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segunda, 25 de abril de 2011

Rio Paraguai supera 5 metros e ponto máximo da cheia no Pantanal se aproxima

Mídiamax

O Rio Paraguai supera a marca dos 5 metros de altura na régua do 6º Distrito Naval de Ladário. Desde o dia 1º deste mês, o nível do rio subiu 67 centímetros passando dos 4,35 m para os atuais 5,02 metros, uma média de quase três centímetros por dia.

A marca já superou a estimativa da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), que previa 5,01 metros para o final deste mês, mais precisamente para 29 de abril.

Previsão da Embrapa Pantanal, apresentada em 31 de março, estima que o pico da cheia do rio Paraguai, na régua ladarense do Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, ocorra entre a última semana de abril e o início de maio, ficando pouco abaixo dos 6 metros. A cheia normal compreende de 5 m a 5,99 metros, já a cheia igual ou superior a 6 metros é considerada como uma cheia grande ou super cheia.

O método probabilístico do Modelo de Previsão de Cheia em Ladário (Modelad), desenvolvido pela Embrapa Pantanal e que leva em consideração os níveis registrados pela Marinha desde 1900, prevê que o pico máximo do rio Paraguai deve ocorrer no período de 22 de abril e 05 de maio, com a altura oscilando entre 5,10 metros e 5,96 metros, considerado intervalo de segurança. "O nível provável do pico é 5 metros e 53 centímetros" explicou o pesquisador Ivan Bergier, responsável pela análise.

Prejuízos de R$ 190 milhões

Parecer técnico da Embrapa Pantanal sobre a evolução da cheia de 2011 no Pantanal Sul e os impactos para a pecuária nos seis principais municípios da região da planície pantaneira sul-mato-grossense (Corumbá; Coxim; Rio Verde; Aquidauana; Miranda e Porto Murtinho), que embasou decreto do Governo do Estado declarando situação de emergência na região pantaneira de Corumbá, estima prejuízos de quase R$ 200 milhões com a cheia dos rios. Juntas, essas cidades têm rebanho com 2.420.702 reses (sendo 1,9 milhão de cabeças só em Corumbá).

De acordo com relatório, as perdas são divididas em vários setores do processo produtivo. Só com a quebra na produção o prejuízo financeiro é calculado em R$ 13.934.200. Há ainda perda com diminuição na taxa de natalidade, avaliada em torno de 10% do rebanho, com isso são mais R$ 24,5 milhões perdidos. Também entrou no cálculo a morte de bezerros nascidos, em que se estima perder R$ 13,7 milhões levando-se em consideração a taxa de 10%.

O montante chega aos R$ 190 milhões quando entram na balança as perdas médias de peso das matrizes de cria. São estimados, nesse quesito, um total de R$ 139.782.720 em prejuízos. Só em Corumbá, calcula-se perdas de R$ 120 milhões.

Maiores cheias

A maior cheia do século passado ocorreu em abril de 1988, quando o rio Paraguai, atingiu a marca de 6,64 metros na régua de Ladário, superando os 6,62 m de maio de 1905. A última grande cheia ocorreu em 1995, considerada a terceira maior, com pico de 6,56 metros.

Mas, a que mais prejuízos causou para a pecuária bovina do Pantanal, foi a de 1974, quando milhares de cabeças de gado morreram. Apesar de o pico (nível máximo) ter sido inferior a 6 metros (5,46 m), o fato de ter ocorrido após o mais longo período de seca do Pantanal, pegou os pecuaristas de surpresa.

Durante o período de 1964 a 1973, que antecedeu a essa cheia, o nível máximo registrado na régua de Ladário tinha sido de apenas 2,74 metros.

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