sexta, 24 de outubro de 2008
UOL
A novela Pantanal, exibida em 1990 pela TV Manchete, ficou conhecida por ser a única a conseguir bater a novela nobre da Rede Globo com freqüentes 40 pontos de audiência. Silvio Santos tenta agora alavancar a audiência do seu SBT reproduzindo a série de 216 capítulos escrita por Benedito Ruy Barbosa. Apesar das cenas de nudez e sexo, o sucesso não é o mesmo, mas chama ainda mais atenção o cenário do Complexo do Pantanal, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, uma das maiores riquezas do Brasil.
Um pesquisador da Embrapa fez uma pesquisa para calcular o valor do Pantanal. Concluiu que vale nada menos do que US$ 112 bilhões. Chegou também a dizer que o lucro da mata intacta é extremamente superior ao lucro dos pecuaristas que a derrubam todos os anos. Na verdade, o Complexo do Pantanal, de 250 mil quilômetros quadrados, tem esse nome por ser uma junção de vários ecossistemas diferentes.
O pântano é conhecido por vegetação herbácea e arbustiva que permanece boa parte do tempo inundada, como o mangue no caso brasileiro. O Pantanal é conhecido por juntar vegetações e animais de Mata Atlântica, Cerrado e Floresta Amazônica. Acredita-se que o local seja resultado da separação do oceano há milhões de anos. As áreas pantanosas, que batizaram o local, não são maioria, e mesmo assim só ocorrem durante alguns meses no ano.
A chuva divide a vida pantaneira em dois períodos bem distintos. De maio a outubro acontecem os meses de seca. Neste período, abaixam-se as águas, são descobertos os campos, aparecem bancos de areia e ilhas, além de os rios retomarem seus leitos naturais, mas nem sempre seguindo o curso do período anterior. Em muitos locais, torna-se necessário recorrer a águas subterrâneas para o fornecimento às moradias.
De novembro a abril as chuvas são torrenciais ao norte, na bacia do Rio Paraguai. Reaparecem inúmeras espécies, acontece o umedecimento da terra e alagamentos nas áreas mais baixas. Formam-se enormes baías, que mais parecem mares. A maioria das estradas fica intransitável, portanto o transporte de pessoas nesse período é feito por animais de carga e em alguns casos, somente de barco.
Turismo
A população local é constituída por pecuaristas, pescadores e uma pequena população indígena. Há uma minoria que vive de pousadas sustentáveis. São várias cidades de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul envolvidas pelo Pantanal. Uma dica para iniciar sua viagem é por Cáceres, Várzea Grande e Poconé, no Mato Grosso. Porém, grande parte dos passeios acaba sendo de barco mesmo, pois os locais dentro do Parque do Pantanal são protegidos contra caminhadas ou trilhas na mata.
Um passeio de barco a partir do porto de Cáceres pelo Rio Paraguai dá a oportunidade ao turista de contemplar vários animais em extinção, como a onça-pintada, ariranha e lontra - sem contar os jacarés e as sucuris, além de sítios arqueológicos e locais históricos - a região e seus rios tiveram fundamental importância na Guerra do Paraguai. Os principais pontos para se parar são as fazendas históricas, como Barranco Vermelho e Descalvados.
A observação de animais não pára, com macacos, porcos-do-mato, araras, papagaios e tucanos. Nos campos, correm veados, tatus, tamanduás, lobos-guarás, emas, seriemas e muitos outros. Assim como a fauna abundante, a culinária também é diversificada. Boas pedidas são os peixes como pintado, pacu e dourado com caldo de piranha. Além disso, experimente o churrasco com mandioca, carne seca e carne de jacaré.
Além dos safáris fotográficos, os amantes da pescaria esportiva podem fazer a festa no Mato Grosso do Sul, no curso do Rio Paraguai, mais especificamente nos municípios de Corumbá, Porto Murtinho e Ladário. Ultimamente há turistas fazendo um roteiro integrado dessa parte do Pantanal, da Reserva Ecológica Caimam, com Bonito (paraíso de lagos, grutas, cavernas e outras formações geológicas curiosas) e Cataratas do Iguaçu.