imagem do onda

sábado, 02 de agosto de 2008

FestinBonito destaca arte contemporânea em várias línguas

MS Notícias

Na 9ª edição do Festival de Inverno de Bonito, os visitantes poderão unir seu encantamento com a vocação ecológica do município a um novo olhar sobre as paisagens urbanas, naturais e simbólicas, proposto pela exposição "De Natureza Contemporânea", na Galeria Oficial do Festival, na Praça da Liberdade.

Aberta durante todo o festival das 10 às 20 horas, a exposição reúne trabalhos de cinco artistas brasileiros contemporâneos que investigam novas possibilidades de discurso nas linguagens de pintura, vídeo, fotografia e objeto-instalação: Bruno Vieira (Recife), Douglas Colombelli (Campo Grande), James Kudo (São Paulo), Gustavo Duarte (Rio de Janeiro) e Tiago Giora (Porto Alegre).

"Pensar num projeto de exposição para um evento como o Festival de Inverno de Bonito, que tem vocação ecológica por ser de um lugar onde há o deslumbramento de inúmeras paisagens, nos atrai para a possibilidade de proporcionar esse diálogo entre as artes e as suas diversas relações com a natureza", explica o curador da mostra, Rafael Maldonado. Ele conta que a seleção dos participantes partiu do interesse em reunir obras onde a paisagem também se comporta como uma manobra de linguagem, como um pressuposto para a discussão de assuntos que lidam metaforicamente com memória e esquecimento, matéria e ausência, lugar e deslocamento.

Neste sentido, lembranças são ferramentas das pinturas de James Kudo, em que experiências da infância ajudam o artista a recriar as paisagens que já foram apagadas pelo tempo. Os lugares e as memórias que alimentam as pinturas de James funcionam como elementos retirados da gaveta do passado, do lugar onde secretamente guardamos os momentos da vida que selecionamos e recorremos a eles sempre que necessário. Formado pela Faculdade de Belas-Artes de São Paulo, Kudo já expôs no Japão, Estados Unidos e Alemanha.

Também nas fotografias de Gustavo Duarte o esquecimento e o abandono aparecem na interferência de um objeto inserido na paisagem, como os detalhes de um navio onde a estrutura, a corrosão, os tons da ferrugem contracenam com os planos de cor do céu, do mar, do entorno. Duarte, que cursa Artes Plásticas na Universidade Salgado de Oliveira, tem sua experiência profissional bastante ligada ao audiovisual. Obras suas já foram expostas em Montpellier, Grenoble, Berlim, Nova York, Portugal, Japão, Tóquio e Londres, além de exposições coletivas no Brasil.

Na obra de Bruno Vieira somos levados a tentar compreender a poesia da efemeridade, da desconstrução programada de algo apenas como parte de um processo. Neste desmanche da obra, o registro passa a ser testemunha física fundamental. Licenciado em Ciências Sociais e cursando Artes Plásticas na Universidade Federal de Pernambuco, Bruno Vieira realizou exposições individuais e coletivas em Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, João Pessoa, Buenos Aires, Barcelona, entre outros municípios, conquistando prêmios como o Projéteis Funarte de Arte Contemporânea, em 2005.

Lidar com os desafios do espaço/lugar propondo uma obra que dê conta de se relacionar com o que está ao redor dela é um dos problemas propostos no trabalho de Tiago Giora. Ele é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde atualmente desenvolve seu projeto de mestrado na área de Poéticas Visuais. De 2003 a 2006, o artista estudou e trabalhou na Europa participando de exposições na Itália e Inglaterra. Em Porto Alegre, sua cidade natal, realizou mostras na prefeitura, Usina do Gasômetro e Torreão (espaço de arte que freqüenta desde 1993), além de continuar sua produção prática e teórica focada na arte urbana e ambiental.

Por fim, as obras apresentadas pelo artista plástico Douglas Colombelli no 9°Festival de Inverno de Bonito fazem parte de uma série intitulada "Eu-Fabulário", em que as obras assimilam em composições figurativas um questionamento do homem, do civilizado com relação ao natural. A matéria do abandono, o descarte, objetos do esquecimento servem para o artista como um conjunto multifacetado de experimentos em seu laboratório poético. Bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Douglas Colombelli é professor em três faculdades no Estado, produzindo e discutindo experimentações artísticas contemporâneas também através do grupo Contempo - discussão e produção de arte contemporânea.

"A relação arte/paisagem nos propõe uma reflexão a respeito do lugar de onde vemos as coisas e de como nos posicionamos diante da transfiguração do cotidiano e da ressignificação de nossas memórias. A arte é também esse ente de ligação entre a experiência mental e a ação efetiva do exercício de realizar uma idéia, de construir uma obra com potência histórica que sobreviva à degeneração do instante, personificando a existência", completou o curador.

O Festival de Inverno de Bonito é uma realização do governo do Estado de Mato Grosso do Sul, com parceria da Prefeitura municipal de Bonito.

O QUE ACHOU DESSA NOTÍCIA? DEIXE O SEU COMENTARIO ABAIXO: