas, nos Estados Unidos.

"Barretos é a Seleção Brasileira. É como uma Copa do Mundo com o Brasil e o mundo atentos a tudo que acontece nos gramados. Lá você narra para um público de 40 mil pessoas. Não é fácil, mas eu procuro encarar aquilo como uma festa normal, concentrando apenas no que vou falar e sem me deixar levar pelas emoções. Se não for assim é perigoso a voz travar porque lá realmente é muito especial", frisou.

Segundo Márcio, a sua carreira de narrador de rodeio começou em 1996, quando esteve pela primeira vez numa arena em Alcinópolis (MS) levado pelo avô José Domingues, o presidente do evento, e pelo tio Paulo Domingues, o locutor. "Foi paixão a primeira vista. A partir de então comecei a falar meus primeiros versos de rodeio e estou nessa vida até hoje", comentou.

Apesar do sucesso em nível nacional e da agenda cheia de rodeios, em média 30 a 40 eventos por ano, Márcio Alexandre não saiu de Mato Grosso do Sul. Ele mora em Paranaíba, onde de outubro a março comanda um programa de rádio na Liberdade FM.

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