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segunda, 10 de fevereiro de 2003

Bonito é pouco!

Cosmo Online

Embora o Mato Grosso do Sul esteja intimamente associado ao Pantanal, que ocupa boa parte de seu território, o potencial turístico do Estado vai além das paisagens inundadas divulgadas em escala nacional - e, posteriormente, mundial - pela novela de Benedito Ruy Barbosa na extinta TV Manchete. Em contraponto à reserva ecológica pantaneira, uma pequena cidade, ao sudoeste do Estado, surge como portal de entrada para um rico leque de atrações turísticas, que conciliam beleza em estado natural, consciência ecológica e o rústico conforto apreciado pelos seguidores do ecoturismo. Mais do que isso: um conjunto de diferentes atividades junto à natureza que proporciona uma integração quase mágica com o meio ambiente, que se revela com toda sua imponência e beleza. O município Bonito é modesto ao batizar-se assim.

A tímida cidade tem apenas 20 mil habitantes e, mesmo charmosa e acolhedora, não delata a presença do tesouro natural ao redor. Não fosse o sugestivo nome e uma quantidade considerável de placas indicando o rumo de hotéis e pousadas, ninguém poderia supor que a viagem de van que começara há quatro horas em Campo Grande havia chegado ao destino. As casas de portas e janelas abertas até bem tarde e o pasto que circunda quase toda a zona urbana de Bonito, aos poucos vão entregando que o paraíso está ali, debaixo do colchão verde que se estende pela cidade.

Bonito é dotada de infra-estrutura capaz de atender, no que se refere à área de hotelaria, ao viajante mais exigente. O centro comercial se limita a uma rua principal. Mas nele é possível encontrar várias lojas de artesanato, vida noturna agitada com barzinhos, boates e curiosidades como o estranho "sorvete assado" (quente e frio ao mesmo tempo, recebe uma cobertura de marshmallow e vai ao microondas antes de ser servido). A vida turística da cidade obriga o comércio ficar aberto até mais tarde: à meia-noite as primeiras lojas começam a fechar suas portas.

Apesar de muitos passeios da região serem explorados há mais de décadas, o turismo veio com força para Bonito na metade dos anos 90, quando o Brasil assistiu à primeira onda da vertente ecológica desta atividade de lazer. Aos poucos, a cidade passou a encarar como realidade seu potencial turístico. Parte da população local ainda é resistente à invasão de turistas na cidade, mas a atividade econômica já é uma das principais bandeiras da administração local e seu desenvolvimento parece ter entrado num caminho sem volta.

Altos vôos

Afinal, são mais de 50 hotéis, campings e pousadas instalados em Bonito. Mas o que parece muito para a pequena cidade, é apenas um pequeno rascunho da verdadeira explosão de turismo programada para acontecer em torno de dois anos, quando o esperado aeroporto sairá do papel para a divisa com o município de Jardim. O aeroporto é um passo. O outro pode ser visto logo na entrada da cidade: as obras da futura faculdade de Turismo e Hotelaria da cidade. Dois empreendimentos que certamente irão alavancar a exploração do turismo ecológico local. Mas atentos desde que as primeiras caravanas de turistas se aproximaram, há cerca de seis anos, os ambientalistas monitoram a quantidade de turistas em qualquer passeio.

Basta ver para entender. O solo rico em calcário deixa as águas cristalinas, ao mesmo tempo em que o sol forte transforma a flora no habitat perfeito para animais silvestres, alguns dos quais ameaçados de extinção. Mas a estrela da biosfera local é a água exuberante. Em Bonito, vista da superfície, em alguns pontos a água é verde e, em outros, azul. A pureza do líquido faz com que qualquer pequeno riacho se transforme em um espelho para o céu e as matas nativas.

Atualmente existem mais de 50 passeios para se fazer em Bonito. Apesar do grau de dificuldade para cada um dos programas variar bastante, crianças com menos de 5 anos não podem participar de nenhum deles. São grutas, rios, cachoeiras, trilhas, corredeiras e vales, de onde se pode desfrutar calmamente da paisagem ou se aventurar aos esportes radicais como bóia-cross (descida de corredeiras em bóias), rapel e paraglider. A maior dificuldade, no entanto, é justamente saber o que fazer primeiro.

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